De certa forma Alana sabia que era isso que Hannibal queria, muito mais do que matá-la. Que ela fosse perpetuamente prisioneira de seu medo. Mas ela nunca seria uma prisioneira sozinha, ela sempre teria Margot ao seu lado.

O assassinato, a morte, o próprio Hannibal, não era o que atormentava Will a noite. Era ele mesmo. Era ele querendo aquilo também, gostando do que via. O que ninguém nunca percebe é que o seu pior inimigo é você mesmo. Você é seu próprio pesadelo.

"Hannibal vivia em um mundo onde só ele sabia as regras de um complicado jogo de xadrez e, por isso, jogava tanto por si quanto pelo oponente. Ele sussurrava no ouvido do rival boas sugestões de jogadas, garantindo que sempre ficaria muito próximo de perder... E nunca realmente lá. Ele sempre ganhava.

E então, surgiu mais alguém que jogava tão bem como ele. "

Separados, eles eram miseráveis. Ambos passaram muito tempo vagando na Terra, sozinhos. Por serem únicos demais, e terem uma mentalidade específica e elevada demais. Will se sentia como se fosse um jogador de xadrez, um ótimo jogador, mas o único no mundo. E de repente, ele foi apresentado a alguém que também sabia jogar. Finalmente tudo fez sentido, bom, por um tempo.

Obviamente, Lecter trabalhava sozinho, ele não poderia arriscar contratar outras pessoas, com jeitos tão peculiares de adquirir os seus ingredientes, e seria certo que os funcionários terminassem como a sobremesa no fim do dia. Embora ele secretamente desejasse ter um aprendiz, queria conhecer alguém que fosse bom suficiente para quem ele pudesse dar esse raro dom. Mas ainda não tinha acontecido... Até agora.

Uma vez que Will já não podia mais se considerar ele mesmo, mil outros "eus" foram atribuídos a ele. Assassino, inocente, culpado, peão. Através dos olhos daqueles que conviviam perto dele, Will Graham era um leque de resultados.
one-shot

Quando um homem passa muito tempo solitário e a fala não saí, a mente pede espaço, abrindo a janela da imaginação.
Era dessa forma que o Dr. Lecter sobrevivia a cada dia no Hospital de Baltimore para Criminosos Insanos. Vivendo apenas de memórias que talvez não fossem verdadeiras, inventando momentos e remoendo lembranças... Lembranças das quais ás vezes não queria lembrar.

Na Paris dos anos 50, o jovem canibal Hannibal Lecter ainda está à solta. A sede de vingança ocupa sua vida solitária, mesmo com as distrações de Lady Murasaki. Nunca confiando em ninguém ao seu redor, age sozinho. Mas uma moça lhe chama a atenção pela destreza e inteligência, fazendo-o considerar se deveria continuar da mesma forma. Ele não precisava que ela se apresentasse, pois Bedelia Du Maurier já estava cravada em sua mente.

Talvez, revelaria seu verdadeiro eu. Talvez, mostraria que apesar de tudo os assassinatos, os troféus -, ainda era humano. Gostaria que ela lhe visse assim também, não como um monstro, mas como alguém que também sente.
- Me avisará quando os cordeiros pararem de gritar, não é?

O primeiro encontro de Hannibal Lecter e Bedelia Du Maurier.

"Estendeu a mão para Bedelia, a qual não repetiu o gesto. Com isso, ele apenas disse acenando formalmente com a cabeça:
- Hannibal Lecter.
Isso imediatamente atiçou um lado investigativo e avaliativo na moça, porém ela não deixou transparecer seu entusiasmo. Inclinou sua cabeça.
- Já ouvi falar de sua pessoa.
- Creio que todos já ouviram. pensou por alguns instantes Não que isso me incomode.
- Eu poderia sair por aí dizendo que Hannibal Lecter encontra-se aqui. Não seria má ideia.
- Mas você não vai."

Dear Will. Nossa história não terminou.