Drachenherz, Coração de Dragão escrita por GiullieneChan


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Nota: diálogos da segunda parte foram retirados do episódio 74, do anime Cavaleiros do Zodíaco. E de Soul of Gold!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/102731/chapter/4

Após ter finalizado a reunião, Siegfried se sentia mais seguro para partir em treinamento e deixar Hilda por alguns dias. Ele não confiava em Alberich por completo, mas sabia que tanto Shido quanto Thor não descuidariam da princesa um momento qualquer.

“—Hilda... eu volto logo para você.”

Foi ao seu alojamento, arrumou seus poucos pertences e se preparava para sair quando a porta abriu e ele não escondeu seu espanto ao ver objeto de seus pensamentos e preocupações adentrar no humilde cômodo.

—Pretendia partir sem se despedir de mim, Siegfried? -ela perguntou após uma rápida olhada na trouxa que ele segurava.

—Não! Eu não pretendia ir embora! -ela o fitou, desarmando-o por completo. -É temporário. Vou treinar alguns dias e retorno logo.

—É que... Com você no Palácio me sinto mais segura.

—Shido e Thor cuidarão de você. E tem Mime, Hagen e meu irmão também! Poderá confiar em Sigmund, princesa. -ele suspirou, quase vencido pelo olhar dela.  -Prometo retornar o mais breve possível.

—Tudo bem...

Siegfried aproximou-se de Hilda e depositou suas mãos em seus ombros delicados, pressionando-os levemente.

—Eu lhe prometi que sempre a protegeria, Hilda de Polaris. E o farei. Jamais deixarei que a machuquem, e sempre seguirei seus desejos pelo bem de Asgard... E o seu.

Hilda sorri timidamente, reconfortada pelas palavras dele.

—Obrigada, Siegfried.

Ambos ficaram em silêncio, apenas se fitando. Era como se uma força poderosa impedisse ambos de desviarem os olhares.

—Bem... -ele se afasta exigindo de si muita força de vontade. -Preciso ir, princesa Hilda e...

Ela o segura pela mão, com firmeza, baixando o olhar. Parecia incerta do que iria falar, e o guerreiro notou que a sua mão tremia.

—Siegfried... Eu... Eu não o agradeci como merecia após salvar minha vida no outro dia.

—Saber que está bem é a única coisa que preciso saber senhorita. -ela ergueu o rosto. -Senhorita Hilda?

—Seria muito atrevimento se eu... Pedisse que me beijasse, Siegfried? -ele arregalou os olhos, surpreso pelo o que a princesa dissera. -Eu sempre quis saber... Como seria um beijo seu.

—Senhorita...

—Por favor, esqueça então o que eu disse! Eu estou parecendo uma tola e...

Guerreiro deus a silenciou com um beijo. Desejava apenas roçar os lábios nos dela, não achava que teria coragem de ir além de um beijo casto na nobre dama. Mas assim que tocou a suavidade dos lábios róseos e provou o doce sabor deles, não pôde se conter. Como um homem sedento, perdido em um imenso deserto de emoções e desejos, trouxe-a para mais perto de si e a beijou com sofreguidão, demonstrando toda a paixão que carregava dentro de seu coração, desde que a conhecera.

A princípio Hilda enrijeceu-se, surpresa. Então, quando a língua traçou-lhe os contornos dos lábios, ela relaxou no abraço que lhe oferecia o paraíso. À medida que Siegfried movimentava a boca sobre a dela, Hilda passou a retribuir-lhe o beijo que desmentia sua aparente inércia.

Erguendo a cabeça, Siegfried a encarou silencioso, acariciando com as pontas dos dedos a face corada e delicada de Hilda.

—Eu prometo que sempre a protegerei, minha princesa. -murmurou.

—Eu sei. -ela sorriu, ainda se sentindo tonta pelas emoções que aquele beijo haviam despertado.

—Voltarei logo.

Afastou-se, se ajoelhando diante de Hilda e beijando sua mão. E em seguida jogou a trouxa por sobre um ombro e caminhou para a saída.

“—Voltarei logo para você, minha princesa.”

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

Dias depois...

O vento gélido soprava implacável, e mesmo assim a mulher de aparência tão frágil continuava a orar fervorosamente a Odin. Não muito distante dela, Alberich mantinha a vigilância. O nobre havia sido obrigado a deixar de lado seus planos, mas não o havia abandonado. Ainda conseguiria.

Nas proximidades acompanhado por alguns soldados, Sigmund fazia uma ronda visando a proteção de Hilda em seus momentos de oração.

—Odin, senhor de Asgard... -ela orava-Somos o povo do extremo norte do mundo, isolado pelo gelo e pela neve...jamais vimos a luz do sol, nem os campos verdes e nem o azul do céu...-enquanto ela orava, seu corpo era banhado pelo mais puro cosmo. -Mas nós aceitamos este sacrifício em nome da salvação de todo o mundo. Acreditando que esta é a provação imposta pelo nosso Grande Mestre.

Alberich escutava, com ar entediado. Não entendia o porquê de tanto sacrifício por um mundo que desconhecia a existência deles.

—Estamos contentes em aceitar e suportar o destino que o Senhor nos reservou. Em nome do amor e da paz de tudo o que existe sobre a Terra.

Foi quando o mar começou a se agitar, e um poderoso Cosmo se manifestou. Alberich recuou um passo, apenas observando o que acontecia, sentindo-se intimidado pelo o que acontecia. E pela voz que reverberou como um trovão, e que parecia vir das águas. Sigmund ao longe sentiu seu corpo arrepiar-se diante de tanto poder e sentiu que Hilda estava em perigo, correndo o mais rápido que pode até ela.

—Você é Hilda de Polaris? -a voz perguntou.

—Quem me chama?

—Apenas lhe direi que sou um poder muito maior do que Odin, o deus que você venera.

—É mentira! Não pode existir tal poder neste mundo!

—Hilda, suponho que você saiba a respeito do Santuário... A força que junto com Asgard divide este mundo em dois. O Santuário está prestes a mudar agora...  -a princesa ouvia e teve um mau pressentimento. -Não acha que é o momento oportuno de abandonar este país cercado de gelo e conquistar o mundo ensolarado de fora? Você não quer ter o controle da Terra, derrotando Atena e esmagando o Santuário?

Após ouvir tais palavras, a princesa fita o oceano gelado e responde com firmeza:

—Não. Nós não gostamos de lutar.

O cosmo invasor tornou-se mais agressivo.

—Não existe outra força sobre a Terra que possa lutar contra os Cavaleiros do Santuário além dos lendários Guerreiros Deuses de Asgard.

—Quem é você? Por favor, me diga quem é você?

—Acho que não vale a pena continuar falando com você, Hilda de Polaris. -o cosmo elevou-se. -Você ficará sob o meu controle e fará a minha vontade a partir de hoje.

Ondas se ergueram, envolvendo Hilda, destruindo o local de oração e arrastando-a para o fundo do oceano escuro e frio. Hilda ergue a mão, como se pedisse ajuda. Em sua mente tomada pelo medo, as lembranças de Siegfried que na última vez estendeu a mão e a salvou, levando-a para a segurança de seus braços... Mas desta vez... Ele não estava ali para salvá-la.

De longe, Sigmund sentiu o Cosmo de Hilda em agonia e apressou a chegar nela. Ao chegar em seu destino, acompanhado por soldados que conseguiram alcança-lo, Sigmund a viu caída e sentiu que algo terrível estava para acontecer.

—Senhorita Hilda!

Ela levantou-se e Sigmund a encarou suando frio. Havia algo errado com ela.

—Que Cosmo maligno é esse? –se perguntou, tentando se aproximar dela.

Mas Hilda o observou por sobre o ombro, com o olhar gélido. O brilho negro de um cosmo emanando de um anel dourado, foi a última coisa que Sigmund e os pobres soldados que o acompanhavam vira, antes de serem atingidos e mergulharem na escuridão da inconsciência.

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

Siegfried corria pelas áreas montanhosas, parou de repente como sentisse algo ruim no ar.

—O que está acontecendo?

Olhou para o céu estrelado e viu a estrela Polaris brilhando com mais esplendor que o normal. Em seguida a Constelação de Ursa Maior emitiu um brilho intenso. A terra estremeceu, Siegfried observou quando sete colunas de luz surgiram de pontos diferentes de Asgard e ergueram-se até os céus.

Sentindo uma força inexplicável chamá-lo, como um sussurro em seus ouvidos, uma voz tão doce quanto ao de Hilda convocando-o.

Correndo alcançou o sopé de uma montanha, de onde uma das colunas de luz parecia ter surgido. A terra e as pedras cederam, depois de pulsarem como se um ser vivo tentasse surgir de suas entranhas, revelando uma lendária armadura. Em sua mente, a voz de Hilda, como se ela falasse diretamente em seu coração:

—O maior herói da mitologia nórdica... Siegfried... Eu o honrarei com a armadura dos deuses de Dohbe, a Estrela Alfa.

Siegfried não disse nada. Se a lendária armadura renasceu pela vontade de Hilda, a usaria conforme a sua vontade.

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

Na casa de um velho ferreiro, naquela mesma noite.

Woldein estava em seu leito, acamado por uma doença que aos poucos retiravam toda a sua força, e seu estado era agravado pela sua idade tão avançada. Mas mesmo assim, ele sente a presença de mais uma pessoa em sua humilde residência, e abre os olhos para fitar o seu visitante.

—Hmmm... -o artesão admirou as vestimentas dele. -A lendária armadura dos deuses fica bem em você filho... -ele tosse após dizer isso. –Seu irmão não veio com você?

—Por que não pediu que me avisassem que estava doente pai? -Siegfried pergunta preocupado, sentando no leito ao lado do idoso. –Sigmund está cuidando da segurança da senhorita Hilda... sinto muito por ele não estar aqui.

—Tudo bem. Não os chamei porque meus filhos tem a missão de proteger nossa soberana e não de se preocuparem com um velho. -respondeu segurando a mão do filho e o olhando com preocupação.

—O que foi?

—Todas às vezes que as armaduras divinas foram despertadas... Houveram guerras terríveis e muito sangue e lágrimas foram derramadas. -ele tosse mais uma vez, demonstrando a fragilidade de sua saúde. -Por mais de mil anos elas ficaram adormecidas... Dizem que esperavam apenas o chamado de Odin para o Ragnarok... Haverá uma guerra?

—Provavelmente.

—Então Hilda está se afastando do propósito de Odin. -ele retira a mão e tosse.

—Pai, não repita isso jamais! -Siegfried mal conteve a indignação ao ouvir tais palavras. -Ninguém respeita a vontade de Odin mais que a divina Hilda!

—Não acredito que seja vontade de nosso deus uma batalha sem sentido nos dias de hoje, filho. -ele suspirou. -Contra quem irá lutar?

—Estou a caminho do palácio agora. Ainda não sei.

—Não deixe Hilda desviar-se de seu caminho, filho! Não permita esta guerra! Lembre-se do que houve com o senhor Durval por ter se desviado da vontade de Odin... não permita que ela tenha esse mesmo fim...

—Jurei que a seguiria e a protegeria pai... E estaria ao seu lado, não importasse contra quem.

—Está deixando seu coração falar mais alto que a razão. -o guerreiro espantou-se com as palavras. -Você... -começa a tossir. -... Não pode se permitir ficar cego... -tosse novamente. -Estou cansado, preciso dormir.

—Descanse, pai. Deixe a guerra comigo e com os guerreiros deuses.

—Tenho sede...

—Buscarei água.

Siegfried procura por água fresca em um jarro e descobre que está vazio. Ele desce rapidamente as escadas e lá fora busca água em um poço e retornar para o quarto de seu pai.

—Aqui está sua água, pai.

Não obteve respostas. Siegfried se aproxima para ter certeza de que apenas dormia. Sente um aperto em seu coração ao ver que ele não respirava. Tocou em seu peito e não sentiu seu coração bater. Woldein, o homem que o adotara, que amou a ele e seu irmão como filhos, estava morto.

—Pai... Adeus, pai. -pegando na mão calejada pelo trabalho e pelo tempo, e a apertou com carinho. -Obrigado.

Com cuidado cobriu o corpo de Woldein e desceu as escadas. Do lado de fora permitiu que uma lágrima escapasse de seus olhos e rolasse por sua face. Pela primeira vez desde a morte de seus pais verdadeiros... Siegfried chorou.

Viu outras pessoas que moravam na vila. Deixaria com elas o fardo de darem a seu pai um enterro digno. Agora não poderia parar. Hilda o esperava.

Ele chegou rapidamente ao Palácio Valhalla. Sentia a presença dos cosmos poderosos de seus companheiros, bem como o de Hilda. Adentrou nos jardins do palácio, e percebeu a presença de mais uma pessoa. Era a princesa Freya, irmã mais jovem de Hilda. Notou que ela tinha uma expressão entristecida.

—Senhorita Freya?

—Siegfried...

—Onde está meu irmão? E a senhorita Hilda?

Ela parecia querer lhe dizer alguma coisa, mas mudou de ideia ao ver uma terceira pessoa se aproximando. Freya baixou a cabeça, ficando calada. Siegfried virou-se para tal pessoa e com espanto reconheceu ser Hilda.

—Bem vindo, Siegfried de Dohbe. -ela disse com um tom frio.

—Senhorita Hilda?

Ele estranhou as vestes dela. Não trajava o fino vestido e sim uma armadura que lembrava as antigas valquírias, filhas de Odin, quando se preparavam para a batalha, ainda mais por estar empunhando uma lança em uma das mãos.

—Venha. -ela ordenou caminhando à frente.

A seguiu até o local onde se encontrava a imponente estátua de Odin, e notou a presença de outras pessoas. Eram seus companheiros... Shido, Thor, Mime, Hagen... Todos trajando as sagradas armaduras dos deuses. Alberich também havia sido agraciado com tal honra e também havia um jovem, que não conhecia.

—Lembra dos Fenrir, Siegfried? -Hilda perguntou e o guerreiro balançou a cabeça afirmativamente. -Eu lhe disse que ajudaria a recuperar a honra daquela casa... Fenrir de Arioth lutará ao meu lado para reerguer sua família. Não é um ato nobre?

—Sim. Senhorita Hilda... por que meu irmão não está aqui?

—Sigmund está nas masmorras! –ela respondeu sem alterar o semblante.

—COMO É? –Siegfried espantou-se, incapaz de acreditar no que ouvia.

—Parece que seu irmão idiota ousou erguer a mão contra Hilda. –disse Alberich sorrindo, se divertindo com a situação.

—I-impossível! Ele não iria...

—A própria Hilda afirmou isso, Siegfried. –disse Alberich, com ar superior. Ver seu rival naquele estado lhe dava alegria. –Acaso, duvida das palavras de nossa soberana?

—Não. Só que...

—Chega, Alberich! –pediu Shido.

—Depois dessa guerra decidiremos o destino de Sigmund! –a jovem princesa toma a palavra, encerrando qualquer assunto.

Em seguida, ela subiu ao ponto mais alto daquele lugar e contou a todos os seus planos. De início, o guerreiro deus de Dohbe espantou-se. O que levou Hilda, que tanto amava a paz, querer de repente erguer as armas contra o Santuário de Atena? Por que seu próprio irmão, a quem tinha grande confiança, atacaria Hilda?

“—Isso... não pode estar certo... o que está havendo?”, se perguntava, cheio de dúvidas.

Tais dúvidas logos foram apagadas. A lembrança do beijo carregado de paixão que trocaram dias atrás ainda era viva em sua mente. Ainda podia sentir o gosto doce dos lábios daquela mulher nos seus. E principalmente lembrava da promessa que havia feito.

Ajoelhou-se, como os demais. Jurou destruir o Santuário... Por Asgard... E principalmente por ela... Por seus sonhos. Esmagaria qualquer um que se colocasse entre Hilda e sua vontade.

E não faria isso por ser um soldado fiel. Nem por ouro ou glória diante de uma guerra. Faria isso pelo sentimento que estava em seu coração desde que a vira quando crianças, anos atrás. Faria isso pela mulher que amava.

“—Eu punirei qualquer um que se opor aos seus sonhos, Hilda. Eu esmagarei o Santuário. Por você, meu amor...”

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês bem sabem que não é o fim. Mas o início da Saga de Asgard na TV e todos sabemos os destinos dos Guerreiros deuses. Espero que tenham gostado dessa história.
Bjs e obrigada por acompanharem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Drachenherz, Coração de Dragão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.