Chemicals Collide escrita por carolvieira


Capítulo 1
Quando o Marrom Encontra o Verde


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D



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Bella POV

Não, não, não, nãããão! Alguém faz esse maldito despertador parar!

Foi a primeira coisa que eu pensei quando acordei naquele domingo. O ultimo dia das férias de verão mais... 

É nesse momento que eu queria ter dito perfeitas, ou, ensolaradas, românticas, ou quem sabe divertidas.

Mas não foi exatamente assim. Foram as férias de verão mais entediantes, mais chuvosas e com mais noites cheias de potes de sorvete na frente da TV, assistindo a versão com a Keira Knightley de Orgulho e Preconceito.

Decidi calar de uma vez por todas o despertador, e levantar. Fui em direção ao banheiro para me arrumar para ir trabalhar. Sim, eu trabalhava aos domingos.

Me olhei no banheiro do espelho, e vi o que via há mais de dezessete anos, quase dezoito. Uma garota pálida, quase translucida, cabelos extremamente comuns, castanhos, longos, que ondulavam na altura do ombro. E olhos marrons. Eu adorava a cor dor meus olhos, eles tinham uma cor de chocolate, lindos.

Tomei meu banho, coloquei uma calça jeans, uma blusa branca e preta, meu Converse amarelo e algumas pulseiras. ( http://www.polyvore.com/quando_marrom_encontra_verde/set?.embedder=1169170&.mid=embed&id=16754189)


Enquanto terminava de arrumar, ouvi meu celular tocar. Peguei ele em cima da minha escrivaninha, e atendi, sem nem olhar o identificador de chamadas.

-Beeeeeeellinha!

-Oi, Alice! Bom dia pra você também.

Mary Alice Brandon, minha melhor amiga no mundo inteiro, quem mais me ligaria as oito e meia da manhã, em um domingo?

-Bom dia, amiga. Então, eu estava pensando, amanhã, é o primeiro dia de aula, o nosso ultimo primeiro dia de aula! A gente tem que chegar na escola ma-ra-vi-lho-sas! E para isso...

-Não, Alice, eu não posso, nem quero, ir fazer compras com você hoje.

-A parte do ‘nem quero’ eu já entendi, você nunca quer, mas a parte do ‘não posso’, você se importa em me explicar? E é bom você ter um ótimo motivo! –pela voz dela, seria essencial para a minha sobrevivência eu ter um bom motivo.

-Eu vou trabalhar hoje, Alice, a Sra. Newton não vai poder ir, então, ela pediu pra eu ir. –eu disse, esperando, mais para temendo, a reação dela.

-Aah, bom que pena. Então acho que eu vou ter que ir sozinha com a Rose, mesmo. –ela disse, mas eu não fiquei mais tranqüila, mais do que odiar compras, eu só odeio quando Alice concorda em eu não ir fazer compras com ela, sinal de que ela está tramando alguma coisa.

-Eu tenho que ir, Alice, ainda vou arrumar meu cabelo e tomar café antes de sair. Mal posso esperar para passar um dia inteiro com o Mike! –ela riu do meu sarcasmo exagerado.

-Tá bom, amiga, beijos.

-Beijo, Alice.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, e peguei minha bolsa nova da Rainha de Copas, e desci as escadas pra tomar café.

Chegando na cozinha, que era pequena e só tinha os aparelhos necessário pra eu cozinhar, vi meu pai sentado, lendo jornal e tomando café.

-Bom dia, chefe Swan. –eu disse, dando um beijo na bochecha dele.

-Bom dia, Bells. Eu já fiz o café e lavei a louça. Agora eu tenho que ir, acho que vou chegar tarde hoje, então, se você e seu irmão quiserem pedir uma pizza, tudo bem. –Charlie era o Chefe de Polícia da cidade, da enoooorme cidade de Forks, era ele quem defendia seus três mil, cento e vinte habitantes dos vilões. Sim, meu pai era meu herói.

-Tá bom, pai. Alias, o Emmett está aí, ainda?

-Acho que sim. Estou indo, filha, tchau, te amo.

-Também te amo, pai.

Quando a porta bateu, e eu não conseguia mais ouvir o motor da viatura, Emmett deu sinal de vida. 

Emmett era meu irmão, gêmeo, nós tínhamos exatamente a mesma cor de cabelo e olhos, mas enquanto eu, tinha uma altura norma, um e sessenta e cinco, ele era um monstro. Ele tinha um metro e noventa, de músculos. Era o típico garoto popular da escola, capitão do time de futebol, namorado da chefe das lideres de torcida.

Rose, a namorada dele, e a temida chefe das lideres de torcida era, também, uma das minhas melhores amigas. Linda. Essa era a única palavra que eu conseguia pensar para descrevê-la. Loura, alta, escultural.

-Bom dia, irmãzinha querida! –ele disse, mais contente do que o normal, considerando o dia e a hora, é claro que ele estava feliz.

-Bom dia, Emmett. O que você está fazendo consciente tão cedo num domingo? –eu perguntei, fingindo não saber de nada.

-Ah, não sei, deu vontade de acordar cedo e tomar café na cama, hoje.

-Claro, claro. –eu disse, rindo baixinho. 

-E você? Pra onde você vai? –ele perguntou, vendo que eu já estava arrumada.

-Trabalhar. A Sra. Newton não vai poder ir pra loja hoje, parece que ela tem que ir pra um chá de bebê. Vai entender. Enfim, ela pediu pra eu ir hoje.

-Ah, sim, bom, boa sorte com o Mike, hoje. –ele disse, me dando um sorriso sincero.

-Brigada, irmão urso. –eu disse sorrindo. Ele também sorriu quando eu usei meu apelido pra ele. Se tinha uma coisa que eu e meu irmão éramos, era amigos.

-De nada, Bellyzinha.

-Bom, eu vou indo, Emm.

-Tá, eu vou subir e aproveitar meu domingo na cama. –ele disse, se virando para a escada, enquanto eu ia em direção a porta.

-Tá, te vejo mais tarde. Ahh, manda um beijo pra Rosalie, quando você chegar lá em cima. –eu disse, sorrindo, enquanto ele parou na escada e suspirou, voltando a subir os degraus.

Ele achou mesmo que eu não soubesse que ele tinha trazido ela pra passar a noite aqui, escondido. Ou pior ainda, que eu não tivesse ouvido os dois. Eca!

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Levei meia hora para chegar, de carro, na Newton’s Outffiters, viagem que num carro normal levaria 15 minutos. Minha picape Chevy não ajudava muito, e minha falta de coordenação também não, por isso, era bem melhor ir devagar.

Quando entrei em uma das quinze lojas da cidade, fui para trás do balcão e escondi minha bolsa ali.

-Bu! –disse a voz que eu menos gostava de ouvir.

-Oi, Mike. –minha insatisfação aparente na voz.

-E, aí, hoje a gente tem o dia inteiro só pra nós dois. –Ele disse sorrindo e erguendo as sobrancelhas. Aquilo era chocolate nos dentes dele?

-Mike, eu acho que seu dente tá sujo. –eu disse, meio desconfortável.

-Ah, ha ha ha. –ele deu uma risadinha sem graça e foi para o outro lado.

-Ah, oi, Bella. –disse a Sra. Newton, num tom de voz doce.

-Oi, Sra. Newton. –eu disse sorrindo.

-Então, Bella, sua amiga me ligou, e pelo jeito que ela falou, a avó dela era muito importante pra vocês. Então tudo bem, eu vou te deixar sair depois do almoço, hoje. O que é bom, por que não tem tanta gente assim nesse horário. –ela disse dando um tapinha no meu ombro, pra me confortar, acho.

-Ah, muito obrigada, Sra. Newton, de verdade. –eu disse, desconfiada.

Então ela se virou e saiu.

Comecei o meu trabalho, atualizando o sistema da loja.

A Newton’s Outffiters trabalhava com artigos para esportes ao ar livre, como escalada, rafting, trilha, artigos para pesca e acampamento.

Esses esportes eram os únicos motivos para a minúscula cidade de Forks, na península de Olympic atrais turistas, com uma ampla variedade de vida selvagem e lugares para esses esportes serem praticados.

Eu realmente nasci no lugar errado, quer dizer, eu odeio a chuva, e mal consigo andar numa superfíce plana sem tropeçar, imagina praticar algum esporte radical!

-Hum, Bella... –Mike disse, tentando não me olhar nos olhos, suponho- Eu vou cuidar da parte norte da loja, você fica com o resto?

-Tá, Mike... Ah, mas depois do almoço eu vou embora, sua mãe disse que tudo bem. –eu disse, voltando minha atenção para o computador.

-Ahh, só me avisa antes de sair. –eu simplesmente assenti, e ele parecia... decepcionado.

Mike era um daqueles garotos que sempre foi seu amigo, desde a primeira série, mas quando vocês começam a crescer, tentam transformar em algo mas, mas isso acaba sendo completamente... nojento. O grande problema era que Mike não percebia minha rejeição, e como eu me encolhia cada vez que ele tentava me tocar.

O tempo foi passando e eu continuei a trabalhar no sistema, apenas ouvindo o sininho da porta da loja tocar, cada vez que a porta abria ou fechava.

Em algum momento, ouvi alguém tentando chamar minha atenção, então olhei para cima, para ver quem era.

-Hum, oi. Eu sou novo na cidade, e eu vou acampar. Eu estava precisando de um saco de dormir. Será que você pode me ajudar? –era impressão minha ou sua voz soava como veludo. 

Quando olhei em seu rosto, me deparei com a criatura mais bonita que eu já havia visto. Ele tinha um cabelo bagunçado, meio... ruivo? Maxilares esculpidos, alto, um metro e oitenta, talvez? E olhos com um verde que me lembrava muito a cor de esmeraldas.

Depois de algum tempo olhando para ele, ele acenou na frente do meu rosto, como se tentando, me acordar de um transe.

-Ahh, sim, hum... sacos de dormir, claro, eles estão na parte norte, no fundo da loja. –eu disse, meio sem graça por ter ficado olhando ele por tanto tempo.

-É, eu sei, eu fui lá mas o rapaz que estava ali me deu um pouco de medo. Toda vez que eu perguntava alguma coisa, ele me perguntava qual era o problema com ele. –ele disse, se segurando para não rir- Aparentemente, ele não consegue essa garota, e ele ainda passa vergonha na frente dela, hoje ele tinha chocolate nos dentes. –ele continuou, mas não estava mais tentando não rir.

-Ah, desculpa por ele. Ele é meio... ele é o Mike. –eu disse, como se isso justificasse alguma coisa.

-A pior parte era que ele ainda estava com chocolate nos dentes. –tá, agora eu tive que rir.

-Então, que tipo de saco de dormir você está procurando... hum... –eu disse, querendo saber o nome do meu deus grego. Meu?

-Edward, e eu queria saber qual é o melhor... –ele olhou meu crachá- Isabella.

-Só Bella, por favor. –eu disse, e ele assentiu- Tudo bem, então. Vamos aos sacos de dormir. –eu disse, fingindo estar animada. Ele simplesmente riu.

Depois de vinte minutos vendo os diversos modelos, ele escolheu dois. Fomos até o caixa, onde ele pagou e se despediu.

-Muito obrigado, Bella. –ele disse, e deu um beijo na minha mão, como um daqueles príncipes de filmes antigos. Eu apenas murmurei um ‘tchau’.

Acho que fiquei ali parada, enfeitiçada por uns dez minutos, até que Mike veio me avisar que estava na hora do meu almoço.

Almoço, liberdade!

Foi então que me lembrei que teria que ter uma conversa séria com alguém, sobre e avó dela.

Depois e sair da loja e entrar no Monstro, sim, minha picape anciã tinha um apelido, peguei meu celular e liguei para Alice.

-Alô, Alice falando. –ela disse em seu tom de voz normalmente alegre.

-Oi, Alice, é sua avó, ela está bem? –eu perguntei.

-Ahh, Bella, não fala assim, eu fiz isso por um bem maior, juro! –ela disse.

-Um bem maior? Alice! Sua avó morreu há dez anos! E eu preciso do meu salário, nem todas podemos vender nosso carro, e conseguir pagar os cinco anos de faculdade! –eu disse falando do Porsche dela. 

-Eu sei disso, mas eu também sei, que você está louca pra chegar linda na escola amanhã... –ela disse, mas antes de ela terminar de falar eu a interrompi.

-E você acha que eu quero ir fazer compras! –eu disse, na verdade gritei no celular.

-Eu sei que não... mas eu sei que você prefere ir fazer compras a passar a tarde toda num ambiente fechado com Mike Newton. –ela disse, droga, odeio quando ela está certa.

-Que horas eu te encontro no shopping?

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Depois da viagem de uma hora e meia, para chegar no shopping mais próximo, em Port Angeles, encontrei Alice e Rose me esperando na frente da GAP. Quando me viu, a anãzinha pulou de alegria. Alice tinha no máximo um metro e meio de altura, cabelos lisos e repicados, na altura do queixo, e seu rosto lembrava uma fada.

-Bellinha! Vamos logo, a gente não tem muito tempo! –ela disse, me apressando.

-Alice, são uma e meia da tarde! –eu disse, indignada.

-Exatamente! –ela me disse, sem olhar para mim, e Rosalie começou a rir.

-Vamos, Bella, não vai ser tão ruim. Eu tento controlar ela. –ela disse, me dando um sorriso sincero, Rose sabia do meu ódio por compras.

-Brigada, Rose. E ai, sua noite foi boa? A minha não. –eu disse em tom de brincadeira, e comecei a rir, quando vi que ela estava corando.

Calma, aí, Rosalie Hale, corando!

Isso só me fez rir mais.

-Vai, vamos acabar logo com isso. –eu disse, depois de me recuperar da minha crise de riso.

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Cinco horas e dez sacolas depois, eu não agüentava mais. Tinha que comer alguma coisa, tinha que sentar, sentar, sem experimentar nenhum sapato. Estava quase me ajoelhando aos pés de Alice, para ela me liberar, quase amputando uma perna para que ela me considerasse invalida e me dispensasse dessa missão.

-Bella! Ainda são seis e meia! –ela disse, fazendo uma cara de dar dó, HA! Como se eu fosse a vilã da história.

-Eu sei, Alice, mas eu não preciso comprar mais nada, eu só preciso comer alguma coisa, e ir pra casa dormir! Afinal, não dormi nada noite passada. –eu disse olhando para Rosalie pelo canto do olho e sorrindo, ela fingiu não ver.

-Huum. –Alice pensou um pouco- Que tal se eu te liberar por uma hora, você vai fazer o que você quiser, e eu sei que você vai para a livraria. Depois a gente se encontra na praça de alimentação, come alguma coisa, e cada uma vai para a sua casa.

Eu não conseguiria nada melhor que isso.

-Isso, brigada! Brigada! Brigada! –eu disse e sai correndo com as minhas sacolas para fora da loja, antes que ela mudasse de idéia.

-Não esquece, sete e meia, na praça de alimentação. –eu escutei ela gritando.

Quando entrei na livraria, respirei fundo. Senti o melhor cheiro possível, cheiro de papel e tinta. Existe mesmo alguma coisa melhor que livros?

Fui comecei a andar pela loja, indo em direção ao meu setor favorito, os clássicos. Um corredor a frente, no setor de biológicas, um vulto chamou minha atenção.

Esse vulto era alto, não tão alto quanto Emmett, claro, o que Emmett estaria fazendo em uma livraria? Tinha cabelos meio ruivos e desalinhados, quando olhei melhor, vi que era meu cliente de mais cedo. Edward.

Meus olhos se arregalaram, e eu decidi seguir meu caminho, eu e minhas sacolas, antes que ele me visse, de manhã eu já havia corado na frente dele o suficiente.

Me virei um pouco tarde demais, ele já havia me visto e estava me chamando.

-Bella? –ele perguntou. Ai, meu Deus, ele ainda lembra meu nome!

-Hum, oi... hã... –eu fingi não lembrar o nome dele.

-Edward. –ele me lembrou.

-Ah, sim, Edward. –como eu não corei com essa mentira eu não sei- Eu pensei que você fosse acampar.

-Ah, é, ha... –ele disse meio sem graça, enquanto levava a mão para a nuca- É, na verdade não. É que eu acabei de me mudar pra Forks, hoje mesmo, arranjei um emprego lá, e me avisaram em cima da hora, então eu vim e procurei uma casa.

-Ah, sim. Isso realmente explica o saco de dormir. –eu ri, brincando, ele também riu.

-Bom, é por que, ainda não deu tempo das minhas coisas chegarem. Então, eu vou dormir num saco de dormir por mais algum tempo. Sabe, Nove York é meio longe daqui.

-Você é de Nova York? E por que você veio morar nesse fim de mundo? –eu perguntei, e realmente queria saber.

-Ah, não sei, a cidade me chamou, e eu gostei dela. –ele disse, e eu jurei ter ouvido um ‘e dos habitantes’ também.

-Ah, bom, cada um é cada um, né. –eu continuei a ir em direção aos clássicos. 

Chegando nas prateleiras, eu coloquei as sacolas no chão, e estiquei os meus braços, ele começaram a formigar. Queria poder falar que nunca mais iria fazer compras com Alice, mas isso nunca seria possível. Ela carrega uma corda e clorofórmio no porta malas do carro.

Depois de um tempo olhando os livros e os resumos, vi uma cabeça surgir no fim do corredor. E que cabeça maravilhosa. Edward veio até mim.

-Então, Bella, o que você está fazendo aqui? –ele disse, arqueando uma sobrancelha.

-Compras. Ou melhor estava sendo torturada pelas minhas duas melhores amigas. –eu disse e apontei para as sacolas- Eu fugi.

-Ah, sim. –ele riu- Então, já que você está livre, você, sei lá... –ele estava nervoso- Quer ir tomar alguma coisa?

Eu olhei no relógio, quinze pras sete. Se eu tenho quarenta e cinco minutos de liberdade, eu tenho que aproveitar esses minutos!

-Claro, só deixa eu... –eu disse, me virando para pegar as sacolas.

-Não, de jeito nenhum. Eu levo pra você. –ele disse e pegou as sacolas, com uma facilidade invejável.

-Mas elas são minhas, deixa eu pegar pelo menos uma! –eu disse, e ele concordou, me entregando uma sacola com óculos de sol. Eu peguei sem reclamar, já vi que seria uma briga perdida.

Fomos até a Starbucks, enquanto conversávamos sobre nossas preferências em livros.

-Como você consegue gostar de O Morro Dos Ventos Uivantes? –ele me perguntou, espantado.

-É uma historia linda! –eu disse, tentando provar meu ponto.

-Mesmo assim, tudo o que acontece no livro são tragédias! 

-Mas mesmo assim, apesar de toda a vingança, dinheiro e ódio, Cathy e Heathcliff se amam de verdade, eles só não tiveram um final feliz, muitos casais não tem um final feliz, não podem ficar juntos! Mas mesmo assim eles se amam.

-Tudo bem, tudo bem. –ele se rendeu- Eu entendo o seu ponto de vista. Mas mesmo assim, ainda acho que é uma historia de ódio, não de amor.

A essa altura, já estávamos sentados em um dos sofás.

-O que você vai querer? –ele perguntou enquanto colocava minhas sacolas no chão.

-Pode deixar que eu pego. –eu disse, começando a me levantar. 

-Eu vou perguntar de novo. –ele disse, com um sorriso torto lindo no rosto- O que você vai querer, senhorita...

-Swan.

-Swan?

-Um frappuccino de morango. –eu disse cruzando os braços.

-Não vai querer café? –ele disse ainda sorrindo.

-Não, pra mim, café só de manhã.

-Ah, sim, pensei que eu fosse o único que achava isso. –ele disse, se virando e indo em direção ao balcão.

Alguns minutos depois ele voltou com dois frappuccinos na mão, o meu, de morango, e um outro que parecia ser de doce de leite.

-Aqui está, Srta. Swan. Então, eu estou curioso, quantos anos você tem? –ele me perguntou, franzindo o cenho.

-Ei! Não é educado perguntar a idade de uma dama, senhor...

-Cullen.

-Sr. Cullen. –eu disse, brincando- Diz você primeiro, ai eu posso até pensar em falar minha idade.

-Eu tenho vinte e três. –ele disse. Ele não parecia ter um ano acima de dezenove.

-Bom, eu tenho um pouco menos que isso. –eu disse, não podia dizer para o homem mais lindo que eu já vi, e que estava aqui, sentado na Starbucks comigo, que eu ainda nem era maior de idade.

Então começamos a conversar. Ele não voltou a me perguntar minha idade. Eu descobri que ele tinha nascido e crescido em Chicago, e era filho único. Fez faculdade em Nova York, e tinha vindo pra Forks por causa de um emprego. Eu disse que morava com meu pai e meu irmão, um cara muito, muito grande.

-Grande, quanto, mais ou menos? –ele disse, assustado.

-Grande um metro e noventa. –eu disse.

Eu vi ele engolir em seco, e comecei a rir. Nesse momento, meu olhar caiu num relógio atrás do balcão, sete e quarenta.

-Ai, merda! Eu tenho que ir, se não minhas torturadoras vão me matar! –eu disse me levantando e pegando minhas sacolas.

-Eu te ajudo. –ele disse, começando a se levantar.

-Não, não precisa mesmo. Sério. –eu disse, equilibrando as sacolas.

-Então, tá, Bella. te vejo por ai. Acho que não vai ser tão difícil considerando o tamanho da nossa cidade. –ele disse, dando aquele sorriso torto que eu estava começando a adorar.

-É, a gente se vê. –eu sorri e me virei.

Quase corri em direção a praça de alimentação, e consegui tropeçar só três vezes. O que era um grande avanço.

Chegando lá, vi Alice e Rose de pé, ao lado do Pizza Hut, Rose aparentemente, tentando acalmar Alice, que parecia capaz de matar alguém.

-Pronto, pronto, não precisa machucar ninguém, Al. Cheguei. –eu disse, meio sem fôlego.

-Ahh, que bom, Bella! Mas eu não posso dizer que estou brava, afinal, pensei que nunca fosse presenciar o dia em que Isabella Swan iria se atrasar! –ela disse calmamente, mas eu sabia que no fundo ela estava brava. Alice odiava atrasos, e eu odiava me atrasar, mas fora hoje, nunca havia ficado tão feliz em me atrasar.

Decidimos comer no Pizza Hut mesmo. Enquanto esperávamos nossa pizza, conversamos sobre a escola, que voltaria amanhã.

-Ontem eu tive que ir lá. –repondeu Rose, e nós olhamos para ela, espantadas- Ei, não é como se eu tivesse ido por vontade própria, fui resolver algumas coisas da equipe de torcida. Enfim, a Sra. Cope me disse que o Sr. Banner saiu, parece que ele ia se aposentar no final desse ano letivo, mas o médico dele falou que era melhor ele sair já. Acho que nós conseguimos deixar o velho doido! –ela riu, e nós rimos junto. Eram épicas as pegadinhas que nós fazíamos com o Sr. Banner- Mas ela também disse que já acharam um substituto, ou melhor dizendo, outra vítima nossa. –ela disse, sorrindo.

Então nossa pizza chegou, e eu não pude pensar em mais nada, a não ser matar minha fome. Um dia inteiro fazendo compras é uma coisa, agora, um dia inteiro fazendo compras com a Alice, era outra totalmente diferente.

Depois de comermos, nos despedimos, e fomos para as nossas respectivas casas.

Quando cheguei em casa, achei Emmett e meu pai assistindo a algum jogo na TV, coloquei minhas sacolas no quarto e desci, para algum tempo em família. Meia hora no máximo, eu me sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento.

Depois de dez minutos assistindo ao jogo, desisti, não estava entendendo bulhufas. Dei boa noite para os dois e subi.

Tomei um banho, para relaxar meus músculos, e lavei meu cabelo com meu xampu favorito de morando. Quando me deitei na cama, não levei mais de dez minutos para adormecer.

Sonhei durante a noite inteira com um certo par de olhos esmeralda, esperando que os encontrasse de novo. E logo.


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Notas finais do capítulo

gostaram, odiaram? quero saber o que está se passando na cabeça de vocês.
Acho que eu não disse no capítulo, mas a Bella, e por consequencia o Emmett, têm 17 anos, ok.
Vejo vocês no próximo capítulo (:

Beijos ;*
Viê



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