Era uma vez uma garota.

Uma pequena garotinha.

Ela tinha um hobby muito estranho e peculiar:queimar coisas.

“Queimar coisas?”

Sim.Queimar coisas.

Tudo começou com as formigas.

Ela tinha 6 anos quando ganhou uma lupa de aniversário.

Havia um primo que a ensinara a carbonizá-las.

Em dias de verão,esta era a sua maior diversão.

“Lá-lá-lá...Queimar,queimar,queimar...”

Cantarolava ela ao vê-las se contorcendo.

Toda a criança já queimou formigas.Cresceram e são adultos normais...Creio eu.

Mas com ela foi diferente.

Depois das formigas,vieram os papéis.

“Besteira”

Mas estes,ao contrário das formigas,eram queimados em brasas.

Ver as chamas dilacerando o papel era mais divertido do que brincar de boneca para ela.

Bonecas?Ah!Em seus 11 anos estas também se tornaram suas vítimas.

Ao ver o plástico se deformando em meio às chamas ela sorria...

Ela gostava do cheiro do fogo,das cinzas,da fumaça...

O fogo era seu amante,só ele a entendia...

Mas seu amante a machucara.A queimara.

Foi quando ela queimara os documentos de seu pai.As chamas consumiram muito rápido a pasta que ainda jazia em suas mãos.O grito de dor solto quando as chamas consumiram seu polegar e indicador ecoou pela mansão.

Os passos apressados da mãe e do pai foram escutados do corredor.A porta abriu e revelou a menina que derramava lágrimas e mais lágrimas segurando a mão queimada.A pasta ainda ardia em chamas,e ameaçava queimar o tapete onde estava jogada.

A mãe aparou a filha,enquanto o pai apagava o pequeno incêndio criado pela irresponsável de sua filha.

Nem a queimadura doeu tanto quanto o tapa que recebeu de seu pai quando este viu o estrago que causara.

Naquele momento,a garota desejou que seu pai fosse a boneca de cabelos negros que queimara na semana anterior.

Aos 13 anos,a situação saiu de controle...

Nem os papéis,nem as bonecas,nem muito menos as formigas satisfaziam seu imenso desejo por chamas.

Então...

Ela tentou algo diferente e inimaginável...

Queimar animais.