Loa Denyle é mais uma das pessoas que moram no confinado terreno de John Flages. Vive num lugar vigiado, um lugar sem felicidade, um puro cenário de derramamento de sangue e guerra considerados como acontecimentos históricos e honrosos. Viver em paixão, morrer com honra. Quem ligava para isso?
Seu melhor amigo Sam, que foi encontrado na ribanceira do riacho onde mães e donas de casa lavavam as roupas, deixado para morrer pelos guardas do sul, comandados pelo irmão mais velho de John, Carlos Flages, é sua companhia. Desde então ele vive com ela e sua família. Como bateu a cabeça, lembra-se de coisas vagas, que caçava com seu pai, apanhava muito, elementos não construtivos.
Em épocas variadas, garotas como ela deveriam se cuidar, além dos tarados da vila, os quatro irmãos Flages mandavam os guardas da fortaleza “solitários” se “satisfazerem” com mulheres e adolescentes bonitas. Infelizmente, muitas tinham maridos e namorados, e os mesmos se tentassem salvá-las, além de apanharem – e muito –, eram obrigados e ver a cena de suas amadas. Um único irmão que nunca foram capazes de ver é o de seu próprio vilarejo, John. Ele não saía de sua fortaleza por nada. Para eles, o lugar era um jogo de matança em massa, um entretenimento.

“– Vamos morrer se continuarmos aqui, senhor.
– Soldado, iremos morrer de jeito ou de outro. Foi bom servir com você.
– Senhor, o quê está fazendo?
– Uma escolha, soldado. Uma escolha. Não quer ser herói? Isso requer sacrifícios.
– Gray, não!”
Honra. Isso define tudo em tempos de guerra. Sangue inocente jorrado na areia, lavando as pedras cobertas de musgo. Tiros, fumaça, gritos ensurdecedores, ranger de dentes. Situação pior não há. Quem sobreviveria? Coragem é o que define o homem? Não. Coragem é o que define o medo.

Um amigo que esconde a doença.