Dois Meses Depois

Três figuras caminhavam lado a lado pela floresta. Quem os visse provavelmente acharia que estava vendo demais, pois estaria vendo 3 pessoas iguais.

Essa linha de raciocínio não seria de todo errada, já que os três mediam aproximadamente 1,85m, tinham o cabelo loiro e curto um pouco espetado, feições semelhantes e os mesmos olhos cor de rubis.

Não seria errada se não fosse o fato de que o do meio tinha no rosto um sorriso enorme, de extrema satisfação, enquanto o da direita mantinha o rosto limpo de expressão, porém uma pequena ruga no canto dos olhos denunciava sua vontade de rir. O da esquerda poderia estar bufando, mas parecia se conter.

- Sabe Kn... – Dizia o da direita. – Se continuar com essa tromba, eu vou ser obrigado a pedir para o little te animar. – Um sorriso mal contido começava a nascer.

- Não. Torra. Kl. – Sibilou o da esquerda quase sem mover os lábios. O sorriso do rapaz do meio pareceu se alargar e ele passou um braço ao redor dos ombros do que se chamava Kn.

- Poxa Lindão... Você sabe como o Kl tem andado sensível esses dias. Falar assim com ele pode deixá-lo magoado... – Falou apontando com o queixo para o que se chamava Kl.

- Concordo com o Ks. Magoou profundamente, Kn. – Disse Kl cruzando os braços e fingindo fazer bico.

- Fica assim não, irmãozão. – Falou Ks rindo e abraçando Kl com o braço livre. E assim andavam os três. Lado a lado abraçados. Kl começou a rir e Kn revirou os olhos. – Olha só que lindo... Nós três passeando pelo bosque, como uma família feliz... – Ks dizia enquanto trocava um olhar com Kl, que pareceu entender a idéia, pois saiu do abraço de Ks para ir do outro lado de Kn, que de nada suspeitava.

- Calado, Pirralho. – Resmungou Kn, que foi prontamente ignorado por Ks e Kl que, com os maiores sorrisos, começaram a cantar.

- Amo você... Você me ama... Somos uma família feliz!

- Oh Céus... – Resmungou Kn olhando para o céu.

- Ih, Kn, relaxa cara. Lembra daquele filme que a gente assistiu outro dia. Qual era a palavra Ks? – Perguntou Kl ainda risonho.

- Goosfraba, Kl. – Respondeu Ks prendendo uma gargalhada

- Isso mesmo! Valeu Ks. Repete com a gente Kn. Goosfraba.

- Goosbláblá... – Murmurou Kn mal humorado.

- Não, não, irmão... É Goosfraba. – Corrigiu Ks risonho.

- Goosfraba. – Repetiu Kn.

- Viu? Não doeu nada, doeu? – Perguntou Kl. Kn nem se dignou a responder.

- Relaxa Kn. Você não está curtindo o passeio. – Argumentou Ks, que também foi ignorado. – Lembra? Hakuna Matata... – Cantarolou

- É lindo dizer... – Continuou Kl.

- Hakuna Matata... – Cantou Ks se soltando de Kn.

- Sim vai entendeeer! – Kl fez o mesmo.

- Ks... Kl... – Chamou Kn massageando as têmporas.

- OS SEUS PROBLEMAS, VOCÊ DEVE ESQUECER... – Cantaram os dois juntos.

- Ks. Kl. – Chamou de novo Kn.

- Isso é viver! – Cantou Ks.

- É aprender! – Seguiu Kl.

- Ks! Kl! – Kn se fez ouvir.

- Sim, Lindão? – Responderam os outros sorrindo inocentemente ainda se afastando.

- Eu juro. Vou arrancar a sua cabeça Kl, e a sua cabeça Ks e vou guardá-las pelos próximos meses.

- Qual é Kn. Relaxa, cara. Hakuna matata lembra? – Falou Kl e desatou a correr.

- É Kn. Lembra, Goosfraba. – Completou Ks e seguiu o exemplo do irmão.

- Chega! – Exclamou Kn correndo atrás dos dois. – Samuel, Leonard, se eu pegar vocês...

- Corre Kl! Corre! – Gargalhou Ks, seguindo o mais velho.

Os três estavam se divertindo com essa brincadeira que não perceberam que eram vigiados. Foi quando uma moça ruiva, alta, de olhos roxos se materializou na frente de Kl, que parou de chofre e já se afastou rapidamente, colocando-se em posição de defesa na frente dos dois irmãos.

- Ora, ora, ora... O que temos aqui? Os três irmãos Kirkland! Aparentemente estão bem melhores do que da última vez que os vi, há... O quê? Dois ou três meses atrás? – Dizia ela com um sorriso doce.

- Quem é você? – Perguntou Kl pronto para lutar. – Por que me parece tão familiar?

- Acho que é por que fui eu que salvei o Sam da explosão da casa de vocês...  Creio que foi ele quem transformou vocês dois não é? Unidos pelo Nascimento, e Unidos pelo sangue.

- O que é você? – Perguntou Ks a analisando. – Você não parece brilhar no sol, não como a gente. Apenas uma luz reflete em você. O vermelho.

- Engraçado você ter notado, Sam. Poucos vampiros notam. Em vida eu fui uma Ninfa. Uma ninfa do fogo.

- Uma Ninfa? – Perguntaram os três abismados.