O Diabo Veste Eleanor Waldorf escrita por Neline


Capítulo 5
Este ano, a moda no Inferno é salto alto


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora
Enjoy ;*



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Beberiquei, olhando pela janela, e soltando um pesado suspiro. Achava que tudo estava indo bem com as fotos, e etc, mas não conseguia ficar 100% tranquila.

- Acho que deveriamos voltar. - Eu falei, me levantando, mas Chuck colocou a mão sobre a minha, que estava pousada na mesa, com tanta delicadeza que eu estranhei. Olhei para ele, sorrindo calmamente. Acho que minha face estava tão surpresa que ele mal consegui esconder o quanto estava se divertindo ao tirar o escárnio do meu rosto.

- Eles podem dar conta de uma sessão de fotos, Waldorf. Nós podemos conversar um pouco, o que acha? - Suspirei, me sentando. Não gostava de conversar. Era penas em demasiado desperdício de saliva, já que duvidava que ele realmente prestaria atenção, tampouco importasse o que conversaríamos. 

- E sobre o que, senhor Bass? - Lhe respondi com outra pergunta, enquanto retomava minha expressão costumeira.

- Como conheceu James?

- Numa boate gay. - Dei de ombros. - Fui com um amigo conhecer o lugar. James praticamente atacou meu querido amigo. Se eu não tivesse o impedido, eles teriam se devorado ali mesmo, o que seria uma cena bizarra de se presenciar. - Quando parei, ele estava rindo deliberadamente. - Contei alguma piada sem perceber?

- Desculpe. - Ele falou, embora o sorriso sarcástico que brincava nos seus lábios deixasse claro que ele não estava nenhum pouco arrependido. - Eu só estava esperando uma historia de verdade, não um encontro casual em uma boate gay.

- Bem, se quer um pouco de sentimentalismo, ai vai: ele olhou para meus sapatos, deu um gritinho e tivemos uma instantânea conexão fashion.

- E assim nasceu a amizade de vocês. Que lindo, tão profundo. - Ele falou, com tanta ironia que eu comecei a me irritar, mas obriguei-me a engolir o ódio.

- Gays são mais puros e perceptivos que homens ou mulheres. Eles não precisam ver sua alma para saber que você é uma pessoa legal, só seu guarda-roupas ou parte dele. Acredite, um sapato diz mais sobre uma pessoa do que palavras: você pode dissimular uma frase, jamais um estilo. - Ele ficou em silêncio, então o olhei atentamente. Ele estava de cenho franzido, e parecia pensativo. - O que foi?

- Nunca pensei que você fosse tão profunda.

- Então eu sou superficial?

- Na verdade sim. - Então ele sorriu, como se esperasse que eu começasse a gritar.

- Eu sou bem mais do que isso: eu sou uma areia movediça, querido. - Então, ele piscou.

- O que?

- Rasa para quem me olha, mas engulo quem se atreve a pisar em mim. - Eu sorri. Surpreendi ele de tal maneira que sua face estava retorcida, como se eu tivesse lhe dado um tapa. - Ei, garçon. Traga um licor bem doce para o Bass. Acho que esse whisky estava um tanto amargo. - Sorri, enquanto o garoto ia obediente até o balcão. - Creio que agora eu posso esperar que você me surpreenda. Ops, você nunca seria capaz. A não ser que diga que já foi um dos casos do James. Me surpreenderia porque J. teria mentido para mim. 

- Eu não sou gay. - Ele falou, com um sorriso malicioso que fez meu estômago embrulhar. De nojo, é claro. - James é com no que faz, só isso. Nos conhecemos numa reunião, e eu vi que ele é um ótimo editor. 

- Blair! - Thomas gritou, sorrindo para mim, e ignorando Chuck totalmente. - Que bom que você está ai. 

- Eu avisei que estaria. - Respondi, largando meu suco pela metade e sorrindo para ele.

- É, só não esperei que estivesse em tão má companhia.

- Concordo. - Chuck se adiantou. - Os hospedes do seu hotelzinho são tão mediócres que mal podem ser considerados companhias.  - Então, ele sorriu para mim de um jeito doce, mas é claro que o sarcasmo estava lá, não só no canto do seu sorriso como visível nos seus olhos. - Avise seu namorado que estaremos mutio ocupados esse noite.

- Ãh? - Murmurei, completamente exaltada.

- Revendo as fotos e editando. - Ele revirou os olhos. - A revista é para o fim da semana, esqueceu?

- Ah, é. Infelizmente, vou ficar presa essa semana. - Dei um selinho no meu namorado, enquanto ele me olhava. Parecia triste, mas estão assentiu.

- Bem, é seu trabalho.

- Ficaria chateado se eu fosse agora? - Ele me beijou.

- Não, só me ligue de noite, tudo bem? 

- É claro que vou ligar querido.

- A era do romantismo acabou há muito séculos, vocês estão atrasados e nossa revista também. Se puderem apressar com a despedida patética, a Vogue agradece. - Senti Thomas se enrijecer ao meu lado, e passei a mão pelo seu braço, atraindo sua atenção novamente. 

- Tudo bem, te vejo depois. - Eu o beijei calorosamente. Era bom. Nada tão selvagem que fazia minha boca latejar, mas com certeza chegaríamos lá.

Quando sai do calmo resort, me permiti pensar: eu tinha minha primeira revista para editar com o Chuck em um curto prazo de tempo, o que significava horas fechada em uma sala com ele. Nós estávamos nos dando melhor, o que eu não sabia se era bom: eu estava me acertando com um idiota psicopata, o que faz de mim uma idiota também. E o melhor de tudo? Ele adora implicar com o meu namorado, me irritar, gritar comigo, tentar fazer eu me sentir inferior, sorrir, e fazer meu estômago revirar. E ele terá inúmeras oportunidades para se divertir as minhas custas, se contar o tempo que vamos passar juntos.

Ótimo.


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Notas finais do capítulo

Reviews

XOXO. Neli ;*



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