Enquanto eu sofrer do mal dos homens

Viver debaixo da sombra das vaidades

E embora, às vezes, sinta vontade,

O que torna o momento viável

Não prossigo, e nem sei o motivo.

Como disse, são apenas momentos.

É o pensar dividido ? é o tédio

Que me acompanha desde sempre

Na mais elegante forma que já vi

Ou o sofrer ? ver uma réstia do que,

Para mim, não significará nada.

Apenas mais um punhado de lamúrias

Vindas de mais um jarro do qual bebi

- e quebrei.

Se estou só, sinto falta.

Se tiver, quero distância.

Não há lógica no imaginável

Nem na vida do poeta

E é por esse motivo que permito

Ou por algum outro desconhecido

Que deixo envolver-me pelo inexistente

Ou o que chamam de platônico.

Assim seja a vida de quem pode

O que se diz separado dos amores

A velha história contada ao puro leito

Ao que espera um dia ser feliz.

E posso gritar aos quatro cantos

Sem esconder o rosto nos panos da vergonha

- Desconheço o amor!

Pois ele não existe.