Remember Yesterday escrita por Shaarp


Capítulo 14
Capítulo 14 - Lonely Road


Notas iniciais do capítulo

capítulo inútil.



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Lonely Road

Katherine Casay.

Ville e Bert acabaram no hospital, o finlandês teve uma fratura pequena na cabeça e uma no tórax, Bert quase quebrou o nariz, segundo o médico, mas nada que nao pudesse voltar ao normal depois do desenchasso. Quatro ou cinco dias se passaram enquanto nosso trailer ainda se encontrava parado no estacionamento do hospital mais próximo, nao cheguei a visitar Bert em sua cama, aquele murro no rosto ainda me doía. Mas passava todas as noites sentada na poltrona do quarto de Ville, que ficou com uma pequena falha no couro cabeludo, motivo dos pontos que recebera, e agora nao tirava o Beannie Hat da banda CKY que Bam lhe emprestara.

Fiquei chocada em uma tarde qualquer, coversando com Ville, quando soube que seu aniversário havia passado à dois dias, foi exatamente um dia depois da briga. Naquela mesma tarde saí novamente para comprar um presente para Ville, dessa vez acompanhada de Bam, que já o conhecia há muito tempo e poderia me dar algumas dicas. Acabei por comprar o livro O Pequeno Príncipe, do qual Ville nunca havia lido. Fiquei orgulhosa de mim mesma após ver a cara de felicidade do garoto, ele sorriu como uma criança quando abriu o embrulho.



Aquele dia passou, e eu acabei por dormir no quarto de hospital novamente. Acordei assustada, Ville não estava deitado em sua cama.

_Bom dia. –A voz dele veio atrás de mim. –Me deram alta. –Ele sorriu, estava de pé, sem nenhum curativo no rosto, apenas continuava com o Beanie Hat de Bam na cabeça. Estava corado e sorria demasiadamente.

Pulei em seus braços, feliz por vê-lo melhor, e saímos dali de mãos dadas para voltar a nossa viajem. Mas ao perceber que todos nos olhavam de mais, me soltei de sua mão.

_É melhor tentarmos não chamar a atenção por enquanto... –Disse com certo medo de estragar aquele momento com o garoto, mas ele apenas me sorriu .

_Tudo bem.

Bam mandara fazer uma nova cama no final do corredor para mim, coloquei minhas coisas lá, tentei organizar tudo direitinho, cantarolava enquanto guardava meus livros e dobrava algumas calcinhas. Eu estava com o humor perfeito. Não percebi Ville se aproximando de mim, e tomei um choque com o toque de suas mãos puxando minha cintura para si.

_Você não precisava de uma cama nova, sabe disso, não é? –Sussurrou rente ao meu ouvido, seu hálito quente me arrepiou ao se chocar com minha nuca.

Dei um risinho.

_Você está tão engraçadinho nesses últimos três dias. –Me virei e lhe beijei com apetite, aproveitando que não havia ninguém ali. Fazia tanto tempo que não nos beijávamos. Eu sentia saudades de sua língua passeando pela minha boca, mordiscou meu lábio inferior sorrindo sedutoramente. Ele manteve as mãos segurando minha cintura, como se nunca mais quisesse me soltar. Sentia todos os pelos do meu corpo arrepiando-se.

_Agora sossega. Já teve seu beijo de hoje. –Lhe dei uma piscadela me soltando de seus braços. –Vamos esperar a poeira abaixar por enquanto...

_Eu sei. –Revirou os grandes olhos verdes. –Você já disse. Eu só não consigo me controlar. –E sorriu maroto, me roubando um selinho rapidamente e correndo em direção à cozinha para que não o batesse.



Aquela tarde passou lenta, era difícil agüentar a troca de olhares com Ville a todo o momento e simplesmente fingir que nada daquilo acontecia. Enquanto isso, Bert continuava a nos fitar com o olhar de ódio, mas isso não me afetou e pareceu não afetar Ville também. Não troquei uma palavra com Bert, mal chegávamos perto um do outro, por sorte. Todos paparicavam Ville, principalmente uma garota chamada Nancy, amiga de Bam que se juntara a nossa viajem. Ela era loira, os cabelos cacheados, alta e com maquiagem forte, o nome Nancy era apenas um apelido, por ela se parecer com Nancy Spugen*, ninguém sabia seu nome verdadeiro.

Nancy parecia uma garota legal, era bem animada, mas mantinha a couraça de “garota punk” e parecia meio brava às vezes. Senti varias vezes que ela dava em cima de Ville descaradamente, eu não dizia nada, nem a ele e nem a ela, é lógico. Meu medo de tomar uma surra daquela garota quase o dobro do meu tamanho era incrível, e eu confiava em Ville o suficiente para não fazer uma cena ridícula de ciúmes, eu percebia o quanto ele tentava se afastar dela, como se fosse doença.

E assim se passaram os dias, entre beijos e abraços e carícias escondidas. Acostumei-me a dormir pouco, pois depois que todos dormiam, eu ficava no lobby assistindo qualquer coisa, agarrada a Ville, aproveitando todos os segundos que poderíamos ficar juntos.

Ele continuava melancólico, mas eventualmente sorria como nunca, seu humor se comparava ao meu. Amor, talvez.

Eu via os pores do sol pelas janelas do lobby, refletia feliz sobre como tudo aquilo tinha acontecido, e uma euforia tomava conta de mim, quando percebia naquele mesmo momento, que lá de longe, sem ninguém perceber, Ville me olhava, ele sempre estava me olhando, e me sorria sempre que nossos olhares se encontravam. Ele estava sempre ali, mesmo longe sentia ele sempre perto de mim, sempre olhando por mim, sempre cuidando de mim.

A viajem que antes me parecia solitária (mesmo tendo todos os meus amigos do meu lado) agora se tornara mais agradável, a estrada que ligava Arizona a Nevada parecia mais bonita do que me lembrava, não era mais uma estrada da qual eu passava a tarde olhando e suspirando, esperando por algo acontecer, agora eu olhava para aquelas ruas esburacadas e suspirava por saber que logo estaria abraçada a Ville novamente, a euforia e a melancolia de esperar por algo que eu não sabia o que era havia desaparecido, agora eu não esperava por nada, sabia que tinha Ville sempre ali, eu não precisava de mais nada.



Na manhã de sábado estava no banheiro retocando a maquiagem quando Ville entrou furtivamente, como uma raposa, sem que ninguém percebesse. Agarrou minha cintura por trás antes que eu pulasse de susto, e deslizou seus lábios por meu pescoço, mordiscando e chupando minha pele sensível, fechei meus olhos sentido o gélido arrepio gostoso que seus ágeis lábios me proporcionavam, me virou para si e me beijou delicadamente.

_Bom dia. –Sorriu-me e me abraçou após o termino do beijo. –Como passou a noite?

_Ótima, eu sonhei com você. –Lhe sorri.

_Eu imaginava isso. –Ele me sorriu de volta maliciosamente.

Alguém bateu forte na porta. Nós dois demos um pulinho de susto.

_Kat! Sai logo daí, eu estou apertado! –Era Bam.

Olhei para os olhos de Ville, que prontamente me fez que sim com a cabeça.

_Entra aqui Bam.

_Com você aí? –Sua voz pareceu incrédula.

_Quero conversar com você. –Eu gaguejei e sorri para Ville, enquanto ainda me mantinha em seus braços.

Bam entrara devagar, e sorriu psicoticamente ao nos ver abraçados.

_Bonitinhos. –Sussurrou debochadamente. –Estava atrapalhando o sexo matinal?

Fiquei corada.

_Cale a boca, Bam. Ela fica envergonhada. –Ville me apertou mais forte em seus braços.

_Como vocês pensam em sair daqui agora? –Bam disse nos abraçando também.

_Por quê? Tem muita gente lá fora?

_Todo mundo ta fazendo uma fila pra entrar no banheiro.

Olhamos um para a cara do outro.





_Então gente, a Kat ta com um probleminha no banheiro e disse que vai demorar, então é melhor nem esperar aqui, vamos lá pra cozinha ver o que tem pra comer! –Ouvíamos a voz de Bam do outro lado do banheiro agora. E aos poucos fomos ouvindo todos reclamando e se distanciando. Bam deu uma batidinha na porta depois de alguns segundos, sinal para sairmos.

_Sempre salvando nossas peles, hein. –Ville lhe aplicou um soco no ombro e continuou seu rumo até a cozinha, se virando a piscando para mim antes de passar pela porta, eu simplesmente derreti.

*Nancy Spugen foi a namorada de Sid Vicious.


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Lonely Road _ Daniel Lioneye.


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