Ich Steh Wieder Auf escrita por Leticia M


Capítulo 1
Eu Levanto-me Novamente (Unico)


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que era prá eu estar postando LIS 2 e Osen, mas meu poço de inspiração tá de greve '-'
eu acho que pro meio dessa semana terei os capitulos...
mas enquanto isso...
Essa é uma One Livre, é drama, tá neem tanto, nada de ROMANCE O/
é milagre eu sei, e também não é TERROR O/²
enfim, eu espero que gostem, essa One foi escrita em junho/2009 e relata uma amizade forte, deixem Review ok?
AH prá quem quiser saber o nome da Musica, é Ich steh wieder auf - Kitty Kat, é alemão sim :3
Nos vemos lá embaixo (;



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Na vida, nada foi Fácil.

Nada.

Abandonada, aos 8 anos na porta de um orfanato pela minha mãe, cresci sem ninguém ao meu lado.

Fui uma criança infeliz, aliás, não tive infância.

Sinto que no passado algo faltou, sim faltou.

E agora com 17 anos, o abandono voltou á me assombrar.

Mas se eu cair, sei que eu levanto novamente.

Mas não é tão fácil assim.

O que faltou na minha infância, eu completei com a música, e foi assim que eu o conheci.

Ele, vocalista de uma banda famosa aqui na Alemanha, me ouviu tocar, para me sustentar, nas ruas frias de Berlim.

Minha musica parecia fazer sucesso, sim fazia, tinha ritmo e melodia.

E ele ali estava, na roda, parado, na calçada, olhando-me profundamente, enquanto com meu violino eu fazia mágica.

Não pude deixar de ver sua expressão cansada, triste e solitária.

Ele não sabia quem eu era, mas eu, eu sabia muito bem quem era ele.

Passei á escutar suas musicas quando tinha 13 anos, um ano após minha fuga do orfanato já que eu nunca fui adotada, nunca fui querida ou desejada por casais, Nunca.

 

E ali parecia que estávamos só nós dois, passei á tocar uma musica dele, e que logo despertou seu olhar curioso para mim.

E parece que a melodia não pode deixar de contagiá-lo, ele passou á cantar, a sua musica, a nossa musica.

An Deiner Seite (Ich Bin Da), era a musica que tornaria nossa trilha sonora.

A música acabou, todos que estava na roda me deram moedas e algumas notas, agora eu poderia comprar um lanche para comer.

Todos foram embora, mas não ele, ele estava ali intacto, estático, parado, apenas me olhando, como se eu fosse um anjo, o seu anjo.

Nossos olhares se encontraram

“Ahm, você toca bem”

Ele esfregava sua mão para aquecê-las do frio que fazia naquela tarde nublada de novembro.

“Obrigada Bill”

Por minutos sua expressão era de curiosidade

“como você sabe meu nome?”

“sou sua fã”

Sorri-lhe e terminei de guardar o violino.

Com a maleta na mão, fui andando para a Lanchonete que ficava na esquina, eu costumava freqüentá-la todos os dias, desde os meus 12 anos, quando Melinda, a garçonete, me ajudou e me acolheu em sua casa, porem ela faleceu quando eu tinha 15 anos e seus filhos tomaram a casa, e eu voltei para as ruas, tocar para me sustentar.

“Aonde você Vai?”

“comer algo”

“posso lhe fazer companhia?”

“não querendo ser rude, mas o que um jovem e rico vocalista iria fazer do lado de uma moradora de rua que toca musicas em troca de moedas para comprar comida?”

Ele abaixou a cabeça, e logo a levantou

“quero oferecer ajuda”

E ele sorriu, com seu sorriso lindo, que eu já conhecia de fotos e revistas.

“e como você pretende fazer isso senhor Kaulitz?”

“a princípio, lhe pagar um lanche”

Eu abaixei a cabeça, e não pude deixar de sorrir

“Fico grata, mas hoje eu consegui o suficiente para pagar um”

Eu saí andando, mas ele logo se apressou, alcançando minha mão gelada

“por favor?”

Sua carinha pidonha e graciosa me amoleceu, e eu não pude mais negar sua ajuda, por mais que a rua tivesse me ensinado á não aceitar ajuda de estranhos, pois no dia seguinte você amanhece morto num beco qualquer, sem ninguém te ver, ou ligar para isso, e depois você é cremado e jogado em qualquer lugar, já que você não é considerado um cidadão, e sim qualquer indigente.

“apenas um lanche senhor Kaulitz”

Ainda segurando minha mão, nós entramos na lanchonete, nos sentamos, e logo Ivone veio retirar nossos pedidos

Porem antes de eu dizer qualquer coisa, Bill se apressou e disse primeiro.

“Dê-lhe qualquer coisa que ela peça, e um chocolate bem quente”

Ivone assentiu e perguntou á mim o que eu gostaria de comer

“o de sempre Ivone”

 

Á 5 anos eu como o mesmo sanduiche, um simples, um com hambúrguer, folhas de alface, e tomate, maionese e mostarda, e de acompanhamento vinha um copo de suco de laranja, que custavam apenas 5 euros, que era o que eu conseguia diariamente.

Bill estava me encarando, com curiosidade, e carinho.

“Bill o que há?”

“Nada, eu só gostaria de saber como uma linda jovem foi parar nas ruas frias de Berlim tocando e encantando com seu violino”

“não gostaria de saber Bill, acredite”

“sim eu gostaria, tanto quanto quero saber seu nome”

“meu nome é Haylie”

Ivone trouxe o pedido, e eu me deliciei com o chocolate quente, não tomava um desses desde que Melinda morreu.

O vapor quente e o aroma que saiam do copo eram reconfortante, e estavam me aquecendo do frio rigoroso que estava fazendo lá fora.

“está com frio Haylie?”

Abaixei a cabeça, aprendi á não assumir ou aceitar as perguntas feitas á mim.

Sem que eu dissesse algo, ele retirou seu sobretudo preto e o colocou em mim.

Senti minhas bochechas corarem, seu perfume era reconfortante.

Terminei de tomar o chocolate quente e Bill me olhou curioso mais uma vez.

“o que foi agora Bill?”

“Haylie, me conta sua história, por favor?”

Olhei para baixo, não iria negar, novamente não iria negar algo á ele.

Fitei-o e comecei minha doce e linda história.

“Bem, quando eu tinha 8 anos fui abandonada pela pessoa que deu a luz á mim, em um orfanato aqui em Berlim, não me lembro dela, apenas lembro que ela era uma prostituta que não me deixava esquecer que eu fui um erro na vida dela, aos 12 fugi do orfanato, pois não fui adotada, não era desejada por nenhum casal, e também éramos maltratados naquele lugar”—As lagrimas caíram de meus olhos involuntariamente_ “logo vim morar na rua e como eu aprendi musica no orfanato e trouxe meu violino junto comigo, passei á tocar todas as manhãs, tardes e noites nessa mesma rua, e quanto conseguia 5 euros, vinha comer esse mesmo lanche aqui nessa lanchonete, porem alguns meses depois, Melinda uma garçonete daqui me acolheu em sua casa, eu era bem tratada, tinha roupas para mim, comida e banho quente e ia para a escola todos os dias, mas 3 anos depois Melinda que já tinha idade morreu, e seus 5 filhos tomaram a casa, me deixando na rua, e passado alguns meses descobri um teatro abandonado onde me alojei, e mesmo depois de 2 anos continuo me sustentando da musica”

 

Ele ouviu a minha história atentamente, e quando as lagrimas teimavam em cair, ele secava-as impedindo-as de cair.

“e como você conehceu a banda?”

“conheci sua banda quando tinha 13 anos, num encontro de fãs que teve aqui, nessa mesma rua, ouvi suas musicas, e memorizei-as. Ganhei os seus CDs de Melinda no natal, e tenho esse toca disco portátil, em que eu vivo escutando”

“tens todos os Cds?”

“menos o seu Ultimo”

Ele sorriu

“Você vai para esse teatro depois daqui?”

“sim, alias, eu estou indo”

Ele abaixou a cabeça, e eu pedi para Ivone embalar para viagem o lanche e o suco que eu não havia consumido.

Bill que parecia um tanto desesperado pegou em minha mão e disse

“vem comigo para meu apartamento?”

“Bill, não posso”

“porque não, você não tem aonde ir, provavelmente passa frio, não come direito, e eu não tenho com quem me preocupar, a banda não entrará em turnê esse ano, você precisa de ajuda, e eu moro sozinho, me deixa te ajudar?”

“Bill...”

O nome dele saiu como um sussurro

“posso passar no teatro pegar minhas coisas?”

“sim, mas é claro, e isso foi um sim?”

“sim foi”

 

Sorri, e ele sorriu de volta, levantamos da mesa, e Bill abriu a porta da lanchonete, fazendo o vento gelado invadir o ambiente e levar meus longos cabelos louros voarem.

O Carro de Bill estava estacionado ali perto, eu o levei até o teatro, nós entramos naquele ambiente escuro, úmido, e com cheiro estranho que até hoje eu não pude ou não consegui definir o que era.

Dois gatinhos brancos vieram em meus pés, peguei-os, acariciando-os, Bill pegou um de meus braços, e colocou-o sobre os seus.

“Parece que ele gostou de ti”

“sim parece.”

Fui até o palco do teatro, onde eu fazia de habitação, ali tinha um colchão velho, um travesseiro, e uma colcha fina, que me restaram da casa de Melinda, e que eu podia dizer que era meu.

Fui até um velho baú, retirei as poucas roupas, sujas, velhas e rasgadas e coloquei em minha bolsa, que estava em minhas costas.

“Pronto”

“pegou tudo?”

“sim, e Bill?”

Chamei-o e ele virou-se

“sim Haylie?”

“Posso levar o Bill e o Tom junto comigo? Não quero deixá-los aqui, eles são pequenos e vão morrer de fome, não quero isso para eles, posso Levá-los?”

Eu sorri meio sem graça e ele me devolveu um sorriso ingênuo, que eu não sabia se era pelos nomes dos gatinhos, ou pela pergunta

“é claro que pode levá-los

Eu abracei-o, pegando o gatinho Bill de seu colo, e pousando-o em minha bolsa, o mesmo eu fiz com o gatinho Tom anteriormente.

“pegou seus Cds, e seu tocador?”

“sim ,eles sempre andam comigo Bill”

Sorri-lhe, e eu percebi que era uma coisa que eu estou fazendo bastante hoje, sorrir, que era uma coisa que eu não fazia desde que Melinda morreu.

Saímos do teatro, e fomos até o carro de Bill.

Eu não ando de carro á muito tempo, era como se isso fosse algo novo para mim.

Passávamos pelo centro de Berlim, eu estava com o rosto praticamente colado na janela do carro, era tudo novo para mim, tudo completamente novo.

“Bill?”

Ele olhou-me, incitando-me á continuar

“Obrigada”

Ele sorriu novamente com aquele sorriso honesto e sincero.

Depois longos minutos no carro, nós chegamos á um prédio.

Sai do carro, olhando aquele imenso edifício á minha frente

“então, gostou?”

“melhor que tudo onde eu já vivi”

Estava encantada, e me sentia uma criança, de 8 anos, quando recebi meu primeiro pirulito, de um homem na rua.

Bill delicadamente pegou minha mão e me levou para dentro do prédio.

Os gatinhos miavam, provavelmente estava com fome, eu esqueci-me de dar-lhes o lanche que eu não comi, já que eu trago para eles metade do lanche toda noite.

 

Entrei no elevador, o que era estranho, já que eu sabia o que era aquela jaula metálica, porem nunca havia entrado em uma antes.

A porta do Elevador abriu-se, revelando uma porta em nossa frente

“bem, é aqui que eu moro”

Ele pegou as chaves em seu bolso, e abriu a porta.

“seja bem-vinda ao nosso lar, Haylie”

Eu sorri de felicidade, vendo Bill dar ênfase no “Nosso” lar.

Fora a Melinda ninguém nunca havia me oferecido um lar para antes.

“Venha Haylie, vou mostrar o seu quarto, e logo pela manhã você e eu iremos fazer compras”

“mas Bill eu não tenho dinheiro”

“mas eu tenho Haylie, não se preocupe, você é minha amiga agora, quero te ajudar em tudo o que eu puder!”

Sorri, e depois de passarmos um corredor branco, Bill abre uma porta e revela um quarto simples, porem muito melhor que tudo o que eu já tive, era lindo, todo branco e a cama parecia confortável.

“entra Haylie, esse é seu quarto, essa é sua casa agora.”

Eu entrei e pousei a bolsa no chão, e os gatinhos logo saíram dela.

Sentei-me na cama, ela realmente era confortável.

“ali fica o banheiro” —e me apontou uma porta negra_  “ e se agora você quiser tomar banho, eu vou pedir para meu irmão emprestar uma de suas camisetas, até nós comprarmos roupas para você”

“eu tenho as minhas, Bill”

“Haylie, essas roupas não servem mais para você”

Era verdade, elas eram trapos e não roupas.

“eu vou tomar um banho então”

“eu vou pegar uma calça e uma camiseta com o Tom, e roupas intimas com a namorada do Georg”

“mas eu não quero incomodar você, você vai ter que ir à casa de todos para isso”

“não eles moram nos andares abaixo á esse Haylie”

“sendo assim eu aceito então”

“tudo bem, eu vou pegar as roupas, sinta-se confortável”

“Obrigada”

Bill saiu, fechando a porta do quarto, eu me levantei da cama e fui até o banheiro, lavando os gatinhos junto, pois não era só eu que iria tomar um bom banho quente.

 

**

 

Passado aquele dia, Bill me apresentou para sua família, banda e amigos.

Não, nós não éramos namorados, e sim melhores amigos.

Bill me considerava como sua irmã mais nova.

Passaram-se 8 anos após aquele dia.

O dia em que um Anjo me ajudou e me tirou das ruas.

Passei momentos felizes ao lado deles, eu fui para as turnês com eles, viajava com eles para todos os lados, a imprensa dizia que eu era filha de Natalie, já que eu sou loira assim como ela, e posso até dizer que sou parecida, mas Natalie não tem idade para ter uma filha de 17 anos.

Após esses oito anos, algo que nós julgávamos extremamente impossível, aconteceu.

A banda acabou.

Devido á doença de Bill.

Bill teve câncer, tendo seu diagnostico tardio, não tinha mais como reverter.

Bill morreu, dois meses após seu diagnóstico.

E eu também Morri.

Não tinha mais vida para mim.

E aqui estou eu, to telhado do teatro onde eu morava pensando na minha vida, e em tudo o que aconteceu

 1 hora depois que soube da morte de Bill, contando os minutos para encontrá-lo, novamente.

Sei que ele não queria que tudo acabasse assim.

Mas eu não conheço outra vida, sem o Bill.

Abri os braços e pulei.

Vendo minha vida passar diante de meus olhos, e sentindo o vendo gélido bater contra mim.

Nada na vida foi fácil.

Depois da felicidade, o amargo gosto do Abandono sempre me visitará.

Acaba aqui.

Pois toda vez que eu caí eu levantei.

Mas dessa vez foi impossível.

Adeus.


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Notas finais do capítulo

Então... o que acharam?
gostaram?
mereço Reviews?