Love. escrita por Kah_Fletcher


Capítulo 2
Biblioteca Nacional.


Notas iniciais do capítulo

Em meio a tantas histórias de amor já escritas e contadas você começar a sua, mesmo até sem perceber,em uma biblioteca, um cenário perfeito!'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/101099/chapter/2

Mais um trabalho, aquele professor nunca cansava, no fundo eu sabia que ele não queria ver a gente parado. Estava entrando na biblioteca da cidade, sempre gostei daquele lugar e já não me lembrava o motivo de ter parado de visitá-lo. Um refúgio silencioso, tranqüilo, onde ninguém tinha a obrigação de ser simpático ou falar com você, onde só era preciso sentar com um bom livro e curti-lo, era o que eu me lembrava ao abrir a grande porta de entrada. Era um lugar maravilhoso, construído depois da chegada da família real português ao Brasil, arquitetura clássica, teto alto com um piso superior ligado por escadas laterais que tinham dois grandes tapetes vermelhos descendo pelos degraus, quase toda iluminação vinha das janelas gigantes em vitrais, perto da porta havia uma mesa com uma senhora sentada, era a recepção. Parei e perguntei pela sessão do meu trabalho, ela me respondeu e me parabenizou por não fazê-lo pela internet, fez o meu cartãozinho e me disse a prateleira, agradeci e caminhei em direção as escadas.

Subi rápido, não conseguia esconder a ansiedade. Meu trabalho era escolher um ponto em comum entre os grandes homens da história, qualquer coisa que todos tenham tido, não fazia idéia do que procurar, na sala escutei as idéias de cada um dos meus amigos. Um iam falar sobre as terras, outro sobre as táticas de guerra, outro sobre as ideologias, e cada um falou uma coisa diferente. Eu não, não fazia idéia. Comecei a olhar os livros na estante, passei os olhos pelos grossos livros na minha frente e notei que eram biografias.

- Grandes homens. – falei em tom de deboche, folheando um grosso livro com o nome Napoleão na capa. – Que eu saiba Napoleão nem era tão grande assim. Ela fez foi me mandar pra estante errada.

- Você tem razão, Napoleão não era tão alto. – escutei um garoto falar do outro lado da estante, o olhei pela brecha entre os livros, o vi sorrir e depois andar,ele deu a volta e o vi caminhando em minha direção com um sorriso de canto e um livro na mão. – Ele na verdade tinha 1,60 m de altura. – ele falou me encarando. –

- Então, a única coisa que ele tinha de grande era o complexo de altura? – falei em tom sarcástico e ele riu. “Que sorriso lindo” foi a única coisa que eu consegui pensar quando vi aquele sorriso e aquelas covinhas nas bochechas. –

- E a inteligência. Aos dezesseis anos, Napoleão se graduou como subtenente de artilharia com apenas um ano de curso. – ele fez um sinal com a cabeça apontando uma mesa próxima à janela, nos sentamos. –

- Pra mim isso só prova que ele era grande, um grande idiota especializado em guerra. – falei e ele riu de novo. –

- Adorei seu senso de humor. – ele falou me olhando sorrindo. – Posso te ajudar com a sua procura?

- Se eu soubesse o que procurar. – falei olhando pela janela, não tinha notado ainda que a vista era linda, o olhei de novo. – Tenho que escrever sobre um ponto em comum de grandes homens.

- Mulheres. – ele falou olhando pro nada. –

- O que? – falei com uma sobrancelha arqueada. –

- Mulheres. – ele repetiu agora olhando pra mim. –

- Sim, esse é o ponto em comum de todos os homens do mundo, é só no que vocês pensam. – falei tentando não rir da cara que ele fazia de “deixa de ser chata” com a sobrancelha arqueada. –

-O que eu quero dizer é que todos os grandes homens tiveram pelo menos uma mulher importante em suas vidas, um grande amor. – ele falava tão empolgado como se o trabalho fosse dele ou algo do tipo. –

- Cite exemplos, por favor. – me inclinei em sua direção o olhando atenta. –

- Napoleão teve Josephine, Agamenon teve Helena, Marco Antônio teve Cleópatra, por pouco tempo e de um jeito estranho, mas teve. Sansão amou Dalila, Jack e Rose e muitos outros homens que fizeram grandes coisas por seus grandes amores. – ele sorria, no fundo eu tinha gostado da idéia, mas amor ainda era uma coisa desconhecida e nova pra mim, não ia conseguir falar do que não sabia. –

- Tudo bem, vai ser o amor da vida de cada um. Mas vou precisar de ajuda. – mal terminei de falar e ele já estava falando junto. –

- Tudo ótimo, amanhã no mesmo horário, to sempre por aqui mesmo. – ele falou sorrindo e mexendo no cabelo meio espetadinho na frente. –

- Agora eu tenho que ir – falei já me levantando, ele também se levantou e me acompanhou até a escada – amanhã no mesmo horário?

- Com certeza. – ele falou, quando já estava me virando para ir embora me lembrei que não sabia seu nome. –

- Você tem um nome ou é um guru que surge por um tempo depois desaparece? – perguntei e ele riu. –

- Lucca. Prazer. – ele respondeu sorrindo de lado. –

- Ellen, e o prazer foi meu. – falei e fui embora o deixando no topo da escada. Voltei pra casa de ônibus pensando naquele garoto, até terminarmos o trabalho passaríamos bastante tempo juntos, e eu gostava disso. – Cheguei! – entrei em casa gritando e ninguém respondeu, subi até meu quarto, tomei banho e troquei de roupa, jantei vendo TV e quando terminei fui me deitar pra dormir liguei pra minha mãe que tinha saído com meu pai, eles sempre demoravam. Dormi com o rosto de Lucca em minha mente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aiin, minha história, meu primeiro capítulo. Estou emocionada. *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.