"E se um dia fogo e gelo se apaixonassem?
Ha, mas que desprazer seria paixão sem toque, olhar a distância, amor sem alegria...
Somente o fogo é capaz de quebrar a frieza de gelo, e esquentar um coração tão frio.
"Mas se me tocares, eu derreteria..."
E somente o gelo é capaz de dar frieza a um coração demasiado quente, o equilíbrio, presença
á uma vida solitária...
"Mas se derreteres e me tocares, hei de sumir..."
E se não houvesse jeito?
Fogo, tão solitário és tão caloroso, porque sozinho?
"Tudo que toco destruo".
E tu, gelo, és feliz assim?Todos te querem.
"O único que quero não pode estar comigo".
As lágrimas frias e o rosto triste de alguém que não pode chorar. Que fazer?
A solidão o consome, a solidão o perturba, o amor queima até um coração frio.
Há um ponto em que não há saída, e sem resistir, ambos se tocam e acabam por ir embora juntos, se consumindo,um beijo perigoso e apaixonado, sem volta, eterno, um amor sem fim...
Nunca separe fogo e gelo.
Pois senão, eles com certeza se encontrarão novamente e a segunda vez é mais intensa,mais perigosa e consome tudo que está pela frente, num desespero incessante, na tentativa apaixonada de prolongar o encontro fatal..."

Ela só se lembra que era um lugar muito triste, e que procuravam a alegria em coisas pequenas... como a esperança.

            Eles  prometeram o paraíso, onde poderiam ver o mar, sentir o vento, ver a chuva.

            Porque não chove no subterrâneo.

            Ela esperava ansiosamente pelo seu nome ser sorteado nos dias da consolação.

            E um dia aconteceu...

            Se lembra de alguns rostos, mas desfocados... e só. Não se lembra o para onde a levaram, o que aconteceu, porque tem aquela cicatriz.

            E ainda quer saber o que é o paraíso.

            E espera pelas respostas...

            Mas enquanto a noite tempestuosa não passa, fecha seus olhos e sonha com o paraíso.

E se lembra de uma linda moça lhe dizendo: "Permaneça em silêncio, com dignidade.Como os lobos. Nunca fale sem pensar. Observe-os e aprenda..."

           

Jane Austen, uma garota comum com o nome da escritora preferida de sua mãe e uma das que mais admirava, com um gosto por livros e coisas antigas, é sequestrada enquanto andava por São Paulo, a cidade em que mora. Mas ela sempre foi uma garota comum, qual o motivo do sequestro ? E qual a sua ligação com uma Duquesa que vive na Londres de 1888, perto do fim da Era Vitoriana, tão distantes uma da outra, tanto na época quanto na geografia ?