Não adianta pedidos de desculpas, não adianta mais, porque a ferida já foi aberta, e, já é tarde, não há mais como curar...

    Sentada em minha cama aprecio o amanhecer, não que eu goste de fazer isso, mas era o que me restava a fazer, limpando as lágrimas e ignorando a garganta que estava a doer. Eu não me conformava com o fato dele ser tão burro, tão estúpido, tão... cego! A única coisa que eu poderia pensar dele agora era: idiota, idiota, idiota, idiota!Mas não, eu não o culpava por ser tão borro e estúpido, eu não estava com raiva dele. Eu estava com pena, com um ódio por ele amar a Rachel, por olhá-la daquele jeito carinhoso, por acreditar nela e não em mim.

    Como ele pode ser tão estúpido a ponto de ter gritado comigo...? Ele estava cego, cego de paixão pela Rachel e isso me deixava triste, me deixava furiosa, com um misto de sentimentos desconhecidos, adormecidos até então.

    Eu queria pular da janela, cortar os meus pulsos, tudo para não ter que ver a cara dele e da Rachel.

    Andei até o banheiro e fiquei contemplando a faca que estava ali por causa que um parafuso da minha cômoda estava solto. Sim, aquele seria o objeto perfeito para um suicídio. Caminhei até o armário que se escondia atrás de um espelho e o abri, procurando pelos meus calmantes. Engoli um ou dois, e pensei, que se eu engolisse todos os comprimidos de uma vez, talvez a minha morte fosse lenta, mas sem dor.

   Fiquei tentada a pegar a faca em vez de engolir todos os comprimidos. Mas decidi sem pensar duas vezes, engoli todos os comprimidos de uma vez.

A minha morte será lenta, mas não haverá dor, eu não precisarei  mais olhar nos olhos dele, nem encarar a Rachele, e eu não irei mais para o internato...

    - Bella saia desse quarto, anda o café está na mesa. - Então foi aquilo, a única coisa que ouvi antes da escuridão me vencer.