“ - Filha, fuga logo – as batidas na porta que eu e minha mãe tentavamos conter se tornaram mais fortes e insistentes – Não olhe para traza

— Eu não vou deixar a senhora aqui...

— Abram essa porta, bruxas – escutei as pessoas gritarem do outro lado da porta, lagrimas rolavam pelo meu rosto

— Elizabeth … ARGH – empurraram com mais força a porta, o que fez com que a minha mãe bate-se a cabeça com força, senti o cheiro de sangue e quando me virei percebi que a parte de traz da cabeça dela estava sangrando muito – Elizabeth, vá agora

Olhei para a estreita janela a nossa frente que dava direto para o mar, o nosso único meio para escapar, mas para uma de nós poder fugir a outra teria que segurar a porta por algum tempo, me virei angustiada para a minha mãe, os olhos cor de chocolate dela estavam um pouco sem foco pelo terror, o cabelo agora estava empapado de sangue parecendo mais vermelho do que castanho claro como são originalmente, comecei a soluçar

— Eu não vou sem a senhora – tudo aquilo era culpa minha e eu não ia deixar ela ali sozinha por um erro que eu cometi

— Vá agora – ela me empurrou com um esforço tao grande que isso só me fez chorar mais ainda – Pule agora, não pense

Uma mão apareceu por um espaço que se formou quando minha mae se afastou um pouco para me empurrar de novo, tomada pelo terror, eu pulei

Gritei ao cair com bastante força na agua engasguei, tentando subir à superficie, o mar estava muito agitado como que refletindo a confusão no navio, com muito esforço consegui subir a superficie só a tempo de ver a janela pela qual eu tinha pulado pegando fogo e uma onda me empurrou de volta para baixo de novo.”

— Liza? Mary? Acorda!!!

Abri os olhos e me deparei com Tamy e consegui abrir um sorriso em meio as lagrimas, depois de tantos anos ela ainda ma chamava de Liza

— Você tem que me chamar de Mary, Elizabeth morreu – sussurrei

— Já se tornou vicio – ela disse se sentando ao meu lado da cama

— Nós temos que tomar cuidado e você sabe disso

— Ta certo, ta certo, parei – ela falou com uma cara triste

— Foi você que quis vir para esse fim de mundo – franzi o cenho me lembrando de onde a gente estava e apaguei as lembranças que me vieram a cabeça

— Eu não posso ser uma imortal sem ter pelo menos o ensino medio – olhei para o relogio digital entre a minha cama e a de Tamy 4:05

— É melhor a gente ir dormir, amanha tem aula – falei com ar de deboche, e voltei a me deitar enquanto Tamy ia para a cama dela, ainda demorei um pouco mas enfim deixei o meu subconciente tomar conta de mim