Segredos Gregos escrita por Khelita


Capítulo 6
Capítulo 6 - A história de Dânae


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo a história fica um pouco mais clara.



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            Quando cai no mar, perdi a noção de onde estava. Comecei a nadar desesperadamente sem rumo, até que notei uma claridade. Nadei em direção a ela e cheguei à superfície. Quando emergi, me deparei com uma realidade sobrenatural. Kostos estava tentando acertar com uma faca a coisa alada que havia me derrubado no mar. Nunca pensei que fosse ver algo igual àquele monstro. Tinha um aspecto feminino, com serpentes no lugar dos cabelos e asas pontudas, parecidas com a de um morcego.

Embora Kostos parecesse cansado, notei que ele lutava cada vez mais intensamente. Por maior que fosse o meu medo, não podia ficar vendo aquela fera matar Kostos. Com um certo esforço consegui subir a bordo do barco novamente. Fiquei abaixada enquanto procurava alguma arma em potencial e, quando a localizei, ela estava no pior local possível, bem atrás do monstro. Uma lança. Meu cérebro reagiu rapidamente ao receber aquela informação. Tão rapidamente, que eu só percebi o que havia feito, quando já estava com a lança na mão.

            Em um movimento rápido, eu havia corrido rapidamente ao encontro da fera. Quando ela me viu, eu me abaixei, dei uma cambalhota peguei a lança e acertei em sua asa esquerda. Assim que a lança penetrou em sua asa, o monstro fez uma cara de dor profunda e, em um clarão de luz, desapareceu.

            - O que era aquela coisa? – perguntei enquanto me levantava limpando as minhas roupas.

            - Assustadoras essas fúrias não é mesmo? – Kostos falou com uma naturalidade que me espantou.

            - Você sabe que bicho é esse? – minha voz nunca havia soado tão alta.

            - Pensei que você soubesse também ora essa! Você é uma semi deusa!

            - Mas com você sabe quem eu sou? E você também é um semi deus?

            - Não pude deixar de reparar em seu colar, ele tem um brilho especial, além de dizer que você é filha de Atena. E sim, eu sou filho de Poseidon. Eu posso estar enganado, mas eu não acho que essa fúria estava atrás de mim. - Kostos agora tentava arrumar as partes de seu barco que haviam sido quebradas durante a luta.

            - Ótimo, pelo menos agora eu tenho alguém que me entende! Mas eu continuo sem entender que bicho era esse? E o que ele queria? – minha voz agora expressava um certo conforto, afinal, tinha mais alguém igual a mim.

            - Esse bicho era uma fúria, também conhecida como Erínia. Tivemos sorte em aparecer somente uma, pois na verdade são três. As fúrias são personificações do mal e vivem nas profundezas do Mundo Inferior. Obedecem a ordens apenas de Hades, portanto já sabemos quem a enviou. Ela não morreu, você apenas a espantou ao perfurar sua asa. A partir de agora devemos ficar atentos, pois ela provavelmente vai voltar.

            - Tudo que eu precisava era um monstro grego me perseguindo. Ainda não consigo entender porque Hades tentou me matar. – minha mente estava confusa. Precisava de ajuda, eu precisava de minha mãe para me ajudar. – Mãe, me ajude! – supliquei desesperada.

            A resposta chegou mais rápido do que eu imaginava. O céu acima do barco ficou escuro e tempestuoso. Uma espécie de redemoinho começou a descer em direção ao barco. Com medo de sermos jogados longe, Kostos e eu nos agarramos à lateral do barco bem na hora em que a ponta do redemoinho atingiu o barco. Fechamos os olhos esperando uma explosão, mas ao invés disso, uma forte luz e um calor acolhedor invadiram a embarcação. Abri os meus olhos lentamente e lá estava ela, Atena, minha mãe.

            - Você me chamou querida? – sua presença e sua voz agiram como um calmante em meu corpo.

            - O que eles querem comigo? Tudo isso tem alguma conexão com os manuscritos? – queria que tudo aquilo fosse um engano, mas no fundo eu sabia que tudo estava conectado.

            - Isso tudo é por causa dos manuscritos, Dafne. O que está escrito naqueles manuscritos é a chave de toda a existência dos deuses. Há muito tempo, Zeus confiou o nosso segredo a uma mortal, pela qual estava apaixonado. Seu nome era Dânae, filha do rei Acrísio, princesa de Argos. Acrísio aprisionou a princesa em uma torre de bronze, com medo de que alguém lhe tirasse a virgindade. Apesar de todo o cuidado, Zeus conseguiu chegar até Dânae e, contra a sua vontade, gerou Perseu. Seu amor por ela o cegou e ele contou para ela tudo sobre a nossa existência, como nos derrotar, como chegar ao Monte Olimpo, ou seja, tudo! Acrísio ficou tão nervoso que mandou matar sua filha e seu neto. A princesa já temendo uma reação como essa, escreveu tudo o que Zeus havia lhe contado para que seu pai pudesse se vingar dos deuses. Dânae e Perseu foram jogados ao mar em um caixão, mas Poseidon acalmou o mar e ambos sobreviveram. Porém, tudo o que a princesa havia escrito jamais foi encontrado por seu pai. A torre de bronze foi destruída e ninguém jamais ficou sabendo dos manuscritos, até os dias de hoje.

            - E agora eu devo decifrar o que Dânae escreveu? Mas por quê? – a história havia me deixado confusa. Se o objetivo era esconder o segredo, bastava queimar os papéis.

            - Precisamos saber o que ela escreveu e principalmente quem é o protetor eterno desse nosso segredo. O oráculo de Zeus nos orientou sobre a chegada desse protetor e, nós acreditamos que ele seja você.


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