Estaria eu apenas sonhando?! Não, porém não consegui acreditar na imagem diante dos meus olhos. Uma carta, palavras por quais eu buscava entender, mas no fundo sabia que teriam sido escritas por ela... As lágrimas caiam sobre minha face enquanto eu me perguntava o porquê de tudo aquilo. Teria sido fácil para ela? Mas como? Para onde foram suas lágrimas...!? Pressionei o papel com apenas uma mão deixando-o amarrotado, a outra segurava minha face molhada enquanto meus dentes mantinham-se unidos bruscamente, eu não queria acreditar. Voltei a fitar o papel, são apenas traços ilegíves, sem sentido. " Me desculpe..." Sim, eu sabia que isso estaria no final. Dobrei-a em quatro pedaços, depositando-a adentro de um dos meus bolsos caminhei lentamente até à porta e em um único movimento, abri-a. Deixando aquela habitaçãod e lado. Eu não quero voltar. Meus passos emitiam sons ao escurecer da noite, minha sensação ali era apenas a batida impulsante de meu coração. Pele fria, corpo frio, mente acaba...Com os olhos semiabertos deixava escapar de meus lábios algumas palavras de lamentação, caminhando em rumo a onde nem mesmo eu sabia. Ela sempre foi a imagem refletida em meus olhos, quando não estava, eles a aguardavam...Recolhi uma caneta que havia guardado, juntamente com a carta. Ao verso contrário desta, comecei a escrever o ocorrido, sabia que aquilo ia acabar. O caminho já não se encontrava vazio, as luzes era radiantes para a minha fraca vizão momentanea, tentei erguer minha face esbranquiçáda em busca de cor no céu, porém este estava completamente solitário. «Queria esquecer de respirar...!» Ainda me lembro de mirar o norte e sentir uma dor completamente hórrivel, antes disso a luz que veio em direção a mim fora de uma velocidade grande... É, estive estendido do asfalto negro, rodeado de pessoas que me observavam. Vi sua imagem, novamente, desta vez você cantava para mim, me desculpe mas meus ouvidos são incapazes de te ouvir...Meu corpo não me obedece. Esta será a ultima vez que escuto sua voz. Agora você chama pelo meu nome, mas minha mente está débil de mais. " Nós dois não nos podemos tornar um só. " Entre meu ultimo suspiro, deixo cair a carta. Odiei suas ultimas palavras, elas causaram-me a desordem. Perdoa minha fraca respiração, vejo minhas lágrimas cairem, o calor de suas mãos que me abraçam fortemente, deixo que lentamente meu corpo adormeça, e no final fui eu que escrevi, "me desculpe", odiei minhas ultimas palavras.