Capitulo 10 – Conhecendo Mamãe... Conhecendo Papai

Nessie

Olhei pela última vez a janela que dava acesso a uma vista incrível do acampamento, daqui a poucas horas eu finalmente iria conhecer meu pai, eu não acredito que finalmente vou poder dizer essa palavra pra alguém, é tão empolgante e ao mesmo tempo muito assustador, estou emocionada tentando assimilar todos os acontecimentos de uma vez só, espero que goste de mim, espero que goste de mim, era tudo que pensava.

-Hey Nessie, o que há com você? Não esta querendo desistir agora não é?

-Não, não, de jeito nenhum, só estou um pouco preocupada em dar alguma mancada e nosso plano falhar.

-Nada pode dar errado Ness, nada vai dar errado.

Edward.

-Tanya, chega ok? Eu tenho que ir buscar minha filha no aeroporto, daqui a pouco ela vai chegar.

-Edward, calma, a Anne só daqui a duas horas, agora aproveita e beija vai.

Ela envolvia seus braços bronzeados em volta de meu corpo e uma de suas pernas enlaçava minha cintura, eu não estava no clima naquele momento, em tudo que pensava era na volta da minha filhinha e como eu iria lhe contar sobre Tanya, ela estava tão animada para ir pro acampamento, essa noticia bombástica não seria a melhor para lhe contar assim que chegasse.

-Tanya, é sério, chega, não estou no clima.

-ok – ela disse indiferente – se precisar de mim Baby, estou na piscina – antes de passar pela porta voltou para sussurrar em meu ouvido – usando um biquíni minúsculo esperando por você.

- comporte- se.

-ok, ok, eu fico com ele pelo menos antes de você sair, mas por baixo de um short, não quero ariscar de um dos seus parentes me ver. – saiu rapidamente, mas não sem antes de voltar e me dar um beijo explorando cada parte da minha boca com sua língua quente e macia, ela sabia como aquilo me deixava doido, enlacei sua cintura e acariciei sua nuca enquanto aprofundava ainda mais o beijo.

Anne

- calma ta bom Ness, eu já tenho que ir, você sai daqui a uma hora, passa antes e come algo na cantina pra esfriar a cabeça, te ligo assim que chegar lá, lembra você é a Natasha e eu a Jenna- dei um beijo em sua testa e fui em direção a limusine que me esperava, realmente essa garota não brincou quando disse que era rica.

Cheguei ao aeroporto em poucos minutos, tudo estava calmo, não havia muita movimentação, logo me chamaram e fui em direção ao meu destino. Mamãe não acredito que finalmente foi conhecê-la.

- O vôo foi bem calmo, Nessie tinha um mp11 e isso facilitou a passagem do tempo, certo que eu também tinha um, mas como as cores e as musicas eram diferentes, nós trocamos.

“prendam os cintos, nós já vamos pousar, e bem vindos a Londres.”

Olhei pela janela e já havia visto o aeroporto nacional, eu estava tão feliz que logo iria começar a quicar na poltrona do avião,respirei fundo contendo meu chilique e andei em direção a porta.

Voei em primeira classe o que facilitou bastante meu conforto, sorria frequentemente e ao longe, sentada em um banco eu a vi, eu precisava gravar aquela cena em mínimos detalhes, esta com um par de óculos de sol com aro branco, uma vestido em tom bege que colava em seu corpo delineando a fina cintura, nas mãos luvas de renda e sapatos Scarpin emoldurando os pés, os cabelos chocolate caiam lisos nos ombros nus e ela demonstrava um sorriso de empolgação assim que me viu.

-Mãe! –eu gritei nem me importando com as pessoas que passavam a minha volta e olhavam atentas na minha direção.

-Mãe, que saudade, você não sabe o quando senti sua falta- eu já sentia meu rosto molhado pelas lagrimas salgadas, ela passou o dedo fino de unhas perfeitas em meu rosto limpando as lagrimas.

- ou bebê, morri de saudades de você meu amor – ela me abraçava com força enquanto me carregava no colo , usava um perfume adocicado com cheiro de rosas e morangos, ela tinha cheiro de uma manhã de primavera.

- vamos pra casa bebê?

- claro, mas antes me diz como estão o tio Jakey e o vovô Charlie.

Ela riu docemente- estão ótimos, os dois louquinhos e mortos de saudades de você, bebê, mas antes eu preciso falar com você uma coisa, lembra que você sempre me falava sobre o Jacob?

- sim, aonde quer chegar?

- eu resolvi dar uma chance pra ele, estamos namorando bebê, você não se importa não é sua opinião é a mais importante pra mim.

Eu arregalei os olhos em sua direção, ai papai...

-claro mãe, eu só quero que você fique com quem Ama – Eu realmente queria aquilo, e papai eu tinha a absoluta certeza que era essa pessoa.

Ela segurou minha mão e assim fomos caminhando até minha casa, era tão bom estar com a minha mãe depois de todo esse tempo.

-Mãe.

-huum...

-eu senti tanto a sua falta, você não faz idéia.

-ah, meu bebê, eu sei como se sente lindinha, parece que foi pra vida toda que ficamos separadas.

Sentir os braços de uma mãe lhe protegendo é a melhor coisa do mundo, eu finalmente havia encontrado ela.

Assim que estacionou o carro na entrada eu pude ver passos pesados correndo, mais ou menos como um cachorro vai conferir quando seu dono chega.

-Jacob, sai pra lá, eu vou ver minha netinha primeiro.

-sai pra lá vô, eu vou ver minha linda primeiro.

-olha o respeito garoto, não sei como ainda não te chutei daqui.

Eu ouvia conversas embaçadas atrás da porta o tempo todo, como se estivessem mais brincando do que discutindo.

-assim que mamãe abriu a porta, acabei encontrando uma linda faixa, doces de todos os tipo, Jakey e vovô na porta me esperando.

-oi – disse meio tímida.

-eu não aguento, seja bem vinda Ness meu amorzinho – fui pega por um abraço de urso que me fazia sentir tantas saudades de casa, minha família nunca seria completa se mamãe e papai não estivessem juntos, era um abraço gostoso, cheio de carinho e pude perceber o quanto Ness era querida.

-senti muitas saudades suas tio Jakey- ele me soltou no chão e eu me virei para olhar pro vovô, ele era exatamente como eu imaginava um vô mesmo, Carlisle apesar de ser meu avô as vezes parecia mais novo que meu pai, e Charlie era aquele vô que você imagina que se tenha em histórias antigas, quando o avô senta sua neta em seu colo e começa a lhe contar histórias, enquanto fuma seu cachimbo e mexe no bigode.

Ness havia me dito que ele era o melhor vô do mundo, muito simpático e que a adorava mais que tudo.

- oi Vovô! – ele me recebeu com um abraço e beijou minha testa.

- viu moleque, eu disse que ela gostava mais de mim, o vovô sempre ganha – ele ria para Jakey que se emburrava cada vez mais.

- ah, não faz essa cara não, eu amo os dois igualmente – ele sorriu amplamente e beijou minha bochecha, para logo depois envolver um braço na cintura de minha mãe, se o plano não desse certo, ele seria a pessoa perfeita pra ela, eu via carinho e amor naquele gesto, pelo menos da parte dele, mamãe parecia confortável, mas como se um amigo a abraçasse.

-Ness, quer fazer o que primeiro?

-No acampamento, a antes de esquecer obrigada por me mandar num lugar cheio de mosquitos ok Jake?

-cara, você parece sua mãe quando esta brava comigo, desculpa ok, você não precisa ir pra lá ano que vem.

-Mas eu quero.

-Você não disse que não tinha gostado?

-eu não gostei dos mosquitos, só isso, ah e da lama, tinha lama por toda a parte – pelo sorriso largo que deu percebi que havia sido uma bela atriz.

-você não mudou nada mesmo não é pequena?

-filha, o que iria dizer?

-ah é, eu queria fazer algo com você hoje mãe, um plano só pra nós duas, é que algumas das garotas que conheci... – nesse momento o telefone tocou, Jacob correu atender e olhava espantado em minha direção o tempo todo, ai não o que ouve?

-err, Ness é pra você.

- quem é ?

- é uma amiga sua, Natasha, conhece?

Cheguei perto do telefone e sentia branca feito papel, percebi que mamãe falava com vovô e estava animada com isso e nem notou qualquer conversa entre mim e Jacob.

- depois eu preciso falar com você

-o-o-ok

Recuperei meu velho animo e atendi o telefone.

- Natasha cher, comment êtes-vous?

-vejo que aprendeu bem Jenna.

-Mas não é por isso que estou ligando, o papai esta namorando, e pior, ela é horrível, como o tio Meet diria, um pé no saco.

-vejo que aprendeu as gírias do Michael, Mas a mãe também esta namorando.

-sério? Quem?

-o tio Jakey.

-ah eu sabia que ele gostava dela, mas e ela como se comporta ao lado dele?

-como uma amiga, eu não vi se quer um olhar dela direcionado a ele com amor além da amizade.

- eu tenho tanta pena dele, ele a ama de verdade, mas ela tem que ficar com o papai, como nós vamos resolver o assunto Putanya?

- o nome dela é Tanya?

-sim, então como vamos fazer?

- eu nunca vi o papai apaixonado, como é?

-ai é nojento, principalmente da parte dela, ela fica pegando nele o tempo todo, como se fosse um carrapato nojento.

-o único jeito é apressar o plano, você combina com o papai de ir mais cedo pro Plaza, e eu me entendo com a mamãe, agora tenho que desligar, estou escondida num closet.

- eu também, na verdade eu estou perdida no Closet da tia Alice, não me surpreenderia se tivesse uma escada rolante aqui.

-não tem não, mas tem maquina de café e cappuccino.

-não é que tem, será que pode tomar um?

- eu sempre peço pra ela antes, pede descafeinado, papai não gosta quando tomo cafeína.

-tudo bem, até em Breve.

Nessie

Um tempinho depois que Anne saiu daqui eu logo peguei um Taxi e estava a caminho do aeroporto, ela tinha um mp11 idêntico ao meu, só que na cor preta, nada que eu não possa mudar quando chegar em casa, afinal adoro customizar as coisas.

Assim que cheguei ao aeroporto logo o vi, estava com uma camisa polo azul marinho, aberta apenas três botões, assim que me viu, me pegou no colo e me abraçou fortemente, era um abraço aconchegante.

Me direcionou a um jipe imenso, tipo aqueles de campistas, prendeu meu cinto e o caminho todo fomos conversando, ele as vezes parecia querer me contar algo, mas sempre parava no meio e voltava a perguntar sobre o acampamento, minha nova casa por tempo determinado era imensa, uma mansão gigantesca, parecia que era cheia de crianças porque assim que entrei vi uma mulher baixinha correndo atrás de um cara grandão que segurava varias roupas na mão, enquanto ela estava com um daqueles paus de macarrão, chegava a ser bizarro.

Papai dobrou um pouco os joelhos para ficar na minha altura- como pode perceber seus tios não mudaram nada.

O grandão assim que ouviu a palavra tio estancou no lugar olhou em todas as direções procurando por alguem, quando voltava a andar a baixinha bateu nele com tudo, o que o fez despencar no chão, não consegui segurar e comecei a rir.

- que saudade dessa risada gostosa, oi monstrinha – dizia ele acenando rapidamente.

-Poxa Alice, você esta pesada, podia emagrecer não? – seu rostinho com feições miúdas começou a passar por todas as cores do arco- Iris, seus olhos se estreitaram, aquilo era assustador.

-do que você me chamou?

- de nada, deixa quieto, ele se levantou fazendo com que a cara da tia Alice caísse sobre as roupas que deixou ali, ele veio correndo na minha direção, se ele  esbarrasse em mim, não sobraria nada da Nessie aqui.

Mas ao contrario, ele parou no tempo certo e me envolveu com grossos braços por causa de malhação.

- tio... Meet... não consigo ... res... pirar...

Ele afrouxou o abraço por um minuto e olhou pra mim –tio Meet, tai gostei, sou o Meet a partir de agora, como foi o acampamento monstrinha?

-foi ótimo, conheci uma garota lá,ficamos super amigas, a Jenna, no começo brigamos bastante, eu cheguei a colocar as camas delas em cima do telhado.

-como você fez isso?

-ah, foi fácil, lá tinha um almoxarifado, deu tempo certo dela ir a alguma aula enquanto eu desparafusava e colocava aos poucos as camas lá em cima.

-mandou bem, e ela não se vingou?

-sim, e como, demorei horas no banheiro tentando tirar o mel do meu cabelo, ela passou mel em todas enquanto dormíamos, enrolou barbante no quarto todo e no fim sem querer acabou cobrindo a diretora do acampamento com chocolate, e nós com penas.

-caraca, se ferrou em Anne, mas e depois o que houve?

- ah, a diretora nos mandou a uma cabine de isolamento, longe do resto das garotas de lá nos tornamos amigas.

-onde ela mora?

-Londres – ouvi meu pai engasgar com a água e tossir em direção a pia.

-mas Londres não...

- é Emmett, é...

-é Meet falou?

-minha menina – disse entrando uma loura na sala de estar, ela veio em minha direção e me abraçou, reconheci a tia Rose.

-oi tia,

-ai bebê, como foi o acampamento? – isso me lembrou minha mãe, ela sempre me chamava de bebê, e eu adorava aquilo.

-foi ótimo.

-Rô, tinha que ver ela contando, a monstrinha aprontou bastante lá.

-depois eu quero ouvir, - nesse momento ouvi um sininho chato, que fazia um barulho agudo entrar por meus tímpanos.

-que barulho irritante é esse?

- ah, é a loira pé no saco.

- quem é?

-Vem Anne, vou te contar enquanto você desfaz a mala.

Subimos as escadas de madeira lustrada e parei em frente a porta de um quarto, em lindas letras lilás estava escrito “Anne”, por dentro era bem comum, uma cama gigante, com uma colcha no mesmo tom da porta, e uma parede que dividia meio que um corredorzinho que dava de encontro com duas portas, uma para o banheiro, outra para o closet.

-tudo bem , me conta, quem é ela?

- começou com uma estagiaria, passou a secretaria...

- e agora o que? É a namorada dele?

-ela estava treinando para ser publicitária da empresa, mas parece que estava mais é vendendo ela mesma do que fazendo propaganda por aí.

-então ela não gosta dele?

-é o que penso, olhe você mesma – ela me estendeu um binóculo e apontou para a janela, lá em baixo eu vi uma loura platinada, estava com um biquíni curtíssimo, a pernas cruzadas e sentada no colo de meu pai, enquanto o beijava, ela não deixava ele se esquivar as vezes, grudava nele feito uma parasita e as vezes tocava aquele sininho idiota pedindo alguma coisa a Jessye, nossa empregada.

Eu precisava me livrar daquela mulher.