Rebel Life escrita por Yabi


Capítulo 1
Capítulo 1 - Telefonema inesperado.


Notas iniciais do capítulo

Eu REALMENTE espero que gostem, mandem reviews se quiser que eu continue e ... Obrigado a todos que lerem. (:



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O céu estava diferentemente belo, alaranjado, deslumbrante, mais belo do que qualquer pôr do Sol que ela já tenha visto, e para completar, havia neve por toda parte, fazendo com que o chão parecesse um imenso tapete perolado.

Fazia muito tempo desde que virá neve pela última vez, desde que se mudará para Nova York, e começara sua vida de detetive, ainda muito nova, as lembranças de sua infância invadiam sua mente, a recordando de coisas não tão boas assim, como a separação do pai após a morte da mãe, o treinamento rigoroso que a fez abandonar a escola, e perder quase todos seus contatos sociais, impossibilitando-a de ter uma vida normal.

Flocos de neve começaram a cair do céu, como anjos, e ela os sentia tocar sua pele, um por um, manifestando o frio em seus poros, arrepiando seus pelos e sua alma.

O lugar se assemelhava ao paraíso, era puro, magnífico, porem ela se deu conta de que o lugar era maravilhoso até demais, demais para ela, demais para ser real. Era bem provável que aquele lugar só existisse em sua mente, parte de um sonho doce, nada mais...

Não, não um sonho doce.

A neve que antes parecia brilhar a luz do sol, agora estava com manchas rubras e exalava um odor estranho, uma sensação ruim a acorreu, como se pressentisse o mal.

Lentamente, ela pode ver corpos emergindo da neve, e ela os reconheceu, pela suas faces pálidas e assustadas.

E então ela ficou ali parada, observando os corpos mancharem a neve com um tom avermelhado, segurando se para não cair em prantos. Sabia que apareceriam mais corpos, o assassino tinha sede de sangue, e além de sádico, era muito inteligente.

Um calor intenso se manifestou atrás de seu corpo, e então ela pode ter certeza, havia alguém ali. A vontade de correr era grande, mas o medo era maior, e então ela ficou paralisada até algo a atingir com tanta força que a fez perder o ar, fazendo com que caísse no chão gelado, e agora, manchado de seu próprio sangue.

A morte era branca, branca como a própria neve que caia e cobria tudo a sua volta, mar branco de uma paz sepulcral que ondulava mansamente em torno de seu corpo, completamente paralisado.

Ela tentou gritar, mas a voz não saia, de costas para o malfeitor, ela pode ouvir suas últimas palavras.

_Acorde, Sakura.

[...]

06:14 – Apartamento de Sakura, Nova York.

O telefone tocou.

Sakura abriu seus grandes olhos verdes, ainda pasmos pelo pesadelo e pelo barulho repentino, dando um leve bocejo, ela olhou para a janela ao lado da sacada, e percebeu que o brilho cintilante da manhã invadia seu apartamento, iluminando os cômodos empoeirados e amontoados pela bagunça. Lentamente ela moveu a cadeira para trás e fitou-se no objeto barulhento que se localizava ao centro da mesa, coberta por anotações e fotografias.

“Quem diabos liga a essa hora da manhã?” – Ela esfregou os olhos e esticou suas belas e torneadas pernas, fazendo com que seus pés tocassem o piso frio e úmido, a procura de suas pantufas.

Por fim, calçou-se e, arrastando seus pés ao chão, se dirigiu ao banheiro, olhou se no espelho, e percebeu duas manchas em torno de seus olhos, as olheiras estavam ficando visíveis, e maiores, a cada noite mal dormida.

Lavou o rosto, escovou os dentes, o telefone ainda não parará de tocar, seja lá quem fosse, era persistente.

Coçando seu couro cabeludo, ela se dirigiu mais uma vez até o escritório, pegou o objeto rapidamente, mas com cuidado para não deixá-lo cair, em seguida o levou para perto da face, onde pudesse ouvir melhor.

_Olá, senhorita Haruno?

Uma voz feminina estava do outro lado da linha, menos mal, não poderia ser o Mr. Danna com más notícias sobre o caso Molly. Aliás, desde que aceitará o caso, não havia tempo para nada, o fracasso de sua atuação a fazia cair no conceito de seu chefe, que a cada dia parecia mais indiferente, o que explicava todas as noites mal dormidas, tentando encontrar ligações entre as pistas.

_Tem alguém na linha?

_Sakura.. Sakura Haruno na linha, quem fala?

_Sou Kurenai, do departamento de Preston City.

Tinha certeza de já ter ouvido aquele nome antes, mas não se lembrava de onde.

_E o que quer comigo?

_Bem, você deve se lembrar, de que seu pai foi internado em um hospital aqui ano passado.. O senhor Haruno, não é?

_Olha, eu não sei...O que diabos há de errado com ele?

_Estou encarregada de lhe informar que seu pai faleceu noite passada, o coração estava muito debilitado, e ele não resistiu...

Uma leve dor aguda a atingiu no peito.

_Obrigada pela informação, mas não vejo meu pai desde que me mudei para Nova York, há 8 anos, acho que não poderei me encarregar do corpo.

_Não, senhorita Haruno, liguei para avisar que no testamento de seu pai, ele deixa tudo para você, com uma condição.

_E qual seria? – Ela ouvia atentamente.

_Desde que você se mude para cá, todas as ações, incluindo a poupança de milhares de euros, passarão para o seu nome..

_O quê? Não, não... Eu tenho um trabalho fixo por aqui, acho que eles não vão aceitar a transferência.

_Senhorita Haruno, devo lembra - lá que você ainda é menor de idade, e não possui responsável pela sua guarda, ou seja..

_Posso ir para um abrigo de menores, não é?

_Sim, e eu acho que a senhorita não iria gostar nada de estar em um local onde não há papel higiênico.

_E o que você me sugere?

_Venha para Preston City, e eu me encarregarei de sua guarda.

_Terei que falar com meu chefe.

_Eu já falei, ele acha que você precisa de umas férias, um descanso do caso Molly.

Seu coração quase saltou para fora do peito.

_Como você sabe do caso Molly? Quem é seu informante? – Ela berrava ao telefone.

_Senhora Haruno, acalme-se, eu sou Kurenai Yuuhi, trabalhei com seu pai na policia.

Sakura tentou se manter calma, respirou fundo, contou até três, e depois respondeu:

_Vou até meu escritório, falarei com meu chefe.

_Já me encarreguei de tudo, você vai no vôo das 19:00.

_Espere, hoje? Você está louca? Eu tenho muita coisa para fazer e...

Sakura percebeu então, que o telefone estava mudo, Kurenai a deixará falando sozinha.

09:12 – Sede da CIA.

_Como pode fazer isso? Eu nem sei quem ela é! – Sakura rodeava a imensa sala, propagando um som irritante ao tocar seu salto ao chão de carpete cinzento, ela parecia nervosa, e gritava sem parar com o homem sentado a mesa de cedro, que assistia a tudo sem dizer uma palavra.

_E o caso Molly? Como pode me tirar do caso? Quem vai acompanhar o agente Sasori agora?

O homem de cabelos grisalhos a encarou, coçou a cabeça, e então disse:

_Você é só uma adolescente, Sakura... Acho que precisa de umas férias, olhe seu rosto, está há quantos dias sem dormir? Lembre se de que essa agencia possui muitos profissionais, podemos cuidar disso sem você, por favor, tire umas férias. A senhorita Kurenai é muito gentil, ela será uma boa tutora.

_E Sasori? – Sua voz se alterou, parecia chorosa.

_O agente Sasori continuará por aqui, ele ainda está com o caso Molly, e será acompanhado pela agente Konan.

Irritada, ela virou o rosto, colocando a mão sobre a face.

_Adultos sabem mesmo como transformar a vida de adolescentes em um inferno. – Disse se retirando, dirigindo-se ao escritório.

Guardou seus pertences numa caixa, e, abrindo uma das gavetas, achou um antigo retrato ao lado de sua mãe e seu pai.

“Até morto você consegue estragar minha vida”... – pensou.

_Sakura? – A voz vinha de trás dela, e ela a reconheceu muito bem.

_Sasori.. – Ela se virou, e o abraçou.

_Está.. Tudo bem? – Perguntou ele desconfiado.

_Eu... Eu vou embora. – A primeira lagrima apareceu. Logo vieram outras. Incontrolável.

_Como assim? Por quê? – Ele a abraçou forte, a possibilitando de sentir o calor de seu corpo.

_É complicado. – Ela se afastou, e olhou em seus olhos, estavam tão assustados quanto os dela.

_Espere um pouco, vamos tomar um café, ele então pegou seu blazer, e a conduziu até seu carro.

10:58 – Cafeteira Einstein.

_E então, está mais calma? – Sasori tocava sua face, era visível a preocupação que crescia em seu olhar.

_Estou sim, obrigada. – Seu corpo estava totalmente voltado ao dele, fazia muito frio naquela manhã, e ele a abraçou, tentando aquece - lá.

_Então, o que faremos? – Ela afundou a cabeça em seu peito.

_Eu não sei... Isso foi totalmente inesperado... – Ela apertou sua mão, buscando segurança, ele a beijou na testa.

_Vamos fugir.

_Eles nos achariam, isso apenas dificultaria as coisas.

_Eu não quero ir, não quero ficar longe de você.

_Nem eu, meu amor...

_Minha vida é uma droga.

_Não diga isso, sua vida é ótima...

_Eu não quero ir para aquela droga de cidade...

_Tenho certeza de que irá gostar bastante, querida... Pense bem, é melhor estar lá, do que em um abrigo para menores.

_O melhor é estar com você.

_Mas e se não for possível?

_Se não for, por favor, diga que você não vai me esquecer... – Tristeza evidente escorreu entre as palavras e a troca de olhares.

_Eu nunca vou te esquecer. – Os olhares se cruzaram, os lábios se tocaram num gesto de carinho, Sakura fechou os olhos e sentiu que o amor que os unia, não poderia ser superado pela distancia.

As faces se separaram.

_Então, eu tenho que ir ao meu apartamento arrumar as coisas, não quer ir?

_Claro... – E assim seguiram os dois.

12:03 – Apartamento da Sakura.

Seus passos estalaram nos incontáveis degraus metálicos das escadas que subiam e subiam, mais parecendo levá-los ao céu. Finalmente chegaram a imensa porta que dava passagem ao apartamento, Sakura pegou a chave em seu bolso, e girou-a na fechadura, permitindo o acesso ao interior do local.

Nada mais foi dito, seus olhares carregavam tristeza e amargura, reluzentes cristais de gelo se partiam e batiam em breves nítidos contra o vidro da janela. Tudo era frágil do lado de fora, mas principalmente dentro daquele apartamento.

Silencio, mais silencio. O que fazer? Olhar, fingir que nada acontecia. Ignorar o que conseguiam ignorar, esquecer o que era simplesmente inesquecível.

Sentaram se lado a lado no sofá aveludado, abraçados. Sakura odiava aquele silencio, aliás, sempre odiou a falta de palavras num momento em que a conversa era necessária. Estreitou os olhos, e os cravou em Sasori, as palavras deslizaram de sua boca...

_Vou arrumar as coisas.

_Eu te ajudo. – Ambos se levantaram e se encaminharam até o quarto de Sakura, que mais parecia um cubículo revestido com paredes brancas e com chão de madeira polida, que rangia ao ser tocado.

_Não repare na bagunça, estou meio sem tempo para arrumar...

_Tudo bem... – Disse Sasori caminhando para uma parede, onde se fixava um mural com fotos dos dois, e algumas velhas anotações.

_Você pode ir até o armário da sala pegar umas malas?

_Claro.. – Sasori desapareceu pelo corredor, Sakura abriu o imenso guarda roupa, que se acomodava num dos cantos do quarto, e tirou suas roupas, as empilhando em cima da cama, foi quando notou que ele já estava de volta.

_Aqui está. – Disse enquanto colocava as malas pelo chão.

_Obrigado. – O tom de sua voz estava diferente, Sasori percebeu que o brilho esmeralda de seus olhos que antes via em abundancia, agora não passava de um verde opaco. Talvez aquela angustia que abrigava sua cabeça fosse passageira, afinal, nenhum sofrimento dura para sempre.

_Terminei. – Ela puxou o zíper de uma extremidade da mala a outra, fechando-a por completo.

_Mas você vai levar só isso?

_Vou levar roupas para o frio, só tenho essas. – Admitiu enquanto tentava levantar a mala, que mesmo não cheia, estava muito pesada, Sasori veio ao seu encontro.

_Deixa que eu te ajudo. – Ele carregou a mala até a sala, Sakura o seguiu.

_Você foi bem útil aqui, muito obrigado. – Disse enquanto esboçava um leve sorriso, ele respondeu com um toque entre os lábios.

_É sempre um prazer te ajudar.

Suas bochechas coraram, num ato rápido, ela aproximou seu corpo ao dele, e seus lábios se tocaram outra vez, porem um som estridente interrompeu o momento, era o celular de Danna.

_Desculpe. – Ele pegou o objeto e o colocou sobre a face, afastando-se, Sakura fez o mesmo, e se dirigiu até o fim do corredor, onde se localizava o escritório, numa das paredes, havia uma pequena estante de madeira, contendo alguns livros, ela os empilhou, e os colocou em uma sacola, Sasori a chamou.

_O sr. Kakashi me chamou com urgência, tenho que ir até a agencia, volto mais tarde, tudo bem?

_Claro. – Ela forçou um sorriso, ele a abraçou, tranquilizando-a, e saindo pela porta.

_Eu te amo... – Ela fitou-se em seu olhar, ele parou, e, num gesto semelhante, a encarou com seus belos olhos castanhos.

_Também te amo. – Ele deu um breve sorriso, e em seguida desceu as escadas, Sakura ficou ali, sentada no chão, olhando para a porta enquanto se afastavam, cada vez mais.

Respirou fundo. Levantou-se, abriu a janela e deixou que o Sol a alcançasse com seus raios oblíquos, iluminando sua bela e esculpida face, e seus curtos e sedosos cabelos rosados.

O dia estava lindo. Lá fora o Sol brilhava intensamente e alegremente num céu de um azul que chegava a ferir seus olhos.

Sakura deitou-se no sofá, esperando pela volta de Sasori, porem nem percebeu que suas pálpebras pesadas estavam se fechando, lentamente.

Acordou algumas horas depois, suja e suada. Olhou para o relógio, um susto. Eram quase 18:30, e ela não estava pronta para ir ao aeroporto.

Um banho rápido a refrescou, ela foi até sua cama e se vestiu com um suéter francês e uma saia de algodão, e nos pés, usou botas delicadas, um sobretudo a protegia do frio.

Enquanto penteava seus cabelos, percebeu que havia uma mensagem na secretaria eletrônica, ela a ouviu, atentadamente.

“Sakura, desculpe, mas não poderei voltar, acharam outro corpo próximo das indústrias Wave, e eu tenho que fazer a perícia, espero que ocorra tudo bem, um beijo..” – Era a voz de Sasori, e ela tentou não ficar magoada, afinal, não podia ser egoísta a ponto de pensar que Sasori viveria apenas para ela, ele trabalhava, e tinha suas prioridades.

Tentando ser mais rápida, ela reuniu tudo que encontrou pela frente em sua bolsa, um kit maquiagem, algumas presilhas, um óculos velho e alguns produtos para pele e cabelo.

Um táxi foi chamado, ela ofegava a sua espera, quando ele finalmente chegou, Sakura não olhou para trás, apenas entrou no veiculo, e foi em direção ao aeroporto...


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Notas finais do capítulo

Reviews, não fazem seu dedo cair. ;D