O RETORNO DE LUKE

   POV Luna

FLASHBACK ON

   Eu acordei, depois do que pareceu um grande sono sem sonho. Eu me sentia diferente, me sentia forte, com fome e chia de energia, mas uma coisa me assustou, eu podia ouvir vários corações batendo. O som molhado do bombardeio do coração, podia ouvir o meu também, mas era diferente, o som não era molhado, era seco, chegava a irritar. Resolvi levantar, estava em uma espécie de maca improvisada. Todos olhavam para mim, uma garota loira de olhos cinzentos que eu reconheci na luta contra o lobisomem segurava a espada de um metro prata da garota de olhos verdes pronta para me matar. Entendi o que havia acontecido. Eu havia sido contaminada pelo lobisomem.

   - O que aconteceu?

   Eles me explicaram, mas eu interrompi quando eu ouvi mais 8 corações batendo molhados e sentia o cheiro delicioso de carne, mas havia outros, 15 monstros comuns e um que tinha um cheiro repugnante, e desprezível, quase vomitei.

   - Olá pessoal – um garoto de 14 anos apareceu, seu cheiro era horrível, mas não era tão horrível quanto o outro – lembram de mim? Lucas.

   Não fazia idéia de quem fosse, mas todos reconheceram, menos eu e Gbriel, éramos os mais novos. Preparamos para defesa. Eu, Gbriel, Percy, Annabeth, Thalia, Grover, Lindsay, Nico, Rex, Gabriela, Chris, Joana, Tyson, Camilo, Gerson, Nicole, Ana, Débora, Marcus, Jake, Matheus, Elisabeth e May iríamos lutar contra os outros.

   - Ash... – disse o garoto Lucas – avance, hora do lanche.

   A sombra fria e sem vida – que tinha aquele cheiro desprezível que falei – avançou e ficou visível, dentes caninos arreganhados, olhos vermelhos cintilantes, pele pálida.

   - Contemple – disse o garoto – um vampiro.

FLASHBACK OFF

   A criatura que Lucas se referiu como Ash tinha um cheiro horrível, agoniante, e também fazia com que um instinto desconhecido de destruí-lo fosse ativo em mim. E ,parecia fácil matá-lo, instintivamente eu olhei seu pescoço e me vi dilacerando – de alguma forma – com os dentes aquele pescoço, separando a cabeça do corpo. Foi ai que reconheci, eu estava me transformando num lobisomem. O veneno correndo em meu sangue, terminando de me transformar, a medida que transformava, o cheiro da criatura ia ficando pior e ela parecia sentir o mesmo de mim.

   - Primeiro a garota fedorenta – disse Lucas, dando instruções a Ash, só depois vi que eu era a garota fedorenta, mas meu cheiro era normal.

   Eu não conseguiria matar a fera, mesmo sendo uma meio-sangue, aquele monstro mostrava forca, velocidade, eu sabia – de alguma forma – que ele era rápido e forte, mas eu queria dar uns socos neles. Dei um passo a frente, na direção de Ash.

   - Luna não! – Gbriel gritou – ele é perigoso!

   Mas era tarde, eu estava mais perto do vampiro do que deles. O vampiro começou a vim na minha direção, também querendo um confronto direto. Mas alguma coisa em mim queria lutar, queria quebrar cada parte de seu corpo e queimá-las depois. Senti meus olhos latejarem, virei para meus amigos e eles ficaram em choque a ver meus olhos.

   POV Lindsay

   Luna virou e vi que seus olhos eram vermelhos vivos, como os dos monstros, ou o meus depois de eu ser possuída. O vampiro tinha os mesmos olhos.

   - Olhos vermelhos – murmurei para Nico que estava ao meu lado.

   - O que? – ele pareceu confuso – os da Luna estão amarelos como os dos lobisomens e os do vampiro estão azuis.

   Então me lembrei, eu não via os olhos como eles eram, mas como demonstravam sãs emoções, ou se forem monstros, eu via vermelhos.

   Luna parecia – doida, sem juízo – que queria lutar com o mostro, mas ela não teria chance, mesmo por que, a transformação em lobisomem não estava completa, eu acho.

   Meus pensamentos foram interrompidos quando Nico apertou mais os braços em volta da minha cintura, eu virei e vi a luta silenciosa: Luna VS Ash. Tudo era um borrão, eles eram muito rápidos – ou pelo menos o vampiro, lobisomens não eram rápidos –, Lucas aproveitou e mandou seus monstros nos atacarem. A maioria eram mulheres cobras e gigantes, e era um pouco complicado matar eles, as mulheres cobras eram muito rápidas e os gigantes eram muito fortes.

   POV Natália

   Tudo estava escuro, muito escuro. Eu abri os olhos. Não fazia idéia de onde estava. E quase voltei a dormir desmaiada quando vi um cavalo humano, estava numa espécie de acampamento, varias crianças em volta começaram a sussurrar:

   - Que menina linda...

   - ... Apolo tem umas filhas gostosas...

   - ... essa ai tem cara de patricinha...

   - Onde é que eu to? – perguntei, mas vi minha resposta respondida nas camisas laranjas dos campistas, onde estava escrito: ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE.

   Eu não sabia quem eu era, de onde vim e o que fazia ali. Eles me explicaram uma historia maluca de deuses e sei lá o que. Só me lembro que o nome Zeus está envolvido. Não sei nada sobre mitologia.

   - Você tem que partir Nati.

   - Do que me chamou? E tenho que parti? Pra onde?

   - Nati, ah, desculpe, prefere Natália? Ajudar seus amigos. Seu amigo sátiro Jason.

   - Ela tem amnésia – disse o menino-bode. Jason.

   Ele, o tal Quíron, não me explicou muita coisa, ele só me mandou junto com Jason. Ele era meu único amigo. Disse que me conheceu na minha escola, que explodi e matou todos os que eu conhecia, explosão provocada por uma leão de Nem... sei lá o que.

   POV Luna

   A luta mais violenta que eu participei estava me dilacerando, eu já havia quebrado varias costelas e o braço esquerdo, mas eles se curavam rapidamente. O inimigo era duro como pedra, mas eu conseguia arrancar pedaços, uma forma eficaz, se não pelo fato de os pedaços poderem se recompor. Pelos cresciam por todas as partes de meu corpo, meus olhos latejavam, e no reflexo de alguma coisa, vi meus olhos mudarem do amarelo pro laranja, eu havia me transformado em uma aberração, uma lobisomem, ou melhor, uma lobimulher. Mas eu conseguia sobreviver e distraí-lo para meus amigos, mas estes já estavam ocupados demais com os monstros em maior numero. Eu me transformei em lobimulher e consegui, num giro rápido, arrancar o braço direito de Ash, antes que ele se regenerasse, eu acendi uma fogueira e queimei o braço. Ele ficou atordoado de dor, tive a chance de, literalmente, quebrar o vampiro e atirar os pedaços ao fogo. Assim que todos os pedaços foram atirados ao fogo, o fogo subiu, alcançando o triplo do tamanho original e uma cor roxa. Em poucos segundos, o fogo sumiu, deixando apenas cinzas do vampiro.

   Eu tinha quase ganhado o dia.

   Quase.

   Assim que me virei, vi que meus amigos não tiveram a mesma sorte. Na verdade, estava tão distraída com o vampiro que nem vi quando os monstros prenderam todos eles. Eu me virei a ponto de ver a cena que ganhou o premio de esquisitices do dia.

   POV Natália

   Estávamos a caminho a Grécia, na velocidade da luz, com uns sapatos a jato. Já estava começando a acreditar em tudo isso. Jason e eu atravessávamos o Oceano Atlântico.

   Levou poucos segundos até chegarmos em Atenas e três segundos para entrarmos em um túnel que levava para o subterrâneo. Todos ficaram assustados com a minha chegada.

   Criaturas esquisitas prendiam campistas do acampamento meio-sangue. E outros zombavam deles, ao que pareciam uma gangue de oito garotos, comandantes dos monstros. Sete meninos e uma menina. Todos eles tinham semelhanças com alguns dos campistas que vi no acampamento.

   Uma garota, que poderia se passar por minha irmã estava desmaiada no chão, ao lado de cinzas. Reconheci, também, um garoto que poderia se passar por meu irmão. Eles tinham, assim como eu tinham cabelos loiros e olhos azuis lindos – sem querer me gabar.

   Jason avançou na direção deles e foi reconhecido por outro menino bode preso pelos monstros.

   - Venho em nome de Quíron – venho? O que ele está pensando? Que eu vim sozinha.

   Eu ia mandar um xingamento, mas eu percebi que estava escondida, eu só podia ter déficit de atenção, como não percebi antes? Eles só haviam notado a presença de Jason. Ele queria que não me vissem.

  POV Lindsay

   O outro sátiro começou a falar, e vi que os gigantes estavam com água na boca.

   - Venho em nome de Quíron, solte-os.

   Percebi que havia outra pessoa ali, outro meio-sangue, escondido. Uma menina. Não podia vê-la, mas podia sentir sua energia, podia senti o mais leve vestígios de suas emoções, talvez eu não precisasse olhar nos olhos afinal, mas ninguém mais, nem mesmo os monstros, notou sua presença.

   Um gigante avancou e prendeu o sátiro.

   Lucas caiu em gargalhadas.

   - Tchau, tchau amigo – ele se voltou para nós – que bom velos de novo, Annabeth, Thalia e Grover, dou-lhes uma ultima chance para passar para o meu lado.

   - Ultima chance? – Annabeth ainda estava arrasada com a morte do sátiro, Grover tremia, temendo ser o próximo.

   - Ah! – disse Lucas – vocês não sabem, eu sobrevivi, afinal, ressuscitei, Cronos me salvou e devo minha alma a ele. Não lembram de mim? Luke.

   Percy, Annabet, Thalia e Grover ficaram com os olhos arregalados.

   Luke começou a rasgar a pele, como uma casca, e, ao se livrar de tudo, pareceu ficar maior, o garoto de 14 anos se transformou em um de mais de 20. com cabelos cor de areia e uma cicatriz abaixo do olho.

   Uma idéia passou a minha cabeça.

   Saquei a Excalibur, já ativada com meu sangue. Luke percebeu. Eu a joguei como um bumerangue, passou por ele e ele desviou.

   - Errou! – berrou ele.

   - Não mirei em você.

   A garota não precisou de uma explicação. A espada tinha ido parar na pedra onde a garota se escondia, e ela tinha muita raiva para usá-la. Percebi quando ela ficou cega. Começou abater em tudo. Não conseguiu acertar Luke, mas acertou todos os outros monstros, mandando eles para o Tártaro.

   - Retirar! – bradou Luke – você vai morrer garota! – ele apontou pra mim, Nico grunhiu e deu-lhe, um soco na cara. Eles saíram.

   - Como é seu nome? – perguntei a garota, provavelmente filha de Apolo.

   - Nati – disse ela.

   Pensei que todos iam comemorar a vitoria.

   Estava tão enganada.

   Mas só percei isso, quando ouvi o murmúrio de Grover.

   - As sereias.

   Continua...