Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak
Notas iniciais do capítulo
¹Arco galês ou arco longo, é uma espécie de arco que dispara em uma grande distância
[Nar.Anne]
Acordei, na verdade me acordaram. Deve ser umas 9h ta manhã. Lavei o meu rosto com a água que trouxemos, e peguei uns pães, o Trevor fez o mesmo. Fiquei um tanto sem graça por estar reparando tanto nas orelhas de cachorro...ou de raposa dele.
Ele riu da minha expressão.
-Posso pegar? – Eu perguntei olhando para as orelhas. Ele deveria me achar estranha, mas quem mandou nascer com orelhas de raposa?
-Uh...ta.
Rimos juntos.
-Você se transforma em uma raposa?
-É...por ai.
-Você tem quantos anos?
-35.
-Hã? – Eu perguntei pasma. 35 anos? Como?
-Tanto os druidas como os elfos vivem muito mais tempo. Mas a idade de amadurecimento é diferente, acho que eu tenho a mentalidade de um garoto humano com 15 anos no máximo.
-Vamos voltar à viagem? – Gritou o Elliot enquanto subia no dragão.
-Ah, sim. Até esqueci disso. Vamos. – Eu disse.
Eu me levantei e o Trevor segurou a minha mão.
-Anne... – Ele disse.
-O que?
-Só tome...cuidado com os vermelhos.
Acho que toda vez que eles falam ‘’vermelhos’’ significa ‘’tome cuidado com o Elliot’’.
Fiz que sim com a cabeça, afinal, o que mais eu poderia dizer?
Como Elliot já não estava mais ‘’no chão’’ (ou seja, no ar), eu fui com o Trevor. Pois as gêmeas são mesmo inseparáveis.
Estávamos em pleno vôo. E Elliot olhava frequentemente para baixo, e eu me perguntava o por que.
Uma hora ele do nada voou para baixo.
-Elliot, para aonde está indo? – Perguntou a Amy.
Como ele não nos respondia nós o seguimos.
-Vocês vão ver. – Ele respondeu.
Percebi que onde o Elliot havia pousado, a poucos metros havia uma cabana que parecia um tanto abandonada.
-Elliot, o que...? – Eu disse.
-Ramon? - Disse o Elliot. – Sai daí.
As gêmeas fizeram uma cara de ‘’você está doido?’’ as orelhas do Trevor se empinaram derrepende, como de quem ouviu algo.
Momento surpresa, uma flecha passou por nós e acertou a parede da cabana.
-Ah, Aiie, Elliot. – Disse uma figura de um menino alto com cabelos loiros cumpridos.
As orelhas...ele também é um elfo. – Pensei.
-Arroye gai nile hayüe to arru bahmn . – Ele retornou a falar em uma língua que eu não conhecia. – Arro tue arruega?
Percebi o sotaque engraçado que ele tinha. Era parecido com o do Elliot, puxando o ‘’R’’, e arrastando um pouco a vogal, sem pausa entre elas.
-Lily no Amy, Anne, ra canketä, tue… Trevor, ra transforhyo.
Ele nos olhou com uma expressão cansada, e fez um gesto para entrarmos.
-O que foi aquilo? – Perguntei para o Elliot em voz baixa.
-Língua Élfica
Sentamos no sofá, as gêmeas com aquele ar de desconfiança de sempre, e o Trevor com uma expressão de dúvida.
Ramon se sentou no sofá á nossa frente, e o Elliot disse:
-Posso te pedir um favor?
-O que? – Confesso que fiquei surpresa ao ver que ele estava falando nossa língua.
-Me empresta a Junkun?
-Junkun... – Ele coçou a cabeça. – É uma viagem tão perigosa assim para eu emprestar o meu bebê?
-Estamos procurando pela chave, sabe.
-E o meu pai. – Eu me intrometi.
-É, e o seu pai.
Ele fez uma cara de surpresa.
-Hum...entendo. – Ramon retornou a falar.
-Podem entrar, vou procurar pela Junkun. – Ele disse abrindo a porta da cabana.
-Elliot, o que viemos fazer exatamente aqui? Não é hora de visitar parentes ou amigos, Elliot. – Disse a Lily.
-Visitar? Quem falou em visitar? Quero só pegar a Junkun e dar o pé. – Disse o Elliot se sentando em um sofá.
-Elliot, o que seria exatamente Junkun? – Eu perguntei.
Ele pegou um arco e flecha da mochila que carregava.
-Ramon foi o meu amigo de infância, pensa que só pelo fato de eu não ter pais significa que não posso ter amigos? – Ele deu um riso triste. – Ele brincava comigo e tal, eu, ao contrário dele, não era muito bom com arco e flecha.
Ele fez uma pausa e olhou para mim, acho que ele estava se referindo no dia que ele quase me matou com uma flecha, o dia que eu o conheci.
Ele continuou:
-Mais um motivo para não ganhar a confiança da família Vanyar. Ele me ensinou tudo que eu sei, Ramon se tornou um grande paladino, ganhou a confiança de todos...então ganhou um arco galês, como recompensa por matar um Basilisco que havia invadido Dream Land á uns 20 anos atrás...o nome do arco é Junkun, foi feito com os ossos do próprio Basilisco, dizem que as flechas são inacabáveis.
-Que história interessante. – Disse a Amy.
-E o que você acha, Trevor? – Eu perguntei.
-Acho melhor ficarmos mais fortes possíveis, o que nós estaremos á enfrentar não é um sonho comum.
O Ramon entrou na sala carregando um arco e flecha.
-Tome cuidado com o meu bebê.
-Pode deixar. – Disse o Elliot rindo.
Ele deixou com o Ramon o arco e flecha que foi substituído pela Junkun.
-Aiio, Elliot. – Disse o Ramon.
Voltamos para a nossa viagem de vôo.
* * * * * * *
Passou-se 1h e meia, conseguimos atravessar o jardim, finalmente.
-Quanto tempo agora?
-Para chegar a Nightmare Land demoraria...acho que umas 5 ou 4 horas.- Disse a Lily.
Desabei nesse momento. Fala sério, mais de 8 horas de viagem?
-O lado ruim é que já estamos nas florestas do outro mundo, é melhor irmos por terra antes de arrumarmos confusão. - Disse a Amy.
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se quiserem saber o que o Ramon e o Elliot disseram...
— Ah, oi Elliot. Eu não te vejo há tempos (tradução literal) ~ Faz tempo que não te vejo.
— Quem são esses?
— Irmãs Lily (oculto)e(oculto) Amy, Anne, o sonhado, e...Trevor, o druida
A lingua é ficticia, eu que inventei