Equinox - Última Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 30
Falsificação


Notas iniciais do capítulo

"- Você é J. Jenks. ? Rude demais, eu tenho uma paciência limitada com humanos. Deu um passo para trás, sua expressão mudou para a compreensão.- Ah! Por que vocês estão procurando o J?- Isso é problema nosso, companheiro. Dei um passo para frente, ele deu outro para trás. Você é ou não é o J, afinal?!"



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 PDV Eloise

- Acho que é aqui. – Bella comentou estacionando a Ferrari na rua. Se é que aquilo podia ser chamado de rua. Os poucos prédios acinzentados se esmagavam entre si disputando o pouco espaço.

Havia até alguns barzinhos sujos onde pessoas suspeitas tinham conversas silenciosas. E... Aquilo era um rato?! Ai, por favor, que aquilo não seja um rato!

- Espero que não. – Murmurei.

Bella me lançou um olhar reprovador. Ela estava certa, em parte, estávamos ali em uma missão nobre, tínhamos que descobrir do que se tratava a mensagem secreta que Alice havia deixado no livro de Bella.

Mas... Por outro lado, eu não estava a fim de sujar meus Pradas andando naquelas ruas.

- Certo, você tem razão. – Falei. – Mas sabe que se Edward descobrir onde nos metemos... – Balancei a cabeça, eu estava perdida.

- Ele não será o problema. – Guardou a chave dentro de sua bolsa. - Já Isaac... – Começou.

- Ele ainda está me deixando no gelo. – Não entendi o motivo de sua surpresa. – Você sabe, depois que vocês me fizeram impedi-lo de matar o Pulguento...

- Ah! Sim. Você acha que ele vai demorar muito para superar?

Dei de ombros.

- Ele é uma pessoa forte.

Tentei passar confiança, na verdade eu não tinha certeza de quanto tempo essa crise histérica poderia durar... E pensar que há poucos dias atrás tudo estava tão bem...

Flash Back on

Aproveitamos aquele dia para sair para caçar. Nessie fez uma careta quando Lizzie a desafiou para ver quem caçava mais cervos. No instante seguinte saíram em disparada pela floresta.

- Aposto que elas vão voltar com as roupas sujas. – Resmunguei.

Edward, Bella e Isaac riram, eles não se importavam muito com essas coisas importantes. Se Alice estivesse aqui entenderia minha dor. A dor de ser a única com o juízo perfeito nessa casa...

- Eloise, por que não vamos por ali? – Bella disse de repente. Não sei por que, mas tive a sensação de que queria falar as sós comigo.

- Claro, por que não. E vocês podem ir ver se as meninas não estão aprontando, não é mesmo?

Tanto Edward quanto Isaac nos encararam com um olhar cheio de perguntas.

- Ora vamos, Isaac, você conhece sua filha.

E isso bastou para que ele se convencesse e fosse com Edward para a direção que Lizzie e Nessie haviam seguido.

- O que houve, Bella?

- Tenho que te falar sobre algo que Alice me deixou no dia em que partiu com Jasper. Eu acho que ela ia gostar que você soubesse.

Franzi o cenho.

- Foi uma mensagem, um nome e um endereço. Procurei na Internet. J. Jenks, um advogado em Seattle. – A ultima frase foi dita de forma tão baixa que um humano não ouviria.

- Por que você acha que Alice te mandaria para um advogado em Seattle?

- Acho que ela queria garantir a segurança de Renesmee, e agora de Lizzie.

Uma onda repentina de determinação se espalhou pelo meu corpo, de repente havia algo que eu podia fazer pela minha filha, para protegê-la.

- Então nos vamos encontrar esse J. Jenks.

Bella assentiu num movimento de cabeça. Eu ia perguntar como iríamos fazer para sair de casa sem levantar maiores suspeitas, mas um estranho cheiro chamou nossa atenção.

O seguimos até onde estavam Edward, Isaac e as meninas, e... Jacob e Seth? Ah, isso explica o cheiro horrível.

Parei por um instante ao lado de Isaac, algo estava estranho, o clima parecia mais tenso que o normal... Pela segunda vez em dez minutos... Franzi o cenho. Era meu novo recorde.

- O que está acontecendo? – Bella perguntou num tom baixo, ao lado de Edward. Os olhos de meu irmão iam de Isaac à Seth, sem parar.

E apenas naquele instante eu havia percebido o detalhe importante que estava me escapando.

Primeiro: Isaac estava tenso, seus músculos da mandíbula contraídos, os punhos fechados. Seus olhos vermelhos ardiam em uma raiva contida direcionada toda para... Seth?

O que o Pulguento tinha a ver com aquilo?

E eis que eu chego a minha segundo conclusão.

Seth estava estranho, além de ter ficado um pouco mais alto por conta de todo o tempo que eu não o havia visto... Não, essa não era a questão, ele tinha aquela típica cara de “ Quando o você percebe que não é mais a gravidade que prende você na Terra e blá blá blá”. Meu Deus! Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo... De novo!!

O grunhido de Isaac me tirou dos meus pensamentos e eu pude ver algo além da melosidade típica de Imprinting nos olhos de Seth, sim, ele estava com medo. Vendo a vida passar pelos olhos.

- Corra. – O som foi baixo, e talvez por isso mais assustador. As mãos de Isaac começavam a brilhar fracamente.

- Isaac, espere, acho que podemos conversar sobre isso como pessoas civilizadas e...

- EU DISSE PRA VOCÊ CORRER! – E depois eu não via nenhum dos dois. Seth havia se transformado tão rápido em vira-lata que com certeza entraria para o livro dos recordes de La Plush.

E Isaac acabaria com a raça daquele pervertido mais rápido do que você seria capaz de dizer “Imprinting”... Ah, meu herói!

- Eloise! – Edward me repreendeu. Maldito leitor de mentes intrometido.

- Que que foi agora?! – Completamente mal humorada, não me culpem, OK? Acabei de saber que minha filha está comprometida com um cachorro fedido... Ninguém é de ferro!

- Você não pode simplesmente deixar Isaac machucar Seth!

Arquei a sobrancelha.

- Se você gosta tanto do Pulguento, por que não vai você mesmo ajudá-lo?

O olho direito de Edward começou a piscar. Ele não queria admitir que morria de medo de encarar um Isaac nervoso.

- Eloise, não podemos criar atritos com a matilha. – Bella.

- Lálálá!!!

- Sua sanguessuga teimosa, faça logo alguma coisa!! – Como se o vira-lata fosse mandar em mim. Pus as mãos nas orelhas... E olhei para o céu.

- Oh, Deus, ouço alguém. Mas não vejo ninguém, o que está acontecendo?

Ele grunhiu, que medo.

Senti um puxão na barra da minha camiseta, olhei para baixo.

- Mãe, o papai não vai machucar o menino lobo, vai? – Lizzie perguntou com os olhos chorosos.

E eu como sua mãe, sabia bem que aquilo não era fingimento... Droga de Imprinting recíproco.

- Não filha, seu pai não vai machucar o menino lobo. – Falei sem a menor vontade e me virei para onde Isaac e Seth tinham partido. – Vocês deram sorte dessa vez. – Falei para os três que me importunaram a paciência. E depois saí correndo.

Em poucos segundos, alcancei os dois, não eram tão rápidos assim, Isaac estava a poucos metros do Pulguento, por isso tive que me lançar sobre ele para pará-lo.

Seth não morreu e continuou seu caminho.

Terminei com o corpo sobre o de Isaac, segurando seus ombros com força, sua respiração ainda era rápida, mas se acalmava à medida que o brilho intenso de suas mãos desaparecia.

Permanecemos em silencio, só conseguia ouvir o som da floresta e as rápidas passadas fundas de Seth que se tornavam mais distantes.

Isaac estava de olhos fechados, imóvel. Por um instante acreditei que havia desmaiado com a nossa queda.

- Estão tirando minha filha de mim, Eloise. – Falou num lamento baixo.

- Como?

- Ela está crescendo muito rápido... Agora, não vou poder aproveitar sua infância e logo terei que deixá-la ir.

Apertei seus ombros com mais força, não queria chorar. Apenas agora percebia o real sentido por detrás daquelas palavras.

- Nós... Nós vamos... Encontrar um jeito... Vamos ficar com ela para sempre, você vai ver.

Ele soltou um suspiro fraco, de desistência. Como se estivesse conformando-se com a situação.

- Eu quero que você esteja certa, mais do que qualquer coisa.

Flash Back off

Eu tinha que admitir, pelo menos para mim mesma, que Isaac era bem pior que um pai coruja. Mesmo agora, depois de três dias, toda vez que Seth aparecia com Jacob para ver Lizzie, eu podia ver como Isaac se controlava para não pular no seu pescoço.

- Tem certeza?

- Absoluta. – Nem eu mesma havia sentido firmeza nas minhas próprias palavras, mas isso não importava agora.

Um assobio seguido por um “Ei, moça” chamou nossa atenção para o que, de fato, havíamos vindo fazer ali naquele bairro.

Bella abaixou o vidro para o homem de pele morena e cabelos pretos.

- Talvez não seja bom estacionar o carro aí. – E sorriu – Pode não encontrá-lo quando voltar.

Eu estava a ponto de dar a minha resposta educada do tipo: “Quem te perguntou?” ou, o bom e velho, “Eu pedi a sua opinião?” Mas Bella me silêncio com um sinal discreto com a mão.

- Obrigada pelo aviso. – Disse e desligou o carro, se preparando para sair. Fiz o mesmo, o que será que ela estava pensando?

Pus o capuz do meu sobretudo vinho ao mesmo tempo em que Bella abria sua sombrinha cinza. Os olhos do homem se arregalaram quando olhou para nós, não podia culpá-lo, afinal, não é todo dia que se vê duas beldades como nós andando por aí, não é mesmo?

- Estamos procurando uma pessoa. – Bella começou.

- Eu sou uma pessoa. – Sorriu malicioso e pude ver o dente de ouro... Nojento. – O que posso fazer por duas lindas senhoritas como vocês?

- Você é J. Jenks. ? – Rude demais, eu tenho uma paciência limitada com humanos. Deu um passo para trás, sua expressão mudou para a compreensão.

- Ah! Por que vocês estão procurando o J?

- Isso é problema nosso, companheiro. – Dei um passo para frente, ele deu outro para trás. – Você é ou não é o J, afinal?!

- N-não. – Agora estava mais para um coelhinho assustado do que para o garanhão de dente de ouro de pouco tempo atrás. Bella pousou a mão em meu ombro.

- Escute, qual é seu nome? - Começou com aquela voz irritante que Alice e Isaac usavam com humanos.

- Max.

- Max, desculpe pela minha amiga aqui... – Revirei os olhos. -... Mas precisamos falar com o J urgentemente.

- Olhe moça...

- Bella.

- Certo... Bella, eu quero ajudá-la... E a sua amiga também, mas eu preciso desse emprego. J me paga muito bem para ficar aqui o dia todo, e se eu mandar alguém que possa metê-lo em encrenca eu posso perder meu emprego. Entende minha situação?

Revirei os olhos quando o rosto de Bella revelou uma breve careta de compreensão

- Não pode ligar para ele? – Perguntou.

- Hã... Eu não sei se é uma boa ideia...

- LIGA PRA ELE DE UMA VEZ, CARAMBA! – Estressei aqui.

O tal Max deu um pulo e pegou o celular.

- Certo,certo. Já estou fazendo isso... – E discou os números. – Você é muito nervosa, lindinha.

Novamente senti o braço de Bella sobre meu ombro, desta vez me segurando no lugar para evitar que eu acabasse matando aquele tarado à tapas.

- Oi J, sei que só devia ligar para esse número em emergências, mas...

A voz que vinha do outro lado da linha o cortou de uma forma um tanto grosseira.

“É uma emergência?”

- Hmn... Não tenho certeza...

“Então por que ligou?!”

- É que há duas moças aqui querendo ver você e...

“ Elas são policiais?!!”

Esse tal de J não deixava Max terminar uma única frase.

- Não, elas não parecem policiais. – Suspirei fundo e pedi o celular com a mão, Bella arregalou o olhar. – Hã... espere um pouco, sim?

- Alô? – Comecei um pouquinho grossa.

- A-alô? Quem está falando? – Era fácil perceber o receio na voz do homem. Acho que eu devia tentar investir na minha carreira de policial.

- Você é o J?

- E se for, quem quer saber?

- Meu nome é Eloise Legrand e eu quero tratar com você sobre aquele tipo de negócio. – Falei como se realmente soubesse do que se tratava, eu só esperava que não me metesse em encrenca com isso.

- Olha, moça. Eu não tenho mais espaço na minha agenda para atender ninguém agora e...

- E para a cunhada de Jasper Cullen? Será que você teria algum espaço na sua agenda?

Houve um silêncio mortal do outro lado da linha, Bella queria me fuzilar com o olhar.

- E-eu lamento pelo mal entendido Sra. Legrand, vou pedir para meu funcionário lhes dar meu endereço.

Passei o telefone de volta para Max, e soltei um sorrisinho rápido para Bella, ela revirou os olhos.

- Fala J.

- Dá o endereço pras duas, agora.

E cortou a ligação.

Soltei um sorriso de escárnio quando Max se voltou para nós, o que posso dizer se eu sou muito boa no que faço?

- Poderiam ter me dito que eram clientes prioritárias. – Soltou.

Bella deu de ombros e sorriu sem graça.

- Nem sabíamos que éramos.

Max suspirou fundo enquanto pegava um papelzinho do bolso da camisa.

- Pensei que fossem policiais. Quer dizer... Vocês agem de forma estranha.

Bella deu de ombros, eu me limitei a revirar os olhos. Humanos...

- Cartel de drogas? – Perguntou.

- Quem? Eu? – O tom de Bella era um tom tanto indignado, acho que ela nunca imaginou que algum dia fossem compará-la a algum traficante de drogas. Ri baixo.

- É, ou seu namorado ou coisa assim.

- Não, nem pensar. E meu marido também não é muito fã de drogas.

Seus ombros abaixaram num sinal de total decepção, até virar para me encarar, quando um brilho de expectativa ressurgiu no seu rosto.

Ergui a mão à altura do meu rosto para que pudesse ver a aliança.

- Lamento, cara. Tenho um fraco por franceses.

- Puxa, as duas. – Disse para si mesmo enquanto voltava sua atenção para o papel. – Aqui está. Mas sério, devem estar envolvidas em algo realmente perigoso.

E nos entregou um papel com um endereço completamente diferente.

- Por que acha isso? – Perguntei.

Ele deu de ombros.

- Para o que mais alguém precisaria de documentos falsos?

Documentos, é? Encarei Bella pelo canto do olho e tive certeza de que ela estava pensando o mesmo que eu. Seja lá o que fossemos fazer com esses documentos, seria importante, senão Alice nunca teria nos mandado para cá.

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Chegamos ao tal escritório, que, diga-se de passagem, era um centro comercial comum, perfeitamente organizado num bairro residencial descente. Sem cartomantes malucas, sem homens com dentes de ouro, sem barzinhos sujos...

A placa discreta chamou nossa atenção:

Jason Scott, Advogado.

- Bom dia, em que posso ser útil? – A secretária nos recebeu.

- Bom dia. – Bella sorriu amigável. – Queremos ver o senhor Scott.

- Vocês têm hora marcada?

- Não precisamos de hora marcada. – Falei. – Somos clientes prioritárias. – A secretária arqueou uma sobrancelha e Bella deu um tapa na testa.

- Lamento, mas acho que mesmo assim terão que...

O som do telefone em sua mesa cortou sua fala.

“ April, estou esperando a Sra. Legrand e sua amiga!”

Bella sorriu sem graça e apontou para nós duas.

- Elas já chegaram, senhor.

“O que?! Então o que está esperando?! Mande-as entrar imediatamente!”

April levantou-se e saiu detrás de sua mesinha, até parar do lado de uma grande porta mogno.

- Por aqui, por favor.

E nos indicou agitando as mãos em direção a porta aberta para o escritório do tal advogado.

Ele se levantou assim que entramos e April fechou a porta. Era o típico humano do mundo dos negócios: Gordo, careca. Eu apostaria meu closet que ele havia passado mais tempo dos seus 50 anos tratando dos seus negócios obscuros do que com sua própria família.

 Após o cumprimento de mãos, com um sinal discreto nos ofereceu as cadeiras de frente a sua mesa. Não havia nenhum sinal de qualquer fotografia ou objeto que se referisse a sua vida pessoal.

Cruzei as pernas e apoiei a cabeça sobre meu cotovelo no braço da cadeira. Bella aderiu uma postura mais formal.

- Então... – Achei melhor começar para terminar logo com isso. – Você deve ser o tal J. Jenks do qual eu tanto ouvi falar?

Ele pareceu ficar mais pálido.

- Acredito que você deve ser a Sra. Legrand. – Disse com um pouco de dificuldade.

Assenti com a cabeça.

- E a senhora deve ser a adorável esposa do senhor Jasper. – Sorriu amigável para Bella.

- Na verdade sou sua outra cunhada.

- Oh, desculpe por isso. – Ele franziu o cenho antes de continuar. – Espero que o Sr. Jasper esteja bem de saúde.

- Sim, está sim. Na verdade está de férias prolongadas. – Bella.

- Ah... Entendo. Bem, de qualquer forma, deveriam ter ido direto ao meu escritório principal. Seriam mais bem tratadas pelos meus assistentes.

Suspirei fundo e me endireitei na cadeira antes que pudessem continuar com aquela conversa de “velhos amigos.”

- Mas estamos aqui agora. Podemos tratar do que interessa?

J se atrapalhou ao por os óculos finos.

- Sim, sim. Os documentos. – Tirou um papel de uma das gavetas e com uma caneta nas mãos começou a falar. – Estamos falando de certidões de nascimento, certidões de óbito, carteiras de habilitação, passaportes...?

E então tudo fez sentido.

Enquanto as palavras do homem ficavam cada vez mais distantes minha mente interpretava cada fato e os relacionava entre si, desde a nossa luta com os Volturi até a mensagem estranha de Alice.

Esse era seu último presente para nós? Ela havia visto que iríamos perder e por isso queria nos dar a chance de manter Lizzie e Nessie a salvo.

Era isso?

Senti os olhos de Bella sobre mim por uma fração de segundo, mas não me importei.

- Nomes?

Será que  nada do que havíamos feito até então nos ajudariam a evitar essa batalha? Toda nossa família, todos nossos amigos, até mesmo os lobos...

- Jacob... Wolfe. Vanessa Wolfe e... Elisa Wolfe.

E Isaac? Eu não teria a menor chance de salva-lo? Nossa eternidade juntos se havia resumido àqueles poucos dias.

- Nome do meio?

- Basta por algo genérico.

 Vendo tudo por esse lado, eu me sentia aliviada por esse Imprinting estúpido que Seth havia tido com Lizzie...

- Como quiser. Idades?

- Vinte e sete para o homem, cinco para as meninas.

... Pelo menos agora eu tinha a certeza de que sempre haveria alguém ao lado dela, alguém que a protegesse, alguém que a amasse, mesmo quando eu... Quando Isaac...

- Eloise? – Senti o braço de Bella sobre o meu. Permaneci em silêncio, não tinha idéia do que ela poderia querer de mim.

- Precisamos de uma foto de Lizzie.

Abri minha bolsa num movimento automático quando ela me soltou. Não tinha certeza do que estava procurando, mas assim que encontrei senti meu peito arder com uma dor que seria capaz de me partir ao meio.

Aquela foto havia sido tirada semana passada, no dia em que as roupas novas de Lizzie haviam chegado e eu havia, arduamente, conseguido colocar um laço verde claro em seu cabelo.

Isaac estava apoiado na moto segurando Lizzie, que se equilibrava facilmente sobre a mesma, e passava seus bracinhos envolta do pescoço dele para retribuir o abraço.

Ambos sorriam para a câmera, ele do seu jeito tranqüilo, ela do seu jeito sapeca. Era a foto perfeita.

- Aqui está. – Entreguei a foto para J, que a examinou rapidamente.

- Sua filha é muito parecida com seu marido. – Disse.

- Nem imagina o quanto.

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No caminho de casa Lizzie e Nessie não paravam de falar em como haviam se divertido o dia todo. Ao que parecia, Charlie não havia tido muitos problemas em tomar conta das duas.

Ah, mas eu havia me esquecido que Seth e Jacob também estavam lá... Então não contava tanto assim. Quero dizer, aqueles lobos fedidos nunca deixariam que nada de ruim acontecesse às meninas.

Lizzie e Nessie acabaram dormindo no caminho de volta, e assim como Bella e Edward, levei minha pequena para dormir em sua cama.

Subi as escadas. A casa estava silenciosa, a maior parte provavelmente estava caçando ou se entretendo com os livros de Carlisle na enorme biblioteca.

- Boa noite, meu amor. – Dei um beijo em sua testa assim que a deixei sobre o colchão, e a cobri com os lençóis.

Apaguei a luz e fechei a porta evitando fazer o menor ruído, não queria que nada a acordasse.

Os meus passos ecoavam pelo corredor de madeira. Abri a porta do quarto.

- Isaac? – Ele estava estirado na cama vendo um álbum de fotos. –Achei que havia saído com os outros.

- Não estava com vontade. – Suspirou e continuou folheando o livro.

Sentei-me ao seu lado para ver o que observava, seu movimento continuo de folhear parou na página exata em que havia a primeira foto que havíamos tirado com Lizzie.

Flash Back on

- Vamos, vamos. – Esme estava desesperada. Agitava a câmera para cima e para baixo.

- Esme, Lizzie ainda é um bebê não precisamos fazer isso agora. – Falei sorrindo.

Lizzie tinha apenas dois dias e parecia ter mais de um ano. E eu não sabia como, mas conseguia amá-la mais a cada dia. Adorava tudo nela: Seus cabelinhos castanhos claros, seus olhos azuis, os sorrisos sapecas, as gargalhadas.

Eu brincava com ela no meu colo. Isaac estava sentado ao meu lado no sofá, seu braço enlaçado na minha cintura e sua cabeça sobre meu ombro. Podia ouvir sua risada toda vez que Lizzie ria para nós.

- Por favor, esse é o momento perfeito. Vocês vão se lembrar dessa foto para sempre.

Revirei os olhos achando a insistência de Esme terrivelmente engraçada.

-Certo.

Acomodei Lizzie nos meus braços para que pudesse sair bem na foto. O braço de Isaac que passava pela minha cintura subiu para meus ombros.

- Lizzie, olha para a câmera. – Ele falou apontando para frente.

E ela havia entendido perfeitamente. Sorriu para o objeto à sua frente.

- Isso, assim está perfeito. – Esme comentou antes de apertar o botão da máquina.

Flash Back off.

- Me desculpe. – Disse de repente. – Estou agindo como um idiota ultimamente. – Suspirou. – Mas quando em penso na minha filha com...

Soltou um grunhido baixo.

- Isaac. – Segurei sua mão fazendo com que olhasse para mim. – Eu entendo o que está sentindo, mas não podemos mudar o que aconteceu... – Tentei sorrir para confortá-lo – Pense que pelo menos agora, haverá mais alguém que se preocupara com Anne Elizabeth, como nós nos preocupamos, e a protegera.

Ele suspirou finalmente se deixando convencer, mas ao mesmo tempo triste, por ter que aceitar a realidade. Passou um dos braços pelos meus ombros, trazendo para perto dele. Deixe-me aninhar no seu abraço.

Após alguns minutos de silêncio onde a única coisa que ouvia era o ressonar de Lizzie no quarto ao lado, Isaac completou:

- Mas saiba que ninguém a amara mais do que eu.

Ri daquela afirmação. Tão ciumento.

- E eu tenho certeza absoluta que Lizzie sabe disso.


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Notas finais do capítulo

Amei fazer esse cap.Espero que vcs gostem dele.hehebjs