São onze horas da noite e estou ancioso para acabar com a cara daquele demonio idiota e com medo por ver Kyle novamente. A cabana era bem pequena tinha um teto coloquial, parecia ter uns três comodos, as paredes eram de madeira, tudo pacifico demais. Azazel estava lá e eu sabia. Também se via que Dean sentia isso. Sam parecia o mesmo, como ele dizia de seu emprego para mim Só mais uma caçada, mais uma luta e no final cerveja. Não me perguntem por que era ele que dizia isso. Era mais cara do Dean.

- Como atacamos? - eu perguntei, estavamos dentro do carro, nos preparando, algo me dizia que Azazel não seria surpreendido

- Você passa pela janela, eu pela outra a dos fundos e Sam pela porta. - ele disse colocando as balas na arma.

- Tem certeza ficarmos separados. Não é muito bom...

- Tenho certeza do que estou fazendo. Sou mais experiente que você nisso. - ele me olhou com aqueles olhos vazios. Ele não parecia o mesmo naquela hora.

Antes de qualquer coisa pequei minha pistola, a que havia ganhado de Dean a dias para me proteger, e fiz um peuqueno encantamento para que a Grande Mãe não me castigasse por usar uma arma e ainda mais para machucar alguém, mas estava protegendo duas crianças, então tudo bem, né? Mesmo assim fiz um pequeno encantamento.

Pequei um fosforo que havia no porta luvar do carro de Dean e o acendi, com o fogo desenhei um pentagrama na pistola e fiz a conjuração de São Miguel Arcanjo que consistia em dizer estas palavras pondo as mãos sobre a pistola e pedindo a todos os anjos, deuses que nos protegessem:

Era estranho, me sentia mais leve, mas o olhar de Dean ainda me deixava inquieto.

- Nenhum anjo irá te ajudar aqui. - ele sussurrou para mim

- É o que pensa. - eu olhei para o colar dele. Parecia indigena, não sei - Você não acha que este colar não tem um mesmo efeito de eu dizer isto? Não não admite, mas acredita nisso. Não sabe quanto poder há em suas mãos - eu o olhei, seus olhos estavam estranhos, era como se eu houvesse dito algo que tivesse feito ele se lembrar de lembranças horriveis - Dean... - eu ia tentar me desculpar

- Se Deus realmente existe, então... Por que ele fez isso? Por que nos colocou nessa vida? - ele parecia triste. Não gostava nem um pouco de ser um caçador

- Dean,... O por que é que há algo neste trabalho... Nessa vida que vai fazer com que você ajude varios... Com que você se ajude... - eu olhei para a pistola e depois para ele - Não acha que todas as pessoas que salvou acham que foi um milagre ter te conhecido... Salvou pessoas, Dean. Já não basta. - agora Sam me olhava pelo retrovisor - Já pensei assim uma vez... Sempre me perguntava o por que dos sonhos, das dores de cabeça... E percebi o por que... Eu tinha que ajudar todos esses. Pensei que já soubesse desde seus cinco anos de idade quando...

- Vi minha mãe morrer. Quando comecei nessa merda! - parecia que ia chorar.

- Temos que ir - disse Sam normalmente, como se nada tivesse ocorrido.

Olhei para o Dean e ele simplesmente assentiu e saimos do carro. Estava na hora do show. Podemos dizer que a entrada foi rápida demais. Tentamos fazer o minimo de barulho. Mesmo sabendo lá dentro que Azazel já sabia, preferimos tentar.

Eu entrei pela janela da sala, pelo menos era o que parecia. Uma lareira e sofás. Lugar aconchegante. Sam pareceu entrar por um dos quartos. E Dean na sala também. Ele veio pela outra janela que ficava na sala.

Quando entrei duas crianças estavam sentadas no sofá olhando para o nada. Dean as pegou e disse algo que não entendi. Não eram humanas, pelo menos não mais. Ela continuaram sentadas ali, sem dizer nada, não gritar, apenas com aqueles olhares vidrados no chão.

Depois de alguns minutos do Dean tentando levá-las eu fui entrar na outra porta e vi Kyle sentado em uma cama. Sam lutava com o Azazel. Ótimo!

- Dean... Ajude Sam! - ele foi e depois escutei alguns tiros, mas fechei a porta e fiquei na mesma saleta que Kyle estava. Estava imovel. Quieto. Não falava. -  Kyle?

- Acho que fiz a coisa errada.

Ele se levantou e com a luz do luar que vinha da janela, vi o seu rosto. Ele não estava como no sonho. Ainda tinha aqueles brilhos nos olhos e não estava tão magrelo, mas sua aparencia era triste.

Chequei perto dele e encostei em seu rosto. Estava frio, parecia morto. Quase chorei, mas tentei ser forte. Ele nao conseguiu ter o meu mesmo alto controle, ele sim chorou.

- Desculpa, Kyle, mas não posso... - eu mostrei a adaga que reluzia com o luar.

- Claro. - ele fez aquela mesma coisa de antes e a adaga negra apareceu, parecia mais escuro e um pouco maior. Não entendi como, mas não me importei no momento. - Cuidado, ela tem veneno. O meu proprio veneno. - sua voz era fria e monotona

Coemçamos com ataques simples. Ele era muito bom. Inteceptava os ataques, mas eu só tinha que destraí-lo até acabarem com Azazel e não deixa-lo fugir.

Depois de poucos minutos, ele pareceu mais rigido. Não queria saber com quem lutava. Era estranho. Ele conseguiu tirar a adaga de minha mão o que me deixou assustado e apreensivo.

- Não sei se se lembra, mas... - eu parei de falar e dei um chute em sua mão que por sorte fez a adaga voar e cair no chão - Você me fez apreender Krav Maga. Defesa pessoal. - fiz posição de ataque. O pior que ele tinha mais tempo de experiencia nessa tecnica. Eu estava fu****.

Os ataques eram rápidos, meus socos quando chegavam até ele, não fazia nenhum dano. então ocorreu a pior coisa do mundo. Eu deveria morrer naquela hora, simplesmente por que eu havia pisado na bola. Tentei lhe dar um soco só que acabei por escorregar.

O meu soco foi para o lado esquerdo de Kyle e pegou meu pulso e me beijou. É isso mesmo. Ele me beijou. Seus labios pareciam a uinca coisa quente em todo o seu corpo. Meu corpo todo estremeceu. Tentei me afastar, mas ele era forte. Não conseguia tirar seus lábios dos meus. Só ficariamos nisso, mas sua linguá tentou invadiar a minha boca. Nosso olhos ainda estavam abertos e os meus eram súplica para que parasse.

Não adiantou, foi estranho. Fechei os olhos para que não pensasse naquilo. Sua linguá em minha boca. Mas tudo acabou quando senti uma pontada na barriga. Posso garantir que não era nervosismo. Precisava de ar, então Kyle tirou sua boca da minha. Acho que havia percebido que precisava de ar.

A pontada não passava. Abri os olhos e olhei para minha barriga e ela sangrava. Fiquei assustado com o que vi. Olhei para Kyle e ele parecia quase chorar. Não havia sido ele, havia? Não.

Olhei para um pouco mais abaixo dele, logo atrás. Havia duas crianças, as mesmas da sala com a adaga de Kyle na mão, ensanguentada e com um sorriso diabolico na boca. Kyle soltou minha mão.

Eu conseguia sentir o veneno. Estava protegido mesmo com o trato de Kyle e Azazel.

Fiquei tonto e caí.

Minha morte havia sido selada com um beijo.