A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 3
A Boa Nova do Natal Daquele Ano


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo vou relatar um dos momentos mais felizes que o casal Tiago e Lily Potter tivera em sua breve vida.
Emocionante.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/10152/chapter/3

Uma semana depois do casamento seriam comemoradas as festas do fim do ano de 1978. Tiago e Lílian iriam passar o natal com os Potter, pois Petúnia infernizara tanto o Sr. e a Sra. Evans para viajarem a algum lugar tão logo passasse o casamento, para passarem um natal diferente, que eles acabaram cedendo. Na verdade a irmã trouxa de Lilian só fizera isso para impedir o inevitável convite para comemorarem as festividades na casa daquelas pessoas anormais que ela tanto odiava. Previa que o convite chegaria e que, se o houvesse (como realmente aconteceu, apesar dela não ter tomado conhecimento disso, e recusado justamente porque a contragosto os pais já haviam planejado a viagem e comprado às passagens) seria imediatamente aceito pelos ingênuos pais que idolatravam Lílian e aquela sua gente estranha.


Enfim o natal e o réveillon transcorreram maravilhosamente fartos e calmos. Fartos em comida, presentes e alegria devido ao recente casamento. O casal adiara a viajem de lua de mel em quinze dias para não passar as festas longe da família Potter. Mas enfim, passado esse tempo e as comemorações, fizeram a esperada viagem.


Foram para um país tropical latino americano muito agradável onde tem carnaval e bananas em abundancia chamado Brasil. Ficaram impressionados com o misticismo trouxa, as religiões, tão fartas, abundantes e variadas naquele país. Sentiram-se encantados ao constatarem que tantos trouxas tivessem tamanha intimidade com outros mundos que eles pensavam que só os bruxos admitiam existir.


Enfim conseguiram, depois de muito procurar, encontrar Escola de Magia e Bruxaria Quilombo do Pajé, a escola de magia do Brasil, onde aprenderam que algumas religiões muito comuns no Brasil são derivadas de outras mais antigas, que existiram entre os indígenas nativos e os africanos trazidos para cá como escravos. Entre estes, muitos eram bruxos e como precisaram de toda espécie de artimanhas para tentar proteger um pouco os irmãos trouxas que foram capturados pela escravatura, se deixavam capturar também e vinham camuflados de escravos. Muitas vezes esses bruxos disfarçados usavam seus poderes quando ninguém estava olhando e fugiam. Construíam quilombos onde recolhiam todos aqueles que conseguiam resgatar. Então esses bruxos que assumiam os quilombos sentiam necessidade de oferecer aos trouxas uma proteção eficaz e duradoura, cobrindo-os de alguns encantamentos antigos e oferecendo a eles alguns objetos encantados para reforçar a proteção, e para explicar-lhes como e porque de se utilizar esses objetos, os camuflaram em sistemas religiosos, alguns inteiramente novos e a maioria inspirada em cultos que aconteciam ao redor do mundo, principalmente na Africa e na Europa não-cristã. Enfim, devido à procedência dessas religiões elas acabaram por abrir um canal de percepção entre os trouxas para o mundo mágico. Claro que guardadas proporções, pois por não negar-lhe a existência, esses trouxas passaram a senti-lo sutilmente, claro que não podiam vê-lo plenamente como os bruxos, mas melhor do que a ignorância total, não é mesmo?


O casal planejara ficarem vinte dias no país, mas esticaram mais sete. Nesse tempo visitaram mais vezes o instituto educacional de magia brasileiro, o Quilombo do Pajé, e através desse intercâmbio aprenderam inúmeras coisas admiráveis.


Quando voltaram, receberam a notícia de que Petúnia adiantara em dois meses e às pressas a cerimônia de casamento dela com Walter, somente para não precisar convidar a irmã e aquele marido que ela arrumou. Tiveram apenas dois dias para organizarem tudo na pequena casinha que adquiriram em Godric’s Hollow mesmo, antes de terminarem suas férias. Tiago estava concluíra pouco antes da viagem o curso intensivo que era necessário para se tornar um auror e iria receber as insígnias tão logo as férias terminassem, e estava muito ansioso por esse momento. No meio da correspondência acumulada de um mês havia muitas congratulando pelo casamento, daquelas pessoas que não puderam comparecer á cerimônia, outras congratulações pelo natal e ano-novo, e uma em especial que chamou a atenção de ambos. Era para a Senhora Lílian Evans Potter, do Hospital para doenças e acidentes mágicos de St. Mungus.


_ Então abre logo Lily, vamos ver o que é...


Disse Tiago entre aflito e eufórico.


Lílian abriu a carta e antes de correr os olhos começou a ler em voz alta com a expectativa percorrendo-lhe do cérebro ao peito e voltando ao cérebro na rapidez de uma vassoura de corrida.


“Sra. Lílian Evans Potter.

É com satisfação que enviamos esta carta a fim de parabenizá-la pela impressionante atuação como estagiária em poções de cura no nosso hospital. Saiba que seu trabalho ajudou a curar muitos bruxos e também trouxas, principalmente diante da situação beligerante em que nos encontramos por causa de ‘um certo bruxo das trevas’.

E é com maior satisfação que oficializo ainda através desta sua convocação para integrar definitivamente nosso quadro de funcionários como preparadora adjunta de poções de cura da enfermaria geral do nosso hospital.

Torcendo para que aceite nossa proposta me despeço congratulando pela união matrimonial e desejando que tenha tido boas festas.

Atenciosamente,

Hipócrates Smethwyck, curandeiro chefe do Hospital St Mungos para doenças e acidentes mágicos.”


A alegria, que já era tão frequente entre aqueles dois, irrompeu como fogos de artifício na pequena casa. Como fogos literalmente, pois o Maroto que habitava o coração de Thiago resolveu comemorar junto com o casal, e ele realmente fazia disparos luminosos de sua varinha, pulando na sala de casa, enquanto a esposa não conseguia decidir se ria dele ou chorava de emoção pela conquista. Lily não era mais apenas estagiária, era funcionária. Provavelmente o salário iria melhorar e eles poderiam reformar a casa, construindo os quartos no segundo andar. Construiriam dois. O deles e o do filho que eles teriam. Sim, teriam. Era o que eles mais queriam na vida.


A partir de então trabalharam duro o ano todo e, ainda que a modéstia os impedisse de admitir, brilharam muito e mereceram as gratificações que tiveram.


Fizeram a reforma no pequeno e confortável chalé. O espaço que era inicialmente o quarto do casal foi incorporado à sala de estar, a cozinha e copa conjugadas foram aumentadas um pouco para o lado, ocupando o espaço que havia na área externa. Uma varanda fora estendida de fora a fora na parte frontal da casa, ladeada de seu novo e encantador jardim de flores exóticas, no segundo andar foram construídos os quartos: a aconchegante suíte do casal e logo ao lado porta a porta no pequeno corredor em que desembocava a delicada escada, o quarto que pertenceria ao filhinho que eles teriam, tão logo ele chegasse. Tudo isso foi conquistado no decorrer do ano de trabalho e sucesso do casal, sempre feliz, sempre radiante.


Mais um final de ano, frio e nevado, se aproximava veloz, e os preparativos e compras de presentes estavam a todo vapor. Lily, no entanto, sempre que podia, pedia a Tiago para comprar os presentes que pretendia dar, porque não se aguentava de sono.


Estranho, porque se há uma coisa que Lílian nunca fora é preguiçosa.


Todos foram convidados para passar o natal em Hogwarts, já que estaria vazia depois que os alunos fossem enviados de volta a suas casas para festejarem com os familiares, e aceitaram.


A noite fria estava encantadora. A neve não se recusou a cair, e todos os membros da Ordem da Fenix estavam Lá. Julivan viera com a família e alguns amigos especialmente para aquele momento, na manhã seguinte partiriam novamente para a França.


Lílian aproveitou o momento pra conversar a sós com madame Pomfrey, afinal, apesar dos dois anos em que estava trabalhando em St. Mungus, a enfermeira da ala hospitalar de  Hogwarts fora a curandeira com quem Lily mais convivera e a quem ela mais desenvolveu confiança:


_Madame Ponfrey. Tenho sentido muito sono, me sinto inchando, e, há umas semanas tenho tido muitos enjôos. Eu estou desconfiada...


_Veremos logo, logo querida. Há um feitiço simples com a varinha que nos revelará isso em um piscar de olhos!


E movimentando a varinha como se descrevesse um oito deitado no ar, a enfermeira declamou bem devagar: - informarel nuevida– e toda a barriga de Lily começou a se iluminar, brilhando intensamente. As lágrimas escorreram emocionadas ao longo do rosto da nova mamãe.


_Meus parabéns, querida, dois meses já, quase três – disse também emocionada, também quase aos prantos madame Pomfrey.


_ Você faria de novo esse feitiço no grande salão para que todos possam ver?


E no salão madame Pomfrey bate palmas e pede silêncio por vários minutos até que a calma finalmente foi alcançada e todos lhe prestassem atenção. Mais uma  vez a varinha de Pomfrey desenha vária vezes no ar aquele oito deitado e num esforço para declamar o feitiço na voz mais alta que pode repetiu - informarel nuevida – e outra vez a barriga de Lily vibrava em uma luz cintilante intensa aos olhos de todos.


_Oh! Parabéns Potter, você vai ser papai – diz um sorridente Dumbledore em sonora e retumbante voz. E o jovem homem sai correndo, um pouco confuso, mas muito feliz e abraça suavemente a esposa e a ergue delicadamente alguns centímetros do chão.


Durante todo este processo ninguém nota uma presença quase intrusa no salão. Um homem que vinha quase implorando por uma cadeira em Hogwarts para lecionar defesa contra as artes das trevas. Snape presencia tudo e apenas Dumbledore nota quando, com o semblante mais dolorido e decepcionado do mundo, ele se vira e sai rapidamente, fazendo sua capa negra esvoaçar, lembrando as asas de um grande morcego.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Foi totalmente inesperado para mim escrever esta continuação. Pretendia deixar o primeiro texto como capítulo único, mas por causa de um comentário super carinhoso de Lilaleva, resolvi escrever este. Na verdade só pensei esta parte da história em decorrência do rewiew. Obrigado Lila. Espero que goste deste também e do próximo. Agora preciso terminar este onde JK começou a história dela, na morte do casal. Abraços