Narrado por Kess

Estamos nos preparando para aparatar no cabeça de Javali. Eu ainda tinha o galeão da AD e por ele mandaram uma mensagem para que todos se encontrassem em Hogwarts imediatamente.

Eu acho que algo vai acontecer... Porque não nos mandariam para Hogwarts sem motivos. Sem falar que há comensais lá também...

Aparatamos.

Uma grande confusão se instalara no local. Muitas pessoas falando ao mesmo tempo, o dono do bar assustado com tantas pessoas no local. Senti alguém puxar meu braço para longe.

-O que está acontecendo? –perguntei a quem me puxava.

-Vou te tirar daqui –reconheci a voz de Angelina- no bar ainda não é seguro. Parece que Harry, Rony e Hermione apareceram em Hogwarts.

-O que? Como eles conseguiram?

-Passaram por aqui – ela me puxou para dentro de um quadro. Andamos no escuro por um tempo, nosso caminho iluminado apenas pela luz das varinhas.

O silencio foi substituído por algumas vozes. A frente havia luz. Continuei seguindo Angel, mas também ela estava puxando meu braço...

-Keissy! –ouvi algumas vozes familiares. Fred e Jorge foram os primeiros que vieram me abraçar, seguidos de Gina, Molly e Arthur.

-Querida, que bom que você está bem – Molly me abraçou quase me sufocando.

-Keissy – Remo me abraçou. Eu estava muito feliz em ver todos ali.

-Como está o pequeno Teddy? –perguntei a ele.

-Está com Tonks na casa de Muriel – ele respondeu sorrindo- A ultima vez que eu o vi estava com o cabelo roxo.

-Ele tem bom gosto – comentei e rimos um pouco.

-Ei, todo mundo pro salão principal –Luna entrou na Sala com falta de ar- todos os alunos estão sendo levados para lá. Já deram um jeito nos comensais e Snape fugiu há alguns minutos.

Se Snape fugiu a coisa ficou feia. Ou melhor, Harry está mesmo aqui...

Seguimos até o salão principal, muitos alunos andavam de pijamas pelos corredores parecendo assustados, confusos e principalmente com raiva por terem sido acordados no meio da noite.

As mesas do salão principal estavam lotadas, não só por alunos, mas principalmente por adultos. A mesa de Grifinória estava repleta de ruivos, todos os Weasleys sentados ali. Remo conversava preocupadamente com Arthur. Todos os ex-jogadores do time de Grifinória também estavam presentes, Olívio, Kátia, Angel...

Minerva se levantou e falou o porquê de estarmos todos ali. Os mais novos deveriam sair de Hogwarts pelo quadro na sala precisa. A voz de Voldemort ecoou pelo salão assustando a todos:

“Sei que estão se preparando para lutar’

“Seus esforços são inúteis. Não podem lutar comigo. Não quero matar vocês. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico.”

Um silencio incomodo instaurou-se no salão até a voz soar novamente.

“Entreguem-me Harry Potter e ninguém sairá ferido. Entreguem-no, e não tocarei na escola. Entreguem-no e serão recompensados.”

“Terão até a meia-noite”

Novamente o silencio. Mas agora este foi quebrado pela irritante voz da Parkinson:

-Mas ele está ali! Potter está ali! Agarrem ele! –ela não falou isso, falou?

Me levantei.

-Só por cima de mim Parkinson! –saquei minha varinha e apontei para ela. Parkinson riu, mas ficou calada vendo que a minha não era a única varinha apontada em sua direção. Todos da mesa da Grifinória se levantaram, seguidos de Lufa-Lufa e Corvinal.

Foi então que eu me toquei. Prestei novamente atenção à frase dela: “Mas ele está ali! Potter está ali!” Harry estava ali? No salão principal?

Olhei ao redor e o vi atrás das três mesas parecendo surpreso com a reação de todos.

-HARRY! –berrei guardando minha varinha e correndo em sua direção. O abracei com força. Os pessoas riram de minha reação. Todos ficaram surpresos e o clima maior fora quebrado.

-Muito Obrigada, Senhorita Parkinson –Minerva parecia que queria rir, mas continuou igual- todos os alunos menores de idades serão evacuados.

Todos começaram a se preparar para a evacuação. Fui ajudando os monitores a levarem os menores de idade à sala precisa. Colin e Denis tentavam escapar dos meus olhares a todo o custo, tentando ficar no castelo, mas eu sempre os notava e puxava-os de volta para a fila.

-Keissy eu quero lutar! –ele reclamou- Quero ajudar o Harry!

-Você vai ajudá-lo fincando o mais longe desse castelo possível! –retruquei o puxando pelo braço- Não pode ficar aqui! Isso é uma guerra Colin! Uma guerra! Pessoas iram morrer aqui! Pode ser a ultima vez que vou estar falando com você! Pode ser a ultima vez que eu verei muitas pessoas! Não podem ficar aqui! É o Voldemort! São comensais da morte! Pense!

Quando parei de falar notei que muitas pessoas nos encaravam. Eu acho que falei aquilo muito alto.

-Guerra? –ouvi uma voz soluçando atrás de mim- Vai acontecer uma guerra?

-Sara... –me virei e fui até ela.

-Minha irmã vai lutar... eu não posso deixar ela aqui... –a abracei, ela soluçava.

-Sua irmã é forte –respondi- ela vai querer que você vá embora também, não vai querer que a irmãzinha fique em perigo.

Nesse momento houve um estrondo.

-Rápido vocês! Todos pra dentro! Está começando! –ordenou Madame Pomfrey- Keissy vá!

Dei um beijo na testa de Sara, abracei os irmãos Crevey e corri para outro corredor. Eu já podia ouvir os clarões chegando. Começou.

Ouvi um enorme estrondo em um dos lados do castelo. Uma das torres havia sido destruída por ninguém menos que um gigante...

Outro estrondo. Dessa vez não consegui ver o que era. Continuei pelos corredores outro estrondo, mas dessa vez senti na pele. Fui arremessada longe. Meu corpo todo doeu.Olhei em volta, duas pessoas mascaradas vinham em minha direção.

Me levantei pronta para duelar, ignorando a dor que sentia em minhas costas. Estava muito difícil. Eu não venceria sozinha. Vi um clarão atingir as costas de um deles, derrubei o outro com facilidade. Olhei ao redor. Percy havia me salvado.

-Keissy – ouvi a voz de Fleur me chamando.

-Por Merlim Fleur! O que aconteceu com você? –perguntei correndo até ela.

-Eu estava duelando e me lançaram um feitiço pelas costas... quando vi já estava assim –ela respondeu. Fleur sangrava muito, tinha vários cortes pelo corpo e estava muito fraca- Eu preciso falar uma coisa...

Sua voz estava muito fraca. Me aproximei mais dela tentando ouvir mesmo com os barulhos da batalha.

-Eu... eu querro que... você não deixe que o Gui fique sozinho –ela sussurrou- Faça ele feliz Kess, vocêss se amam. Você foi capaz de pedirr a ele que casasse comigo para a prroteção dele. Você querr que ele seja feliz. Eu... também querro isso, quando tudo isso acabarr fique com ele... Eu... –ela fez um gesto como se sentisse dor e fechou seus belos olhos azuis. Fechou-os para nunca mais abri-los. Senti algo batendo na minha cabeça. Olhei a tempo de ver uma pedra cair sobre mim.

Dor, muita dor. Meu corpo inteiro doía. Eu queria abrir meus olhos, mas quando tentava ambos doíam muito e eu desistia. Ouvia vozes ao meu redor. Senti algo tocar em meu braço, era gelado.

-Keissy? –uma voz feminina me chamou- consegue me ouvir?

Não consegui responder.

-Katie! Você está bem? –eu reconhecia essa voz de algum lugar.

-Eu estou, mas parece que ela não –a voz feminina respondeu novamente- ela fraturou alguns ossos e esse ferimento na cabeça deve ser estancado o mais rápido possível.

-Rápido, eles estão todos sendo levados para o Salão Principal – reconheci a voz de Carlinhos.

-Car... Carlinhos – chamei e percebi que ele ia me pegar no colo.

-Kess?  -ele se surpreendeu ao ouvir minha voz.

-Fleur... –movimentei meu braço na direção da pedra. Eu conseguia ver o tecido seda de seu vestido.

-Rápido – senti lagrimas escorrendo por meu rosto. Carlinhos me pegou no colo e me levou embora, enquanto a tal de Kathy ia até o corpo de Fleur.

-Meu Merlim! Keissy! –ouvi a voz de Molly e em seguida me senti ser deitada em algum lugar- O que aconteceu com ela?

-Katie disse que havia uma pedra em cima dela – ouvi novamente a voz de Carlinhos.

-Sinto muito Guilherme – ouvi novamente a voz da tal de Katie. Silencio. Abri os olhos lentamente. Uma garota bem pálida, com olhos azuis e cabelos morenos encaracolados estava colocando o corpo de Fleur no chão. Gui ao ver a mulher morta abaixou a cabeça. Pequenas lagrimas corriam por seu rosto. Eu o entendia. Também estava chorando.

A batalha continuava do lado de fora, até a voz fria chegar aos ouvidos de todos.

"Vocês lutaram valorosamente. Lord Voldemort sabe valorizar a bravura.

"Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isso aconteça.

“Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício.

“Lord Voldemort é misericordioso. Ordeno que minhas forças se retiram imediatamente.

"Vocês tem uma hora. Dêem um destino digno aos seus mortos. E cuidem dos seus feridos.

"Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente.

"Esperarei uma hora na Floresta Proibida.

"Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará.

"Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei, e castigaria até o ultimo homem, mulher e criança que tentou esconde-lo de mim. Uma hora"

O corpo de Fleur não foi o único a chegar, chegaram o de Tonks, de Remo, Fred.

Eu chorava, sentia dor física e psicologia. Os corpos de Fred, Remo meu padrinho, Tonks, o que seria do pequeno Teddy agora? Sem os pais.

Gui estava do meu lado dizendo que ia dar tudo certo.

O tempo foi passando e o prazo acabando.

Eu queria paz, apenas paz e nada mais. Queria poder ressuscitar todos naquele salão.

O prazo já havia acabado quando novamente Voldemort se manifestou.

"Harry Potter está morto. Foi abatido em plena fuga, tentando se salvar enquanto vocês ofereciam as vidas por ele. Trazemos aqui o se cadáver como prova de que o seu herói deixou de existir.

“A batalha está ganha. Vocês perderam metade dos seus combatentes. Os meus Comensais da Morte são mais numerosos que vocês, e O-Menino-Que-Sobreviveu está liquidado.

“A guerra deve cessar. Quem continuar a resistir, homem, mulher ou criança, será exterminado, bem como todos os membros de sua família. Saiam do castelo agora, ajoelhem-se diante de mim e serão poupados.

“Seus pais e filhos, seus irmãos e irmãs viverão e serão perdoados, e vocês se unirão a mim no novo mundo que construiremos juntos.”

Comecei a chorar Harry não podia estar morto, não podia.

Gui me levou até uma janela e vi o corpo de Harry nos braços de Hagrid e depois aos pés de Voldemort.

-Harry – solucei, Gui me abraçou com mais força.

Desci de seu colo e fiquei de pé. Eu estava fraca e cambaleei. Gui me segurou novamente, mas fiz sinal para que ele me deixasse. Fui cambaleando até a porta do salão principal e depois segui vagarosamente pelo corredor, Gui me seguindo de perto.

O corpo de Harry ainda estava lá. Ouvi pessoas soluçando ao meu redor fui até a frente de todos.

-Keissy Potter –Voldemort deu um sorriso sínico- Vê? O grande Harry Potter está agora aos meus pés, morto. E você também não está muito longe disso... –ele apontou a varinha para mim- Avada...

Neville tentara enfeitiçá-lo, caiu no chão com um estampido. Pelo menos eu ainda estava viva. Pareceu que ele estava querendo brincar conosco antes de nos matar. Voldemort usava feitiço silenciadores, mas os mesmos não tinham efeito algum.

Neville, não sei como conseguiu, mas tirou a espada de Godric Gryffindor de dentro das vestes e decepou a cabeça de Nagini, a cobra de Voldemort.

-NÃO! –ele berrou.

Olhei ao redor. O corpo de Harry havia sumido. Flechas começaram a cair sobre os Comensais. Os gigantes começaram a lutar. A guerra recomeçara.

Gui me puxou para trás dele evitando que eu fosse atingida por uma maldição. Eu estava muito tonta, fraca, realmente havia perdido muito sangue. Ele foi me guiando para dentro do castelo.

-Kess –ele sussurrou- eu tenho que te tirar daqui.

-Cadê o Harry? –perguntei enquanto ele me pegava no colo.

-Não sei –ele respondeu correndo para longe dos feitiços- Não quero perder você também. Eu te amo Kess.

-Eu também...

Não ouvi mais nada. Somente desmaiei.

Ala Hospitalar

Hoje faz exatamente uma semana do fim da guerra. Depois que desmaiei Gui me escondeu em uma sala que não havia sido tocada pela batalha, usou uma mágica para que não me encontrassem e correu para ajudar. Harry está vivo e melhor ainda, derrotou Voldemort. Ainda não consegui acreditar que finalmente tudo isso acabou.

Fiquei inconsciente durante seis dias. Quando acordei estava morrendo de fome. Todos os perdidos na batalha já haviam sido enterrados. A tristeza maior pela perda de tantos já havia passado. Hogwarts já estava sendo reconstruída e a vida de todos estava voltando ao normal.

Eu fico imaginando o que irá acontecer de agora pra frente? Não há mais Voldemort, nem comensais da morte. Teríamos uma vida sem preocupações?

Parei de escrever assim que ouvi alguém abrindo a porta. Olhei na direção e vi um Harry me encarando sorrindo.

-Harry – murmurei sorrindo. Ele veio em minha direção e me abraçou.

-Como está? –ele se sentou ao meu lado.

-Um pouco dolorida – respondi rindo.

-Consegue se levantar?

-Não tentei ainda.

-Vem – me apoiei nele e fomos andando

Harry me levou ao salão principal.

Lá estavam todos os Weasley e professores.

Harry se sentou do lado de Gina e Gui se colocou na minha frente, se ajoelhou.

Seus olhos nos meus, ele estava nervoso.

- Keissy Martines Potter quer casar comigo?

Meu coração pulou do peito.

-Sim

Os Weasley vieram nos abraçar e Jorge, como o Fred faz falta, disse.

-Agora você esta oficialmente na família.

Todos riram, almoçamos e partimos para a toca.

No casamento de Gina e Hermione...

-AAAAAAA! Gente! O vestido não quer fechar!!!! –berrou a ruiva desesperada descendo as escadas correndo.

-Quem mandou comprar um vestido apertado –debochou Angel- Sabe o que é isso? Gravidez.

-Não reclama e me ajuda logo –retrucou Keissy- quero ver logo as noivas!

-Tá, prende a respiração –ela falou fechando o zíper do vestido da amiga- Pronto!

-Pronto? Eu não consigo respirar! –a ruiva reclamou.

-Não reclame! É o casamento do seu irmão!

-Hunf! –reclamou à ruiva terminando de descer as escadas.

-HARRY TIAGO POTTER! RONALD WEASLEY! FORA DAQUI AGORA!!!!!! –ouviram a voz de Molly nos jardins- VOCES NÃO PODEM VER AS NOIVAS ANTES DO CASAMENTO!

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Dois meses depois:

-Ai Merlim – Kess ofegou.

-O que foi? –todos perguntaram se virando para a ruiva.

-A bolsa estourou – ela ofegou.

-Rápido chamem uma ambulância! –Lino berrou desesperado fazendo com que várias pessoa os olhassem.

-Lino cala a boca! Tá fazendo a Kess ficar mais nervosa! –retrucou Angel ao moreno- Temos que levá-la a um hospital!

-Fiquem quietos! –berrou Kátia- Lino ligue para o Gui... Angel me ajude aqui com a Kess...

A ruiva ofegava encostada a uma parede.

-Vem Kess,vamos levar você ao hospital e...

-Enlouqueceu? –Kátia a cortou- Não podemos aparatar com ela nesse estado!

-E como quer que cheguemos ao hospital? A pé? –retrucou Angel.

-DÁ PRA VOCES DUAS PARAREM? –a ruiva berrou- MINHA FILHA ESTÁ PRESTES A NASCER E VOCES FICAM AI DISCUTINDO! ME LEVEM LOGO PARA ESSE HOSPITAL!

Pegaram um taxi trouxa e se foram.

-Onde está o Gui? –perguntou Kess numa maca sendo levada para sala de parto.

-Ele já está vindo – Angel repetia pela quadragésima vez.

-Desculpe, mas quem vai entrar na sala de parto? –perguntou o medibruxo.

-Eu entro – Angel se ofereceu.

-Muito bem vamos – todos os dois passaram pela porta com a ruiva deitada na maca.

Aproximadamente meia hora depois:

-Onde... onde está Kess? –Gui perguntou esbaforido chegando ao lado do restante da família que esperava o fim do parto.

-Gui, cara sinto muito... –Lino começou.

-O que foi? –Gui perguntou assustado.

-Sinto muito mesmo... Meus pêsames –Jorge o abraçou- Sinto muito cara, mas... VOCÊ É PAI!

Gui quase caiu pra trás com o berro de Jorge.

-Nas... sceu? –ele perguntou gaguejando.

-É uma linda menina! –exclamou Angel saindo da sala de parto- já pode ir vê-la.

O sorriso de Gui aumentou e ele correu até a mulher. Kess estava encostada em um travesseiro sorrindo para um pequeno embrulho em seus braços. Ao ouvir o ruivo entrando na sala ela levanta o rosto e sorri fracamente. O ruivo se aproxima e sela os seus lábios.

Pega a filha no colo e fala:

-Victoire Weasley - a mulher sorri ao ouvir o nome da filha vindo dos lábios do marido o beijando novamente.

FIM