Emoções escrita por Vick_y Pirena


Capítulo 1
Amicitate


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: Essa fic passa-se como se Syaoran não tivesse confessado para a Sakura que a ama, como é visto no final do episódio 69, "O Mago Clow Apareceu". Ou seja, o último episódio não existe, assim como a carta criada por Sakura, nem filme “A Carta Selada”. Ele voltou à China normalmente, porém despedindo-se dos amigos e de Sakura, sem contar a ela a verdade sobre o que sente.



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Emoções

Vicky Pirena

Capítulo Um:

Amizade

Do latim amicitate

Relacionamento que envolve conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo. Provavelmente o interesse dos amigos são parecidos, e demonstram, entre si, um senso de cooperação.

A neve caia intensamente pelas quase desertas ruas de Tomoeda naquele rigoroso inverno. Os pequenos flocos acumulavam-se nos galhos das majestosas árvores, nas calçadas pouco movimentadas e no parque do Rei Pingüim. O grande escorregador que levava o nome da praça encontrava-se quase soterrado de neve, mas a quantidade da mesma não impedia um certo jovem de continuar no balanço.

A neve salpicada no cabelo rebelde dava a impressão de ser açúcar. As bochechas e o nariz estavam levemente corados pelo frio. Os olhos estavam cerrados desde o momento que se sentara, e na boca, um sorriso de canto desenhava seus bem feitos lábios.

Quem o visse, pensaria que estava recordando-se de uma boa lembrança.

Abriu os olhos, que se revelaram ambarinos, ao sentir uma brisa fria em seu rosto, típica de inverno. O sorriso continuava em seu rosto, mas dessa vez, se era possível, ainda mais contido. Ajeitou-se no balanço, procurando ficar mais confortável. Enrugou a testa ao verificar o relógio, a expressão ficou ainda mais séria. ‘Onde diabos ela se meteu? A neve está ficando mais forte...

Os olhos antes tranqüilos, agora se mostravam preocupados. Foi ao sentir uma presença forte e conhecida, e um chamado amigável, que relaxou novamente.

“Li-kun! Ah, ai está você! Desculpe a demora, Kero-chan não parou de me encher o saco enquanto eu não fizesse o bolo que prometi para ele.”

“Estava ficando preocupado. Sei que você é de se atrasar, mas também é de ligar avisando que se atrasará. Por que não ligou dessa vez?” – Indagou fitando a garota a sua frente, que se aproximava com dificuldade por culpa da neve.

Não hesitou em ajudá-la, transformando a esfera negra que sempre carregava no bolso em sua espada e invocando o Deus do Fogo pra derreter a neve. O nome da garota a sua frente era Kinomoto Sakura. Sua amiga de infância e amor secreto. Usava um casaco, o cachecol e o gorro cor-de-rosa. Já as calças, as luvas e as botas sem salto, eram cor de creme. Estava absolutamente linda.

Ela era o que os homens chamariam de boneca. O corpo havia mudado nos últimos anos. Ganhara formas mais femininas, e perfeitas, graças às atividades físicas as quais a garota praticava. Os cabelos castanho-claros, antes curtinhos, agora iam até um pouco abaixo dos ombros. A divertida franja estava presa pelo gorro, que era impedida de encobrir os belos olhos de Sakura. Esses eram verdes-esmeralda, e sempre tinham um brilho especial. O rosto era delicado, que fazia conjunto com um nariz afinalado e as bochechas vermelhinhas de frio. A boca era pequenina, mas sempre estava pronta para um largo sorriso, principalmente para ele.

Ele era um novo garoto da mesma classe de Sakura e Syaoran.

Alto, cabelos loiros, olhos cor-de-mel, porte atlético e pinta de galã, Yuzuma Hoshiro era o carinha por quem sua flor suspirava durante os ensaios das líderes de torcida com o time de futebol.

Yuzuma era do time de futebol, assim como Syaoran, mas a diferença eram as posições. O chinês era atacante, enquanto o loiro, zagueiro. Conversava com o rapaz, apesar de não ir com sua cara. Fazia isso por Sakura, a qual não queria ver triste pelo motivo do melhor amigo não gostar do garoto por quem era apaixonada.

“... então quando estava vindo, o achei no bolso desse casaco.” – Ela suspirou cansada. – “Por isso eu não liguei. Desculpe por deixá-lo preocupado.” – Viu a garota abaixar o olhar e morder lábio inferior, claro sinal de nervosismo.

Ficara tão encantado fitando-a, que só ouviu a última parte da explicação. Mas não se importava, sabia que ela estava bem, e ali, na sua frente, onde poderia protegê-la. Levantando o rosto dela delicadamente pelo queixo e olhando-a bem nos olhos, a consolou:

“Hei! Está tudo bem, Sakura. Não precisa ficar nervosa, não se preocupe. Sem desculpas, a culpa não foi sua.” – Os olhos da garota brilharam e ele sentiu-se corar. ‘Droga! Que coisa patética!’ Desviou o olhar e agarrou-lhe uma das mãos, disfarçando. – “Venha, lhe pago um chocolate-quente. Vamos para algum lugar fechado, não quero que pegue uma pneumonia. Seu irmão me mataria.” – Ouviu-a soltar uma gostosa gargalhada enquanto seguiam de mãos dadas para fora do parque.

            Dentro de poucos minutos, entravam no Caffé que sempre iam, no centro de Tomoeda. Era um lugar aconchegante, com diversas mesinhas de dois lugares espalhadas por um salão um tanto pequeno, mas perfeito para as tardes e noites de inverno.

“Boa noite, Sakura-chan. Boa noite, Li-kun.” – Falou Koroto Nazuki. A garota, além de atendente do Caffé, era muito amiga deles.

Eram da mesma classe desde o ano passado, mas Nazuki já conquistara a todos. Tinha cabelos negros, levemente cacheados, que iam em cascata até o meio de suas costas. Olhos grandes e amendoados moldavam um belo rosto em forma de coração. O corpo escultural era só um detalhe, perante seu coração de ouro.

“O mesmo de sempre?” – Viu-os balançar a cabeça enquanto Syaoran ajudava a amiga a tirar o casaco, para estendê-lo no cabideiro cheio. - “Então... um chocolate quente pra você, Sakura-chan e um moccacino com raspas de chocolate para você, Li-kun.” – Acenaram positivamente, já sentados em uma mesinha perto do balcão. – “Trago em um minuto, com ainda umas bolachinhas, mas só porque são meus amigos...” – Disse a última parte em um sussurro, como alguém que conta um terrível segredo. Afastou-se alegremente, ouvindo as gargalhadas dos amigos.

Syaoran secou a lágrima que saltava dos olhos, decorrente da risada. Nazuki era demais.

Sabia que se não fosse tão apaixonado por Sakura, provavelmente estaria pela morena.

Observou a melhor amiga, que ainda tentava se recompor das risadas. Os olhos esmeralda brilhavam felizes, e o rosto estava corado graças às risadas. Era uma visão no mínimo encantadora.

“Syaoran-kun? Hei, está no mundo da Lua hoje?” – Perguntou a dona de seus pensamentos.

‘Na verdade, querida Sakura, estava em uma estrela distante, que é o seu olhar.’  Teve vontade de responder, mas controlou-se. Havia voltado ao Japão fazia três anos. Três longos anos que ficara longe do amor de sua vida. Quando retornara, logo sua amizade com Sakura voltara com força total. Em menos de um mês, a amizade que era tida alguns anos antes era um nada perto do agora. Muitas pessoas pensaram errado sobre essa amizade. Uma dessas era Touya, irmão de Sakura. Afinal, não era muito comum uma garota ter como um de seus melhores amigos um garoto. Isso deixava Syaoran totalmente sem-graça, afinal, Touya sabia de suas verdadeiras intenções com a ex-Card Captor.    

Mas isso mudaria hoje, contaria para ela como se sentia, coisa que devia ter sido feita anos atrás. E se tudo desse certo, a pediria em namoro, sendo, finalmente o cara mais feliz da cidade.

“Quê? A não, não. Só pensando. Tenho uma coisa para te contar.” – Era agora. Finalmente, depois de anos...

“Verdade? Eu também tenho! Mas vamos, me conte!” – Ela incentivou o amigo, mexendo o chocolate-quente com uma colherzinha para esfriá-lo. Algo lhe dizia que o que Syaoran diria era importante.

“Bem...” – Foi interrompido bruscamente, Nazuki chegava com os pedidos e os biscoitos.

“Prontinho. Aqui estão os pedidos dos meus clientes mais especiais. Sakura, seu chocolate-quente. Seu moccacino, Li.” – Afastou-se um passo, e abraçando a bandeja redonda perguntou para Sakura. – “Então, Saki-chan. Contou para ele a novidade?”.

“Não, Nazu-chan, ainda não. Posso contar antes, Syaoran?” – Fitou o amigo, com um rosto quase suplicante. Ela sabia como desarmá-lo.

“Vá em frente.” – Tomou um gole de seu moccacino, esperando a grande novidade.

“Hoshiro Yuzuma gosta de mim!”

Seu mundo parou e foi desabando ao seu redor sem poder fazer nada. Sentiu-se inútil.  Saber que o loiro retribuía o sentimento que Sakura nutria era demais para si. Por pouco não se engasgara com a bebida. Sakura o olhava, provavelmente esperando uma reação ou resposta. Nazuki tinha os grandes e amendoados olhos presos sobre si. Suspirou e respondeu.

“Nossa! Que legal, Sakura. Apesar de você saber que eu não converso muito com ele, não tendo uma boa idéia de como ele é. Só quero que você seja feliz...” – Mas ela não escutou a última frase. No momento estava abraçada a Nazuki. Davam pulinhos de felicidade, como que comemorando a aprovação do amigo. Não prestara atenção em como ele parecera melancólico e tentara inutilmente se passar como que animado com a notícia. Olhou pela janela. A neve ainda caía, mais fraca, mas caía. O tempo estava silencioso e triste lá fora, um espelho de como se sentia. Sakura agora conversava animada com a morena, como que contando os detalhes de como descobrira ter seus sentimentos retribuídos.

           

            O sino que ficava na porta tintilhou, indicando mais um cliente. Nazuki afastou-se, não sem antes se virar para a amiga desculpando-se por estar muito ocupada. A ex-Card Captor sentou-se novamente a sua frente com um grande sorriso no rosto, que morreu ao lembrar-se de algo.

“Desculpe Syaoran-kun, por ter falado primeiro. É que eu estava muito ansiosa. Agora vamos, me fale. Qual é a sua novidade?”

“Novidade? A sim. Não, esquece. Eu já te contei isso, lembrei agora.” – Tentava desviar do assunto, inutilmente. Conhecia Sakura, ela era insistente. ‘ Tenho que pensar em alguma coisa, e rápido. ’

“Não tem problema. Pode contar de novo. Não temos o que conversar mesmo.” – Tomou um longo gole do chocolate-quente, que agora estava mais frio, encarando o chinês. – “Então...”

“Nada, eu só ia contar que Meiling está namorando, mas lembrei que já havia lhe contado isso.” – Terminou o moccacino de uma vez, pegando um biscoito em seguida. – “Sakura, sinto muito, mas tenho que ir embora. Se não estou enganado minha mãe vai ligar mais tarde, para discutir uns problemas da Empresa que necessitam minha opinião. Resumindo: Uma noite chata. E como ela nunca respeita o fato do fuso horário daqui ser uma hora mais tarde, é melhor eu me apressar.”

“Espere. Eu vou com você. É verdade, tinha me esquecido que ela não lembra que você acorda cedo para treinar, ficando até tarde no telefone.” – Soltou um suspiro. – “Você pode me deixar em casa? Sabe que...”.

“Já sei, já sei. Touya não gosta de te ver sozinha essa hora da noite na rua, mesmo com as Cartas.” – Levantou-se e foi em direção ao caixa, pagar a conta e despedir-se de Nazuki. – “Até, amanhã.”

“Até, Li-kun. Tchauzinho, Sakura-chan.” – A morena acenou alegremente.

“Tchauzinho.” – A Mestra das Cartas foi em direção ao cabideiro, aonde havia deixado o casaco mais cedo. Vestiu-o e deu o braço ao chinês que a esperava na saída. Acenou uma última vez para a amiga e foi em direção para casa, acompanhada de Syaoran.

            Foram caminhando normalmente. O chinês com o braço direito em torno dos ombros da garota, enquanto ela o abraçava pela cintura. Quem visse, pensaria ser um casal de namorados. Mas não eram. ‘ Somente amigos, e continuaremos assim para sempre se depender dela. ’ Pensou o chinês. Ainda sentia-se emburrado pela declaração mais cedo da amiga. Agora Yuzuma Hoshiro retribuía o sentimento de sua Flor. As chances estavam acabadas. Imaginou se em um universo alternativo, onde Nazuki não os interrompia e ele se declarava para ela. Será que ela ficaria chocada com a declaração? Ou feliz? Continuaria sendo sua amiga, mesmo ele a amando?

“Syaoran, fale a verdade. Você só esta me trazendo em casa por que tem medo de apanhar do Touya por ter me deixado vir sozinha, certo?” – Resolveu perguntar algo que quebrasse aquele clima que se instalara entre eles desde que contara dos sentimentos de Hoshiro. Syaoran podia tentar enganá-la, conversando com o loiro e o tratando bem, mas ela sabia que não ia com a cara dele. Mas o aturava, e isso era por ela, e a garota agradecia Syaoran por isso.

“O quê? Medo de apanhar do seu irmão? Você só pode estar de brincadeira!” – Viu o rosto antes sério e imparcial do amigo ganhar emoções, mesmo elas sendo o sarcasmo e incredulidade. Sabia irritá-lo, e se esse era o único jeito dele esquecer um pouco de Hoshiro, faria isso.

“Acho sim. Você é um fracote. Quando capturávamos as Cartas, era sempre Meiling ou eu que o salvava, tanto que nem ao Juízo Final venceu.” – Cutucou a ferida. Ele odiava quando Kero ria de sua cara por não conseguir vencer o Juiz Yue anos atrás. Mexer com o orgulho de um Li era o mesmo que se condenar à forca. Observou os olhos âmbares brilharem maldosamente, fazendo conjunto com o sorriso no canto dos lábios. Opa! Estava encrencada.

“Eu fracote, Senhorita Kinomoto? Vamos ver se sou fracote mesmo.” – Se desvencilhou dele rápido e saiu em disparada, com o amigo no seu encalço.

“Tão fracote que nem vencer uma garota numa corridinha consegue!” – Gritou já longe.

“Veremos então” – Ele parou de correr, juntando um pouco de neve na calçada, moldando uma grande bola com as mãos, atirando e acertando a cabeça da garota numa pontaria perfeita. – “Desculpe-me, Sakura. A bola de neve escapou da mão do fracote.”

“Li Syaoran!! Você me paga!” – Jogou uma também, porém Syaoran desviou com facilidade.

“Quem é o fracote agora?”

E assim os dois começaram uma guerra de bolas de neve, esquecendo de Yuzumas e Yelans. Os problemas não importavam, eram só os dois brincando como crianças em uma das últimas noites de neve do Inverno daquele ano.

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O sinal da última aula acabara de tocar e Sakura arrumava suas coisas tranquilamente, enquanto ouvia poucas palavras da conversa de Tomoyo e Nazuki que estavam ao seu lado. Seguiu para fora, despedindo-se de todos e organizando mentalmente o que teria de lições e trabalhos para o dia seguinte, agora ignorando a conversa da prima e da amiga. Suspirou. Se fosse mais organizada, quem sabe como Syaoran, provavelmente estaria com a consciência tranqüila, conversando animadamente com as duas. Já estava no pátio, esperando o chinês quando houve o próprio chamá-la.

“Sakura!” - Ele apressou o passo, se juntando as meninas.

“Ah! Olá, Li-chan!” - Viu o rapaz a sua frente fechar a cara, diante ao modo carinhoso como lhe chamara.

“A senhorita sabe que eu não gosto quando me chama assim. Parece que esta falando com o boneco de pelúcia!”

“Oh, Syao-kun! Que isso! Você sabe que eu falo brincando!” – E apertou as bochechas do rapaz, mas não percebeu estas ficarem escarlates. – “E outra, não chame Kero assim. Você sabe que ele odeia.”.

“Ok, ok! Desculpe, mas mocinha, também não me chame assim. Também não gosto.” – Fez cara de emburrado, arrancando risos de Tomoyo. – “E eu sinto muito, mas hoje não poderei acompanhar as damas até em casa.” – Disse apontando para ela, Tomoyo e Nazuki, que ficou extremamente vermelha.

“Por que, Li-kun?” – Perguntou Tomoyo, percebendo pelo canto de olho Nazuki vermelha.

“Parece que o queridinho da nossa líder de torcida aqui...” – Falou com a voz carregada ao citar Yuzuma, apontando para Sakura que abaixou o olhar. – “... inventou de fazer uma reunião em cima da hora...” – Bufou indignado. – “Enfim... mais tarde passo na sua casa, Sakura.” – Viu-a olhá-lo interrogativamente. – “Afinal, prometi a seu pai que o ensinaria a fazer aqueles pãezinhos chineses hoje... Tchau garotas. Até mais tarde, Ying Fa!” – Gritou se distanciando.   

“O Li vai à sua casa hoje, Sakura?” – Perguntou Tomoyo, com a voz cheia de segundas intenções.

“É, lembra, hoje é quarta-feira, a ‘folga’ do Wei. O Syao vai jantar lá em casa, assim não fica sozinho.” – Respondeu voltando a caminhar e não percebendo o modo que a prima havia falado.

“Ying Fa?” – Indagou Nazuki, não entendendo.

“É Sakura em chinês.” – Respondeu a própria.

“Digamos que o Li não se sente à vontade de que quase todo mundo chame a Sakura-chan pelo nome, ou de Kinomoto mesmo. Não que ele não ache o nome dela bonito!” – Acrescentou Tomoyo vendo a cara da morena.

“Ele queria ser diferente, e me chamar de um jeito tanto mais carinhoso quanto que o deixasse mais perto da China. Eu sinto que ele morre de saudades de lá... Não entendo ainda por que voltou. Não que eu não tenha sentido falta dele, mas... Acho que é medo que ele sente, de que alguma coisa volte a acontecer.” – Falou Sakura, ainda meio confusa.

“Ou para proteger alguém...” – Cantarolou Tomoyo, percebendo a inocência da prima.

“Proteger! Hump!” – Bufou a garota, indignada – “Como se eu não soubesse me proteger! Afinal de contas, eu capturei todas as Cartas Clow.” – Recebeu um olhar de censura de Tomoyo – “Ok, ok... Ele me ajudou com algumas. E também eu me dei bem no Juízo Final...” – Foi interrompida por Tomoyo, que continuou a narração por si.

“Tudo bem, tudo bem! Já entendemos... Transformou todas as Cartas em Sakura, inclusive Luz e Trevas, mas também se lembre Saki-chan, que o Li, Kero, Yue e até mesma eu sempre estivemos com você.” – Replicou Tomoyo, levemente magoada pela reação da amiga.

“Eu sei... mas não entendo o porquê dessa desconfiança dele! Me sinto de porcelana assim. É como se eu não soubesse me cuidar.”.

“Calma, Sakura. Sei que o Li tem um bom motivo de fazer isso. Ou vai ver, ele voltou para Tomoeda simplesmente por que gosta daqui e dos amigos.” – Consolou Nazuki.

“Você está certa, Nazuki.” – Sorrindo, voltou a andar, seguindo as duas.

Após alguns minutos de caminhada, Nazuki pára de andar subitamente, tendo uma Sakura, que vinha logo de si, caída no chão graças à parada repentina.

“Ai!”

“Desculpe Sakura! Você está bem?” – Perguntou Nazuki, preocupada.

“Não foi nada. Estou sim. Por que parou de repente?”

“Algo errado Nazuki?” – Perguntou Tomoyo, ao vê-la parada.

“Sakura-chan, Tomoyo-chan... eu tenho uma coisa a contar. Será que nós podíamos conversar no parque do Rei Pingüim?” – Torcendo os dedos da mão, em um sinal claro de nervosismo, esperava a resposta das amigas.

“Claro!” – Respondeu a ex - Card Captor.

“Vamos! Estou ansiosa. Afinal, deve ser algo importante para você ficar assim tão nervosa” – Disse Tomoyo, apontando para as mãos da amiga.

“Na verdade é uma confissão. Venham, vamos.”

Em poucos minutos estavam sentadas nos balanços do parque. Nazuki, que fora calada todo o percurso, continuava quieta. Sakura balançava-se tranqüilamente no balanço, por coincidência o mesmo que estivera anos trás, quando fora consolada por Syaoran por não ter seu amor por Yukito correspondido. Tomoyo observava a garota atentamente com um olhar que a muitos lembraria o de Eriol. Se essa confissão fosse o que estava pensando...

“E-eu... eu g-gosto de uma p-pessoa.” – Olhando as mãos atentamente, como se fossem as coisas mais interessantes do mundo, confessou Nazuki.

“Sério? Que legal Nazuki!! Vamos, nos diga. Quem é o felizardo?” – Alegremente, Sakura começou a se balançar com mais força.

“Então... esse é o problema... não sei se ele gosta de mim. Acho que gosta de outra pessoa.” – Disse, olhando fixamente para a ex-Card Captor, ato que não passou despercebido por Tomoyo, que continuava quieta em seu balanço.

“Ora, Nazuki! Que garoto em sã consciência não daria bola pra você? Você é linda! Vamos, diga quem é que eu vou lá e o alerto da sua existência!” – Rindo, respondeu Sakura.

  

“Ele sabe que eu existo, Saki-chan.” - A garota começava a ficar cada vez mais vermelha, então se deu conta do que a amiga tinha falado. - “NÃO! Você não pode contar pra ele! É humilhação demais, Sakura.”

“Se for quem eu estou pensando, não vai humilhá-la.” Murmurou Tomoyo, mas não foi ouvida pelas garotas.

“Eu não ia contar, sua boba. Agora diga logo quem é, estou ficando impaciente!” - Pegou mais impulso com o balanço, mas ainda ouvindo atentamente a amiga.

“Ele... ele é... é o Syaoran!” - Confessou Nazuki, derrotada.

Tomoyo engasgou, tendo uma crise de tosses. E Sakura, que até então estava no balanço, perdeu o equilíbrio e deu de cara no chão.

“Sakura!! Você está bem??” - Aflita, Nazuki tentou levantá-la.

“Você está apaixonada pelo Syaoran?” - Perguntou Sakura, incrédula.

“Você está falando sério, Nazuki?” - Tomoyo já tinha imaginado algo assim, só não esperava que fosse mesmo verdade.

“Estou sim. Mas por que vocês estão agindo assim? Me pergunto como vocês, que sempre foram amigas dele, nunca sentiram nada.”

“Bem, você tem que entender que eu amo muito o Eriol, seria estranho sentir algo pelo Li.” - Justificou Tomoyo, ainda de olhos arregalados.

“E você, Sakura? Sempre foram muito amigos, vai dizer que nunca sentiu nada?”

“Não! Eu sempre vi o Syaoran como um irmão. Não o imagino de outra forma.” - Respondeu rapidamente. Sakura podia falar isso, mas sentia suas bochechas quentes, sorte que estava escurecendo e isso tornava mais difícil de ser notado. Odiava mentir para as amigas, mas sentia sim atração por Syaoran, mas como sempre se trataram por irmãos, não seria agora que mudaria isso, e além do mais, gostava de Hoshiro. Não queria estragar uma amizade de anos, por uma besteira. Espanou a areia da saia e das mangas da blusa tomando uma decisão que sabia que mudaria tudo. - “E para provar que o vejo só como um irmão, e que quero que ele seja feliz, vou ajudá-la a conquistá-lo!”

“VOCÊ VAI O QUE??” - Perguntaram Tomoyo e Nazuki, em uníssono. Nazuki, feliz, por agora ter uma grande ajuda, e Tomoyo, bem Tomoyo por não acreditar que Sakura faria aquilo. Se antes estava espantada, agora então...

“Simples, vou ajudá-la a conquistar Syaoran. Só espero continuar sendo amiga dos dois e ser chamada para ser madrinha no casamento.” - Respondeu sapeca, odiando-se por dentro.

“Claro! Sei como a amizade de vocês é importante para os dois. Admito que morria de ciúmes até você falar que só o vê como irmão. Ai, Saki-chan!! Por isso que todo mundo te adora, você é um anjo.” - E pulando na amiga, começou a abraçá-la e apertar suas bochechas.- “Por favor, jante amanhã lá em casa. Minha mãe ficaria feliz em tê-la como visita. Você também Tomoyo.”

“Bem, eu sinto muito, Nazuki. Mas prometi para minha mãe que jantaria com ela. Depois de amanhã ela irá viajar à tarde e ficará fora uma semana, receio que devo passar esse tempo com ela.” - Disse Tomoyo, dando as costas e seguindo rumo a sua casa.- “Bem, já está escurecendo, receio que devo ir para casa, ou terei que voltar a andar para cima e para baixo com guarda-costas. Até amanhã Sakura-chan, Nazuki-chan.”

            Enquanto se afastava ainda pôde ouvir uma Nazuki animada - “Então, acho melhor você ir para casa também, afinal ele jantará lá hoje, certo? Vamos, vá. Já tomei tempo seu demais. Ah, e lembre-se...” “Já sei, já sei. Falar de você a noite toda.” - A feiticeira falava risonha, mas Tomoyo percebia um tom de melancolia em sua voz.

Por favor, Sakura. Não jogue sua felicidade ao vento’ Pensou antes de virar na alameda que seguia para sua casa.

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            Chegou na mansão, correndo em seguida para seu quarto. Ainda não acreditava que mentira para as amigas, dizendo que sua mão viajaria, mas esse fora o único jeito de poder voltar rápido para casa.

Colocou a mochila sobre a cama, de maneira displicente, diferente de como foi acostumada. Prendeu os longos cabelos em um coque simples, sentando-se a escrivaninha e passando a mão no telefone, discando com os dedos ágeis o telefone do rapaz inglês.

Esperou alguns minutos, até atenderem do outro lado da linha.

“Hello!” – Disse uma voz animada do outro lado da linha.

“Hi Nakuro! Sou eu, Tomoyo. Por favor, passe para...”

“Já sei, já sei. É incrível, ele não era uma. Bem que disse: ‘É Tomoyo, pode deixar que eu atendo.’ – Lamentou a Guardiã da Lua, arrancando risos da garota. Pode ouvir o telefone ser passado para as mãos do namorado.

“Olá querida Tomoyo! A que lhe devo a honra da ligação?”

“Eriol, querido. Me desculpe ligar assim, com essa diferença fuso-horária enorme e tudo mais, mas é que há um pequeno problema.”

“Problema?” – Percebeu a voz ficar mais séria. Respirou fundo e começou a narrar os fatos recentes, tudo ouvido atentamente pela jovem reencarnação do famoso mago.

“Então Sakura-chan prometeu ajudá-la a conquistar o Li. Ai Eriol! Estou preocupada. A Sakura é muito ingênua, não percebe o quanto isso á afetará. E também há o Syaoran, que se sentirá pressionado. Por favor, querido, me ajude!” – Implorou em agonia.

“Primeiro de tudo, fique calma Tomoyo. Você sabe que me preocupo também. E não gosto de vê-la triste. Agora vamos, peço que limpe essas lágrimas que escorrem pelo seu lindo rosto.” – Disse carinhoso.

“Co...como você sabe que eu estou chorando?” – Perguntou, secando as lágrimas com as costas das mãos.

“Pela sua voz, my darling. Sei como você se preocupa com Sakura. Eu também me preocupo, assim como também tenho preocupação com meu caríssimo descendente. Não os quero triste, e nem que você fique triste pela infelicidade deles. Faremos o seguinte: Ligue-me assim que tiver mais notícias que eu ajudarei você com um... pequeno plano.” – Concluiu misterioso.     

“Tudo bem... Ligo sim para você.” – Respirou fundo. – “Eriol?”

“Sim?”

“Eu amo você.” – Disse suavemente, imaginando seu amado á sua frente. – “Sinto tanto sua falta...”.

“Eu também amo você Tomoyo. Mas, logo logo, nos encontraremos novamente. Isso é uma promessa.” – Exclamou confiante.

                                   ***********************************

O céu estava pontilhado de estrelas naquela noite, e do Templo Tsukimine, o espetáculo parecia ainda mais belo, talvez pelo fato de estar acontecendo um festival. O Equinócio de Primavera sempre era muito comemorado. O inverno, apesar de bonito, com toda a sua brancura e calma, com certeza não era mais esperado que a primavera, estação preferida de qualquer cidadão da pacata Tomoeda. A natureza, como que grata à festa que a cidade realizava, fazia as todas as flores, principalmente as sakuras florescerem, de um jeito que não era visto em nenhuma outra cidade do Japão.

            O Templo estava todo enfeitado. Uma grande faixa dando boas-vindas aos visitantes e expondo o motivo da comemoração fixava-se logo na entrada. As barraquinhas, tão tradicionais como as comemorações também estavam lá, assim como as luminárias japonesas, com as cores do arco-íris. Tudo arrumado de um jeito harmonioso pelos responsáveis do Templo. Este expressava um clima de festa e comemoração, mas não era assim que Sakura se sentia. Hoje à noite, durante o Festival colocaria seu plano em prática. Prometera a Nazuki que a ajudaria a conquistar Syaoran. Não voltaria atrás com sua palavra. Não sabia o porquê de sentir-se tão mal, afinal queria ver os dois amigos felizes, e Nazuki demonstrava gostar verdadeiramente do chinês. Soltou um longo suspiro.

            Decidiu então que não tinha motivos para ficar assim. Colocaria o plano em prática, e se tudo desse certo, essa noite a cidade de Tomoeda ganharia mais um casal. Colocando um sorriso no rosto e ajeitando a yukata com desenhos de magnólias, que pertencera a sua mãe, a fim de se livrar das dobras invisíveis, saiu à procura de Tomoyo e Nazuki. A prima falou que a esperaria na frente da barraca de jogos, e foi em direção às amigas.

           

                                   ***********************************

            A noite estava propícia para o festival, analisou Syaoran ao entrar no Templo. Somente aceitara aquilo, pois Sakura havia lhe pedido. Tinha noção do que poderia acontecer essa noite, mas o que mais lhe doía era o fato da melhor amiga incentivar isso. Adorava Nazuki, achava-a linda, simpática e uma excelente companhia... Mas não era sua Sakura. Percebia as investidas da morena, e ficava triste ao saber que não retribuía aquele amor. Seu verdadeiro amor, simplesmente não percebia o que sentia. E ele achava melhor deixar tudo assim, afinal, preferia tê-la por perto, somente como sua amiga, do que não tê-la nem como amiga.

            Passou reto pelas primeiras barraquinhas de doces, se encontraria com os amigos perto da barraca de jogos, que ficavam uma pouco mais ao fundo do Templo.

Amigos. Nunca pensou, anos atrás, ao vir para Tomoeda que arrumaria grandes amigos naquela pacata cidade. Lembrava-se de quando os anciãos declaram que ela partiria para o Japão. Ficara irado na época. Não queria sair de seu país de jeito nenhum. ‘Não existe lugar melhor que Hong Kong’. Lembrou da declaração.

Realmente, amava a China, mas a pequena cidade, assim como o país nipônico conquistou um espaço em seu coração.

            Antes de vir para o Japão, era uma criança completamente diferente das outras. Sério, arrogante e dedicado a atividades adultas. Sabia que sua mãe se preocupava com seu jeito recluso, e agora finalmente entendia o porquê dela não se opor da decisão dos anciãos. Yelan Li, sem sombra de dúvidas sabia que algo aconteceria que amoleceria seu coração de seu filho. Sorriu sozinho. Sua mãe era mesmo maravilhosa. Sabia antes mesmo de acontecer que conheceria algo ou alguém de importante, esse alguém, obviamente Sakura. A garota entrara em seu coração sem nem ao menos perceber. Fizera indiretamente com que ele fosse mais aberto, dando-lhe a oportunidade de ter amigos. Com um leve sorriso nos lábios, avistou o grupo. Todas vestiam as tradicionais yukatas. Tomoyo, filmando arrumando algo em sua filmadora digital e Nazuki estavam muito belas, tendo em seus trajes motivos celestiais, mas Sakura estava ainda mais linda.

            Seu coração, antes calmo, começou a bater mais forte. Era sempre assim. Avistava a japonesa, riam juntos, ela o abraçava. Resultado: o coração disparava. No começo, odiava isso, mas agora, depois de anos, a sensação de nervosismo era até bem vinda.

“Boa noite, garotas.” – Cumprimentou educado. Não cumprimentaria Sakura individualmente hoje. Ficou triste, ao notar que a garota não percebeu seu forçado desleixo.

“Boa noite, Syao-kun.” – Comentou uma Sakura que Syaoran percebeu estar meio nervosa, e acreditou ser pelo fato de estar ajeitando as coisas entre Nazuki e ele.

“Boa noite, Li. Uma ótima noite para um festival, não é verdade? Tenho certeza que Eriol adoraria estar aqui conosco.” – Comentou uma desolada Tomoyo pela falta do namorado. O relacionamento dos dois fora uma coisa... Espontânea, seria a palavra certa. Foi no mesmo ano que voltara da China. A reencarnação do importante mago voltara para uma visitinha e nesse meio tempo, o namoro começou. Sakura achou completamente romântico o início de relacionamento dos dois pela espontaneidade, que Syaoran sabia na verdade não ter nada de espontâneo.

Flashback

“Aii... Tomoyo e Eriol namorando! Que coisa linda! Nunca percebi que eles se gostavam.” – Comentava uma Sakura animada com o começo do namoro da prima.

“Isso, Sakurinha, porque você é muito desligada.” – Respondeu o chinês, achando graça da inocência da amiga.

“Não me chame de Sakurinha! Me faz parecer infantil!” – Parou de andar, cruzando os braços e fazendo bico, como uma criança birrenta.

“E ainda não quer parecer uma menininha? Oras Sakurinha... você será sempre a minha menininha.”

“Tanto faz, sei que não sou mesmo. Você está ficando cada vez mais parecido com Touya.” – Disse, provocando o amigo. – “Você disse, quando eu comentei que achei o começo do relacionamento de Tomoyo e Eriol muito espontâneo, que eu era muito desligada. Por que isso?” – Piscando os grandes olhos verdes em sua direção. Soltou um longo suspiro.

“Simplesmente Ying Fa, por que o Hiiragizawa já vem... Como se diz aqui no Japão... A sim, flertando com a Tomoyo há um bom tempo. As investidas dele ficaram ainda mais óbvias da ultima vez que esteve aqui. Então, não foi surpresa para ninguém com cérebro esse namoro rápido assim.”

“Me chamou de sem cérebro, Li Syaoran?” – Ouviu perguntar, indignada.

Rindo, começou a empurrá-la, com uma mão em suas costas na direção da casa amarela, caminho que antes seguiam. 

“Syaoran-kun... Você não está flertando com ninguém?” – Perguntou Sakura de repente, fazendo-o estancar. Suspirou, seria uma boa hora, talvez...

“Na verdade...” – Começou, decidido a contar.

“Sakura-chan! Li-kun! Esperem por nós!” – Gritou ao longe uma Tomoyo levemente descabelada, que Syaoran duvidou que fosse por causa da corrida, puxando por uma das mãos um Eriol que tinha aquele mesmo sorrisinho que tanto odiava.

“Deixa isso para depois.” – Falou para a garota a sua frente, porém não foi ouvido, já que ela conversava com a prima.

“Sinto muito, mas ainda não é à hora.” – Podia jurar ter ouvido Hiiragizawa falar-lhe isso, mas quando olhou em direção ao inglês, ele estava entretido conversando com as garotas.

Fim do Flashback

“Então... Aonde vamos nos encontrar com Chiharu, Naoko, Rika e o Takashi?” – Sobressaiu a voz de Nazuki, o despertando de devaneios.

“Uhm... Se não me engano, falaram para nos encontrarmos perto da entrada Sul...

Sakura-chan, vai comigo, por favor? Assim, na volta, você me ajuda a comprar alguns doces que prometi comprar para a mamãe, o Kero-chan e Eriol. Li-kun, por favor, faça companhia para a Nazuki-chan enquanto isso, sim? Vamos Sakura-chan.” – E saiu arrastando uma Sakura, que ainda olhava na direção deles, para o meio da multidão, rumo a entrada sul do Templo.

“Vamos, Nazuki-san?” – Perguntou, vendo que a garota permanecia parada olhando para o nada.

“Ah! Gomen ne, Li-kun. Vamos.”

“Que tal a uma barraca de jogos?” – Perguntou sorrindo levemente, fazendo a morena ficar vermelha.

“Cl...Claro!” – E seguiram por meio as barracas.

            O chinês percebeu que logo depois da partida das amigas, Nazuki ficou bem nervosa, mas com o passar do tempo ao seu lado, a vergonha foi deixada de lado, assim como a preocupação, voltando a ser falante como era quando estavam todos reunidos.

Passaram-se algumas horas, as quais foram seguidas por risadas e conversas animadas, mas o Templo continuava cheio. Pararam em frente ao caminho que levava ao píer do lago.

“Então, ele simplesmente disse: ‘Não! Eu estou bem. Inteirinho, inteirinho!’ Mas logo em seguida desmaiou!” – O fim do relato foi seguido por uma gostosa gargalhada dos dois.

“Gostaria de ir ao lago?” – Perguntou a japonesa, secando a lágrima que escorrera pelo canto do olho direito devido a risada.

Instantaneamente, Syaoran parou de rir, ficando sério novamente. Chegara o momento. Foi andando calmamente em direção ao píer, com Nazuki ao seu lado. Podia ouvir a respiração nervosa da garota. Não podia negar, estava nervoso também.

Olhou para a lua, que brilhava intensa naquela noite.

“O céu está lindo, não?” – Ouviu-a comentar, provavelmente tentando puxar assunto. Virou-se para ela, encarando-a nos olhos. Pode ver esses brilharem com expectativa. Pousou as mãos na cintura fina e a morena, como que combinado, passou os braços em torno de seu pescoço e fechou os olhos. Por um momento, viu um flash esmeralda no lugar das belas amêndoas. Sacudiu a cabeça, afastando esses pensamentos, voltando sua concentração para a garota em seus braços. Estavam cada vez mais próximos. Sentia a respiração rasa perto de sua boca e não agüentando mais, selou a distância entre eles com um beijo.

Involuntariamente, a imagem de si mesmo beijando Sakura ao invés de Nazuki invadiu sua mente. Intensificou o beijo, desesperado para que a imagem de sua melhor amiga saísse de sua cabeça enquanto beijava outra, mas foi em vão. Então, quando sentiu a presença de Sakura se afastando e a da carta The Glow liberada, interrompeu o beijo.

“Nazuki, me desculpe, mas não posso continuar com isso.” – Falou desvencilhando-se do abraço da garota que olhou assustada.

“Como? Não entendi o que disse Syaoran-kun...”

“Nazuki, repense sobre esse beijo e tudo o que ele significou para você.” – Recomendou, olhando para o céu novamente, de onde terminava de cair o efeito da Carta Sakura.

“Não entendo...” – Falou, abraçando-se, com os olhos cheios de lágrimas. Odiava ver mulheres chorando. Caminhou até perto dela, segurando-lhe as mãos.

“Entenda Nazuki, que eu não lhe usei um momento sequer essa noite. Eu a beijei por que quis, não por algum plano maluco. Só peço que repense sobre esse beijo e sobre como se sentiu, afinal, você pode estar errada como um dia eu estive.” – Sorriu melancólico, beijando a fronte da amiga. – “Boa noite.” – E saiu, voltando pela trilha, rumo a seu apartamento.

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Continua...

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Notas finais do capítulo

N.R.: Olá a todoooooooos! É com um grande prazer que introduzo ao mundo das fics a incrível Vick.y Pirena!!!!!!!!!!! Ok, ok... não fui bem eu que a introduziu, mas como revisora... considerem que sim! Aqui quem fala é a Natsumi Shimizudaniiiiiiiiiiiiiiiii!!!! Como vocês estão, gente que lê fic de CCS? Essa fic, ao que me consta, estava pronta há muito tempo... eu acho que já tinha sido enviada para mim (pela Vick) mais ou menos um mês e meio atrás... Como a Vivi é um exemplo de pessoa e escritora, ela não quis postar enquanto não tivesse alguns capítulos, para não ocorrer bloqueios ou coisas do tipo... Diferente da revisora dela, que vai escrevendo o que dá na telha... e quando quer, sem se preocupar com o tempo de demora... Desculpem a Natsumi como escritora, pois como escritora, é uma tremenda vergonha... Mas como revisora.... Eu acho que faço meu trabalho direitinho... hehe! A Vivi falou para não economizar na N.R.... logo... eu vou escrever muito! Aos que não gostam, mil desculpas! Nem sei se ainda estão lendo, mas aos que tiverem... Obrigada! Realmente muito obrigada! Não sabem o quanto eu fico feliz com isso!!!! Quero dizer... As pessoas que lêem Cinderella Após Meia Noite sabem o quanto eu fico feliz sim...
—----------------------------Momento merchandise da minha fic-------------------------------
Como escritora, a Nattie adora um merchan básico! Aos que leram Emoções e quiserem ler outras fics, leiam Cinderella Após Meia Noite... é a minha fic
^^
Não é grande coisa, mas como um passatempo minha fic quebra o galho... Diferente desta fic, Cinderella Após Meia Noite é muito mais concentrada em Sakura e Syaoran, não abrindo brechas quase para nenhum outro casal. É uma história um tanto estranha... Já recebi muitas críticas, mas Natsumi é chata e não consegue mudar direito... Serão basicamente 10 capítulos, com 6 já postados! A Vivi lê, nê Vivi? O que você acha de CAMN, Vivi?
—--------------------------Fim do momento mercham de Natsumi-------------------------------
Nossa, como eu escrevooo! As vezes eu até me surpreendo na capacidade de tagarelar... Por isso eu amo falar com a Vick! Ela curte os mesmos mangás, fascinada pelo Harry Potter, o total oposto de mim, doidinha que nem eu... enfim...uma pessoa perfeita e que me tira do sério as vezes (Sempre ^^”... [continue lendo...não é no mau sentido])... hehe... sabe porque você me tira do sério Vivi? Porque você é oposto de mim... enquanto eu sou ansiosa para caramba ( a galerinha que lê CAMN e conversa comigo no MSN sabe disso), você é relaxada...não...relaxada não seria a palavra correta... er... eu quero dizer... Você é oposto de mim, droga! Esqueci a palavra certa... Mas você não me tira do sério no sentido figurado... você me tira do sério literalmente... enquanto eu me esforço para parecer um indivíduo que sabe as coisas de que escreve e manter uma pose elevada, você vai lá, começa a falar coisas engraçadas e eu começo a rir para caramba.... eu adoro você por isso Vivi!!! Meu Deuuuuuuuuus! Como eu escreviii! Desculpem por isso, pessoal que leu até aqui! Beijooos da Nattie e da MAaravilhosa escritora Vivi (by Natsumi a parte da maravilhosa escritora... Mas ela não é mesmo?)!
E não esqueçam das reviews *___________________________*
E desejem sucesso para a Vivi!!! Sucesso Vick!!!!


N/A.: Olá a todos!
Primeiramente, obrigada por lerem e espero que tenham gostado da fic dessa pobre autora. 9_9
Eu sou a Vick.y Pirena e é com grande prazer que posto o primeiro chappie da minha fic, Emoções. Já venho trabalhado nela há algum tempo, porque, como disse minha queridíssima revisora, eu MORRO de medo de sofrer bloqueios e parar com a fic. Já passei pela situação de leitora, que fica apreensiva e curiosa com o próximo capítulo e ele nunca chega, por isso resolvi fazer um ‘Porto Seguro’ onde poderei me agarrar em caso de problemas.
Por tanto, no que depender de mim, a fic fluirá devidamente =)
Como expliquei no AVISO lá em cima, ela passa-se como se o nosso chinês TDB não tivesse contado para a Sakura como se sente, e voltasse para a China. Digamos que ainda terão mais problemas a frente, caso contrário, isso não seria uma fanfic ^^
Eu ‘carinhosamente’ pedi para a Nattie não economizar na N/R, e fico feliz que ela tenha seguido isso. Facilitou minha vida, Natsumi! Arigato!
Diferente do que essa mocinha pensa (não, ela não sabe de toda a fic ;D) a história é beeeeeem mais centrada no casal 20, mas, daremos tempo ao tempo.
Sim, eu leio CAMN e recomendo a todos. É uma fic incrível, uma dessas em que você lê e, ao terminar, só consegue pensar em: UAU!
Ohh! Que lindo! Você nunca tinha me falado isso, que eu faço você ‘rir pra caramba’, seca lágrima imaginária. Com isso, quero agradecer a você, Nattie, por revisar a fic e me encher de elogios, os quais você também merece; à minha também queridíssima NatynhaNá-chan, que me ajudou com o resumo; ao pessoal da escola, que me aturou falando nessa bendita fic; e por último mas não menos importante, à vocês que leram esse primeiro capítulo.

Obrigada novamente, os espero no capítulo Dois!
E não se esqueçam de deixar reviews, elas são MUITO importantes, certo?

Kissus ;D

Vick.y Pirena



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