Equinox - Última Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 20
Escolha


Notas iniciais do capítulo

"Era horrível pensar assim, mas... Eu tinha que escolher, entre Renesmee e Isaac. Entre minha família e meu coração. As duas coisas que eu mais estimava nesse mundo, pareciam estar sendo usadas contra mim, com o objetivo de me fazer sofrer."



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PDV Eloise

Era o terceiro dia que se passava desde que havíamos nos isolado do mundo num pequeno sítio abandonado no interior do estado de Nevada, a poucos minutos da estrada.

A paisagem desértica era típica da região, assim como as tempestades de poeira que apareciam com alguma freqüência. O calor seria quase insuportável se nosso corpo não fosse muito mais gelado do que a temperatura ambiente.

Ouvi o som do galo enferrujado que se movia no telhado quando o vento mudava de direção. Estava sentada sob o colchão de palha da cama de casal do único quarto que a pequena casa possuía.

Fora o quarto, a casa ainda dispunha de um banheiro, uma sala/cozinha, e uma pequena varanda, com direito até a um pequeno banquinho de balanço comido por cupins.

Não que tudo isso realmente importasse.

Não que eu me importasse de respirar poeira, ou de viver a pelo menos três horas de um ponto onde o sinal do celular pegasse.

Não... Isso não fazia a menor diferença para mim.

Olhei para as minhas mãos fixamente, para evitar ter que olhar para Isaac sentado num banco na minha frente. Mas principalmente, para evitar pensar no que eu estaria prestes a fazer.

Eu nunca odiei tanto o meu poder quanto odiava agora. Pela primeira vez desejei que Elena nunca tivesse me treinado para aperfeiçoar minhas habilidades.

- Eloise?

Levantei os olhos automaticamente ao ouvir sua voz. Encarei seus olhos, hoje quase castanhos, e sofri só de pensar em não poder vê-los nunca mais.

- Isaac... Eu não...

Abaixei o rosto e minhas mãos se contraíram em punhos.

Ontem havíamos finalmente descoberto como eu seria capaz de controlar o meu poder de “curar” vampiros, não era algo tão complexo, mas exigia muita atenção.

Baseava-se basicamente num processo de cura normal, no entanto, muita energia era utilizada. E antes de qualquer coisa, precisava libertá-la e faze-la fluir pelo meu corpo, antes de concentrá-la na ponta dos dedos.

Até ontem, não havíamos tido muito progresso, mas quando, de repente, senti a temperatura de Isaac subir e esquentar os meus dedos, mesmo que por um curto espaço de tempo, algo começou a me incomodar.

E eu sabia o que era.

O principal problema que enfrentávamos eram as conseqüências do que estávamos prestes a fazer. Por que, após passar a tarde seguinte discutindo, Isaac e eu chegamos a conclusão de que: ou ele se tornaria o humano de dezoito anos que havia sido.

Ou, ele se tornaria um humano e seu corpo assumiria todos os anos que havia vivido.

Quando chegamos a essa conclusão, ontem, meu poder se transformou no meu pior inimigo. Senti que o destino estava pregando uma peça terrível contra mim, já que nem em meus piores pesadelos eu me imaginaria tirando a vida de Isaac daquela forma.

E mesmo assim, ele parecia tão... Calmo. Insistia em continuar com aquele absurdo. Tinha vontade de gritar, de bater nele. O que ele estava pensando??!!

Eu nunca poderia trazê-lo de volta.

E por isso, toda vez em que Isaac insistia em se fazer de cobaia novamente, eu não conseguia mais. Enquanto uma parte minha tentava se concentrar, a outra me mostrava imagens desesperadas de um futuro sem meu marido.

De repente, ele segurou minhas mãos nas suas, como se lesse meus pensamentos. Como se pudesse me passar uma força que eu sabia não ter.

- Eloise, você precisa fazer isso. – Disse-me

De fato, eu sabia. Ou melhor, uma pequena parte de mim, sabia.

Por que, sem isso. Não teríamos chances contra os Volturi, e então eles viriam e matariam minha família, e nos matariam também.

Era horrível pensar assim, mas... Eu tinha que escolher, entre Renesmee e Isaac. Entre minha família e meu coração. As duas coisas que eu mais estimava nesse mundo, pareciam estar sendo usadas contra mim, com o objetivo de me fazer sofrer.

E o pior de tudo, era que a escolha era somente minha.

Arriscar viver sem Isaac, ou viver sem minha familia para sempre.

Senti-me rasgar ao meio quando vi que inconscientemente, eu já havia escolhido. A escolha certa, talvez não a menos dolorosa, mas ainda assim, a certa.

- Você sabe que... Se isso não sair como esperamos... Eu nunca vou poder trazer você de volta... Não sabe? – Eu não tinha mais como parar as lágrimas que corriam pelo meu rosto.

Ele suspirou fundo e apertou ainda mais minhas mãos.

- Eu sei.

Sem pensar, me atirei contra seu corpo, entrelaçando meus braços nele. Como se isso aumentassem as suas chances além dos meros cinqüenta por cento dos quais dispúnhamos.

- Queria tanto... Que tivéssemos tempo... – Os soluços dificultavam as palavras. – Para encontrar outra pessoa.

Seus braços me apertaram mais, e quase me arrependi do que estava prestes a fazer. Perde-lo assim seria ainda pior do que antes, pois só poderia culpar a mim mesma. Eu o teria matado desta vez.

- Mesmo se tivemos encontrado alguém, você não conseguiria armar seu espelho em três pessoas. E eu não teria te deixado sozinha.

- Mas vai me deixar agora. – Soltei sem pensar.

Isaac se afastou de mim e me encarou intensamente.

- Eu nunca vou deixar você. – Uma de suas mãos afagou meu rosto. – Nunca.

Um sorriso pequeno cortou minha expressão de aflição e acariciei o seu rosto, tentando soldar os detalhes de sua face na minha memória caso o pior acontecesse.

- Está pronto? – Perguntei num sussurro. Torcendo para que desistisse disso.

Ele assentiu com a cabeça e se distanciou de mim, pousando as mãos sobre os joelhos.

- Você está pronta?

Suspirei fundo e assenti também, aquelas palavras jamais sairiam por minha boca.

E então fechei os olhos e deixei o poder correr livre pelo meu corpo. Era uma sensação estranha, como se meu coração pudesse voltar a bater a qualquer momento, mas isso não aconteceria, pois tão logo ele se via livre, eu já o aprisionava na ponta dos meus dedos.

Abri meus olhos, apenas o suficiente para ver a grande luminosidade que se comprimia em dez pontos, cada um referente a um dedo das minhas mãos. De fato, estava surpresa, nunca havia avançado tanto com aquilo antes.Por um instante pensei em parar, mas já estava fora do meu controle.

A luz se contraiu e depois se expandiu em dez raios finos todos eles atingiram Isaac com tal força que ele voou para trás, e se chocou contra a parede que separava o quarto da cozinha, esta acabou cedendo em inúmeras pedras sobre ele.

E por causa disso, eu não pude ver o que de fato, havia acontecido com ele.

Quando a luz desapareceu completamente, e só havia a poeira no ar, e a luminosidade do sol que entrava pela pequena janela.

Para meu completo desespero, o quarto estava em total silencio. Fiquei estática sentada sobre o colchão olhando para o amontoado de pedras e poeira que devia estar escondendo o cadáver de duzentos e noventa e seis anos que agora, era o que restava de Isaac.

Escondi o rosto nas mãos, as lágrimas desceram uma a uma, apenas uma pequena expressão física da terrível dor que dilacerava meu corpo.

Deus, o que eu havia feito?

Tum.

Aquele pequeno ruído cortou a minha linha de pensamentos e a onda de lágrimas que ainda estava por se intensificar.

Fora tão baixo e único que pensei que fosse obra da minha mente desiludida.

Mas em seguida, vieram vários deles. Mais altos, demarcando sua presença naquele ambiente. Não podia  ser mentira.

Tum Tum, Tum Tum.

Atravessei o aposento em um milésimo de segundo e tão rápido quanto possível, tirei todas aquelas pedras de cima dele...


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Notas finais do capítulo

Eu sei , eu sei...
tá pequeno.
MAs o proximo vai ser melhor. E menos dramatico tambem, tipo, Isaac volta a ser humano depois de tanto tempo? Como será que ele reage agora que é um simples mortal indefeso.

hehehe

relaxem, não vai ser assim até o final, obviamente.

BJsss