Bocchan no Game escrita por LawlietShoujo


Capítulo 4
Novo tabuleiro


Notas iniciais do capítulo

Tive uma brecha aqui no computador! YAY ___

Ps.: Não sei porque o Notepad comeu todos os acentos desse capítulo, então eu recuperei os que vi - se deixei passar algum, gomenne! Ç_Ç E a formatação do Nyah! está implicando mais ainda com a fic q



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/100316/chapter/4

Depois de mais alguns dias lecionando Seishirou, Arthur estava ainda mais convencido de que as classes superiores eram piores do que ele imaginava, mas não conseguia mais sentir raiva do outro. Ele queria compreendê-lo, saber seus medos e explorá-los. A mãe do pequeno raramente estava em casa, porque ela atualmente era a única que podia administrar as fábricas da família. Os mordomos faziam todo o trabalho dentro da mansão, entao isto não era um problema - pelo menos não para a mulher. Talvez a falta de atenção de sua progenitora fosse um fator agravante para a situação do pequeno Scarlet.

Alfred continuava a observar seu Jovem Mestre, que também se mantinha interpretando um doce menino que era severamente tratado por seu tutor. Como uma valsa, seguiam lentamente, aproveitando os melhores momentos para pisar no outro com a elegancia caracteristica da dança.

Neste dia, especificamente, Seishirou estava agitado - Arthur não deixara sua pasta sobre o sofá como de costume, e Alfred também não estava na sala de estudos. Alguns minutos depois, ouviu uma passada forte se aproximar. Era Keiichi, pedindo para que ele o acompanhasse até o salão principal.

- Boa tarde, Seishirou-kun. - Arthur diz, num tom comum.

Vendo que somente Keiichi estava por perto naquele momento - e já se encaminhava para outro cômodo, o herdeiro retoma seu olhar sombrio e invasivo. Com desdém, ignora o cumprimento do outro, suspendendo de leve uma das sobrancelhas.

- Por que me obrigas a vir ate você?

- Porque hoje te levarei para fora da mansão.

O garoto da um passo para tras, assustando-se com aquele anúncio repentino - ha cinco anos nao passava da enorme porta de entrada de sua moradia e se forcava a esquecer como era aquele outro lado, embora nao obtivesse resultados. O professor, ao ver o espanto no olhar de seu aluno, se satisfaz, sorrindo por fora e ainda mais por dentro.

- De jeito nenhum! N-não ouse me tocar!

- Calma, Seishirou... Eu ainda não o levarei para fora do terreno. É só um pequeno passeio pelo jardim, está bem?

- Não! Keiichi! Alfred!

- Eles já estão cientes.

Percebendo que estava completamente sozinho naquela rodada, o menor se encolhe, com os olhos assustados a encararem o outro, que se aproximava para conduzi-lo ao novo local onde iriam estudar. "Não... Não!", ele relutava, querendo chorar. Parecia outra pessoa.

Após muito esforço, o professor consegue arrastá-lo até a porta, abrindo-a lentamente e permitindo que o Sol tocasse a pele pálida do menino de forma gentil e cuidadosa. Seishirou não conseguia chorar - a última vez que derramara lagrimas fora aos dez anos.

- Eu não te deixarei sozinho, portanto não há motivos para temer uma pequena caminhada ao redor da mansão, certo?

- A-Arthur, deixe-me voltar! - O tom de voz do herdeiro oscilava entre o arrogante e o submisso, deixando-o em conflito com seus próprios medos e faces.

- Veja, você ja passou da porta. Agora olhe ao seu redor.

A mão do professor tocava o braço do outro, que tremia e estava voltado para a porta, desesperado para entrar. Fora abandonado até mesmo por seu mordomo mais próximo, mais fiel - e ele pagaria muito caro por isso. "Vamos comigo", Arthur diz, guiando o menino até o jardim que ficava nos fundos da mansão. Os primeiros passos dele fora de seu lugar de costume foram difíceis, vagarosos. Seus pulmões não respiravam aquele ar há tanto tempo que ele quis respirar fundo, como se estivesse purificando seus orgãos empoeirados.

Foram caminhando pela lateral do lugar, em silêncio, até se depararem com o pequeno paraíso mantido nos fundos dali: uma grama impecavelmente cortada e viva cobria tudo com sua energia; era possível ver flores de todos os tipos enfeitando o lugar e poucas árvores, que forneciam sombra suficiente. No limite do jardim, uma fonte retangular que servia de abrigo para peixes coloridos de pequeno porte.

- Não mudou muito... - Seishirou diz, com um tom quase inaudível.

- Você vinha aqui sempre?

- ... Sim. Eu costumava... Comer doces aqui.

- Vinha sozinho?

O menino desvia a atenção para uma flor azulada que estava ao seu lado, ignorando a última pergunta. Ele relaxa os musculos um pouco, estendendo sua pequenina mão para tocá-la. "Se sente bem, Seishirou-kun?", o professor lhe toca o ombro. O menino desfaz o contato, se dirigindo ao centro do jardim e se sentando na grama, imerso completamente em seus pensamentos e suas mémorias amargamente doces. Mesmo sem convite, Arthur se senta ao lado, apoiando-se com as mãos abertas sobre a vegetação.

- Mais de dezoito... - O pequeno diz, arrancando algumas gramíneas.

- O que?

- Professores. Foram mais de dezoito.

- Você é mesmo complicado.

- O que o torna diferente deles?

- Gostaria que me dissesse.

- O que o prende aqui?

"Coisas minhas", o mais velho responde, olhando melancolicamente para as flores. Agora so se ouviam o zumbido dos insetos e o barulho que vinha da fonte. Aquele local emanava tranquilidade, apesar do humor pesado de Seishirou, cuja personalidade instável se tornava uma dor de cabeça ainda maior.

- Eu vou invadir a sua vida pessoal um dia, professor. Descobrirei todos os segredos que rondam sua presenca.

- Eu farei o mesmo com você.

- Gosto do desafio que me propõe entre as palavras...

Arthur se sentia cada vez mais tentado a prosseguir com a "domesticação" daquele menino. Já vira nele muitas faces e queria saber qual era a verdadeira. Queria saber quem era realmente seu aluno e o que houve para que ficasse em tal reclusão. Em meio a reflexões sobre este assunto, o professor não nota a aproximação do outro, que engatinhava ate ele discretamente. "Sensei, como vou saber se devo confiar em você?", ele sussurra no ouvido do outro, que se surpreende com a proximidade em que estavam. O professor mal digerira a pergunta do pequeno quando este se coloca sobre ele, com o semi-sorriso característico. "Seishirou-kun...?", Arthur tenta perguntar o que o aluno pretendia quando sente a respiração deste cada vez mais perto de seu rosto.

- Que expressao interessante, sensei...

Seishirou inclina-se suavemente sobre o jovem professor, até que seus lábios se encontram - um beijo repentino e curioso, como se através dele, todos os segredos contidos no coração de ambos transitassem livremente. Arthur põe as mãos sobre a cintura de Seishirou e intensifica o beijo ate que cai em si, empurrando o menor de forma delicada.

- O que significa isto, Seishirou?!

Como resposta, o silencio e um sorriso ironico. O garoto passa a língua sobre o lábio inferior com o olhar perdido. Em seguida, ergue-se e se vira para o caminho de volta.

- Não quero mais ficar aqui. Até mais, Arthur...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

YAY! Espero que tenham curtido >—_____
Com essa nova personalidade de Seishirou, as jogadas do professor terão que mudar. Ele terá que dançar conforme a música do garoto w