_Meu Deus,Ela está ficando vermelha!-Gritei ,em pânico,me levantando.

Era para ser uma brinccadeira.Eu não queria que ela se machucasse.Muito menos que eu fosse a causa disso.Então assim que ela começou a ficar vermelha ,eu sabia que eu iria passar o resto dos meus dias em uma cadeia,presa ,xilindrada,talvez condenada a prisão perpetua.Tá,prisão perpétua ,não, mas com certeza o lincon nunca mais olharia na minha cara.

O restaurante inteiro havia parado para ver o show.

_Ah,não!Ela é alérgica a pimenta!-Lincon exclamou, se levantando também._Amor ,respira fundo.-disse preocupado.eu me lembrei de quando eu tinha caído e quebrado a perna uma vez.Lincon tinha falado com aquela mesma voz,reconfortante ,enquanto eu esperniava de dor. E agora era ela que ele consolava.

_Eu não consigo,tá quente!-Ela falava,com dificuldade .

Meu deus ,ela estava ficando com falta de ar!era agora que ela ficaria quente,cairia no chão e morreria na minha frente.E eu estaria o resto da minha vida condenada por ter matado um ser. Lembrei de quanto tinha cinco anos e vi aquilo acontecer. Vovô ficando sem ar, vovô tossindo e tendo uma ardencia para logo depois cair empacado em cima da mesa de janta no natal. Nunca mais celebrei o natal em uma mesa de jantar.

Ah,meu deus, Eu não podia deixar isso acontecer de novo.Olhei para a mesa e peguei a primeira coisa que vi, a jarra.eu não deixaria ela passar para o próximo estágio.Tomei toda a coragem e joguei o líquido ali,em seu rosto.

O mundo congelou.As pessoas pararam,imóvéis. Lincon parou onde estava,perplexo,e por fim a karla parou de tossi.Eu tinha conseguido.ela não ia cair morta no carpete .tudo bem que ela estava encharcada,mas e dai?Podia está estendida ali no carpete.

Já iria sorrir pelo meu resultado,quando ela me olhou com os olhos furiosas.opa!Talvez a ela está encharcada importasse.

Coloquei a mão na boca .

_Desculpa.Fiquei desesperada.Pensei que ia morrer.

Eu ia falar sobre meu avô,mas parei.Ela não precisava saber o quanto aquilo havia sido traumatico para mim.Sem que eu percebesse sentir meus olhos se encherem de água.

_tudo bem.-faloucalmamente._Acho que vou no banheiro ,tentar me recuperar.

Ela não esperou mais nada e saiu rumo ao banheiro.Lincon e eu nos sentamos a mesa,enquanto um dos garçons limpava o chão.

_Você fez de propósito?-lincon perguntou olhando para o prato.

_O quê?Claro que não!-eu falei ofendida.

_Então por quê jogou aquela jarra nela?-perguntou olhando nos meus olhos.

Senti vontade de chorar.Eu nunca tinha contado para o Lincon do meu avô.Quando nos conhecemos eu tinha terminados as sessões de psicologia e pensei que nunca mais aquilo fosse se repetir.Coloquei uma mecha atrás da orelha e abaxei a cabeça.

_Porque meu avô morreu na mesa de janta assim,quando eu tinha cinco anos.Pensei que ia acontecer a mesma coisa com ela.- minha voz era baixa e senti vergonha.

Esperei que ele começasse com as palavras de consolo,como tantos outro faziam quando eu contava o que tinha acontecido,mas isso não aconteceu.Lincon se calou e por um tempo caiu o silêncio entre nós. Pronto, ele estava com pena.Eu não sofria mais de pensar naquele dia.eu tinha mesmo superado aquilo.não precisava que alguém me olhasse com cara de pena por isso.

_Já tinha terminado o jantar?-Ele perguntou depois de um tempo, calmamente.

_O quê?-perguntei desorientada,olhando pra ele.O que o jantar tinha a ver com isso?

_Melhor ir pro outro mundo de barriga cheia,ue.a viagem é longa .-Ele falou ,com um sorriso torto nos lábios.

Comecei a ri.ele não estava me tratando com uma traumatica.Comecei a engasgar de tanto ri.Minha barriga já estav doendo.

_Ei,quer ser a próxima?-ele exclamou divertido. _Vou avisando que não vou no interro de ninguém.não gosto de cemitérios .

_E depois diz que eu sou sua melhor amiga .-protestei ,entre os risos.

_só até que a morte nos separe.- ele zombou ,jogando um pouco de água em mim,as risadas.

E então encontrei os olhos e Karla ,me olhando sobre os ombros de lincon.Parei de ri,e lincon se virou ,parando de ri também.

_Você está bem,Karla?-perguntou Lincon,preocupado.

Ela me olhou.Não o tipo de olhar carinhoso e normal.não,ela me olhava com fúria e odio.

_Claro,amor.Sabe que o garçom falou que houve um equivoco.-disse olhando pra mim,se aconchegando nos braços do Lincon.

Meu deus, o garçom!

_Que bom que está melhor.Eu realmente fiquei preocupada.-falei ,voltando atenção para seu prato.