Amor Cigano escrita por PATYPATT


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo Bella começa a lembrar e vai fazer nosso cigano gemer sem sentir dor! KKKKKK....curtam!Bjs



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Amor Cigano Cap 4

 

Quando cheguei a carroça da Esme, me joguei no colchão onde dormia e chorei me sentindo perdida. Eu não podia me entregar a esse sentimento que tomava vulto dentro do meu peito simplesmente porque não sabia se era livre

para isso. E se não fosse? Quem eu estaria traindo e magoando do outro lado? Eu amava essa pessoa? Bati com os punhos na minha cabeça, mas, só tive a escuridão e o silêncio como resposta. Chorei até adormecer.

Na manhã seguinte, todos na caravana levantaram mais tarde por causa da festa. Não estava com disposição de levantar e encarar Edward. Não sabia se teria forças para manter a minha decisão de ficar afastada dele até descobrir quem sou. Esme deve ter percebido os meus olhos inchados por causa das horas que chorei na noite anterior, mas, não fez comentários ou perguntas e agradeci mentalmente pó isso.

Levantei e comecei a me vestir.

- Bella vou buscar café e um pouco de pão. Quer que eu traga para você ?– ofereceu gentil e aceitei agradecida. Pouco tempo depois ela voltou com o nosso café e com alguns pedaços de pão geléia de frutas. Comemos em silêncio.

- Hoje você não precisa ajudar no almoço, Bella. Sobrou muita comida de ontem. Direi que está um pouco indisposta. – Esme disse notando meu abatimento.

- Obrigada Esme. Realmente me sinto assim. Acho que vou aproveitar e começar a bordar uma das toalhas de mesa. – disse a ela.

- Boa idéia. – ela aprovou.

Entrei de cabeça, corpo e alma nesta tarefa. Só me dei por mim quando a Esme entrou com o meu almoço. Fiz uma pausa para comer e em seguida retomei o trabalho. Parei quando o dia estava acabando e a escuridão da noite começando a chegar, mas, já tinha bordado um bom pedaço da toalha.

Resolvi caminhar um pouco para esticar as pernas e pensei em ir ao riacho.

A idéia me pareceu ainda melhor quando resolvi tomar um banho. Sabia que aquela hora ninguém tomava banho...normalmente a parte da manhã era para os homens e as mulheres a tarde, mas, de qualquer forma fui até a pessoa responsável pelos horários dos banhos e perguntei. Tem alguém no riacho tomando banho? – ele olhou a relação e negou.

- Pode, por favor, colocar o meu nome? Vou tomar o meu agora. – Esperei ele anotar e depois sai. Levava uma toalha e o preparado de ervas para lavar os cabelos e o corpo. Cheguei ao riacho era o horário do crepúsculo. O sol  lançava umas poucas faixas alaranjadas no céu o azul.Tirei a roupa lentamente. Primeiro tirei a blusa e depois deixei a saia cair aos meus pés. Entrei lentamente na água que estava fria, para o meu corpo ir acostumando aos poucos com a temperatura, depois mergulhei de cabeça. Era boa nadadora e dei umas vigorosas braçadas para aquecer. Após alguns minutos eu caminhei em direção da margem e peguei o preparado de ervas e comecei a espalhar pelo corpo suavemente. Primeiro passei nos cabelos. Depois nos braços, descendo para o pescoço, seios e barriga. Passei um pouco pelos quadris, nádegas e, apoiando uma perna na pedra, passei uma pequena porção do preparado nas minhas partes mais intimas, delicadamente. Entrei na água para me lavar e tirar todo o preparado do corpo e doa cabelos. Sai em seguida peguei a toalha e me sequei antes de me vestir e voltar para a caravana sem perceber a figura alta entre as árvores que me observava em silêncio.

 

PDV EDWARD

Eu estava inquieto. Não vira a Bella hoje e a única coisa que consegui tirar da Esme foi que ela se sentia indisposta e que preferira ficar na carroça bordando. Resolvi caminhar um pouco. Segui pelo riacho até próximo de uns arbustos em busca de privacidade. Sentei-me para repensar os últimos acontecimentos. Estava envolvido nos meus pensamentos quando ouvi barulho de alguém entrando na água. Levantei para avisar a pessoa da minha presença e fiquei paralisado ao constatar que se tratava da Bella, entrando no riacho... Completamente nua. Fiquei mudo e sem reação. Então ela mergulhou e fiquei hipnotizado vendo-a nadar, o seu corpo de curvas perfeitas dando vigorosas braçadas. Ela nadava bem. Senti-me um pouco mal por estar espionando, mas, se saísse agora iria causar um grande constrangimento para a Bella e resolvi ficar onde estava. Ela voltou a margem, parecia uma Deusa saindo das águas. O que aconteceu a seguir me deixou num estado que não posso descrever. Ela começou a passar o preparado de banho nos cabelos, e pelo corpo, seios barriga, nádegas. No final, ergueu uma das pernas e apoiou na pedra me dando uma visão perfeita da sua intimidade onde ela passou delicadamente uma porção do preparado. Voltou ao riacho mergulhando para lavar o corpo e os cabelos. Depois saiu, secou-se e vestiu a roupa. Pegou a toalha e o preparado e voltou para a caravana.

Fechei os olhos, sua imagem gravada na minha retina, Sei que jamais esquecerei aquela visão. Esperei a minha respiração e o meu corpo se acalmar pensando seriamente em tomar banho novamente e caminhei de volta a caravana.

 

PDV BELLA

Voltei para a nossa carroça e resolvi me vestir para o jantar. Havia me esquivado durante todo o dia com medo de encarar Edward. Mas, eu sou uma mulher adulta e consciente dos meus princípios. Saberia agir de acordo com eles e tenho certeza de que Edward respeitaria a minha decisão. Coloquei um vestido vermelho com um corpete preto por cima. Minhas argolas e as pulseiras. Esme ficou feliz quando percebeu que eu sairia para jantar e me esperou para que fossemos juntas. Alice se juntou a nós com um brilho de felicidade no rosto e contou que, na noite da festa Jasper finalmente se declarara e que estavam namorando.

- Alice, parabéns! – disse feliz por ela.

- Obrigada, Bella. Você tornou isso possível. - disse me abraçando.

- Vocês se amam, Alice. Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Que bom que deu tudo certo para ambos. - disse sorrindo.

- E você Bella? O seu coração tem algum dono? – Esme perguntou me olhando atentamente.

- Não sei Esme – respondi desviando os olhos. – Como posso responder essa pergunta se nem sei quem eu sou? – questionei.

- Bella, pare de perguntar para a sua cabeça e pergunte para o seu coração que terá a sua resposta. Quando encontramos nossa alma gêmea o nosso coração é o primeiro a reconhecer. Você já encontrou a sua.  - Disse Alice.

- Eu nem sei se sou livre para pensar nisso. Eu posso ter um noivo que procura por mim neste momento. Enquanto a minha memória não voltar, não posso me considerar livre para ouvir o meu coração.

Nesse instante Edward chegou. Tinha os cabelos molhados como quem acabara de tomar banho. Vestia calça e camisa pretas e uma faixa dourada nos quadris. Estava lindo de tirar o fôlego. Nossos olhos se encontraram e senti o meu coração disparar ...as palavras de Alice voltaram a mi nhá mente. Desviei os olhos suspirando. Passei a noite tentando em vão ignorar a presença marcante de Edward, mas, nossos olhos se encontraram diversas vezes sendo eu sempre a primeira a desviar o olhar. Pelo menos ele não forçou uma aproximação. Ele parecia disposto a respeitar minha decisão.

Já tínhamos jantado e algumas musicas estavam sendo tocadas. Edward sentou em um banco com um violão na mão e começou a dedilhar uma melodia bonita. Depois de um tempo, a sua voz rouca soou num idioma que não conhecia. Lembrei da noite que ele xingou neste idioma.

- Esme, que língua é essa que Edward está cantando? – sussurrei pra ela

- É Romani, Bella. A língua oficial dos ciganos europeus. – ela esclareceu.

A vos de Edward era sensual e afinada. Todos ouviam emocionados. Não conseguia entender o que ele dizia, mas, era possível sentir a dor e emoção que a sua voz passava. Senti o meu coração apertar. Quando os últimos acordes do violão soaram, os ciganos emocionados aplaudiram o seu líder. Edward agradeceu com um sorriso e se retirou.

Naquela noite depois que adormeci tive pesadelos. Vi-me criança correndo num enorme jardim com gramado. Então eu caia e começava a chorar chamando pela minha mãe que não vinha.

Acordei chorando. Minha cabeça doía muito. Esme ficou muito preocupada.

- Estou bem, Esme. Foi só um sonho. - disse para acalmá-la.

A caravana se preparava para partir para um outro vilarejo. Desde que Edward me deixara aos cuidados de Esme que ele designara uma pessoa para dirigir a carroça dela então aproveitávamos esse tempo para conversar e fazer trabalhos manuais. Peguei o meu bordado e Esme começou a montar colar e pulseiras com pedras semi-preciosas.

- Teremos um casamento nesse próximo vilarejo. Serão três dias de festas. Um dos nossos rapazes casará com uma Gadjí. – disse ela e lembrei que esta fora a palavra que a Tânia se referiu a mim.

- O que é uma Gadjí, Esme? – quis saber

- É uma mulher que não é cigana. Nem filha e nem criada pelos nossos costumes. Na nossa tradição é possível o casamento com uma Gadjí desde que ela adote a nossa cultura e nosso estilo de vida, como seus. Nem todos os grupos de ciganos são assim flexíveis. Alguns proíbem casamentos entre cônjuges não ciganos podendo punir com a expulsão da comunidade - disse ela.

Fiquei pensando no que ela falou. Não considerava difícil adotar a cultura dos ciganos e o estilo de vida que levavam. Pelo contrario. Eu adorava imaginar que fazia parte daquela grande e feliz família. Os ciganos era um povo alegre, livre e viviam intensamente. Isso se eu pudesse ter o direito de escolha. Um pensamento me assombrou... E se eu demorasse anos para me lembrar? Estremeci. Isso seria terrível, mas, poderia acontecer. Edward esperaria? E eu iria querer esperar? Minha cabeça doía. Terminei o bordado da toalha um pouco antes de chegarmos ao vilarejo.

- Esme, veja. – disse mostrando o meu trabalho. – Acha que conseguiremos um bom preço? – perguntei

Esme se aproximou e seu queixo literalmente caiu.

- Bella! – exclamou surpresa. - É belíssimo! E você fez tão rápido. Eu teria levado semanas para concluir o que você fez em dias. - sorriu aprovando

- É um trabalho muito fino. As Ladies vão brigar pela sua toalha. – disse rindo.

Quando Esme disse a palavra Ladies fiquei branca. Fechei os olhos apertando a cabeça entre as mãos, enquanto a minha cabeça enchia com uma imagem de uma criada me chamando de Milady. Foi tão real como se ela estivesse presente como a Esme.

- Bella. – Esme correu para mim. – Você está bem?  Fale comigo Bella! – sua voz estava angustiada. Levantei a cabeça.

- Tive uma lembrança, Esme. Uma criada que me chamava de Milady. – disse impactada com a lembrança.

- Milady! Então você é da nobreza?! – ela mais constatou do que propriamente perguntou. Bom... É uma pista. Ficará mais fácil descobrir se tem alguma queixa de desaparecimento de uma nobre. Vou avisar ao Edward para que ele mande investigar. – disse ela. Eu assenti concordando

- Sua memória está voltando Bella. Não vai demorar muito para lembrar de tudo. – disse ela mais animada.

- Deus te ouça, Esme. Isso é tudo que eu quero, nesse momento – falei baixinho.

Esme fez um chá calmante para aliviar minha dor de cabeça e mandou que eu fosse descansar enquanto ela falaria com Edward. Conselho que aceitei de bom grado.

 

PDV EDWARD

Chegamos ao vilarejo e fizemos a formação em circulo como sempre. Dava as últimas instruções quando avistei Esme que vinha em minha direção com uma expressão de preocupação no rosto. Apeei do cavalo e fui ao seu encontro.

- Esme. Esta tudo bem com a Bella? – perguntei

Esme me contou com todos os detalhes o que tinha acontecido.

- Uma Lady! – exclamei, mas não estava surpreso. Pelos modos da Bella para comer, sua maneira de falar e agir, eu desconfiava que se tratasse de uma nobre.

- Acho que será mais fácil descobrir se existe uma reclamação sobre um possível desaparecimento de uma nobre, não é? – Esme perguntou.

- Mandarei investigar. Não comente com mais ninguém sobre isso Esme. – pedi preocupado. Ela assentiu. E voltou para junto de Bella.

Passei a mão pelo cabelo contrariado. Tinha que correr contra o tempo agora. Não podia correr o risco dela ser encontrada antes que eu conseguisse conquistar definitivamente o seu coração.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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