Crônicas de Terror. escrita por MarshmallowAzul, lucasdrosa


Capítulo 3
O jogo.


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta uma historia feita apenas pelo Lucas, ele escreveu muito bem! Espero que vocês achem tão legal, quanto eu achei!
Vejo vocês nas notas finais.



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-Hey Meg! Meg! Hey olhe para mim! - Exclamou uma voz.

Eu estava concentrada nos exercícios de física. Eu era boa em física.

-Olá. Desculpe, estava... - Só após virar a cabeça, vi que era Kristen.

Kristen era minha melhor amiga desde os três anos de idade. Lembrava-me de quando grudou chiclete na minha franja e tive que cortar. Ficou horrível. Não combinou com os meus olhos verdes, e o corpo magro.

- Ah, Kristen! Eu... Seja rápida! - Disse, observando os coraçõezinhos que desenhava num papel. Brigara de novo com George.

- Hey menina, calminha aí! - Fez um gesto com as mãos de “Fique fria e me deixe falar”- Você viu o novo corte do Jim? Está um gatinho...

- Não cuido cortes de cabelo de garotos. - Ela me olhou com um ar irônico - Você deve... O que aconteceu desta vez?

- Peguei Titanic, e comprei algumas barras de chocolate. O sorvete fica com você! - Disse sorrindo. Estava tentado ser simpática.

George era namorado de Kristen desde o primário. E brigam mais que... meus pais brigavam. George sempre foi um rapaz popular. Vivia cercado pelas garotas mais bonitas do ensino médio. Eu não sabia por que namorava Kristen. Ela não era... popular. Bom, andava comigo. E não poderia me considerar a mais amada do colégio. Quem era quieto era considerado... anti-social.

Ok, talvez eu fosse...

- Claro!- Retribui com transparência. Logo estava à procura de Jim.

Então fiz um panorama geral. Maioko, o garoto coreano, estava tirando... coisas do nariz. Nataly, a popular da sala, pintando as unhas. E suas fieis escudeiras, segurando a acetona e o algodão. Notei a presença de um aluno que nunca ia à aula, Gregor. Mais um popular. E por fim, avistei Jim. E sim, ele estava muito... bonito com aquele cabelo. Jim era um meio termo. Mistério para a ciência. Ele andava com pessoas populares, e era amado pelas garotas do colégio. Mas não se via assim. Sentava comigo nas aulas de biologia. E de certa forma conversávamos. Ele era legal.

- Senhorita Margarett Middwe, terminou a tarefa? - Perguntou o Professor Spencer, de sua classe. Eu sentava duas cadeiras a sua frente.

- Estou terminando. – Respondi.

- Estou terminando. – Repetiu. – É isso?

- Professor...

Não sabia por que o questionamento. Eu era a melhor aluna dele. Eu acho.

- Vamos lá! Direto para a coordenação. - Gesticulou para a porta.

- Mas...

- Sem mas...

Quando vi ao redor, estavam todos me olhando. Senti corar.

Sai em direção à porta, e vi Kristen dizer algo como: Você esqueceu...

A culpa não era minha por não saber ler lábios.

***

Senhorita Trillow, era a nova psicóloga da escola. Todos os rapazes queriam ir para a coordenação, depois que senhorita Trillow substituiu Senhora Felicia Gohaan. Uma senhora de setenta anos, gorda.

Bati na porta escrita uma placa: JOANNE TRILLOW- PSICÓLOGA E ORIENTADORA, e então abri.

- Oi, Senhorita Trillow. - Sorri.

- Ola Margarett! Espere um minuto, por favor! – Retribuiu o sorriso.

Estava acompanhada de duas mulheres de preto. Pareciam freiras. Nenhuma me olhou.

Voltei, e sentei no lado de fora. De costas para a parede de acrílico. Portanto notei um comentário, um tanto que alto:

- Este colégio está amaldiçoado!

Ãn? Ok, concordava em um ponto: As garotas da escola não eram lá muito... santas. Promíscuas talvez. Claro, havia exceções. Eu era uma.

Ouvi então a porta abrir, e as duas mulheres saírem. Eram freiras, como pensara. As duas vestiam um traje preto. Notava-se uma diferença de altura e de idade.

- Amaldiçoado! – Gritou a mais alta.

De repente esta se aproximou de mim. E encarou.

- Outra vad... Deus me perdoe, pelas palavras. Dez Ave Marias. – Fechou os olhos. - Cuide-se o juízo final, está chegando.

Ah sim, eu vou ser punida por Deus. Salvem-se vocês!, pensei.

- Venha Meg! – Disse senhorita Trillow da porta.

- Oh... Claro! - Mas continuei olhando a mais alta, que me observara e não parara mais. Ela me dava medo. Havia escuridão nos olhos dela. Parecia não pensar nada. Talvez tivesse contanto suas Ave Marias, mentalmente.

Virei para senhorita Trillow. Ela gesticulou novamente. Voltei rapidamente os olhos para a velha alta. Ela agora me olhava como quem dizia: Adeus. E partiu. Levantei-me das cadeiras confortáveis, cobertas por couro, e fui à direção da sala.

Senhorita Trillow, fechou a porta. Havia algo estranho. Trocara a posição da mesa, e das cadeiras, deixando a mostra seus diversos diplomas, colocados perfeitamente na parede de tijolos branco- gelo. Tudo estava branco. Parecia um hospício.

- Trabalhos de evangelização. Se dissermos um “não”, o mundo está acabando. - Disse senhorita Trillow já sentada. – Sente-se.

Acomodei-me.

- O que a trás aqui? - Questionou. Olhava-me com olhos penetrantes. Parecia incrédula.

- Nada! O Professor Spencer, só me odeia. – Respondi ainda observando a sala.

- Claro! Spencer odeia a todos. – Disse aborrecida. – Está perdoada. Mas como sei que é uma garota muito inteligente e culta, poderia lhe pedir um favor?

- Pode.

O que seria? Culta? Fazia dois dias que não tivera tempo para ler.

- Poderia ler este livro?- Questionou, entregando-me um livro com o título: Por intermédio da loucura.

Dei um falso sorriso.

- Sim, sim – disse entredentes. Não convenci.

- Mas se não quiser... – Olhou o chão com um toque de decepção.

- Não, tudo bem, Não estou lendo nada mesmo. - Sorri mais uma vez.

- Ah obrigada!- retribuiu.

Mas porque ela queria que eu lesse... aquilo? Digamos que não era meu gênero literário preferido. Nem li a sinopse. A capa já era triste o suficiente.

- Desculpe o interesse, mas... porque a recomendação de leitura? – Perguntei. – Ou pedido...

- Eu li na juventude. E como sei a sua história... achei que pudesse se identificar.

História? Ah sim! Ela sabia da perda de minha mãe, e de eu morar com minha avó, devido meu pai abandonar-me na rua. Por isso odiava fichas escolares. Informações demais.

- Claro! - Falei. Não estava mais sorrindo. Aquele assunto não me alegrava. – Já estou indo então. Foi ótimo vê-la. Trago-lhe amanhã o livro.

Toquei-o para não parecer loucura, dizer que traria amanhã, um livro de 500 páginas. Havia apenas umas 100, aparentemente.

- É uma leitura complicada. Traga-me quando der.

- Até amanhã. – Decidi. Já estava em pé.

***

Saí da sala, e girei a maçaneta de ferro. Estava suada. Não sabia se era minha mão... ou a mão de senhorita Trillow. Porque estaria nervosa?

Me dirigi ao corredor, e segui até a sala novamente. Havia esquecido a mochila. Porque o professor me escolhera, enquanto o resto da sala conversava, e faziam coisas totalmente fora do assunto de física? Devia ser uma maldição de família.

Quando minha mãe era... viva e jovem, era uma das “populares” do colégio em que estudava. O oposto de mim. Ao não ser pelo fato dos professores a odiarem também.

Cheguei à sala de física, perto da sala de biologia. O próximo tempo seria matemática, e provavelmente Kristen recolhera minhas coisas, e levara para sala de matemática.

Abri. Não havia ninguém.

Bom, poderiam ter ido para o próximo tempo, não ouvi o sinal. Mesmo assim, abri a porta. Minhas coisas estavam lá. Apanhei-as e fechei a cara, quase que automaticamente.

Eu queria matar Kristen.

Então fui para a sala do corredor ao lado, matemática. Estavam Kristen, George, as fieis escudeiras de Nataly, Jodie e Mellany, irmãs, e impressionantemente Jim, rindo ao fundo da sala, numa espécie de aglomerado. Foi uma cena frustrante.

Kristen me avistou:

- Hey Meg! Venha! Sente-se aqui. – Gritou Kristen do fundo da sala. Todos se entreolharam e começaram a rir. – Gente, ela é minha amiga. Já chega. Venha Meg.

Fiz que não com a cabeça. Kristen cerrou os lábios, decepcionada.

Direcionei-me para a classe de sempre, e sentei-me ao lado das coisas de Jim. - Espelho de classe. - Ele era meu parceiro nesta aula, e me impressionava estar... rindo das pessoas. Não era assim. Nem Kristen.

Pus minhas coisas na mesa escrita “A melhor aula é matemática... quando o professor não está na sala”, visei à mesa do professor. Nada.

- Meg, me desculpe pelas coisas. Não pude pegá-las. Eu estava... - Virei para o lado, e lá estava Kristen. Na classe de Jim.

- Com seus novos amigos. – completei.

Kristen ia rir. Mas não naquela hora.

- Desculpe! É o máximo. Não posso voltar atrás.

Pensei comigo: tantos momentos juntas; tantas festas do pijama sozinhas; tantas vezes assistindo Titanic, e comendo sorvete; ouvindo choradeiras e rancores. Quatorze anos juntas. Foi uma falta de consideração, sim, mas eu poderia perdoar mais uma vez. Perdoei tantas.

- E aí? Novos amigos? – Ironia era o meu principal talento.

- Essa é minha Margarett de sempre.

- Não se acostume.

Kristen me abraçou. Sorri. Metade de mim queria sorrir, outra queria saber por que Kristen e Jim, estavam com as pessoas mais repugnantes do colégio.

Surgiu do outro lado da sala, a monitora do colégio.

- Prestem atenção! – Gritou. O silêncio surgiu. – Não terão os próximos tempos. Podem sair.

Ah, logo quando fiz os exercícios, não tem aula. Que porcaria.

Saquei novamente as coisas, então George tomou o lugar e Kristen e sentou-se .

- Oi Margarett.

- George. – sorri.

George era estranho. Demonstrava desestabilidade na voz. Era sempre falso.

- E aí? O que fará... agora? – Perguntou.

- Vou para casa...

- Uma menina tão linda, sozinha em casa? – Linda? Pronto. – Deve estar se perguntando: O que ele está fazendo?

Verdade.

- Deixe que eu respondo! – Interrompeu, antes que pudesse pensar em responder. - Eu não estou louco. Só preciso que venha conosco e se divirta. Você me conhece – sério? -, sabe que sou um bom rapaz. E só quero que se divirta. Kristen vai.

- Não obrigada.

- Eu insisto.

- Já respondi.

Sai.

- Você vai se arrepender por isto. – Gritou George, ainda sentado.

- Se toca! Cresça. - Já estava na porta.

Fui para o corredor, e apanhei meu telefone celular e pus no bolso. Sai do colégio pela porta da frente, ao lado do corredor da sala de matemática, para a rua.

Estava escuro e frio, e não havia levado casaco algum. Então acolhi-me, por entre meus braços, e senti mais frio, pois meus braços estavam molhados. Chovia.

Corri em direção a um toldo branco, e lá fiquei até que pudesse avistar um ônibus. A estação ficava em frente ao colégio, e minha casa não era longe. Decidi entrar no primeiro ônibus, que seguisse para o leste de Nova York.

O ônibus estava lotado. Segui em frente, logo um lugar surgiu. Sentei. Então senti caras feias ao meu redor. Ignorei. Senti o telefone no meu bolso, vibrar: NOVA MENSAGEM DE TEXTO RECEBIDA. Cliquei em abrir. “Meg, é a Kristen. Estou junto com George, Jim e as garotas no colégio ainda. Ficarei aqui com eles. Encontre-nos. Estou com as suas chaves. – Lembrei que havia esquecido as chaves com ela. – Beijo, até logo.”

Maravilha! Já estava a caminho de casa, sem as chaves e na chuva. Era obrigada a voltar. Kristen iria me pagar.

Levantei do assento e parti em busca da porta de saída, guardando o celular. Um homem alto tomou meu lugar. Puxei a alavanca verde em minha frente, e ouvi o sinal estridente. Desci do ônibus direto para o colégio novamente.

O porteiro me olhou de cima a baixo, quando cheguei à porta.

- O que faz aqui há esta hora? – Perguntou, fazendo careta. – Esses jovens, esquecem isto, aquilo. Só não perdem a cabeça porque está grudada. – Resmungou sozinho.

Não respondi, apenas entrei. Saquei o telefone e disquei o número de Kristen.

- Kristen. – sussurrei. – Onde está?

- Meg. – Percebi que era George. – Estamos na biblioteca.

- Quero falar com a Kristen. – Já estava gritando. Observei a minha volta, o porteiro me olhada confuso, e aos lados não havia ninguém. Levantei a manga, e vi que já eram sete e meia, no relógio. – Estou indo para aí. Mande ela me esperar na porta da biblioteca.

- Boa menina.

Desliguei e pus no bolso de volta. Subi as escadas e entrei na biblioteca. Kristen não estava na porta. Entrei.

- Meg. – Disse Kristen de uma das mesas, sozinha.

- Sobrenome: Responsabilidade. – Revirei os olhos.

- Desculpe, mas desta vez a culpa não é minha. – Choramingou de brincadeira, fazendo biquinho.

- Vamos logo. Dê-me as chaves. – Cortei o clima de brincadeira, tornando o clima mais sério.

- Ah, está brincando! Não ficar para jogar com a gente? – Demonstrou incredulidade.

- Jogar? O acordo não era buscar as chaves? - Exclamei com o mesmo nível de incredulidade.

- Humm, não aceito ‘não’ como resposta. Fique. – Parecia que um pedido feito por Kristen à Deus. Trovejou forte e ouvimos um estrondo, seguido de um grito.

- Ouviu isto? – sussurrei.

- Acho que sim. E isto está me assustando.

Era verdade o medo percorria por nossas veias. Eu podia sentir a tensão nos olhos azuis esverdeados de Kristen. Ela vestia agora um blusão de beiseball, provavelmente era de George. George jogava no time do colégio e era o melhor, segundo minhas experiências, envolvendo esportes.

- Venha. – Puxei-a para a primeira prateleira de livros estrangeiros e esbarrei num livro grande. Outro estrondo. Agachei-me para pegá-lo, e vi algo horrível. Tapei a boca. A bibliotecária estava caída no chão, com os olhos abertos, e a boca escorrendo sangue.

Desabei.

***

Meg. Meg. Meg. Acorde. Meg. Fale comigo. Dizia uma voz na minha cabeça. Doía.

- O que aconteceu? – Me assustei com minha própria voz.

Eu estava sentada no chão perto dos livros de doação da biblioteca, e Kristen ao meu lado. Chovia muito forte, e os trovões eram mais agudos que caixas de som no volume máximo.

- Você desmaiou Meg. – Disse Kristen, com os olhos arregalados nos meus.

- Ã? Como? – Logo as imagens se juntaram na minha cabeça, com uma intensidade enlouquecedora. Lembrei da bibliotecária. – O que vocês fizeram com a...

Vi a minha volta. Estavam George e Kristen ao meu lado, e Nataly e as outras junto a ela, de costas para a porta que levava ao corredor.

- Niiiinguém fffeeez naddda. – Kristen estava chorando. –Vamos logooo!

- O que está acontecendo? – exclamei, olhando cada face suja e doentia, inclusive de Kristen.

- Margarett, melhor: Meg. Soa mais íntimo. – George fez uma pausa. – Nós vamos fazer um joguinho, ouviu querida?

Querida? O que estava acontecendo? Kristen ia ver minha face irritada, quando chegássemos em casa. Casa limpa, seca, confortável e com menos testemunhas...

- Está legal. Fomos longe demais. O que realmente querem? Que tipo de joguinho ridículo é este? – Olhei para Kristen, e o resto das garotas. - Doentes.

- Te trouxemos aqui para fazer um jogo bem popular, com o Tabuleiro Ouija. – Continuou George.

Perfeito. Eu odiava isso. Qualquer coisa que envolvesse espíritos, me davam calafrios.

Eu não ia sair do lugar onde estava. Por nada.

- Quer que Kristen continue viva? A ama, não é? – Disse George.

- Se... Hey... Nem pense... Já chega, é sério. Ou eu... eu... – Gaguejei. Não convenci no estilo durona.

- Ou... Ou o que? Vai me matar?

Meus pensamentos agora estavam descontrolados e confusos. Levantei.

- Nem pense nisso! – Agora George estava irritado.

- Você pode achar que manda na Kristen, mas em mim... – Olhei para ele com repugnância e cuspi na sua cara, agora sem iluminação como antes.

Imediatamente George levantou-se e socou minha barriga e deu uma cotovelada nas costas, fazendo-me desmoronar.

- Você vai jogar! – Riu.

- Vou! – Respondi imediatamente. Sabia que acabaria rápido, se eu fosse esperta e não perguntasse nada que pudesse prejudicar a mim, ou Kristen. Mais uma vez estava sendo mais que uma melhor amiga para Kristen. – E vou embora com Kristen após uma rodada. Pode ser amigão? –Ironizei.

- Muito bem. Precisamos de mais alguém, não é meninas? – Estava olhando Nataly e as outras. Todas choravam. Notei a ausência de Jim. Ele era esperto, e não se envolveria nisso. Eu acho.

As garotas que mais pareciam mortas vivas, de tão desconcertadas, levantaram-se e foram em frente a George e o olharam com os olhos semi cerrados e encharcados de lágrimas.

- Nataly, pegue o tabuleiro na minha mochila. – Ordenou George, e assim ela obedeceu.

*************

Estávamos eu, George ao lado, Nataly e as outras, em frente – chorando ainda mais- e Kristen agarrada no meu braço.

George começou.

- Ponham todas o dedo aqui? – Já punha o dedo na pequena seta triangular de madeira. Obedecemos juntas.

- Olá! – Iniciou George.

Nada.

- Viu George, não funciona. – Gemeu Jodie, quase sorrindo de alivio.

Foi surpreendida. A seta mexeu-se, e encontrou o “Sim”.

- Qual é o seu nome? – Disse Jodie trêmula, sem saber que havia perguntado aquilo.

A... N... N... E, apontou com pausa considerável.

- Sua vez. – Disse George, para Nataly.

- Vo-vo-cê quer nos machucar? – Gaguejou.

Nenhuma resposta.

- Você quer machucar algum de nós?

Sim, apontou

- Quem? – Perguntei antes que dissessem.

G... E... O... R... G... E.

George estremeceu.

- Vamos continuar. Fiquem calmas. Ela não é de nada. – Exclamou convicto, mas tenso.

- Vamos parar com isso! – Choramingou Kristen.

- Kristen... – Olhou com uma careta de “Cale-se” para Kristen. – Sua vez. – Disse George.

Kristen estava fria e pálida. Parecia estar morta. Sem alma, nem nada disto. Vazia.

- Por quê? – Oscilou.

E... L... E... M... E... M... A... T... O...U.

Logo Jodie gritou:

- Ela é a bibliotecária que você matou George!

O tabuleiro girou no ar, e a seta começou a girar desesperadamente.

XOAS580MIAJS9URM6UD1HAL36SLASUHBRJEDJEY33668UEGMJWQPOOALSM, apontou no tabuleiro agora no ar.

Não sei como consegui ler.

- Sabe por que matei você? – Gritou George.

O tabuleiro voou nele e o derrubou com força descomunal. Os vidros da biblioteca caíram sem razão alguma. Mas George levantou-se e gritou para a porta:

- Foda-se!

A porta bateu e quebrou. Todas as estantes caíram. George se atirou no chão e pôs as mãos na cabeça.

Tudo parou.

- Você está sozinha? – Perguntou Mellany, olhando o chão.

N... A... O.

Os meus nervos começaram a arder, a pulsação aumentar, e o coração não estava mais no meu corpo. A sensação era horrível. Então Mellany, que não havia perguntado nada, caiu e começou a ter convulsões que a tiravam o chão olhei todos, um por um. Nenhum movimento. Obriguei-me a ajudá-la.

Uma força me jogou na parede. Senti a costela quebrar.

- Aaaah! Pare! – Gritou Kristen com as mãos na cabeça, chorando desesperadamente. – Eu imploro.

Caí e Mellany também. Estava com os olhos revirados e a boca torta e cheia de cortes pela face inteira. Jodie desmaiou. George chorava também, e Nataly estava agachada de costas para todos.

Da mão caiu a seta. Suja de sangue.

Sozinha, foi a seta para o tabuleiro novamente.

- Você vai parar? – Sussurrei com um tom quase inaudível. A seta se mexeu.

SIM”.

- Quando? – Gritou George.

Q... U... A... N... D... O... V... O... C... E... M... O... R... R... E... R.

Então George jogou se contra a parede e chegou abaixo da janela com os vidros quebrados. Em seguida arremessou os braços numa velocidade imensa por sobre os cacos de vidro, que mais pareciam montanhas. Jorrou sangue negro.

George era forte com abdômen definido, e agora aquele abdômen coberto por apenas uma regata esportiva, agora banhava-se a sangue. Estava tendo uma hemorragia. O sangue agora era como água, estava na parede inteira. George tombou de cabeça na quina que dobrava a parede.

Observei ao redor. Kristen continuava com as mãos nos cabelos emaranhados, Nataly que antes estava de costas para todos, agora estava de frente, enforcada com as cordas que seguravam sacos de areia atrás do palco de ensaio, e virei para onde Jodie estava. Não havia ninguém, apenas marcas de barro no chão de madeira, ao lado de Mellany.

Era muito para mim.

***

Tragam o sedativo, e uma dose de Taxynilina 3, estamos tendo uma perda de estabilidade mental, soavam vozes ao meu redor. Tentei abrir os olhos e vi de relance, Jim e o porteiro e mais cinco homens de branco, para-médicos, estavam do lado de fora de uma ambulância.

Falar era impossível. Meus lábios estavam colados a boca, os dentes doíam, e sirenes da polícia zumbiam no meu subconsciente. Pensei em levantar, pois estava deitada numa maca, porém dois cintos impediram.

Dois dos para-médicos estavam conversando:

Dos seis jovens, duas continuaram vivas, porém os outros, todos mortos. A mais jovem – Jodie-, foi encontrada do lado de fora da instituição, morta; uma vestida de líder de torcida, por baixo de uma jaqueta preta- Nataly-, morreu de asfixia; outra que puseram um pano branco no rosto, parece que foi mutilada; e o único rapaz, morreu de hemorragia, e teve uma fratura na perna esquerda. Já estas duas... vão conosco.”

- Para estão me levando? – Questionei o primeiro que me respondesse.

- Mark Gerald, Centro psiquiátrico. – Disse um magro, que agora me olhava penetrante. – Eu mandei trazerem o sedativo.

Meus ouvidos abafaram. Minhas unhas rasgaram a pele do braço, que consegui alcançar. A boca sangrava e o ar não entrava nos pulmões.

Virei para o lado em busca de ar, por mais inútil que fosse a tentativa, e vi Kristen. Estava presa aqueles cintos, assim como eu, e visava um único ponto. Ria incontrolavelmente, de forma medonha e psicopata.

A partir deste momento, Kristen passara em todos centros psiquiátricos, existentes nos Estados Unidos, e até um na França, assim como eu.


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Notas finais do capítulo

Se leu, gostou ou odiou, comente! Assim, eu e o Lucas, ficaremos felizes por saber sua opinião! *-*
Se quiser, pode dar sugestão para alguma historia!
Obrigado por ter lido. (:



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