Chocolate escrita por Nina_Waka


Capítulo 6
5. SONHO E REALIDADE


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou longo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/103952/chapter/6

Ele estava na minha frente, lindo e perfeito. Seus olhos queimavam nos meus de um jeito intenso. Eu conseguia sentir as mãos dele no meu rosto e estava cada vez mais perto de mim. Ele não falava nada e nem sorria, apenas me olhava. Sua pele era quente e a minha formigava quando, encostava-se a mim. Sua respiração era profunda e seu coração batia rápido.

As mãos dele desceram na minha cintura e seguraram-me com força. Ele esfregou seu rosto no meu e com uma mão tirou meus cabelos do pescoço, quando eu menos esperava sua boca veio doce e quente de encontro ao meu pescoço. A respiração dele me fez estremecer.

Eu o abracei com força, e tentei perguntar seu nome, no entanto, minha voz não saiu. Era como se eu fosse muda. Ele me deu outro beijo no pescoço e me senti corando. A nossa volta, não havia nada. Só escuridão. Mas eu me sentia tão segura em seus braços.

Ele voltou a olhar para mim e aproximou seu rosto bem perto do meu. Eu sabia o que viria agora. Era à hora do beijo, quando nossas bocas iriam se tornar uma só.

Mas algo inexplicável aconteceu.

A cena inteira congelou. Ele ficou a menos de um palmo de distância de mim congelado, eu podia me mexer, mas ele não. Olhei para os lados, mas a escuridão não me deixava ver nada. Não havia motivo para aquilo.

Selina! – ouvi uma voz chamando-me. Mas estava longe. – Selina!

Cada vez a voz ficava mais perto, e ele literalmente sumia.

Não! – gritei com toda a minha força, dessa vez a minha voz saiu, estava rouca mais desesperada. – Não!Não!Não! – eu gritava cada vez mais forte, e ele continuava sumindo.

Comecei a chorar desesperada, eu estava sozinha, no meio do nada. Estava sentindo-me frágil e impotente. Ele não estava mais lá. E o medo e desespero tomaram conta de mim. A escuridão foi tomando forma, a porta da varanda estava ali.

Não havia paredes, nada, apenas a porta.

A fechadura começou a ser forçada. Havia algo do outro lado que queria entrar a todo custo. A porta começou a rachar a madeira não iria suportar a força.

O medo dominou-me por completa.

Proteja-me. – Gritava para o vazio, as lágrimas molhavam o meu rosto.

A porta parou de ser forçada. Tudo ficou quieto, só conseguia ouvir meu coração batendo fortemente e sentir as lágrimas caindo de medo. Sentia meu corpo sendo sacudido, mas não conseguia sair dali. Era como se estivesse congelada.

Um barulho começou a vir do outro lado da porta. Um rosnado horrível e medonho.

No momento em que menos esperava a porta se abriu com o rangido horrível das fechaduras.

Da escuridão saiu um cão completamente negro, com os olhos mais negros ainda. Ele rosnava para mim com os dentes parecendo navalhas a mostra, era gigantesco, – aparentemente dois metros de altura. – andava sobre as duas patas traseiras com a coluna um pouco curvada, as patas da frente eram como braços enormes e as garras estavam à mostra.

Não! – gritei apavorada, como se isso fosse impedi-lo.

Eu sabia o que era aquilo. Não era um cão, nem um lobo. Era um lobisomem.

Em um movimento rápido dei as costas para ele e sai correndo, eu não sabia para onde ir. Estava desesperada, dominada pelo medo. Foi quando cai e a fera veio para cima de mim.

Mas como mágica, acordei desse pesadelo. Nick estava desesperada gritando o meu nome e sacudindo-me. Eu não conseguia falar nada. Ainda estava sendo sufocada pelo medo que aquele lobo me causou, e o choro não parava.

Está tudo bem mana. – Nick falava enquanto abraçava-me. – Já passou. Eu estou aqui. Eu te protejo Selina! – ela me abraçava apertado. – Se acalme Selina. Eu te protejo!

Aos poucos, fui abrindo os olhos e vendo que estava em cima da minha cama, perfeita e não dilacerada. Eu estava no meu quarto abraçada com a minha irmã.

As lágrimas aos poucos foram sumindo e o medo recuando.

Ao perceber isso, Nick soltou-me e segurou as minhas mãos com uma mão dela, e com a outra enxugou algumas lágrimas que teimavam em cair.

Você está bem caçula? – caçula? Nossa ela estava mesmo desesperada, Nick não me chamava assim há dez anos.

Estou melhor. – Respondi rouca.

Quer falar sobre o assunto? Você nunca gritou assim por causa de um pesadelo.

Não quero falar. – Olhei para nossas mãos dadas.

Certeza? – podia sentir sua enorme preocupação na sua voz.

Absoluta. – Olhei para ela.

Então, tudo bem. – O bom da Nick, é que ela não forçava você a falar de pesadelos. – Vou preparar seu café, daí vou sair com a Lila.

Você vai sair? – minha voz saiu desesperada.

Eu ia, mas... – deixou a frase para eu completar.

—... Mas você poderia ficar em casa nesse sábado... – olhou-me com uma cara estranha. –... até eu ir para loja. – Os nossos pais tinham uma chocolataria bem no centro da cidade.

Você nunca teve medo de ficar sozinha aqui. – Olhou-me. – Ai não! – ela gritou e colocou as mãos no rosto. – Você deu o endereço de casa para aquele garoto, não é? – parou por um segundo, e respondeu a própria pergunta – Deu sim!Por isso o pesadelo, não é? – Nick fez de novo. – Claro que é!

Então decidi contar sobre a visita do ‘‘Wolverine’’ a nossa varanda.

Vai ver foi por isso o pesadelo da porta.

Sabe Nick... – comecei e ela me encarou como se suas respostas estivessem certas. – eu não dei o endereço daqui para ele. – Nick suspirou aliviada. – Mas tem uma coisa. – Seus olhos voltaram a ficar preocupados. – Ma-ça-ne-ta. – Soletrei.

O que tem? – ela não estava entendendo.

Ontem logo que você saiu, – ergui um dedo antes que ela recomeçasse a falar. – aconteceu uma coisa. – Suspirei – Acho que é por isso que tive o pesadelo. – Nick olhava-me atenta. – Eu ouvi as caixas do papai caindo na varanda, daí olhei pela janela do meu quarto e não vi nada. Até pensei que poderia ser os nossos pais. Ouvi a maçaneta sendo forçada... eu achava que era o papai ou a mãe, mas pensei que eles teriam levado a chave e teria visto o carro.

Ela olhava-me preocupada, não poderia pular parte e nem abreviar nada, porque Nick odiava uma história abreviada.

Então recomecei a contar.

Eu fiquei com medo, mas desci a escada. A maçaneta ainda estava sendo forçada, então fui até a porta, porém, a luz da varanda estava apagada. – Apontei para ela. – Não conseguia ver nada. Coloquei a mão na maçaneta e comecei a virar a chave devagar.

Você fez o quê? Virou a chave. Está louca? – falou-me quase gritando.

É eu sei. Na hora me pareceu uma idéia inteligente.

Mas continua falando, o que aconteceu?O que você viu?

Então, eu virei à chave toda – e antes dela falar alguma coisa continuei – e segurei a porta e a maçaneta. Então, acendi a luz da varanda e seja o que estivesse lá fora saiu correndo, pela janelinha só consegui ver algumas árvores balançando do outro lado. E olha que nem ventando estava. – Fiz uma observação. – Depois eu abri a posta correndo e não tinha mais nada. Só que tive a surpresa, – ela encarou-me. – a maçaneta estava toda arranhada, como se o Wolverine estivesse tentando entrar aqui.

Esperei a reação dela, que aparentava estar pensando.

Nossa, – falou-me em um tom estranho. – tudo isso depois que eu sai. – Isso não foi uma pergunta. – É por isso que odeio esse lugar. – Sussurrou.

Então.. – hesitei – você vai sair agora? – apertei mais forte a mão dela.

Não, vou ligar para a Lila e falar que vou mais tarde. – Levantou-se da cama soltando um suspiro.

Mais tarde? – perguntei apavorada.

Quando você estiver na loja. Na hora que você chegar, já vou estar aqui.

Está bom. – Dei um sorriso. Não queria que ela ficasse aqui sozinha também.

Vai tomar café? – ela já estava na porta.

Perdi a fome. – Fiz uma careta e ela riu.

Você é quem sabe. Vou ligar para a Lila. – Nick desceu a escada.

Assim que Nick saiu levantei-me, quase cai por uma pisada em falso que dei. Mas consegui ficar de pé.

Fui me ver no espelho. Eu estava mais pálida do que o normal, – isso não me surpreendeu. – meu cabelo estava todo bagunçado e com os olhos vermelhos de tanto chorar.

Abri de pressa uma porta do guarda-roupa e peguei uma calça jeans manchada, na outra porta peguei uma camiseta branca e uma blusa marrom com botões; troquei-me rápido e de baixo da cama, peguei uma sapatilha que combinasse com a roupa.

Depois de ter me trocado fui para o banheiro – no entanto, ainda estava horrível. – comecei a lavar o rosto que ardia em volta dos olhos. Peguei a escova de cabelo e comecei a me pentear, fiz um rabo de cavalo no alto da cabeça e soltei a franja para o lado. Agora estava com a aparência melhor. – Mas ainda parecia que eu havia chorado.

Desci os degraus o mais rápido que pude, peguei minha bolsa de um ombro só e subi os degraus novamente para pegar a chave da loja.

Quando fui para a cozinha, senti os olhos da Nick em mim.

Já vai? – perguntou-me como quem não queria nada.

Sim. Você pode sair com a Lila, obrigada por ter ficado comigo. – Falei da cozinha.

Deixa que eu te levo para a loja, chegando lá, já vou para a casa da Lila.

Lila e minha irmã sempre foram amigas, quer dizer, Lila morava perto da gente antes. Mas mudou-se para cá antes de nós. O verdadeiro nome dela é Letícia. – Porém, ela odeia que a chamem assim. – Lila é meio ruiva variando entre o castanho, possui a pele clara com os olhos mel.

Tudo bem. Espero-te lá fora. – Fui abrindo a porta.

Vou pegar a chave do carro.

Nós entramos no Corsa Classic da Nick e fomos para a loja.

A loja ficava no centro da cidade. – Que era cortada por vários becos e vielas cheios de loja e de cafés. – A arquitetura do centro era antiga, as lojas eram feitas de pedras e o chão – com paralelepípedos. – também, parecia um cenário de filme. Eu era suspeita para falar, mas o centro era lindo.

A chocolataria se chamava ‘‘Doce Desejo’’ e era o orgulho do meu pai. – Mesmo que ele trabalhe muito pouco nela.

Nick me deixou na porta com um sorriso e saiu dando uma buzinada para mim. Era sábado, um dos dias em que mais dava movimento.

A placa com o nome da loja era verde, ficava à cima da porta e da vitrine, que exibia vários bombons coloridos e uma fonte de chocolate.

Eu comecei a colocar as mesas para fora junto com as cadeiras, quando fui entrando peguei um bombom só por rotina, arrumei o balcão e na vitrine e virei à placa de fechado para aberto.

O relógio marcava dez horas em ponto, quando a loja começou a ficar movimentada. As cinco mesas do lado de fora, já estavam ocupadas.

Consegui atender todos os clientes rapidamente. – Eu era acostumada com o movimento. – Logo voltei para dentro, enquanto as pessoas comiam.

Eu estava distraída separando chocolates pelas cores. – Em baixo do balcão para colocar na vitrine. – Ouvi o sino da porta balançando, mas não dei muita atenção. Se precisasse de ajuda me chamaria, então não parei com os chocolates.

Seja quem fosse, estava mexendo em várias embalagens, talvez estivesse com alguma dúvida.

Posso ajudar? – perguntei ainda abaixada.

Aquele chocolate com calda está onde? – perguntou uma voz doce e masculina.

Só vai ter de morango e de chocolate branco. – Esperei ele escolher.

Huumm.. – ele estava em dúvida. – Chocolate branco.

Primeira prateleira da esquerda. – Ergui o braço e apontei com o dedo. Ele apenas riu.

Obrigada! – falou-me da prateleira.

Nem respondi, era a minha função ajudar.

Você pode levantar, para cobrar agora. – Estava rindo.

Levantei ainda olhando para baixo, – para não pisar em nenhuma caixa. – olhei para ele e sorri. – Tentando ser simpática. – O rosto dele era conhecido, porém, não consegui lembrar-me da onde.

Comecei a passar os bombons no scanner, para ver quanto dava.

Puxei assunto para ver se me lembrava dele.

É muito chocolate para uma pessoa só. – Falei brincando. Ele olhou para o balcão com as embalagens e percebeu que eu tinha razão. Mas não riu da minha brincadeira, o que quase me fez corar.

Eu divido com o meu irmão. – Ainda pensava no que eu havia falado. Comecei a pensar que talvez ele fosse um pouco devagar com o raciocínio.

Deu dezessete reais. – Quando eu o olhei, lembrei-me quase como um estalo de quem ele era. Irmão, loiro com feições doces. Ele era um dos loiros da festa de ontem, o mais novo para ser mais exata. Só que os olhos dele estavam diferentes, era azul claro e não negros. Talvez por isso a primeira vista, quase não o reconheci. Ontem havia ficado tão perdida em seus olhos negros.

Fiquei tão fixada nos meus pensamentos que não ouvi o que ele tinha falado.

Você disse alguma coisa?

Disse sim, esqueci a carteira. – Ele colocou uma mão atrás da cabeça – Posso pagá-la depois? – pegou a sacola.

Desculpe, mas não. – Quando fui pegar a sacola de suas mãos, nossas mãos se tocaram. – Ái! – gritei – Você está queimando. – Eu o encarei do mesmo jeito que na festa.

Desculpe. – Falou-me com um sorriso nos lábios, ele sabia que eu o tinha reconhecido. Seus olhos estavam novamente negros. – Por favor, um só.

Não posso. – Falei enquanto o encarava.

Tudo bem. – Ele soltou a sacola. – Tchau!

No que pisquei, ele já estava na porta.

Ei, espere! – Falei alto demais, as pessoas lá fora ficaram me olhando. Já ele virou-se para mim, e deu-me o mesmo sorriso de ontem. – Quando estava saindo para ir embora.

Ele já estava atravessando a rua e entrando em uma das vielas. Por um impulso, sai correndo atrás dele, eu lutava, para esconder o motivo que estava me fazendo ir atrás dele. Eu sabia que talvez o garoto de olhar magnético pudesse estar com ele. – Afinal os dois eram do mesmo grupo. – E sabia também que se eu perdesse aquele loiro, nunca mais o acharia.

Talvez fosse o destino que o tivesse mandado lá.

Fui diminuindo a velocidade, até o ponto de estar andando. Ouvia vozes e risadas, e a voz do loiro estava no meio.

De repente, tudo ficou calmo, silencioso, e eu não sabia por aonde ir. Havia três caminhos na minha frente – três vielas. – o pior é que não havia ninguém para indicar a direção que ele havia seguido. O Sol iluminava alguns cantos, outros ele não conseguia, pois as paredes eram altas demais.

Droga!Eu o perdi. – falei brava e decepcionada comigo mesma.

Procurando por alguém? – uma voz rouca e curiosa falou atrás de mim.

Quando me virei não acreditei no que estava vendo. Era ele, o próprio com o olhar magnético, encostado em uma coluna atrás de mim. Ele era mais lindo do que eu lembrava, estava com a mesma roupa. – Só a camisa havia mudado, agora era de manga longa, mas suas mangas eram dobradas até os cotovelos. – Ele estava perfeito. E a sua voz, era maravilhosa, eu a imaginava assim. Só que não tão perfeita.

Minha nossa, ele estava esperando eu responder. ‘‘É só não estragar tudo’’, lembrei a mim mesma.

Eu olhei em seus olhos negros e me perdi.

E-eu... só estava, sabe. – Gaguejando e falando frases incompletas. – Idiota! – xinguei-me.

O quê? – perguntou-me sem entender.

Não você. – Falei desesperada. – Eu. – Admiti olhando para baixo.

Ele se desencostou da coluna e começou a andar na minha direção.

Você não parece idiota. – Sorriu e senti-me sem equilíbrio, por sorte não cai.

As aparências enganam. – Ainda não olhava para ele.

Uma de suas mãos apoiou o meu queixo, levantando a minha cabeça. Estávamos olhando nos olhos um do outro.

Não devia se tratar assim. – Olhou-me como se já me conhecesse há muito tempo. – Você não tem idéia de como eu a vejo. – A mão dele era quente e grossa.

Lutava para que meus joelhos não falhassem, e prestava atenção em cada palavra dele. Tentava não mostrar o nervosismo que sentia. O quanto meu corpo embaralhava-se com um simples olhar.

Ele era lindo na festa, e estava melhor agora, bem perto de mim.

Minha respiração estava muito profunda, de um jeito que nunca havia sentido. Meu coração estava acelerado, martelando em meu peito tão forte, que chegava a doer. Eu estava tremendo e gelada. Estava muito nervosa.

Está bem, – falei – eu não me xingo mais.

Ele riu e com isso meus joelhos foram para baixo.

Numa fração de segundos uma de suas mãos foi para a minha cintura, segurando-me. Não sabia o que viria agora, estávamos tão perto um do outro. Sentia sua respiração no meu rosto, e me surpreendi por estar tão profunda quanto a minha. Ele era quente, não só as mãos, mas o corpo todo. E o cheiro dele lembrava-me a um bosque depois de molhado pela água da chuva.

Desculpe-me, – falou-me a um palmo de distância do meu rosto. – geralmente eu falo mais.

Consegui ouvir risos atrás de mim, porém, não me importei.

Depois que ele falou, só consegui rir timidamente e não sei por que corei.

‘‘Não poderia ser mais perfeito que isso’’ Pensei. Entretanto, ele conseguiu deixar tudo ainda melhor.

Sua mão livre subiu levemente pelo meu braço e parou em minha nuca. – Eu estremeci com o toque quente dele. – Ele deu um leve sorriso e eu corei novamente.

Logo a sua boca veio de encontro a minha, mas não para um beijo. Ele apenas passava sua boca na minha, – como se estivesse me provocando – depois ela desceu para o meu maxilar, seguindo para o queixo e por fim no pescoço.

No meu pescoço, senti seus lábios úmidos e quentes, pois estava brincando comigo, em seguida deu-me selinhos no pescoço e isso me arrepiava até os ossos.

Entrei em desespero, quando seus lábios afastaram-se da minha pele.

Contudo, ele não parou por ai.

Seus lábios encontraram os meus em um leve toque, comecei a contar quantos selinhos ganhei dele naquela hora. Um, dois, três e depois perdi a conta. Já estava tonta, mas não queria que ele parasse. Então em outro impulso eu o abracei, e ele abriu a boca. De leves selinhos, deu inicio a um beijo inimaginável. Eu só conseguia acompanhar os seus lábios quentes. E ainda sim, fiquei perdida.

Naquele momento, senti-me incrivelmente completa.

Era como se antigamente, eu sempre estivesse pela metade, e só agora inteira.

Quando nossos lábios se separaram, eu não conseguia respirar.

  Ele riu e consegui sentir meu rosto ficando quente.

Quando me puxou para o seu peito, me senti protegida, como se nada pudesse me machucar. Ele me deu um beijo na testa e abraçou-me forte.

Você tem que ir. – Falou-me com uma voz triste.

Por quê? – não acreditava que ele estava falando isso.

A loja. – Olhou-me.

Que loja? – não estava entendendo.

Ele riu.

A sua loja de chocolate.

Ai, caramba, a loja! – falei sem acreditar que a tinha deixado sozinha.

Eu olhei para ele com medo de nunca mais o ver.

Ele conseguiu perceber o meu olhar.

Você vai me ver de novo. – Afirmou. – Confie em mim.

Diga-me pelo menos o seu nome. – Pedi.

Jared.

Você não vai querer saber o meu? – perguntei curiosa.

Eu já sei. – Falou-me rindo. O olhei desconfiada. – Selina, a loja. – Ele riu e voltei, para a loja correndo.

Quando cheguei, Nick estava esperando-me na porta, com os braços cruzados e batendo um pé no chão.

— Onde você estava? – seu olhar era furioso.

— Eu?Bom tive que.. bom eu tive que. – Com as mãos, apontava para vários cantos do ambiente. Nem eu sabia o que estava fazendo. Estava nervosa, ela não poderia saber sobre o Jared.

— Selina, olhe para mim. – Quando ela pediu para eu fazer isso, me veio à imagem do meu sonho: ‘‘ Jared congelando e sumindo. ’’ Comecei a tremer e meus olhos encheram-se de lágrimas. – Foi o pesadelo? – segurou minhas mãos.

— Eu... de uma certa maneira sim. – Menti, não foi por causa do pesadelo que eu havia sumido da loja.

— Bom, está tudo bem. – Ela sorriu.

— O quê? – não estava entendendo.

— Você viu que tempo? – mudou de assunto. Por que ela estava fazendo isso?Decidi não perguntar. Deixar tudo como estava, está ótimo.

— Vi sim. – Sorri. – Você desligou tudo em casa, não é? – olhei para ela.

— Não. – Lembrou-se.

— Como não, você não foi em casa?

— Fui, mas não desliguei. Não estava com esse tempo. – Ela apontou para o céu que estava ficando cinza.

— Você sabia que uma descarga elétrica pode por fogo na casa. – Falei séria.

— Eu fico na loja e você vai em casa desligar os matérias elétricos.

— Por favor, a chave do carro. – Ergui a mão.

— Cuidado com o meu carro.

Assim que cheguei em casa, desci do carro. Só lembrei-me do Wolverine quando peguei na maçaneta. ‘‘A casa estava toda fechada, então não tem perigo. ’’ Pensei.

Entrei e tranquei a porta rápido.

— Segura finalmente. – Falei para mim mesma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chocolate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.