Katsuo estava em seu quarto, que não via há semanas, pensando no quanto gostava de estar novamente em casa, longe de toda aquela preocupação do hospital, pessoas preocupadas, apressadas, tudo por causa dessa doença. Ele mesmo havia sofrido muito com essa doença, mas não era mais problema dele, sua tarefa agora é focar-se em voltar a viver sua rotina normal, a fim de se recuperar completamente. Já estava pensando em rever seus amigos, que não via há semanas, quando sua mãe o chamou e disse que alguém havia vindo visitá-lo. “Será um de meus amigos?”, pensou Katsuo enquanto descia para a sala para ver quem era.

- Está melhor? – perguntou sorridente, Mariko.

- O que você está fazendo aqui?? – respondeu Katsuo, não conseguindo evitar lembrar do que passou no hospital, vendo sua enfermeira parada à sua porta.

- Recebi alguns dias de folga devido à minha saúde, então vim ver como você está.

- Estou bem. E sobre aquilo que aconteceu, tem algo que eu quero lhe mostrar, venha. – Katsuo conduziu Mariko até seu quarto e fechou a porta, não querendo que outras pessoas vissem o que ele estava prestes a fazer.

Katsuo se concentrou e estendeu a mão direita, fazendo aparecer flutuando sobre a palma da mão estendida uma pequena esfera brilhante de energia, a esfera pairou por um instante, iluminando o quarto do garoto, e depois se dissipou. Visivelmente cansado pela demonstração, Katsuo disse:

- Viu? Aprendi a controlar um pouco.

- Isso é incrível! Mas foi sobre isso mesmo que eu vim conversar com você. Lembra-se da aura de energia dourada que eu disse que vi ao seu redor?

- Lembro, se eu não estou enganado você disse que havia uma ao seu redor também, apesar de mais fraca do que a minha. – enquanto dizia isso, Katsuo lembrou de quando destruiu a parede do hospital, e indagou do porque ninguém ter reparado nisso, mas decidiu perguntar para Mariko depois.

- Exatamente. Eu descobri que essa aura não é uma exclusividade nossa, no caminho para a sua casa eu vi essa mesma aura em diversas pessoas, cada uma com uma intensidade diferente, embora nenhuma tão brilhante quanto a sua. Eu quero propor algo. – respondeu a alegre enfermeira, com uma expressão preocupada e decidida.

- Diga.

- Quero propor que nos unamos para tentar descobrir o que significa tudo isso, essas auras, essas suas esferas de energia, se isso tem relação com a doença. Eu vou dedicar meus dias de folga a isso de qualquer maneira, mas adoraria ter sua ajuda. O que me diz?

Katsuo refletiu por um instante, lembrando de tudo que havia passado desde que desmaiou a caminho da escola e um desejo de descobrir tudo sobre o que estava acontecendo nasceu dentro do rapaz.

- Está bem, estou dentro. Já tem alguma idéia de onde começar?

- Sim, acho que só há um lugar para começar: a parte leste da cidade. – respondeu Mariko com um brilho no olhar gerado pela perspectiva de aventura.