Segredos Gregos escrita por Khelita


Capítulo 4
Capítulo 4 - Santorini


Notas iniciais do capítulo

A partir de agora irei postar com mais freqüência. Finalmente chegamos em Santorini!



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Fui para casa extremamente confusa com o que tinha acontecido na biblioteca. O colar que pendia em meu pescoço era a prova de que tudo aquilo não tinha sido apenas um sonho. Me sentia confusa, todos haviam mentido para mim. Não sabia o que pensar e nem como poderia encarar meus avós depois de tudo isso. Precisava sumir, não ter ninguém conhecido por perto. Meu coração batia descontrolado como se ele não soubesse mais como bater. Não sei bem ao certo o que aconteceu, mas quando vi, estava na porta de casa, como se estivesse em transe. Meus avós tinham saído para fazer compras e a casa estava vazia. Subi até o meu quarto, peguei o essencial para passar dois dias fora e desci para a cozinha. Peguei algumas frutas, uma garrafa d’água e já estava indo embora quando lembrei dos meus avós. Mesmo estando confusa e nervosa com a situação, não queria preocupá-los. Escrevi um bilhete falando que estava tudo bem e que eu iria passar dois dias em Santorini. Deixei o bilhete na mesa da cozinha e fui embora.

      Para chegar em Santorini era necessário fazer uma viagem de 10 horas de barca, saindo de Atenas. A viagem seria a oportunidade perfeita para eu organizar os meus sentimentos e até mesmo a náusea seria um pequeno detalhe. Me acomodei em uma cadeira distante das vozes empolgadas dos outros passageiros. Todos pareciam tão felizes e eu com a angústia do mundo em meu peito. Decidi que não poderia esperar uma semana para começar a decifrar os manuscritos, teria que começar assim que eu voltasse de Santorini. Tudo que eu havia vivido, tudo que eu era e tudo o que eu sabia fazia sentido agora. Eu era uma pessoa especial. Não sabia ao certo o que eu era, não havia perguntado para minha mãe, mas sabia que agora eu podia sentir por todo o meu corpo que aquilo era real. Era como se todo o meu ser soubesse que eu tinha uma missão, que eu tinha que ser forte. Meu cérebro havia assimilado a informação e eu conseguia pensar de forma lógica, já sabia o que fazer e quando fazer. O sangue dos deuses fluía em minha veias e eu precisava honrar minhas origens.

      Cheguei em Santorini de noite, com uma linda lua cheia, conhecida também como “lua do marinheiro”. Fui procurar um hotel pela ilha, e como estava cansada, fiquei no primeiro em que entrei, chamado Armeni Village. A recepcionista, Aglaia, me informou que como eles estava em baixa temporada (abril) ela faria um desconto caso eu escolhesse pelo melhor quarto do hotel. A proposta foi extremamente tentadora e eu não resisti. Ao entrar no quarto pude perceber que havia feito a escolhe certa. O chão do quarto era todo de pedra, com paredes e móveis brancos com detalhes em azul e um lindo vaso de girassóis na mesa de centro do quarto – o que fez com que o quarto tivesse um cheiro especial. Apesar de toda a beleza da ilha, não tive forças para sair e comer em algum restaurante típico. Tomei um banho e me espatifei na cama.

      Acordei na manhã seguinte confusa com os acontecimentos recentes, mas, ao mesmo tempo, com uma força que eu nunca havia sentido na minha vida. Parecia que todo o meu corpo havia se modificado, estava forte e com disposição para seguir adiante, como se eu estivesse indo para uma batalha. Desci para tomar café e cada vez mais me sentia a vontade na Grécia, como se tudo fosse feito para mim. Com tanta disposição, mal podia esperar para conhecer a ilha. Acabei meu café e fui perambular por Santorini.

Assim que coloquei os pés para fora do hotel, fui tomada por uma onda de calor reconfortante, como se estivesse sendo abraçada bem forte. Todos os meus pensamentos ruins foram embora e eu só conseguia pensar em como eu poderia ser feliz naquele lugar e como eu pertencia àquele país. Comecei a perambular por aquele lugar maravilho. As casas brancas, com portas e janelas azuis e para completar o cenário perfeito, um sol deslumbrante de fundo. Andei sem rumo por uns vinte minutos, até que entrei em uma rua como outra qualquer e me deparei com uma feira de peixes. Eram vários estandes vendendo os mais diversos tipos de peixes e frutos do mar. Ao andar pela feira fiquei desorientada com tantas pessoas falando ao mesmo tempo, mas pude perceber que a maioria dos vendedores já eram bem mais velhos, como se aquilo fosse uma tradição familiar. Estava tão entusiasmada com aquele ambiente que eu sequer me importava com o cheiro extremamente forte da feira. Eu não entedia bem o que estava acontecendo comigo, mas percebi que eu não conseguia para de sorrir, absolutamente tudo naquele lugar me fazia feliz.

Minha felicidade tomou conta de mim de tal forma que eu nem conseguia prestar atenção para onde ia. Estava andando desnorteada quando bati o meu rosto tão forte em alguma coisa, que cai no chão e perdi os meus sentidos.

- Você está bem? – perguntou uma voz estranha ao fundo.


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