Amor Cigano escrita por PATYPATT


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo temos alguns PDV do Edward.
Deixe suas opiniões e sugestões. Serão muito bem-vindas!
Espero que gostem! ROBeijos!



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Amor Cigano Cap 2

 

PDV EDWARD

Sai da carroça da Esme com sentimentos confusos, dentro de mim. . Fiquei lembrando daqueles olhos chocolates arregalados de medo e a sua boca delicada que tremia ao falar com voz que, mesmo assustada revelava doçura. Senti um forte instinto de proteção em relação a ela.  Bella tinha aceitado ficar conosco até a sua completa recuperação e eu fiquei feliz por isso. Até mais do que devia... E, isso me incomodou um pouco. Ela não pertencia aquele lugar. Mais cedo ou mais tarde ela recuperaria a memória e partiria para o seu mundo, para uma família que a esperava em algum lugar. Passei a mão pelos cabelos e suspirei. Não importa. Eu cuidaria dela, enquanto pudesse. 

Escolhi dois homens para ficar de vigia à noite e os demais se recolheram. Fui para a minha carroça. Estava cansado, mas, a cabeça estava cheia. Quando cheguei lá. Tânia me esperava.

- O que faz aqui Tânia? – perguntei meio brusco. Ela era uma mulher bonita, mas, tinha uma relação com a Tânia que não envolvia sentimento, pelo menos não da minha parte e muito menos compromisso. Algumas vezes ela me fizera companhia, mas, nunca permiti que dormisse na minha carroça para não assumir compromisso com ela perante a caravana. Ela não era o que eu considerava a mulher ideal para ser a minha companheira, apesar de ser boa companhia na cama. Ela sabia das minhas condições e aceitava, mas, ultimamente tentava impor a presença dela na minha vida.

- Ah, Edward. Não está sentindo saudade? – perguntou aproximando-se enquanto passava as mãos pelo meu peito – Tenho notado que está tenso desde o incidente com os ladrões e achei que gostaria um pouco de carinho – falou cheia de malicia. Segurei os seus pulsos afastando as suas mãos de mim.

- Talvez numa outra noite, Tânia. Hoje quero ficar só. Por favor, saia! – disse tentando suavizar a voz para não ferir muito os sentimentos dela.

Ela saiu furiosa depois de dizer uns impropérios para mim. Suspirei estava um pouco cansado dela. Servi-me de uma generosa caneca de vinho. Estava estranhamente irritado. Tânia tinha razão quando disse que eu andava tenso desde o dia do incidente com os ladrões... Desde o dia em que encontrara a garota quase morta. Mas, hoje depois de falar com ela a minha preocupação passara a ser outra. Seria necessário um grande esforço dela para se adaptar a essa vida e, dependendo do tempo que ela demorasse a recuperar a memória, eu teria que pedir para que ela colaborasse com as tarefas femininas na confecção de artesanato e no preparo das refeições. Isso evitaria que ela fosse alvo de ciúmes e que a presença dela gerasse conflito por parte das outras mulheres, como a Tânia, por exemplo.

 

PDV BELLA

Quando acordei todos na caravana já estavam de pé e tomando o desjejum para depois selarem ou atrelarem seus cavalos as carroças para partir.

Esme entrou trazendo uma caneca de café e um delicioso pão que eu descobri terem sido feitos pelas mulheres da caravana.

Sentia-me um pouco fraca ainda, mas, a necessidade de um banho era imperativa e falei com a Esme sobre isso.

- Normalmente paramos próximos a rios ou riachos, desta vez tivemos que parar antes por causa do incidente que ocorreu com você. Então por esse motivo estamos tomando banho de bacia até a próxima parada. – disse ela saindo e prometendo voltar com um pouco de água para que eu me lavasse.

Eu havia tirado a minha roupa e encontrado nos bolsos internos da peça que parecia um calção masculino que era amarrado na cintura e ia até abaixo dos joelhos, um saco com algumas jóias preciosas numa das pernas e na outra um saquinho com dinheiro suficiente para me manter por um longo período. Os ladrões não tinham pensado em me revistar e certamente não levaram o que tinha de mais valioso.

Comecei a rir... Quem tivera essa idéia imaginara os riscos que eu correria na minha empreitada sozinha pelas estradas.

Quando Esme voltou alguns minutos depois, trouxe água quente num balde que transferiu para uma bacia, um preparado líquido com cheiro de lavanda que servia para lavar o corpo e os cabelos e uma bucha nova para esfregar o corpo. Após o banho vesti a roupa que Esme oferecera enquanto as minhas eram lavadas. A principio fiquei tentada a recusar, mas, acabei aceitando por que parecia rude recusar e não gostaria de ofendê-la. A roupa me deixava com o corpo muito exposto. Era composta de uma saia no tom vermelho vivo, que ia até o tornozelo com uma blusa branca com mangas bufantes ¾ que deixavam os ombros à mostra e um corpete preto por cima que realçava as curvas do corpo. Saí da carroça e fui em busca do líder Edward Mansen. Avistei-o ao longe conversando e rindo com alguns homens. Um deles arregalou os olhos ao ver-me e comentou algo com ele que se virou ainda rindo. Quando me avistou, o sorriso morreu em seus lábios e ele estreitou os olhos enquanto me media dos pés a cabeça. Estanquei onde estava intimidada com o seu olhar, mas, ele em poucas passadas me alcançou.

- Bella – ele cumprimentou.

- Olá. – disse sorrindo insegura – Será que podemos falar um minuto a sós?-

Perguntei sentindo o meu rosto ficar vermelho pela forma como ele me olhava. Tinha certeza, não pergunte como, de que aquilo não era uma coisa muito educada de se fazer.

- Siga-me – ele disse bruscamente caminhando em passos largos e praticamente me obrigando a correr para conseguir acompanhá-lo.

Quando chegamos a sua carroça ele se virou para mim para que eu entrasse nela, mas, o esforço que eu fizera tinha me deixado tonta e cambaleei. Fui segura no mesmo instante pelos seus braços enquanto ele dizia algo que imaginei ser um impropério em uma língua desconhecida para mim.

Edward me levou para dentro da sua carroça e me sentou em sua cama.

- Você não podia estar andando pela caravana. Está muito fraca e precisa repousar antes de se aventurar desta maneira. – me censurou ele. Eu me ressenti de seu tom áspero.

- Se não tivesse me feito correr para acompanhá-lo provavelmente não teria me sentido mal. – respondi com o queixo erguido.

Ele estreitou os olhos perigosamente e apertou os lábios num visível esforço para não dizer outro impropério, desta vez, na língua que eu pudesse entender.

- Desculpe-me – disse rápido. Ele era o líder ali e a última coisa que eu queria era começar uma briga com ele. – Na realidade eu saí porque precisava falar muito com você – disse com voz suave.

Ele ergueu uma sobrancelha e ficou em silêncio esperando que eu falasse.

Ah! Ok! Ele não vai facilitar para mim, pensei.

- Eu sei que tenho dado despesas aqui, com comida, medicamento, inclusive roupas, disse num só fôlego olhando para mim mesma. Gostaria que você aceitasse isso como forma de contribuição. - disse estendendo para ele o dinheiro que estava na minha mão.

- Edward olhou para o dinheiro na mão e suspirou antes de dizer calmamente.

- Guarde seu dinheiro Bella. Ele não é necessário aqui. É á minha convidada enquanto estiver convalescendo e depois de recuperada poderá contribuir ajudando as mulheres nas tarefas femininas. – disse ele

- Edward – Eu chamei pela primeira vez o seu nome e vi que ele ficou tenso – Não tive intenção de ofendê-lo. Devo-lhe a minha vida e serei eternamente grata por isso. Peço-lhe encarecidamente que não deixe o seu orgulho falar mais alto neste momento. Gostaria que aceitasse esse dinheiro não como pagamento pela sua hospitalidade, mas, como forma da minha contribuição na caravana até que esteja recuperada fisicamente para ajudar como sugeriu. – insisti. Edward passou a mão pelos cabelos repetidas vezes, num gesto que delatava seu nervoso. Fiquei olhando hipnotizada desejando eu mesma passar a mão naqueles cabelos e sentir a sua textura sedosa. Pisquei quando percebi que ele falara alguma coisa e que aguardava uma resposta minha.

- O... O que? – perguntei como uma perfeita idiota

- Eu disse que não precisamos do seu dinheiro. Guarde-o. Assunto encerrado. Agora, se me der licença a caravana aguarda minhas instruções para partir. – disse abrindo a cortina da sua carroça num convite mudo para eu sair. Levantei-me e saí pensando numa forma de contribuir sem que ele soubesse. Voltei para a carroça da Esme e comentei com ela o que acontecera. Esme sorriu concordando com a atitude dele.

- Bella, você está sob nossa proteção e sabemos que desconhece os nossos costumes, mas, é quase uma ofensa oferecer dinheiro numa situação como esta. – disse ela com um sorriso complacente.

-Mas, Esme. Eu quero ajudar e como não posso ainda fazer com trabalhos físicos ele poderia aceitar essa minha contribuição. Eu me sentiria melhor. –disse contrariada.

- Bella, nosso estilo de viver é mais uma filosofia de vida. Gostamos de paz, de sermos livres e com o dinheiro do nosso trabalho compramos mantimentos e remédios que necessitamos para nossa sobrevivência. Não precisamos de mais. Edward administra bem o nosso dinheiro e nunca deixou que faltasse nada para a nossa caravana. – disse sorrindo.

- Trate de se recuperar e aceitaremos a sua ajuda nas tarefas femininas – concluiu ela sorrindo e dando a conversa por encerrada, também.

Suspirei me dando por vencida... Temporariamente.

 

PDV EDWARD

Estava com os homens conversando e rindo quando vi Igor arregalar os olhos e dizer: “Olhem que visão”, quando me virei para ver de quem se tratava me deparo com “ela” vestida de cigana, a sua pele branca e delicada dos ombros e pescoço exposta pela blusa, as formas do corpo bem marcada pelo corpete. Ela estava de tirar o fôlego. Entendia muito bem porque aqueles homens estavam literalmente babando pela visão da figura dela. Ela estava muito sensual e nem se dava conta disso, o que aumentava ainda mais o seu poder. Vi que ela ficou parada me olhando como se quisesse falar comigo, mas, estivesse intimidada de se aproximar.

Em passos rápidos cheguei até ela.

- Bella. – cumprimentei olhando-a fixamente e vi encantado o seu rosto ruborizar.

Ela pediu para falar a sós comigo e mais do que depressa tratei de tirá-la do campo de visão dos homens. Não queria me indispor com nenhum deles o que fatalmente aconteceria se ela continuasse ali. Quando chegamos a minha carroça me virei para dar passagem para ela ir à frente e me assustei com a palidez do seu rosto e mais ainda quando ela cambaleou para cair, exausta pelo esforço que fez para me acompanhar. Senti-me muito culpado e xinguei a mim mesmo, por isso. Eu a segurei nos meus braços e levei para dentro da minha carroça colocando-a sentada em minha cama. Quando a repreendi por ela ter saído do repouso, ela levantou o queixo me desafiando claramente e dando uma resposta petulante. Quando viu a expressão no meu rosto resolver mudar de atitude e falou suavemente que fez isso porque precisava falar comigo. Fiquei muito nervoso quando ela me ofereceu dinheiro como forma de contribuição. Só não perdi a paciência com ela porque percebi que ela não tivera nenhuma intenção de ofender e também porque estava muito preocupado em não aproveitar o fato dela estar sentada em minha cama vestida daquela maneira. Claro que recusei o dinheiro e fiz com que ela voltasse para a carroça da Esme dizendo que já iríamos partir.

Quando percebi o que estava acontecendo fiquei realmente furioso. Não podia nem iria perder o controle da situação nem dos meus sentimentos, prometi a mim mesmo.

 

 


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