P.O.V Autora Gente, vai ter uma música nesse capítulo, e como eu sei que é super chato a música ficar carregando enquanto a gente lê, vai adiantado pra vocês! Boa leitura! [Música: http://www.youtube.com/watch?v=1wwJDuS4g20]

P.O.V Mel

Tinha sido... UAU! Eu ainda estava com vontade de me beliscar pra ver se não tinha sido mesmo um sonho. Mas não o fazia por dois motivos:

1.\t Eu já havia feito, e doeu bastante.

2.\t Eu ainda podia sentir o cheiro dele em mim. Podia sentir os seus lábios macios e quentes encostando nos meus.

Flash back on

- Tá pensando em que? – Perguntei ainda olhando pra frente.

- Você. – Ele disse e eu me surpreendi. Fiquei rígida, e provavelmente minha cara tinha ficado branca.

- O-o que? – Eu não consegui não gaguejar. COMO estava pensando em mim?

- Mel... Já tem um tempo que... E-eu – Ele começou a falar, e minhas mãos começaram a suar. – queria te falar uma coisa... – Eu fiquei calada, não conseguia pensar em nada. – Bem, a verdade é que eu gosto muito de você. – “O QUE? Sério? Ele gosta de mim?”

Ora, claro que ele gosta! Você ainda não percebeu?
Ah, lá vem você de novo.
Qual é Melanie, você num tá vendo? Olha pra ele. Olha nos olhos dele. O jeito como ele te olha, como fala com você.
ALÔ! Eu preciso me concentrar aqui...

- D-de verdade? – Ele sorriu. Han?

- Mais do que tudo nesse mundo. – Ele falou. Foi aí que tudo se desconcertou. Calma! Ele quis me beijar hoje cedo. Ok. Mas isso? Gosta de mim... De verdade! Oh minha nossa! Isso é... Isso é... Mas de repente eu não pude pensar. Ele me beijou. BEIJOU!

E o que você tá fazendo parada?

Ele era doce e gentil, quente e intenso. Suas mãos eram sutis em minha nuca e meu cabelo. Ele se aproximou mais um pouco, reduzindo a nossa distância a quase nada. Pensei que ele fosse passar pra outro nível, mas não. Seus lábios grossos continuaram gentis nos meus. O que fez cada pelo de meu corpo se arrepiar. Mas o que era isso? Sua língua pediu passagem e eu a permiti me deixando ser explorada e explorando-o também. Estávamos em completa sincronia.

Após algum tempo que pareceu ser uma eternidade eu me senti sem ar. Interrompi o beijo buscando ar. Ele também arfava. Eu não abri os olhos. Não queria que tudo aquilo tivesse sido um sonho. Mantive-os fechados procurando guardar o momento, a sensação... Eu ainda sentia o gosto de sua boca na minha, ainda sentia sua mão em mim, mas então decidi (estupidamente) acabar com esse momento. Comecei a abrir os olhos, mas fui surpreendida por outro beijo. Dessa vez mais rápido e voraz. Mal tive tempo de ter alguma reação e percebi que seus lábios não estavam mais lá. Abri os olhos e percebi que ele me olhava com aquelas pedras de ouro que agora pareciam líquidas, em chamas. Ele esperava uma resposta, mas eu não sabia o que falar. Eu definitivamente sentia algo por ele, algo muito forte e intenso, mas as palavras simplesmente me enchiam a boca e só. Não saiam.

- Mel eu... – Eu neguei com a cabeça. Não queria ouvir um sinto muito, não dele.

- Eu... Eu preciso pensar. – Foi a primeira coisa que pensei pra dizer. Me levantei e fui em direção a porta, mas ele foi mais rápido e me segurou pelo braço. - Nick eu preciso de um tempo. Pra... processar. – Falei tentando sorrir sincera. Um sinal de alerta me dizia pra não deixá-lo. Eu realmente queria ficar, mas minhas pernas não obedeceram. Ele ainda me segurava.

- Você me conta depois? – Ele perguntou e eu me surpreendi.

- Você espera? – Eu perguntei, ainda surpresa. Por favor, diga que sim. Tudo que eu mais quero é...

- O tempo que for necessário. – Disse e soltou meu braço, me deixando livre pra ir.

Flash back off

E cá estou eu. Deitada na cama, lembrando do(s) melhor (es) beijo(s) da minha vida, me sentindo uma estúpida por tê-lo deixado. Eu podia sentir que ele era sincero, que aquele beijo foi simples e por vontade própria, que ele gostava de mim. Porque eu estava aqui? Que tipo de otária diz que vai pensar quando o que mais quer é o que tá bem na cara dela?

Então, mais uma vez eu me levantei e saí do quarto correndo em direção a porta, em busca do que [de quem] podia não estar mais lá. Saí do chalé que nem uma louca. Estava esbaforida. Não que a distância fosse longa, mas eu estava ansiosa.

É claro que ele não está aqui. Agora você é a pessimista? Quem é você? Fruto de sua loucura. Ah. Cale a boca. É impossível. Minha boca é a sua mente... O que torna impossível de... Shiu! Hey, você tá ouvindo isso? Eu não. O que é? É claro que você não está. Não fica quieta. É uma música. Vá olhar. Não seria uma má ideia? O que você tem a temer. Você já fala sozinha. Realmente...

O som vinha da lateral do chalé. Era voz e violão. Mas quem estaria tocando a essa hora da madrugada. [Sim, já era meia noite] Fui sorrateiramente pra lateral olhar quem estava lá. Me surpreendi com quem eu vi. Era ele, sentado no degrau lateral do seu chalé [que era ao lado do meu] com o violão tocando a introdução de uma música. (Dêem play no vídeo)

I'm no superman I can't take your hand And fly you anywhere You wanna go (yeah) Eu não sou o superman Não posso pegar sua mão E voar para qualquer lugar Aonde você quiser ir (yeah)

Ele cantava. A voz dele era linda. Tive vontade de me sentar ao seu lado. Mas fiquei parada e quieta, apenas escutando.

I can't read your mind Like a billboard sign And tell you everything You wanna hear but Eu não posso ler sua mente Como um outdoor E te dizer tudo O que você quer escutar, mas

I'll be your hero Eu serei o seu herói ‘Cause I, I can be everything you need If you're the one for me Like gravity I'll be unstoppable Porque eu, eu posso ser tudo o que você precisa Se você é a garota certa para mim Como a gravidade, eu não posso ser parado

Eu sorria involuntariamente agora. Será que aquilo tudo era pra mim?

I, (yeah) I believe in destiny I may be an ordinary guy Without his soul But if you're the one for me Then I'll be your hero Tenho que acreditar em destino Eu posso ser um cara normal Sem alma Mas se você é a certa para mim Eu serei o seu herói

Oh, I'll be your hero, Yeah I'll be your hero Oh, eu serei seu herói, yeah. Eu serei seu herói.

So incredible Some kind of miracle When it's meant to be I'll become a hero So I'll wait, wait Wait, wait for you Tão incrível Algum tipo de milagre Quando está destinado a ser Eu vou ser um herói Então eu vou aguardar, aguardar Aguardar, aguardar por você

Esperar... Eu não devia ter feito aquilo. (Yeah) I'll be your hero (Yeah) Eu serei o seu herói ‘Cause I, I can be everything you need If you're the one for me Like gravity I'll be unstoppable Porque eu, eu posso ser tudo o que você precisa Se você é a garota certa para mim Como a gravidade, eu não posso ser parado

I, (yeah) I believe in destiny I may be an ordinary guy Without his soul But if you're the one for me Then I'll be your hero Tenho que acreditar em destino Eu posso ser um cara normal Sem alma Mas se você é a certa para mim Eu serei o seu herói.

Uma lágrima desceu. Eu era incrivelmente chorona, por qualquer motivo. Mas isso. E se fosse pra mim? Como sou idiota. Porque ainda estou parada aqui? Tenho que pensar em algo pra dizer...

- Não foi dormir? – Perguntei. Ele se assustou, quase deixou o violão cair.

- Mel? E-eu... Não. – Falou relaxando e olhando pra baixo. Fiquei com raiva de mim mesma.

- Nick... – Falei esperando que ele olhasse pra mim, mas não. – Me desculpa eu não devia...

- Tudo bem, você precisava pensar.

- É aí que tá. Eu não tenho nada pra pensar... – Falei e seu rosto se iluminou. Agora ele me olhava nos olhos com um sorriso de tirar o fôlego.

- V-você...? – Eu sabia o que ele ia perguntar, mas não queria responder. Tomei uma iniciativa meio louca. Antes que ele pudesse terminar a frase, me aproximei dele com passos rápidos, ficando próxima demais. Olhei pra ele que parecia surpreso com minha atitude e sorri. Quase que mecanicamente ele sorriu também.

Sem perceber pus a mão nos cabelos ondulados dele e acariciei-os. Eram tão macios. Ele me olhava meio que... Paralisado?

- Nick... Eu... Me desculpe. Eu não devia ter te deix... – Agora quem tomou uma atitude foi ele. Ele me beijou, pela terceira vez no dia. Só que não foi como o primeiro, muito menos como o segundo, que foi o mais ousado. Esse foi intenso. Delicado mas não calmo. A delicadeza abriu espaço pra vontade. Nossos lábios se comprimiam se movimentavam como uma brincadeira de criança, divertidos. Sincronizavam-se como uma luta de crianças que se zangavam depois da brincadeira. Eu podia senti-lo preenchendo o vazio, que agora se extinguira pra sempre.

Suas mãos estavam em minha cintura, e as minhas em seus cabelos, puxando-o pra mais perto de mim, o máximo que conseguisse. Eu agora suplicava por ar, mas não queria interromper. Era uma sensação tão boa, tê-lo junto de mim. Antes que eu pudesse pensar qualquer outra coisa, ele separou nossos lábios num movimento rápido também buscando por ar, deixou sua testa encostada na minha, me olhando e arfando. Aproveitei enquanto pude, porque logo em seguida ele retomou, agora me empurrando devagar pra trás, onde havia uma parede.

Ficamos ali, encostados na parede, nos beijando. Mas foi diferente de tudo que eu já “experimentei” – não que eu tenha tanta experiência assim. Aquele não era o Nick doce que eu conhecia, ele estava... Eu não sei explicar, mas a forma como me beijava era mais intensa do que o maior dos incêndios. E eu retribuía com toda a vontade e toda a intensidade que arranjava.

De repente ouvi um barulho. Interrompi o beijo com um grande estalo, o que me fez ter vontade de rir se eu não estivesse preocupada.

- O que foi isso? – Perguntei olhando para o lado de onde o barulho tinha vindo. Ele olhava pra mim confuso.

- O que? – Eu contive outra risada assim que vi seu rosto. Como posso explicar como estava... Seus cabelos estavam todos desgrenhados – obra minha -, sua camisa estava toda amassada e seus lábios um pouco inchados. Se ele estava assim, imagine o meu estado.

- Ouvi barulho de... – Ouvi de novo – Parecem passos. – De novo.

- Não é nada Mel. – Ele falou e nos virou na posição contrária. Ele encostado na parede, comigo a sua frente. E me beijou de novo. Mas eu ouvi novamente o barulho, e mais perto.

- Não Nick não é nada. – Falei ainda com meus lábios encostados nos dele. Olhei pro lado e ele seguiu meu olhar. Vimos uma rajada branca. Parecia luz de lanterna.

- Oh não. – Ele arregalou os olhos falando.

- Oh não o que?

- É o Travis.

- O que é Travis? – Ele riu baixo, estava se contendo.

- Não o que é. – Falou nos afastando. – Mas sim quem é. Travis é o vigia noturno do Fresh Air.

- E...?

- E que se ele nos vir aqui, assim... Vai nos levar para o Sr. Rhyk. Lembra dele?

- Claro, mas...

- Quem está aí? – Ouvi uma voz grossa e rouca de velho perguntar.

- Oh nossa.

- Vem vamos sair daqui. – Falou me puxando pela mão. Ele não estava só me puxando, estava quase me levantando do chão e carregando.

- Nick, o violão.

- Droga. – Ele falou e voltou agachado pra buscar o violão que havia deixado no chão. – Eu contive mais uma vez uma risada. Ele voltou fazendo careta.

- Vem! – Disse e seguimos pela lateral do chalé [dele] até os fundos. Olhamos pra trás e vimos a mesma luz branca vasculhando o chão, e atrás dela passos arrastados de sapatos muito usados.

- Apareçam! Eu sei que estão aí... – Travis falou com sua voz rabugenta.

Dica da autora: Quem conhece o Sr. Argus Filch da série Harry Potter? Então, imaginem a voz dele como a do Travis.

- Ele não se cansa? – Nick falou ainda fazendo careta. Eu não me aguentei e ri [baixinho]. Mesmo assim ele tampou minha boca com a mão livre, ainda assim eu ri. – Fica quieta. – Ele falou sério, mas não aguentou e riu também.

Estávamos agora chegando à parte da frente do chalé – ou seja, demos uma volta completa no chalé 5 – com a luz e o velho em nosso encalço. Quando chegamos à porta de vidro. Eu quase vi uma lâmpada ascender em cima da cabeça do garoto ao meu lado, pois eu tive a mesma ideia. Ninguém puxou ninguém, apenas entramos a toda velocidade pelas portas – eram duas – e ficamos no canto, escondidos, apenas escutando.

- Ora esses garotos. Pensam que me enganam, mas não. O velho Travis não é bobo coisa nenhuma. – Disse – Não. Não é minha imaginação. Esses garotos ainda me pagam... – E saiu fazendo seu percurso em suas reclamações.

Dentro do chalé eu apenas ria, acompanhado por um riso masculino. Olhei pra frente e percebi que estava mais do que próxima dele, pois a visão que tive quando o olhei foi apenas do seu queixo, pescoço e seu peito coberto por uma camisa de agasalho com as mangas levantadas. Acho que fiquei vermelha. Ia me afastar – como a anta que sou – quando entendi que ele percebeu o que eu iria fazer e me abraçou. Me colou junto a ele e apoiou seu queixo em minha cabeça.

Nota da autora: Gente, detalhe. Eu mudei a altura do Nick por razões que vocês entenderam lá na frente. Agora ele mede 1,75 okay? Beezuz!

Eu podia sentir e ouvir sua respiração, agora normalizada, e um riso – do tipo ronronado – que vinha de sua garganta.

- Foi... Engraçado. – Falou

- Foi sim. Toda aquela correria. Você não tinha me contado sobre o Travis... – Falei agora mais distante e olhando em seus olhos.

- Não estava falando do Travis, Mel. – Se eu falei que tinha ficado corada antes, imagine agora...

- Ah... – Ele riu mais alto. Depois ficou sério, me olhou nos olhos e botou meu rosto entre suas mãos.

- Melanie, tudo aquilo era sério... Sobre você, o beijo. Eu... Não estava brincando. – Ele me apertou, como se pensasse que eu não acreditava. Eu sorri.

- Eu sei. – Ele voltou a posição normal, me soltando. – É... Diferente. O que eu sinto... É tão intenso... Tão... – Ele suspirou, sorrindo. Eu não me arrependi do que falei. Mas de repente me senti envergonhada. Como ele me olhava, era... Não sei dizer.

De repente, voltei à realidade de supetão. Olhei pro relógio da parede que eles mantinham em todo chalé e me assustei com a hora. Quase duas da manhã.

- Nick. Eu tenho que ir. Se as meninas levantarem e não me virem...

- Você diz a verdade. – Ele sorriu maroto.

- Eu sei... Só que eu quero dormir. – “Agora que vou conseguir dormir.” Acrescentei mentalmente com um sorriso – e se elas não me encontrarem no beliche vão me encher de perguntas e você não faz ideia de quanta coisa elas perguntam. – Ele riu - um pouquinho mais alto do que devia. Eu ri também, preocupada.

- Até amanhã então?

- São dois meses de reclusão Nick. Você não vai se livrar de mim tão fácil.

- E eu não quero. – Sorriu. Se aproximou de mim e pôs a mão levemente por debaixo de meus cabelos e pela quarta ou quinta – perdi as contas, afinal quem se importa -, ele me beijou.

Escutei um barulho de trinco sendo forçado e pelo que entendi, a porta – felizmente – estava trancada, o que dificultou a saída da pessoa. Sorri pra ele e me esgueirei pela porta de vidro do chalé número 5, que daqui em diante seria o meu baú do tesouro.