Down Goes Another One escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 2
Capítulo 1 - Quatorze Anos Depois


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, obrigada a todos que deixaram reviews no prólogo. Esse cap é pra vocês, espero que gostem.
Beijos :*

PS: Pode parecer que vai passar muito rápido, mas é necessário para o desenvolvimento da história.



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Capítulo 1 - Quatorze anos depois

 

Com um sorriso estampado no rosto, a menina abraçou a mãe, que sorria como se visse o sol pela primeira vez. Os cabelos dela eram castanhos escuros e cacheados, e os olhos eram azuis esverdeados. O rosto era oval, e as feições, como as de uma princesa.

 

—Mãe – disse a garota – Gostaria de lhe fazer um pedido.

 

—Faça – disse a mãe, enquanto abraçava os ombros da filha.

 

—Queria ir para uma escola de mortais... Ser normal... – disse a garota, e isso deixou a mãe, Macária, em pânico. A filha do pequeno caso que tivera com Jason nunca fora a uma escola normal, nem sequer saíra do Palácio da mãe.

 

—Sabes o que está a me pedir?

 

—Sei, mãe – revirou os olhos Jessica, filha da deusa da boa morte – Mas queria, não sei bem... Conhecer meu pai – ela disse num ultimo surto de coragem, deixando a mãe estática.

 

—Tem... certeza? – perguntou Macária.

 

—Tenho – disse a menina.

 

—Te levarei até ele, provavelmente me odiará. Nunca contei a ele que estava grávida, passamos apenas uma noite juntos... Mas preciso que vá para o Acampamento Meio-Sangue, você já tem quatorze anos e eu quebrei o juramento imposto por Perseu Jackson, filho de Poseidon ao manter você a meu lado, fui tão egoísta.

 

—Eu vou – disse Jessica, enquanto tirava uma mexa de cabelo do rosto.

 

***

 

—Jason? – perguntou Macária, quando se teletransportou para o quarto do homem.

 

—Macária? – ele perguntou, enquanto terminava de abotoar a camiseta – O que faz aqui?

 

—Quero esclarecer umas questões.

 

Ambos sentaram-se na cama de Jason para poderem conversar melhor.

 

Enquanto Macária contava sua história, os olhos do homem ficavam fora de foco e voltavam ao normal em questão de segundos. Ele sentia-se surpreso. Abria a boca para contestar a deusa, mas nenhum som saía.

 

—Onde ela está? – finalmente conseguiu perguntar.

 

—Está esperando na sua sala – disse a deusa – Ficarei aqui em cima.

 

Jason assentiu e levantou-se, ainda um pouco indeciso. Desceu as escadas em silencio, mas seus pensamentos estavam a mil, tentando processar todas as informações que recebera sobre sua filha, Jessica. Ao chegar à sala, ele a viu.

 

Jessica estava de costas para o pai, virada em direção a lareira. Jason podia ver os longos cabelos castanhos escuros caindo em cachos até a metade das costas da menina, as roupas que usava eram apenas uma calça jeans, uma jaqueta e uma bota, todas pretas. Com o barulho da escada, a garota se virou e finalmente encarou seu pai. Para Jason, olhar para os olhos da filha era como olhar para um espelho. Não teria como ela não ser sua.

 

—Jessica? – perguntou, com a garganta seca. A garota assentiu, mas ele podia ver as lágrimas escorrendo silenciosas pelos cantos do rosto dela – Jessica – falou novamente, enquanto caminhava em direção a filha, estendendo os braços.

 

A filha fez o mesmo, sem se importar com as lágrimas que caiam descontroladas de seu rosto. Quando abraçou o pai, foi como se abraçasse as chamas. Parecia estar queimando. Ela não disse nada, e nem precisou.

 

Nenhum deles precisou.

 

—Pai – ela disse com a voz rouca, engolindo o choro.

 

Os dois continuavam abraçados. Depois de algum tempo, a deusa desceu para ver o que estava acontecendo, e viu a melhor cena da sua vida. Pai e filha abraçados. Sorriu, mas lembrou-se que a menina devia ir ao Acampamento.

 

—Jess – ela murmurou – Está na hora.

 

—Certo, mãe – disse a garota, despedindo-se do pai.

 

***

 

Depois que a deusa deixou sua filha na floresta perto do Acampamento Meio-Sangue, a menina começou a caminhar por uma trilha que encontrou. Sentia-se ansiosa, nunca estivera junto com outros como ela. Apenas no Palácio da mãe e com seu pai naqueles poucos momentos. Agora ela estava com a mochila nas costas, e seus cabelos caiam desgrenhados sobre o rosto.

Ofegante, Jessica começou a caminhar mais rápido. Queria chegar rápido naquele Acampamento, mas não sabia como todos reagiriam. Não sabia como ela própria iria reagir com aquilo. Era um novo mundo para ela.

 

Parou quando ouviu o som de um galho se quebrando atrás de si. Sacou sua adaga que mantinha na bota, Morte era o nome, e a empunhou. Voltou alguns passos pisando sobre as próprias pegadas e se pendurou em um galho de uma árvore. A vegetação era espessa, então Jessica pode observar quem fizera o barulho sem mostrar-se. Outros galhos se quebraram, e por um buraco entre as folhas, ela pode ver que o que a seguira era um garoto.

 

Parecia ter em volta de dezesseis ou dezessete anos. Os cabelos eram rebeldes e castanhos claros, tinha a pele levemente bronzeada e era bem musculoso. Segurava uma espada com ambas às mãos e cuidava onde pisava. Devia ser um campista. Quando ele passou por onde a garota estava escondida, ela pulou silenciosamente atrás dele e pos a adaga na garganta do rapaz.

 

—Shhh – ela disse – Quem é você?

 

O garoto não respondeu, Jessica estava ficando impaciente, mas ele segurou a mão dela e a bateu para longe. Sem a adaga, a garota arrancou sua pulseira, que se transformou em um longo chicote que estava enrolado em sua mão.

 

Os olhos verdes do rapaz se arregalaram, e ele rosnou. Pulou para frente para atacá-la, mas Jessica segurou-se no galho com um pulo e aterrissou sobre os ombros dele. Com um impulso, soltou o galho e empurrou o garoto para frente. Rosnando, o mesmo se levantou furioso e tentou atacá-la. Jessica jogou o chicote na direção dele, o enrolando na espada e puxou.

 

Enquanto pegava a espada do garoto do chão, o mesmo jogava-se em direção a ela. Ambos rolaram pelo chão. No fim, o garoto estava ajoelhado sobre a barriga da garota, prendendo as mãos dela com uma das suas e segurando uma adaga que mantinha escondida no pescoço dela.

 

—Quem é você? – perguntou Jessica novamente, impaciente.

 

—Você não está na posição de fazer perguntas, garota – murmurou o garoto, olhando de esguelha para o corpo da garota – Quem é você?

 

—Por que estava me seguindo? – Jessica perguntou, enquanto tentava chutar as costas do rapaz.

 

—Ouvi uns barulhos e decidi investigar – ele disse – Você é uma meio-sangue como eu.

 

—Claro – ela disse, irônica – Estava indo para o Acampamento quando descobri alguém me seguindo e decidi me defender. Quem é você?

 

—Sou Lucas Johnson, filho de Ares.

 

—O deus da Guerra – ela disse.

 

—Algum problema com isso? – rosnou o garoto, soltando as mãos da garota e se levantando. Jessica se levantou, ignorando a mão estendida de Lucas e espanou suas roupas. Caminhou até onde estava a espada dele e a jogou para o mesmo. Andando mais um pouco, pegou sua adaga e a guardou na bota.

 

—Nenhum – ela disse, assim que chegou perto dele – Acho que começamos do modo errado.

 

—Com certeza – ele disse, desconfiado – Como eu já disse, sou Lucas Johnson, filho de Ares.

 

—Sou Jessica Bennet, filha de Macária, deusa da boa morte.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Demorou um pouco, mas achei legal.

Até a próxima, beijos :*