Unmistakable escrita por broken_heartedg


Capítulo 2
Um Acaso do Destino


Notas iniciais do capítulo

2º capitulo da nossa primeira fic (: espero que gostem e mandem reviews.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/102386/chapter/2

           Só me lembro que ela tinha uma pele pálida, cabelos lisos e negros e dois olhos que brilhavam como esmeraldas, que me olhavam intensamente. E aquilo me afetou de tal modo que eu não conseguia esquecer o brilho misterioso que havia ali – sem saber explicar o porquê, afinal, era apenas uma garota que eu nem conhecia! Talvez fosse pelo motivo de ela estar ali, naquele lugar em que quase nunca havia ninguém – ainda mais em um dia frio daqueles. 

            Resolvi deixar para lá. Eu não iria me tornar um maníaco por causa de uma menina que eu nem sabia se realmente existia. Peguei a minha mochila e o ônibus e fui para casa. Já era hora de voltar a encarar a cara furiosa de Dona Daisy.

            Antes mesmo de abrir a porta, já pude ouvir os gritos de minha mãe. Porém, não eram direcionados a mim, e sim ao telefone que ela segurava grudado à orelha.

            - Não estou nem aí, vocês precisam... – e então se interrompeu quando seus olhos passaram por mim – AH, GRAÇAS A DEUS! – berrou de repente, assustando a mim e a Glenda.

            - O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?

            - AH, muito obrigada, meu Deus, por trazer meu filho de volta! – ela continuou, ignorando minha pergunta e desligando o telefone na cara da pessoa com quem estava falando. Após jogar sem qualquer jeito o aparelho no sofá, correu para me abraçar.

            Me afastei, não entendo o porquê de todo aquele drama.
            - Mas o que é isso, mãe? O que aconteceu?

            Nisso Daisy se afastou e sua expressão ganhou um pouco de irritação.

            - Eu é que te pergunto, Caiyl! Onde é que você estava até essa hora da noite? – só então percebi que já passavam das 19 horas – Não faça mais isso! Eu já estava morrendo de desespero aqui!

            - Que exagero, mãe! – reclamei – Acho que já estou bem grandinho pra sair por aí sozinho, ok? Não sou tão bebê quanto você pensa. Caso você não tenha percebido, eu já tenho 17 anos – falei, levemente irritado.

            - Não use esse tom de voz comigo, garoto – Daisy alertou. Mas eu não estava nem aí – Caso você também não tenha percebido, eu sou sua mãe... Caiyl! Volte aqui! – ela chamou, quando me viu subindo as grandes escadas, deixando-a falando sozinha.

            - Apenas me deixe em paz, mãe – avisei.

            - Caiyl! Eu disse pra vir aqui! – ela continuou chamando, mas quando viu que eu não voltaria, resolveu mudar de tática: - Ótimo, então. Amanhã você está proibido de sair de casa!

            Mas que importância isso tinha? Eu realmente estava com raiva. Não exatamente da minha mãe, mas do modo como minha vida estava indo por água a baixo.          

           
           
           
Acordei com o reflexo do sol matinal que irritava minha visão. Novamente me troquei e fui para a escola, dessa vez mais animado, já que a primeira aula era Educação Física, e eu - sem querer me gabar - era muito bom.

            -
Hoje teremos Queimada: um jogo tradicional que consiste em desviar da bola para não ser queimado, e sempre que possível tentar pegá-la para poder queimar alguém do time adversário. No final, o time que tiver menos pessoas queimadas, ganha - dizia o professor.  

            Eu não entendia
porque ele ainda insistia em explicar as brincadeiras. Acho que pensava que, talvez assim, as garotas tomassem coragem e jogassem também.

            Fui
um dos primeiros a ser escolhido e, como sempre, fiquei em um time com meus quatro amigos. O jogo começou e estava tudo indo bem. Nosso time estava ganhando... E então eu vi uma garota com cabelos pretos lisos passando por um gramado perto da quadra de Educação Física. Sem que eu pudesse evitar, a imagem da menina do parque invadiu minha mente, junto com aquele brilho em seus olhos... Até que senti um impacto forte do lado direito do meu rosto.

            - CAIYL! – ouvi Kevin, um dos meus amigos, berrando no meu ouvido. Logo depois, recebi um peteleco na orelha – ACORDA!
Você foi queimado cara! O que aconteceu?!

            Só então percebi que havia sido atingido pela bola do time adversário. Levantei as sobrancelhas, não acreditando que ela tinha sido arremessada por um dos piores jogadores da sala, que agora pulava e comemorava com seus amigos.

            É, Caiyl, você não está bem.

            - Cara – Carter chegou, com cara de assustado – Você perdeu! Olha só – e então deu uma risadinha zombeteira.

            Olhei para o lado e vi Ryan, com um expressão de “COMO VOCÊ FOI QUEIMADO? COMO?”.

            -
Eu estava um pouco distraído... – tentei explicar, passando a mão pelos meus cabelos da nuca. Costumava fazer isso quando estava desajeitado ou nervoso.

            - E acabou prejudicando o time – Kevin, o estressado, teve que jogar na cara.

            - Ei, deixem ele. É só um jogo – Drake, o que eu considerava meu melhor amigo, entrou no meio – Esqueça, Caiyl. Vamos pra lá – e então me guiou até um dos bancos que tinham ali perto.

            Logo que sentamos, eu comecei a reclamar.

            - Filho da puta – dizia, massageando o local onde a bola havia atingido.

            - Bom, Caiyl, aquele cara é realmente um sonso. Acho que ele devia estar mirando do outro lado da quadra pra acabar acertando você – e riu sozinho com sua piadinha sem graça.

            - Pode até ser... E agora aqueles três babacas ficam olhando pra cá com cara irritada – sinalizei para Carter, Bryan e Kevin.

            - E desde quando você liga? - Drake riu de leve
e continuou – Nem devia se importar. Você sabe muito bem que o Carter só serve para pegar as menininhas da escola, o Kevin pra falar mal de tudo e todos e o Ryan pra gabaritar as provas...

            Então deu o sinal e nós seguimos para a sala. Eu sentia os olhares intensos sobre mim... Qual é, será que era tão incomum eu perder uma partida da porcaria do jogo de queima?!

            Me sentei na carteira e esperei a professora chegar. A primeira coisa que ela anunciou ao entrar na classe foi um trabalho para o dia seguinte:

            -
Bem turma, pesquisa para amanhã.

            A sala foi tomada por sons de pessoas bufando,
reclamando e tentando fazer com que a professora mudasse de idéia sobre o assunto do trabalho - que realmente não era fácil.

       
A aula passou rápido, e logo eu já estava dentro do carro com Charles. Ele conversava sobre algo que havia passado na TV, mas eu me limitava em balançar a cabeça nos momentos em que achava conveniente. Não estava prestando muita atenção. Minha mente estava voltada para outra coisa: a menina do parque.

           
Eu só não entendia o porquê de ela estar em meus pensamentos até agora, já que não havia feito nada além de olhar para um maluco que corria atrás de uma folha qualquer. Não que eu seja feio... Na verdade, muitas garotas correm atrás de mim e eu sou um dos mais populares da escola. Tenho 1,80 de altura, não sou magro e nem gordo, tenho a pele levemente bronzeada, olhos azuis claros, cabelos pretos desgrenhados e um sorriso até que bonito, pelo que as garotas dizem. E foi pensando nisso que eu ouvi minha mãe me chamando.

           "Mais um almoço de rico", pensei. Porém, minha mãe anunciou algo que me deixou realmente surpreso:

            - Seu pai não vem hoje, Cayil. Mandei Glenda fazer pizza, então.

            Levantei as sobrancelhas, esperando que ela dissesse algo como "HÁ! Brincadeirinha!" ou outra coisa. Mas ela apenas continuou me encarando com a mesma expressao.

            - Pizza? Sério?

            - Sim - ela confirmou, e então eu dei um sorriso.

            - O que deu em você, dona Daisy? - brinquei, me sentando em frente ao prato com meu pedaço de pizza.

            Ela sorriu e sentou-se na cadeira ao lado.

            - Apenas nao queria arrumar briga de novo...

            Pois é, aquele seria um almoço raro - do qual eu gostava.



            - Eu tenho que fazer um trabalho de História, mãe. Pra amanhã.
            Daisy tirou os olhos da televisão e me encarou, esperando.

            - Preciso usar os livros do pai – continuei, dando indiretas.
            Ela fez cara de desanimada.

            - Você sabe como seu pai é. Não gosta que mexam nas coisas dele. E você também sabe como ele é quando está bravo. Não vamos irritá-lo – e enviou um sorrisinho sacana para mim.

            Suspirei.

            - O que você quer que eu faça? Fique sem nota?!

            - Não sei... – respondeu, prestando mais atenção na televisão.

            Bufei.
            - Me deixe ir até a biblioteca, então!

            - Você está de castigo, se lembra?

            - Eu sei. Mas eu preciso fazer esse trabalho – supliquei – Prefere que eu use os livros do pai?

            Minha mãe hesitou por um minuto e então acabou cedendo.

            - Vá, então. Mas volte logo. E agora me deixe ver a televisão.

            Mais que depressa, fui até a escola de ônibus, já que preferi não dar trabalho para Charles, e logo eu já adentrava na biblioteca.

            Pedi informação sobre onde estavam os livros que eu precisaria para a pesquisa e fui para os fundos da biblioteca, onde não havia ninguém e eu poderia me concentrar melhor.

            Sentei em uma das mesas e depositei os livros ali. Eu estava tirando o caderno da mochila quando reparei no canto mais afastado da biblioteca, não muito longe de onde eu estava. Havia uma garota sentada, sozinha, em uma das mesas. Ela estava de costas, com uma pilha de livros familiar ao seu lado. Seu corpinho mediano era revestido por uma pele pálida como um lençol de seda; seus cabelos eram lisos e negros como a noite.

            E então ela se virou, olhando diretamente pra mim. Com um par de olhos cor de esmeralda.

           


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

mais um capitulo (: leiam e mandem reviews :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unmistakable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.