Killing Loneliness escrita por Elisabeth Ronchesi


Capítulo 3
Capítulo III




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Flash Back ON

   Sentada em um banco almofadado, Drika saboreava seu milkshake de morango enquanto desfrutava da praia cheia de pessoas que se divertiam com bolas, tomando sol ou na água do mar, que pela aparência estava agradável. Por conta do calor, ela só vestia uma regata azul marinho e shorts jeans, que deixavam a mostra suas pernas finas. Nem ela mesmo acreditava estar usando shorts, porém pelo calor que já se mantia pela manhã, poderia se extender pela tarde toda.

   Na lanchonete razoavelmente cheia, alguns clientes comentavam do calor que se encontrava e do jogo de beisebol de ontem. Um trio de meninas que trajavam bikinis, estavam sentadas na mesa a frente. Pareciam discutir algo. Drika tentou ouví-las em meio ao tumulto de conversas que pairava na lanchonete.

- Pois é. Não sei como ele conseguiu - uma loira de pulseiras coloridas comentara.

- Eu havia passado por ela. Garota sem noção.

   As três jovens riram logo após a afirmação de uma com boné. Mas pararam no mesmo instante quando uma delas virou-se para trás, observando o local, e deparou-se com Drika. Rapidamente, ela redirigiu as amigas apontando para a garota sozinha de regata azul-marinho.

- É aquela ali, não é?

   Agora simultâneamente as três viraram-se para Drika, gargalhando enquanto voltavam-se para sua mesa. Drika sentiu o sangue lhe subir. Levantou-se do banco em que estava, carregando seu milkshake. Já imaginava um destino perfeito para a bebida. Passando ao lado da mesa em direção à porta, ajustou a bota de couro que usava.

- Bonita regata! - Gritou uma das jovens, enquanto não controlava sua onda de risos.

   Drika virou-se para a mesma, esboçando um sorriso cínico. Sem hesitar, jogou o leite que continha na taça em direção a garota loira, que foi tomada por um banho de milkshake enquanto ria. Incrédula, ela fitou Drika que já cruzava a porta tranquilamente.

   Vacas. Ela caminhou por algum tempo, sentindo a areia quente por baixo das botas de couro. No bolso do shorts continha alguns dólares, porém resistiu a tentação de querer gastá-lo com algo. "Poderá ser útil mais tarde". Ao longe, avisou Joseph que conversava com algumas pessoas. Drika sorriu, sentando-se na areia próxima ao mar. Não faria questão de ir até ele e lhe atrapalhar. Pelo jeito, parecia estar pregando à palavra, como havia-lhe dito.

   A algum tempo a jovem se divertia lendo um livro de poesias que carregava na bolsa à tira-colo. O Sol lhe ardia o rosto e já estava pensando em voltar para o hotel. Um tapa no ombro lhe desajeitara e, ao virar-se, deparou com Joseph, que se encontrava suado e exausto. Se jogou na areia a seu lado, cumprimentando gentilmente.

- Então ficará aqui somente no feriado? - Dissera ofegante, tapando os olhos com o braço direito.

- Sim. Você deve morar para cá, no litoral, não é mesmo?

- Pois é. Em que hotel está hospedada? - A pergunta lhe pegou de surpresa.

- Saint's Lourds

- Certo. Irei buscá-la na porta hoje, às oito.

   Drika virava-se para o rapaz repousado na areia.

- O que?

- Não posso convidá-la para sair?

- Você não convidou. Vai me buscar por livre e espontânea vontade.

   O garoto de óculos sentou-se, retirando-os do rosto.

- Quer sair comigo?

   Um sorriso foi estampado na boca de Drika, que lhe desferiu um empurrão, guardando o livro de poesias. O dia continuava a passar e o Sol brilhar. Drika resolvera aceitar ao convite repentino pois nada é demais. Levantando-se, comçara a caminhar com Joseph pela praia lotada.

Flash Back OFF

   Numa nuvem passageira suas memórias se dissiparam. Sua mãe havia saído do quarto lhe deixando sozinha novamente. Drika queria pensar. Estava cansada de deixar o tempo passar e não fazer nada, ficar trancada no quarto. Havia prestado a atenção nas palavras que sua mãe dissera.

   Lembrou-se que da primeira vez que o tinha visto, Joseph que dissera que, nas horas em que não pregava, costumava subir até uma colina, pouco depois da praia de Califórnia. Lá rezava para Deus, em agradecimento. Ao lembrar-se do rosto de Joseph, Drika deixara uma lágrima lhe escorrer pelo rosto. Não se importando com os cortes que causara em si mesma, dirigiu-se até o guarda-roupas vestindo uma calça e blusa comprida. Para disfarçar as olheiras, apanhou um óculos escuros e colocou-o no rosto. As palavras de sua mãe lhe ecoara mais uma vez na mente. Viva por ele.

  E enterrou o rosto em uma cova sem gravação em seu coração.


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