Agora vou contar a vocês a minha jornada para encontrar meus pais:

                Primeiro, prestamos luto aos mortos e os enterramos Naily, ela teve o mais bonito tumulo que pudemos construir, afinal, sem ela nós nunca teriamos conseguido sair vivos da guilda. Assim que ficamos longe daquele lugar horrível eu e Layla fomos verificar o sumiço de nossos pais, e como ela havia percebido, eles não tinham sido vistos mais em Alberta e a nova casa deles estava vazia, apenas com os móveis, mas antes mesmo de procurar pelos meus próprios pais, eu tinha que acabar com a maldição que causou tantos problemas.

                Eu queria ir sozinho, mas Amy, Chin, Nuran e até mesmo Ramón quiseram ir comigo devolver a runa da escuridão para a velha bruxa do mar e Layla ficou cuidando da casa, porque alguém poderia roubar nossas coisas. Nuran insistiu para que fossemos até Comodo de teletransporte, ele adora magias e odeia andar, mas nós todos decidimos que a melhor maneira de levar a runa e cumprir a ultima promessa que eu fiz à Naily seria ir de a pé até a caverna, depois de tudo que tivemos que passar para recuperar a runa, nós não poderíamos terminar facilmente, eu acredito em honra e se devolver objetos roubados pessoalmente, com as minhas próprias mãos e pés, não for honra eu não sei mais o que poderia ser.

                Saímos cedo, as mochilas carregadas de mantimentos, todos bem equipados e prontos para qualquer perigo que pudéssemos encontrar. Mal colocamos os pés para fora de Morroc e Amy recebeu um telegrama de sua mãe, seu pai estava em péssimo estado de saúde, e ela teve que voltar a cuidar dele.

- Eu não quero ir Kaymo. – disse Amy chorando – eu não quero te abandonar de novo, da ultima vez você quase morreu.

- Você precisa ir Amy, seu pai precisa que você esteja lá, eu juro não me meter em confusão de novo. – respondi com um tom seguro.

- Você promete? Eu tenho certeza que você vai precisar de um príncipe encantado, minha donzela. – ela disse enquanto secava as lagrimas – Mas eu vou confiar em você dessa vez, não morra, por favor.

              Amy deu uma risada forçada, se despediu de todos e saiu sem olhar para trás. Eu prometi que não morreria, acreditando que seria capaz de cumprir, afinal, devolver uma runa não deveria ser tão difícil. Seguimos viagem, passando por todos os mapas sem sofrer um arranhão, foi bom para treinarmos porque os monstros não eram fracos e nem muito fortes, só não esperava encontrar sozinho, um Dragão Mutante e um Anolian ao mesmo tempo, com a ajuda de algumas poções que estava guardando para Nuran, eu consegui derrotar-los e até ganhei um Cinto [1] e um Broche, ainda não sabia como ia pagar as poções a ele, já faz um tempo que não trabalhava e o dinheiro mal daria para terminar a viagem, mas resolvi cuidar desse pequeno problema depois, porque eu ainda tinha que levar a runa da escuridão.

              Encontrei com meus amigos novamente, eles já estavam preocupados comigo, enquanto eu estava sumido eles também tiveram problemas, foram atacados por vários Rotars, Zairos e até mesmo uma Peste, fico feliz que eles saíram tão bem sem mim, Chin veio me perguntar por que eu havia sumido e então contei sobre minha pequena luta e minha grande sorte com os monstros, Nuran não ficou nada feliz em saber que eu havia gastado suas poções, e disse que todo os dinheiro recebido quando vendêssemos os itens iria ser usado para repor suas poções, eu concordei, mas disse que se sobrasse dinheiro ele seria usado para que nós terminássemos a viagem, porque o dinheiro não seria suficiente para continuar a viagem, esse assunto preocupou Ramón, que é muito interessado por dinheiro.

              Logo chegamos à entrada do túnel que levava à gruta da bruxa, sabíamos que daqui para frente teria vários monstros fortes e talvez nós tivéssemos que correr de vários deles ou morrer tentando, entretanto não vimos nenhum monstro enquanto andávamos, todos nós estranhamos isso, mas continuamos descendo. Finalmente chegamos à gruta da bruxa do mar, e ela estava... vazia.  Tenho certeza que estávamos no lugar certo, mas não havia nem sobra de algum ser vivo ou não, lá.

              - Alguma coisa aconteceu aqui! – Nuran disse.

              - Ahm... Sério? – Rámon falou debochando e rindo – eu pensei que todos tinham saído de ferias, para praia ou coisa assim.

              Eu não pude segurar a risada, e Nuran olhou para Chin com uma cara de quem não entendeu nada. – Mas... Monstros tiram férias na praia?

              - Claro que não, ele só estava fazendo uma piada. – ela respondeu passando a mão nos cabelos dele.

              - Ahh sim! Não teve graça.

              Então ele se virou e começou a andar pisando forte no chão em direção à porta. – Parece uma criança mimada. – uma voz familiar veio do lado da porta.

              - Amy! – eu gritei correndo em direção à porta. – Não sabia que você viria até aqui! Como você conseguiu nos alcançar tão rápido? Como seu pai está? Eu já estava com saudades! Olha parece que alguma coisa aconteceu aqu... – ela me interrompeu com um beijo.

              -Você fala demais às vezes. –ela disse sorrindo, eu corei – Mas te calar é um bom motivo para um beijo. – ela continuou piscando, eu corei mais ainda.

              - Ahh! É tão romântico! – Chin disse quase chorando de alegria e balançando de um lado para outro.

              - Ei! Arrumem um qua... – Nuran dizia quanto caiu num enorme buraco que havia se aberto no chão.

              - De onde isso veio?- Chin disse olhando para baixo – Nuran!!! Você está bem???

              - Tá bem...??? – o eco respondeu

              - Isso parece ser fundo... mas nós temos que descer. – eu finalmente disse após examinar o buraco.