Segredos Gregos escrita por Khelita


Capítulo 5
Capítulo 5 - Mulher ao mar


Notas iniciais do capítulo

Tô até com vergonha! Fiquei tanto tempo sem escrever! Agora que estou com mais idéias vai ficar bom! =]



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Não sabia ao certo de onde vinha aquela voz. Não conseguia abrir meus olhos ainda, pois a claridade os machucava. Fui recobrando a consciência aos poucos, mas minha cabeça doía horrivelmente por causa da pancada.

- Qual o seu nome? – a mesma voz estranha novamente

- Dafne Peloponeso. – respondi com uma voz grogue.

- Onde você mora Dafne? – não entendia para que tantas perguntas.

- Não moro aqui, estou no hotel Armeni Village. – logo após falar o nome do hotel, meus olhos se acostumaram com a claridade, perdi a respiração com a imagem que os meus olhos formaram. Foi como se meu corpo flutuasse. Perdia respiração e parei de escutar tudo a minha volta. Meu cérebro só conseguia se concentrar naquela visão. Um deus grego (modo de dizer é lógico!) com cabelos pretos levemente despenteados, olhos verdes que seriam capazes de penetrar a minha alma e um sorriso branco como mármore, com o qual eu jamais havia sequer sonhado. Meu coração parou de bater por um minuto e pude sentir a respiração dele muito próxima do meu corpo. Não entendia ao certo o que estava acontecendo, pois seus olhos mostravam preocupação.

- Dafne, meu nome é Kostos. Eu vou te levar até o seu hotel pois você tem um corte na testa.

- Hã?! Minha tes... – comecei a sentir um líquido quente escorrendo pela minha testa. Levei a mão à ferida e constatei que era realmente sangue. Minha cabeça doía muita e eu estava enjoada com tanto sangue.

Tentei me levantar, mas minha cabeça estava tão pesada que cai para o lado. Mas dessa vez não senti o chão duro, mas sim braços fortes me segurando.

- Um tombo por dia basta! – Kostos me pegou antes que eu pudesse chegar perto do chão.

Sem muita dificuldade, Kostos me carregou em seus braços até o hotel, que estava a uns 10 minutos de onde me machuquei. No caminho, não pude deixar de reparar como ele era bonito. Tinha feições marcadas, olhos penetrantes, mas ao mesmo tempo carinhosos. Fiquei hipnotizada com aquela visão, meu corpo ficou mole e eu esboçava um sorriso besta nos lábios. Ótimo! Estava apaixonada pelo primeiro grego que aparecera na minha frente!

Ao chegar ao hotel, subimos direto para o meu quarto e ele me deitou em minha cama. Embora não me conhecesse, Kostos tinha uma cara de preocupação e estava focado em fazer minha testa parar de sangrar. Nenhum homem jamais havia se preocupado comigo daquela forma, o que me fez sentir ainda mais boba. Não sei se era por causa do tombo ou por causa de Kostos, mas eu não conseguia parar de sorrir, como uma criança em dia de natal.

- Primeiro vamos limpar essa quantidade de sangue e depois iremos colocar um curativo. – disse enquanto limpava minha testa com uma toalha úmida.

- Eu sei que eu cai, mas como foi exatamente que eu machuquei a minha testa? – eu realmente não sabia de onde vinha tanto sangue. E minha cabeça doía, como se tivesse levado uma pedrada.

- Você bateu em mim, caiu no chão e bateu a testa na quina do passeio – eu estava com dor, mas pela cara de horror que ele me fez, o tombo tinha sido realmente feio – não foi uma coisa muito bonita de se ver. Tinha muito sangue. Bem, mas temos sorte! Não precisara de pontos!

- Pelo menos uma boa notícia! Mas estou sentindo um galo enorme crescendo em minha cabeça! – minha cabeça estava ficando pesada e, pelo visto, o galo ficaria enorme.

- É...realmente, sua cabeça está levemente inchada – ele afastou meus cabelos para ver o machucado mais facilmente e pode ver que minha cabeça começara a inchar. Pela sua cara de surpresa, não estava levemente, mas sim enormemente inchada!

- Acho que acabei. Agora é só colocar um curativo e você está pronta para mais um tombo! Brincadeira! Sem mais tombos por hoje! – seu sorriso era lindo, e mesmo com dor, ele conseguia me fazer sorrir também. E o mais estanho é que eu me sentia confortável com ele, como se nos conhecêssemos há muito tempo.

- Muito obrigada pela ajuda! Você foi muito lindo e atencioso! – lindo?!?! Quão forte eu havia batido a cabeça mesmo?!

- De nada! Você também é muito linda – ele me olhou com uma cara confusa, como se o “lindo” que eu havia falado, fosse uma gíria americana. – Mas, infelizmente, eu não poderei deixar você sair, pelo menos não sozinha. Por precaução, irei te acompanhar em seu passeio pela ilha, caso você passe mal. Primeiro, vamos nos certificar de colocar algum alimento em nossos corpos e depois iremos para o meu local favorito em toda a ilha.

Kostos me levou para um restaurante não muito longe do hotel. O pedido ficou por conta dele, um prato típico grego, chamado Marides tiganites, pequenos peixes fritos com gomos de limão. Tudo estava delicioso, mas eu não via a hora de conhecer mais a ilha. Do restaurante podíamos ver o mar e eu estava doida pra nadar.

- A água aqui é muito gelada? – perguntei, mas mesmo se a água fosse congelante, eu iria nadar.

- Haaa, essa é a segunda parte do nosso passeio por Santorini, um mergulho. Mas não se preocupe, a água é deliciosa.

Logo após o nosso delicioso lanche, fomos em direção ao mar. Chegamos a um cais de madeira onde havia vários barcos com bandeiras diferentes em cada um deles.

- Qual o significado das bandeiras de cada barco? – indaguei apontando para uma bandeira azul com detalhes em branco.

- Cada bandeira representa uma família. A fonte de renda daqui é basicamente a pesca, então cada família tem um ou mais barcos pesqueiros. Esse para qual você apontou é da minha família.

- E você tem um barco somente seu?

- É claro! – me respondeu como se aquela fosse a pergunta mais obvia do mundo – esse que está mais perto do cais é o meu. Ele é pequeno e meio velho, mas é muito charmoso. Venha, vou te mostrar.

Com a ajuda de Kostos subi a bordo de seu barco. Ele era realmente pequeno e fedia a peixe, mas era realmente charmoso e muito bem organizado.

Enquanto ele desamarrava o barco para podermos dar uma volta, cheguei à beirada do barco e olhei para o mar. Alguma coisa grande se movimentava na água em direção a superfície. Era muito grande para ser um peixe e estava chegando cada vez mais perto. De repente, o bicho pulou para fora da água, e pude ver com mais clareza. Definitivamente não era um peixe! Era maior do que eu imaginava, cinza escuro e com asas. Ele começou a voar em minha direção e reparei que seu rosto lembrava algo demoníaco, com grandes dentes afiados. Quando percebi, ele começou a vir em minha direção rapidamente e sem aviso me atacou, fazendo com que eu caísse no mar.


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