“Antes de tudo, sim Olivia, é tudo verdade e se vim aqui é porque é importante.” Jane olhou para mim. “Olívia é minha sobrinha-tataraneta, na época em que fui transformada, a época de caça as bruxas, minha irmã mais velha havia fugido com o namorado, depois de alguns anos resolvi vir atrás dela e lhe contei tudo o que havia acontecido, então ela escreveu toda a nossa história em um diário, e esse diário passa para todas as mulheres de nossa família, depois que visitei minha irmã disse que só a procuraria em emergências para não por sua vida em risco.” Ela parou novamente e olhou para Olívia.

“Precisamos ficar aqui por algum tempo, algum problema?”

Olívia sorriu, um sorriso de mãe.

“Claro que não, embora esteja surpresa sei que é meu dever fazer isso, meu marido está viajando a trabalho, não tenho filhos, então vocês podem ficar à vontades.” Fiquei surpreso com a tranquilidade que sua voz nos passava, principalmente por estar sozinha com dois vampiros. Não nego que o cheiro de seu sangue me deixava louco mas não era hora para isso.

Jane assentiu. “Se nos dá licença Olivia, Fred e eu precisamos conversar.”

“Tudo bem, se precisarem de algo estou lá em cima.” Olívia olhou para nós dois e saiu.

“Que diabos...” Comecei a dizer mas Jane me interrompeu.

“Com certeza eles mandarão Demetri e Alec me procurar, alias logo eles chegaram aqui, talvez essa manhã, não há como fugir, teremos que enfrentá-los, mas isso será fácil...” Jane dizia pensativa. “Bom vamos mandar Olívia ficar aqui em baixo, para ela não correr riscos enquanto esperamos eles chegarem...”

Eu assenti concordando. Jane era bem mais experiente que eu, ela sabia o que fazia. De alguma forma eu confiava nela.

O céu mesmo nublado estava bem claro, eu podia ver da janela da cozinha. Jane estava no porão falando com Olívia, na parede da sala retratos de quatro mulheres, o quadro mais antigo reconheci como sendo a irmã de Jane pela aparência muito mais semelhante que as outras.

O barulho de uma porta batendo tirou minha atenção.

“Tudo pronto, se eu bem conheço os Volturi eles devem chegar logo.” Afirmei com a cabeça.

Esperamos cerca de 20 minutos, quando ouvimos um barulho lá fora, nos preparamos conforme tínhamos combinado.

Em poucos segundos um forte estrondo e a porta estava caída no chão da sala. Dois homens um de pele azeitonada, que parece estranha quando misturada à sua palidez de cabelo preto na altura dos ombros. Não consegui enxergar muito bem o outro pois ele estava atrás do primeiro.

“Olá fujões.” Disse o primeiro.

“Olá Demetri. Dor” disse Jane, e no mesmo instante Demetri caiu gritando no chão, gritos de angustia e dor. Jane olhou para o segundo que devia ser Alec, antes que ela falasse algo ele começou a dizer.

“Jane você não devia ter fugido, pare de fazer isso com Alec, queremos conversar.” Jane o encarou por um segundo o rosto de Alec era brando, Jane parecia confiar nele então ela cedeu. Demetri com a testa toda molhada e ofegante parou de gritar mas continuou no chão.

“Desculpe-me irmã.” disse Alec e no mesmo instante Jane caiu no chão, parecia ter desmaiado, No mesmo instante um tremor percorreu minha espinha.

“Jane!” gritei. Criei meu muro de proteção, mas não consegui envolver Jane nele. Alec correu e a pegou no colo em menos de meio segundo já estava parado em frente a porta, antes ele olhou para mim e franziu a testa.

“Droga porque não consigo?! Tudo bem vou dizer que te matamos. Vá embora, não se preocupe com Jane, ela ficará bem, e nunca mais volta para Volterra.” ele disse cuspindo as palavras. Avancei e ele saiu correndo, Demetri já não estava mais lá. Droga! Eles deviam ter combinado isso. Jane, eu tinha que salva-la. Corri atrás de Alec, mas ele era muito mais rápido, escalava os prédios com muito mais facilidade e em um determinado ponto eu perdi seu rastro.

Eu falhara com Jane.