Estávamos eu e ele, juntos no restaurante. Naruto tinha dito que queria fazer uma pergunta. Meu coração acelerou, e as pessoas que jantavam no mesmo ambiente que nós, magicamente desapareceram. Era só eu, ele e a comida. Ele colocou sua mão sobre a minha; o que me fez corar levemente. Ele sorriu ao ver a tonalidade do meu rosto e chegou o dele mais perto.

— Eu não agüento mais a Yugito. Eu quero você, Hinata. Fica comigo? — Disse num tom sedutor.

KAMI-SAMA OUVIU MINHAS PRECES! Meu coração parou por um segundo. Nem dei bola, afinal, quando seu coração para de bater, você ainda vive mais sete minutos, e diante das palavras de Naruto-kun, um segundo não era nada.

— Claro — Sorri e ele tomou meus lábios.

Que sabor de ramem os lábios dele tinham. Um ramem misturado com carinho, paixão. Ta bem, eu acho que estou delirando! A mão dele pousou sobre meu pescoço, aprofundando ainda mais o beijo que começou delicado.

— Hinata-chan? — Uma voz me chamou.

— Continue o que está fazendo! — Disse eu meio raivosa após ele parar o beijo.

— O que disse Hinata? — Ele me perguntou confuso.

Bom, aquilo tudo foi uma ALUCINAÇÃO! Um simples sonho. Todas as pessoas estavam ali, do nosso lado, rindo e conversando animadamente enquanto comiam. Naruto me olhava ainda confuso e eu me xingava por tudo aquilo não passar de um sonho. Dos bons.

— Nada, só pensei alto — Corei. — Mas o que tinha pra me perguntar.

— Eu queria saber se você — Ele sorriu ainda mais. — quer ser a madrinha do meu casamento.

Comecei a tossir. Engasguei com a lasanha que devorava até poucos minutos atrás. Resolvi beber a coca-cola que estava na minha frente. Engasguei ainda mais. Minha face corou violentamente, passando de um simples vermelhinho para um vermelho vivo. Quase todos daquele restaurante me olhavam assustados. Quando finalmente consegui desengasgar e engoli a comida me virei para Naruto.

— É sério mesmo? — Franzi o cenho.

— Sim — Ele achou que eu aceitaria? NEM MORTA.

— Claro — Forcei um sorriso.

— Bem, Yu-chan — Já disse o quanto eu odeio quando ele a chama assim? — irá experimentar o vestido amanhã de tarde. Mandarei ela te ligar, está bem?

— Ok.

(Misa narrando)

A tarde estava sendo anunciada pelo céu rosado e alaranjado. Eu ainda estava na bendita livraria. Gostava de livros e sempre que tinha tempo, vinha em uma livraria ou biblioteca. Aquele era meu passatempo: comprar e ler livros. Posso às vezes parecer baladeira, mas eu gosto mesmo é de ficar sozinha.

Um livro me chamou a atenção. O problema é que estava numa prateleira mais alta do que eu. Fiquei pulando durante uns cinco minutos e ainda não tinha conseguido pegar o maldito. Todas as cadeiras que tinham estavam ocupadas.

— Ta precisando de ajuda? — Uma voz masculina ganhou minha atenção.

Ah, era somente aquele Inuzuka Kiba. SOMENTE? Eu estava ficando louca. Que cara bonito! Mais alto do que eu, olhos tão castanhos quanto o cabelo liso e despenteado. E parecia ter um bom físico. O único “porém” disso tudo é que ele me provoca. Desde aquele jantar com a noiva do Naruto que ele me chama de baixinha. Dispensável, sendo que ele só deve ser cinco centímetros mais alto do que eu, ou até mais. Ta bom, cinco centímetros e muita coisa quando se trata de tamanho.

— Não — Disse, voltando a tentar pegar o livro.

— Não é o que me parece, baixinha — Ele riu a me ver pular.

— AVA! Não to com paciência agora — Disse cruzando os braços.

Riu um pouco e depois que parou, caminhou até a minha direção. Eu o fitava curiosa. Ele passou por mim e estendeu o braço forte dele. Pegou o livro e estendeu pra mim, abrindo um sorriso branco e perfeito. Acho que fiquei um tempo parada, só o admirando.

— Valeu — Disse eu agarrando os livros de sua mão e indo embora, na direção do caixa.

— Hei — Ele me seguiu. — Ô baixinha, ta apressada?

— A partir do momento que você começou a falar comigo, sim — Respondi.

— Isso tudo é porque a senhorita está apaixonada por mim — QUE CONVENCIDO!

— Claro que não, palerma — Me controlei pra não dizer outra coisa. — Só te conheço a um dia!

— Não precisa esconder, todas me amam — Fez uma pose de gostosão e umas garotas suspiraram. — Viu?

Permaneci em silêncio o encarando, com uma cara nada agradável. Ele riu e falou algo como “ja ne, baixinha”. Que vontade incontrolável de jogar esse livro na cara dele. Mas me controlei, preferi não jogar, poderiam me levar presa, por agressão, justamente eu, que sou uma pessoa pacata, da paz.

Paguei o livro e fui pro hotel. Adivinhem que eu encontro ao abrir a porta? Hinata com uma cara de “fu (n/a:censurado ú-ú) total” chutando tudo que tinha no quarto.

(Sakura narrando)

Lá estava eu, perdida, com uma cara de choro. Odiava ficar perdida. Uma vez, quando era bem pequenininha, estava num shopping com meus pais. Num minuto estava ao lado da minha mãe e no outro, estava sozinha, andando pelas lojas chorando. Foi uma experiência traumática. Ta bom, nem foi tanto assim, mas me deixou com medo, não sei por quê.

— KUSO! — Gritei começando a passar as mãos no cabelo. — Não acredito! — Comecei a choramingar. — Eu to perdida! KAMI-SAAAAMA! ME AJUDA! — Eu parecia uma criança, mas ao invés de chorar, apenas fingia.

— Vai ficar fazendo esse show no meio da rua? — Uma voz grossa me perguntou.

Olhei pra frente e vi um carrão prata. Olhei pra janela e vi o banco de carona vazio. Levantei do chão e vi quem dirigia. QUE ALÍVIO! Kami-sama é mesmo poderoso! Ri do meu pensamento e voltei a olhar para o motorista.

— Sasuke-kun — Disse aliviada e me jogando na janela. Ele me olhou confuso ao pronunciar o “-kun”. — Estou perdida! Não faço ideia de onde eu estou! — Choraminguei.

— Entra — Ele abriu a porta, me oferecendo carona.

— Valeu Sasuke-kun — Sorri.

Passei o caminho todo tentando puxar conversa, mas ele apenas me respondia com monossílabas, tipo “sim”, “não”, “hm”. AH, QUE SACO! Qual é o problema dele? Ou será que quem tem o problema sou eu?

— Eu sou chata? — Perguntei o fitando.

— Que? — Mais monossílabas!

— Responda; eu sou chata? — Perguntei de novo.

— Por que faz a pergunta? — Ele me fitou por alguns instantes e voltou sua atenção para a rua.

— Eu passei o caminho todo tentando ser legal, tentando puxar assunto, e você aí, só me ignorando! Na real, se me acha irritante, diga logo! Eu só te conheço a um dia e tudo o que eu queria era que você me notasse e me achasse legal, mas é assim que você me trata! — Quase gritei. — Pode parar aqui, a partir daqui eu já sei o caminho.

— Você é irritante — Constatou. Abaixei a cabeça. — Mas é interessante.

— Hã? — Perguntei confusa.

— Nada — Sibilou e parou o carro.

Percebi que estava na porta do hotel e decidi saltar do carro. Fitei o Uchiha por alguns segundos, até perceber que ele estava ficando desconfortável com o meu olhar. Desci do carro e fechei a porta. Mesmo com os vidros fumê, consegui vê-lo apoiar os cotovelos no volante, e a cabeça nas mãos.

Que saco! Eu odeio gostar desse Uchiha maldito! Amor a primeira vista, ele não deve conhecer. Quando olhei nos olhos dele, quando ele veio e me deu dois beijos na bochecha, senti uma coisa no coração; soube ali que era amor. Mas o que aquele idiota sabia sobre o amor? Eu digo: NADA! Ele não sabe absolutamente NADA do que eu sinto para com ele. RIDÍCULO. Ridículo, idiota, estúpido, lindo, maravilhoso...

Pera, eu tive um plano. Um ÓTIMO plano. Peguei meu celular e procurei o número do Sasuke-kun. Disquei e esperei ele atender. Tu... Tu... Tu... Tu... Pensei que cairia na caixa postal, mas para a minha tremenda sorte ele atendeu.

— Alô?

— Sasuke-kun, sou eu, Sakura — Disse e consegui ouvir o moreno fazer um “Ahhh” — Tenho uma proposta. Primeiro, não me xingue, nem nada. Só quero que você diga sim. Tenho certeza que será tão bom pra você quanto pra mim. Está disposto a me ouvir.

— Fala — Ele suspirou.