Senti suas mãos voltaram a passar por baixo da minha blusa, apertando minha barriga e minhas costas, o que provocada arrepios. Ainda o beijando, comecei a mexer com seu cabelo.

-Desculpe, Jessica – ele disse sentando-se na cama – Você é muito nova e...

-Não precisa se desculpar – sentei ao lado dele, olhando para frente. Senti sua mão sobre a minha.

-Eu... Também queria falar de antes. É que...

-Não precisa falar nada – respondi me levantando.

Lucas puxou minha cintura para que eu voltasse a sentar. Abri a boca para protestar, mas ele disse:

-Eu sei que eu tive aquela crise de ciúmes idiotas, mas é que eu não gostei do jeito que aquele Victor olhou pra você e...

Eu dei uma risada, talvez um pouco forçada. Mas era preciso.

-Sabe que eu não faria nada disso.

-Eu sei, mas é que é como se uma voz dissesse que vai fazer e...

-Como assim, uma voz? – perguntei, agora alerta – Que tipo de voz era essa?

Ele franziu as sobrancelhas.

-Importa?

-Claro que importa – explodi, mas depois respirei fundo – Diz. Como era a voz?

-Parecia... Parecia meio rouca. Como se tivesse maldade, sabe?

Assenti e ele continuou:

-Parecia conhecida, mas não sei...

-Obrigada – falei, sentando com os cotovelos nos joelhos e as mãos no rosto.

-Jess, o que aconteceu? – ele perguntou segurando meus pulsos.

-Foi um sonho que tive – falei – Com Morfeu.

Comecei a explicar para ele cada parte do meu sonho. Quando Éris falou comigo, quando pensei que todos haviam sumido, quando Morfeu bateu em mim e quando minha mãe apareceu.

-Eu vou matá-lo – ele disse com raiva levantando-se da cama e fechando os punhos fortemente.

-Não – falei – Eu quero sonhar novamente.

-O quê? – ele cuspiu – Ta ficando louca? Não vou deixar.

-Eu preciso dormir – falei firme na minha decisão.

-Jessica, está maluca?

-Não. Por favor, Lucas – falei fazendo uma cara de coitadinha. Eu sabia que ele não resistiria.

-Jessica, não...

-Vou dormir com ou sem seu consentimento – falei, cruzando os braços.

-OK. Você venceu – ele disse e sentou na minha cama, se apoiando naquela parte de trás perto da parede – Vem aqui.

Deitei na cama, me apoiando nas costas dele. Senti Lucas começar a acariciar meus cabelos como estava fazendo antes. Fez com que nossa briga quase não tivesse existido.

Senti o sono começar a pesar novamente. Meus olhos estavam se fechando involuntariamente. Não sentia mais as caricias de Lucas. Agora se tratava apenas de mim.

Abri os olhos novamente e vi que não estava no meu quarto. A parte de cima do cômodo estava pintada de preta. Nas outras paredes, havia sujeira, mas principalmente o sangue misturado entre os candelabros presos por ossos humanos. Tentei levantar, mas algo me impedia. Levantei um pouco a cabeça. Meu queixo estava preso por uma faixa de couro marrom. Meus braços presos com amarras ao lado do meu corpo. Minhas pernas separadas também. Uma faixa de couro mais grossa cobria meus seios e minha intimidade.(*usei quase igual a Sobrenatural. O que Alastair e Crowley fazem com Meg, Dean e Ruby). Comecei a gritar. Eu não queria continuar ali.

Uma porta na parede se abriu e junto com uma claridade entrou outra pessoa desconhecida. Não era Morfeu, e sim um homem alto e musculoso. A pele era branca e não tinha olhos. Os globos oculares eram apenas a escuridão. Ele tinha um sorriso sarcástico no rosto enquanto segurava uma faca.

-Quem é você? – gritei ainda tentando me livrar das amarras.

Ele riu.

-Pequena Jessica. Morfeu falou tanto de você. Outros deuses haviam comentando que era bonita. Mas você não é simplesmente bonita. Você é extremamente gostosa criança.

-Seu nojento – falei e cuspi.

-Não devia falar assim comigo. Pelo menos, não especificamente comigo.

-Quem é você?

-Eu sou Deimos, o deus do pânico.

-O quê? – gritei começando a me debater.

Deimos ficou ao meu lado e pos a faca sobre minha barriga. A lâmina gelada provocou arrepios no meu corpo.

-AAAAH – comecei a gritar.

-Calada garota – ele disse e me deu um tapa no rosto, o fazendo ficar vermelho e dolorido – Você vai aprender a não fazer isso novamente.

Com um sorriso sádico ele pegou a lâmina e passou pelo meu rosto. Olhei de relance e senti um grande medo. Me debati e senti uma dor lancinante passar pelo meu rosto e algo quente escorrendo.

-Você vai sofrer, garota – disse e fincou a faca no meu braço com força.

Comecei a gritar desesperadamente. Consegui arrebentar a amarra do braço direito e o jogar contra Deimos. A amarra no meu queixo escorregou e ficou no meu pescoço, me sufocando.

Antes de meu braço toca-lo, Deimos o segurou, apertando o pulso. Com um sorriso de escárnio ele começou a torce-lo e eu, a gritar de dor.