Pov_Lincon

Fiquei impressionado com a atitude da Carol, e completamente sem graça pela Karla, que virou o rosto em reprovação.

Olhei para minha pequena com aquele olhar, que ela conhecia muito bem, de quando não gostava de algo. Mas ela continuou com os olhos fixos no celular e sequer me olhou, totalmente concentrada em sua tarefa de me fazer passar vergonha.

_podemos nos sentar?-perguntei sem graça.

_Já estou sentada. Em pé estão vocês aí!-Carol, resmungou ,ainda sem tirar a cara do celular.

Meus olhos se arregalaram e foram ,como uma flecha, em direção a Carol, ao ouvir aquela frase. Karla olhos pra mim e me deu um sorriso, sem graça e tentando ignorar o pequeno comentário, acenando com a cabeça. Puxei a cadeira para ela, olhando fixamente para Carol, enquanto Karla se sentava com delicadeza. Delicadeza que Carol não tinha. Me acomodei na cadeira ,entre as duas.

Durante os cinco primeiros minutos ninguém falou nada. Até que por milagre, o garçom aproximou-se ,trazendo o cardápio. Era a chance de introduzir um assunto. Eu precisava que as duas se dessem bem. Isso porque Carol era uma parte importante na minha vida e Karla estava entrando nela agora.

Quando eu a conheci ,vi nela uma chance de assumir algo serio. Eu já estava cansado de ficar com várias garotas e não ter alguém de verdade. A única pessoa que sempre estava ao meu lado ,em todo tempo, era a minha pequena que eu amava desde pequeno e que me conhecia como ninguém. Com ela eu podia me abrir, agir como eu era, esquecer todos as pressões em casa e me divertir. Ela era inteligente e cabeça dura, mas também sabia escutar como ninguém, achava alegria em tudo e era a pessoa que eu conhecia. mais E era exatamente por isso que eu não estava entendo sua atitude naquela noite.

_O mesmo de sempre pequena?-perguntei ,colocando a mão sobre a sua, como sempre fazia.E ela me olhou ,soltando aquele bendito celular.

Senti os olhos de Karla fuzilarem minha mão na de Carol. E eu retirei me dando conta do que fazia. Para concertar a burrada que fiz, beijei sua mão e perguntei:

_E você ,minha linda? O que vai querer?-Karla sorriu e o pelo de sua mão se arrepiaram. Ri ,baixinho e ela soltou sua mão ,ficando um pouco vermelha,voltando a olhar para o cardápio. Amava quando ela corava.

_Tanto faz.-Ouvi Carol dizer,voltando seus olhos para o celular._A noite está um saco mesmo.

Nossa,ela só podia está de TPM.Ela podia ter me avisado antes de sair de casa.Parecia brincadeira, ela amava aquele restaurante.

Karla estava analisando o cardápio ,entretida,com um sorriso no rosto.Pelo menos alguém ali estava colaborando.Quando ela se decidiu,chamei o garçom.

_Eu vou querer frango grelhado,sem pimenta .Eu sou alérgica.

_E você ,Carolina?-perguntei olhando para ela.Desta vez foi minha pequena que me fuzilou.Ela arregalou os olhos e depois os deixou meio cerrado ,com uma raiva controlada evidente.

_Acho que vou querer o mesmo.Com Pimenta!-Selou o cardápio com uma enorme velocidade e força,que o barulho assustou até o garçom.

_Pra mim o mesmo,por favor.-falei sem graça,estendendo o cardápio para o garçom.

Ainda um pouco assustado, ele recolheu os cardápios e disse:

_Aproveitem a noite.

Assim que ele se afastou eu soube que deveria falar com a Carol,antes que as coisas ficassem pior.Aquela era minha chance.

_Hum!Esqueci a bebida.-Disse rápido, sem dar chance de Karla dizer algo ,me levantando e dando um selinho nela.

Passei ao lado da Carol e lhe dei um cutucão,despistado.Carol olhou para mim de um jeito indignado .

_Ai, Lincon!Não está me vendo,não?-reclamou,colocando a mão no braço ,onde a atingir.

Karla estava distraída olhando as unhas, então eu fiz um sinal com a cabeça para que ela me acompanhasse e fui até o bar.Quando cheguei lá e olhei para trás,pude ver que ela continuava lá,sentada,parada,feito uma pedra no meio do caminho. Coloquei a mão na testa ,tentando não perder a paciência com a lerdeza da Carol. Não tive escolha a não ser usar meu último recurso.Peguei o celular e lhe envie uma mensagem.

“Olha pra cá!

De: Lincon”

Vi ela olhar para todos os lugares d restaurante.Menos pra mim!Tive que enviar outra mensagem.

“No bar.

De:Lincon”

Agora sim ela olhou pra mim.A Carol estava ficando um pouco devagar.Vi Ela se levantar e caminhar até mim, e quando vi que ela ia passar direto por mim, a puxei pelo braço.

_Eu estou aqui!-Disse a ela , nos escondendo na pilastra,onde Karla não iria nos ver.

_Ah,que estranho,porque eu estava procurando alguém que me chamou de Carolina!-Ela disse extremamente brava ,olhando pra mim.

Eu adorava quando ela ficava bravinha,dando aqueles ataques dramáticos dela.Mas hoje,sinceramente ,aquilo estava me fazendo perder a paciência.Fechei os olhos por um instante e depois abri,pedindo aos céus que me desse paciência.

_Minha pequena,será que não dá para você tentar me entender?Você está ,praticamente,cuspindo fogo na Karla.-disse com um olhar de súplica.

_Agora eu sou sua pequena?-Carol me perguntou com um tom nada amigável,na voz._Porque na frente da sua namorada ,eu era apena Carolina!

_Isso não é verdade!-me defendi,dividido entre a raiva, de está sendo injustiçado, e a compreensão.

Por que ela não podia ,simplesmente ,entender e pronto?

_È sim,Lincon!Você teve vergonha de mim na frente daquela..daquela...-Ela se calou nervosa e se virou para voltar para a mesa,mas eu a puxei pelo braço,aproximando-a de mim,a fazendo me encarar.

Ela fixou os olhos nos meus e o silêncio nos inundou, por um momento,até que eu vi seus olhos um pouco marejados.Então eu a soltei,me dando conta do que estava fazendo.O que eu estava fazendo? Eu nunca tinha levantado a voz para minha pequena e me arrependi por ter a tratado tão rudemente. Mas ela não podia entender que eugostava da Karla ,mas que ela também era tão importante ,quanto meu ar?

_Me perdoa,ta?

Ela ainda permanecia com a cara emburrada ,e mesmo que ela não quisesse admiti.pude ver seus olhos ficarem marejados e a voz dela sair irritada.

_Que saco, Lincon!Será que essa garota já fez lavagem cerebral em você?

Dei um sorriso torto , e passei o dedo ,levemente, na bochecha dela.então ela ergueu o olhar ,até se encontrar com o meu.Me senti horrível,mas com todo carinho ,repeti o pedido.

_Você pode me perdoar?

Aos poucos ,vi um leve sorriso sapeca se formarem em seus lábios.Então se formaram um nos meus também.

_Isso é um sim?-Indaguei feliz por ela parar de me odiar.

Tá bom, ela nunca me odiou.Mas não custava tentar enganar.Ela ficou pensativa por um tempo.

_Tá!-Ela falou ,se dando por vencida.Eu ri ,baixinho._Mas só se você prometer não fazer isso de novo.- resmungou ,ela fingindo-se de difícil.

Eu sei,eu sei.Ela me amava,só não demonstrava muito.

_Prometo.-Disse levantando a mão direita._Agora você tem que prometer que vai ser legal com ela.

Novamente ela ficou pensativa e depos sorriu.

_Pode deixar ,Lincon.Prometo que vou ser legal com ela.-Dizendo isso ela me deu tapinha de leve nos ombros.

_olha,nos vamos fazer o seguinte.-Disse segredando a ela._Eu voltou para a mesa e depois de um tempo você vai.- e lhe dei um beijo na testa.

_Com certeza, Lincon.Vou te ajudar nessa.Vou ser um anjinho.

Voltei para mesa e dei um beijo na Karla.

_Já voltou ,amor?-Ela perguntou ,quando nossos lábios se separaram.

–Hurum.-falei sorrindo ,alisando a mão dela encima da mesa.

_Eu amo você,sabia?-Ela tocou meu rosto,me acariciando.Ela nunca tinha me dito isso.

Eu me aproximei ,e a beije.Um beijo calmo,aprofundando um pouco .Qquando ela passou a mão no meu pescoço, senti um arrepio.Por isso resolvi, parar por ali já que estávamos em um restaurante.Reunindo toda força do meu ser, finalizei o beijo ,seguidos de selinhos.

_Eu também.-acariciei seu rosto e a trouxe para perto de mim,a aconchegando em meus braços._Eu também.