Segredo de Um Coração escrita por nanypotter


Capítulo 4
Capítulo 3




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CAPÍTULO III

— Não, mocinha, não é assim. — Com certa impaciência, Robert tirou o espanador de pó das mãos da pequena Emily, limpando ele próprio uma das mesas da sala de estar e acrescentando, com simpatia: — É assim.

A menina ficou observando por alguns segundos, muito mais interessada no arranjo de pequenos animais de cristal que ornamentavam a mesa do que propriamente no toque gentil do espanador.

— É um coelhinho! — exclamou, animada, erguendo uma das pequenas estátuas.

— É, mas não deve tocá-lo... — Robert advertiu, com certa severidade, tirando o objeto das mãos dela e recolocando-o no lugar. — Essas coisas pertencem à Srª. Bessie, e ninguém deve mexer nelas.

Emily baixou a cabeça.

— Sim, senhor.

— Escute, não deve me chamar de senhor. Eu sou apenas Robert, está certo?

— Sim, senhor.

Meneando a cabeça em negativa, ele devolveu-lhe o espanador e caminhou até o outro lado da sala, onde Nathanael limpava a fuligem da lareira. Apesar de estar fazendo um trabalho muito bom, o menino estava sujo dos pés à cabeça. Até seus cabelos claros estavam pretos.

— E então, fiz direitinho? — ele indagou, assim que Robert se aproximou.

O empregado observou o serviço caprichado do garoto, verificando que era, de fato, muito bom, mas, mesmo assim, apontou para uma minúscula mancha em um canto.

— Ainda há uma sujeirinha ali — observou. Nathanael pareceu desencorajar-se por alguns momentos, mas depois voltou ao trabalho com ânimo redobrado.

— Vou limpar tanto que você vai conseguir ver seu reflexo nos tijolos! — brincou.

Naquele instante, o grito de Belle alarmou a todos, vindo do outro lado da enorme sala. O serviço que lhe havia sido destinado era simples: espanar as teias de aranha e o pó das cortinas pesadas, e abrir as janelas para arejar a casa.

Aproximando-se, Robert afastou as cortinas, por trás das quais estava a causa do pequeno grito: um camundongo morto.

— É só um rato morto que não pode mais lhe fazer mal algum, mocinha — explicou ele com calma.  No entanto, suas palavras causaram mais um gritinho, agora acompanhado de choro.

Nathanael abandonou seu serviço e veio depressa. Ao ver o rato morto, abraçou a menina com força, como vira Lily fazer muitas vezes antes e, sobre a cabecinha dela, encostada a seu peito, explicou a Robert:

— Quando os soldados vieram, Belle e sua mãe ficaram escondidas na adega durante semanas. Não tinham nada para comer, e então ela se viu forçada a preparar o que pudesse encontrar. E só havia camundongos lá. Depois, a mãe de Belle morreu, e ela ficou sozinha... — E, com toda a sabedoria que poderia ter em seus oito anos de idade, Nathanael bateu de leve na cabeça da garotinha, para acalmá-la, dizendo:

— Não chore, Belle. Você não está mais sozinha. Como Lily sempre diz, você tem a nós.

Robert engoliu em seco diante daquela cena, até que conseguiu falar novamente e deu mais uma ordem, para disfarçar a emoção que sentia:

— Pode voltar a seu serviço, Nathanael. E a mocinha pode vir comigo.

A pequena seguiu-o até a cozinha, à porta da qual parou, ainda trêmula. Robert ergueu a grande chaleira de sobre o fogão de lenha, e aquela atitude encheu Belle de pavor. Ela quase podia vê-lo forçando-a a comer o rato aferventado naquela água como punição por não ter cumprido sua tarefa como deveria.

— Venha cá, mocinha — ele chamou, com autoridade. A menina obedeceu, vacilante.

— Sente-se — Robert prosseguiu quando a viu perto da mesa.

Belle mais uma vez fez como ele dizia, mas todo o seu corpo tremia violentamente. Logo, uma caneca fumegante foi colocada a sua frente, enquanto Robert explicava o que era:

— Chá. Quando a srta. Bessie se sente... digamos... triste ou cansada, eu sempre preparo um chá para ela.

A garotinha encarou-o por alguns segundos, depois baixou os olhos para a caneca, hesitando ainda. Enquanto olhava, Robert colocou a seu lado um prato com dois bolinhos que tinham acabado de ser retirados do forno.

— Quando terminar seu chá com bolinhos — disse ele, compreensivo —, vá me encontrar de novo na sala. — E assim dizendo, retirou-se, deixando Belle à vontade para fazer mais uma refeição.

Durante a tarde toda, Lily procurou o que fazer. Bateu tapetes, esfregou o chão, lavou os lençóis que tinham ficado manchados com o sangue de Marlene. E durante todo o tempo, era como se pudesse ouvir a voz de James Potter dizendo-lhe que jamais ganharia a confiança daquela família.

Não compreendia por que se importava tanto com o que aquele homem sem alma lhe dissera. Retirou o tecido pesado da água e começou a colocá-lo no varal, ao sabor da brisa da tarde. Em seus pensamentos, continuava repetindo que não se importava com o que James Potter pensava, ou queria, ou dizia.

Mais tarde, foi mais uma vez ao varal para retirar as peças de roupa que já haviam secado, dobrou-as e voltou-se com a grande cesta nas mãos. Encontrou James ao lado do poço, lavando-se com um balde de água fria. Ele continuava sem camisa, o que, mais uma vez, chamou-lhe a atenção para os músculos que se pronunciavam, viris, por sob a pele tostada pelo sol.

Lily parou por instantes, depois forçou-se a seguir, passando por ele em silêncio. James acompanhou-a com os olhos, até que não conseguiu mais se conter dizendo:

— Fazendo sua parte nos serviços domésticos... Ela ergueu mais o rosto, mas não respondeu, continuando a caminhar. No entanto, a mão forte dele a deteve, surpreendendo-a pela força com que segurou seu braço. Voltando-se, Lily ordenou, em um tom que sempre reservara a soldados da União ou malfeitores:

— Solte-me, Sr. Potter!

Era intenção dele fazê-lo. Na verdade, ele nem compreendia o fato de ter quebrado suas próprias leis de comportamento, tocando-a, quando não deveria. Mas agora que ela parecia furiosa com sua atitude, decidiu mudar de idéia. Gostava de ver o modo hostil como ela procurava se defender. Um breve sorriso apareceu em seus lábios ao indagar:

— E se eu não soltar?

— Talvez tenha de explicar para sua tia como foi que uma cesta de roupas limpas caiu sobre sua cabeça.

Cal não pôde deixar de rir.

— Está me ameaçando? — perguntou, com desdém.

— Basta apenas continuar a me segurar e vai descobrir se estou ou não.

A risada morreu devagar nos lábios dele.

— É — concordou, a contragosto. — Acho que faria mesmo isso.

— Então me solte.

James continuou olhando-a, muito sério agora, e puxou-a mais para si. Surpresa com tal atitude, Lily deixou, de fato, a cesta cair, presa pelos olhos fixos dele e por um sorriso maldoso que se formava muito lentamente em seus lábios. De repente, ele a beijou de modo selvagem, quase cruel. Mas havia naquele beijo muito mais do que rudeza; havia uma fome incontrolável que Lily reconheceu, mas que não podia explicar. Sabia que deveria resistir, debater-se, procurar afastar-se dele. No entanto, não fez nada daquilo. Deixou-se beijar, quieta e mansa, até que deixou escapar um pequeno gemido, mistura de sofrimento e prazer, ao qual James respondeu de imediato.

Lily sentia-se perdida em uma mistura de sentimentos que jamais experimentara. As batidas de seu coração estavam aceleradas, sua respiração perdera o ritmo. Estava totalmente dominada por aquele homem e seu beijo quente, íntimo, sedutor.

James não pensava, não queria controlar-se. Estava perdido em sensações que pensara estarem enterradas para sempre em seu coração. Não compreendia o que estava acontecendo, mas, reunindo todas as suas forças, afastou-se de Lily, interrompendo um beijo que pretendia que durasse para sempre... Deu um passo atrás, incapaz de reconhecer suas próprias atitudes. Lily abriu os olhos devagar, e ele pôde reconhecer uma certa confusão neles. E talvez algo mais: uma sensualidade inata que o deixara longe da realidade por adoráveis instantes.

De repente, lá estava ela novamente: a mulher batalhadora e desafiadora de sempre, encarando-o com aqueles maravilhosos olhos verdes.

— Desculpe-me — foi apenas o que ele conseguiu murmurar, ainda confuso consigo mesmo.

— Está se desculpando pelo beijo ou pelas palavras cruéis? — ela rebateu, sem pestanejar.

— Por ambos. Eu... não deveria...

Sem pensar em mais nada, Lily abaixou-se, pegou a cesta do chão e despejou seu conteúdo sobre a cabeça dele.

— Aceito suas desculpas — disse depois, voltando-se e seguindo em direção à casa. Suas pernas ainda estavam trêmulas e era-lhe difícil acelerar os passos.

— Este é o melhor momento do dia para mim — disse tia Bessie a todos que a rodeavam à mesa. — Cumprimos todas nossas obrigações, e a noite se apresenta diante de nós como um belo prato a ser saboreado com prazer.

Lily considerou as palavras da dona da casa.  Sabia que deveria aparecer ao jantar, com as crianças e, depois dele, prosseguir com suas tarefas até que o dia terminasse. Não conseguia vislumbrar prazer algum no que se abria diante de seus olhos, como fazia tia Bessie.

No entanto, aquilo não lhe parecia tão ruim assim, o pior era ter de enfrentar James. Não conseguiria jamais esquecer o que acontecera junto ao poço, muito menos os sentimentos confusos que a haviam dominado desde então.

Tia Bessie usava um belo vestido de seda preta naquela noite, tinha um camafeu maravilhoso preso à gola, e brincos de jade e pérolas completavam seu traje. Seus sobrinhos tinham trocado as roupas de serviço por ternos elegantes, e Lily e as crianças, apesar de não terem roupas para trocar, estavam asseados e muito bem penteados.

Era um jantar formal ao que parecia, com lugares marcados, e Lily vira-se colocada ao lado direito de James, com. Emmeline e as meninas vindo a seguir. Nathanael estava à esquerda dele, bem como Sirius e Remus. Muitos dos pratos de porcelana chinesa estavam lascados, mas os candelabros de prata que adornavam a mesa brilhavam impecavelmente sobre a toalha de renda. Tudo isso criava uma atmosfera festiva que Lily notava, mas que não compreendia muito bem.

Robert rodeava a mesa, servindo vinho. Os copos das crianças estavam servidos com limonada.

Assim que Robert tomou seu lugar ao lado de Emmeline e Lily tomou as mãos daqueles que estavam a seu lado, como sempre fazia antes de dar graças.

— Pedimos que o Senhor nos abençoe, bem como a esta comida — murmurou, em voz suave. Podia perceber o espanto que se estampou no rosto dos membros da família Potter diante de sua ousadia. Afinal, não era uma hóspede convidada àquela mesa; era, na verdade, uma intrusa.

Tia Bessie protestou pelos demais:

— Nesta casa fazemos nossas orações sem termos de ostentá-las aos quatro cantos.

Lily não protestou. Soltou as mãos que segurava e colocou-as sobre o colo, quieta. James, porém, notou que, mesmo por baixo da toalha, ela e as crianças seguravam as mãos uns dos outros para poderem rezar como estavam acostumados.

— Além do mais — tia Bessie prosseguia, amarga —, acho que Deus voltou suas costas a esta nação desde que esta maldita guerra começou. — E, voltando-se para Remus, acrescentou: — Faça você as orações. — Deus abençoe esta comida — disse ele, rápida e secamente. — Amém! — seus irmãos exclamaram depressa, aliviados pela prece curta e simples. Tia Bessie lançou um olhar aborrecido a Remus ao erguer sua taça de vinho aos lábios. Comentou, antes de beber: você foi bastante breve. Suponho que tenha aprendido isso enquanto lutava contra os ianques.

Remus manteve-se quieto, evitando olhar para quem quer que fosse. Diante dele, do outro lado da mesa, Emmeline olhava para o brilho das velas, parecendo ter os pensamentos distantes dali.

— Tivemos um dia duro nos campos — Sirius acudiu, em defesa do irmão, tomando seu vinho de um só gole. — E depois, a senhora sabe que Remus não gosta de falar em público.

— Você, no entanto, não sofre do mesmo problema, não é?

— Não, titia. — E, colocando um ponto final na conversa, voltou-se para Lily para indagar: — Como estão a garota irlandesa e a garotinha?

— Estão melhorando, obrigada. — Lily podia perceber que James a observava, mas procurou não desviar seus olhos do rosto de Sirius. — Marlene não está consciente ainda, mas hoje abriu os olhos e murmurou palavras sem sentido... Clara já está acordada, mas está fraca demais até para comer sozinha.

Bem, essas são ótimas notícias, não são, James? Ele apenas assentiu, tomando um gole de vinho. Depois pareceu interessado no que Lily dissera: Que tipo de murmúrios disse que ela produziu?

— Pareceu-me que gemia e chegou a apertar minha mão. — Lily ainda podia se lembrar da expressão de pânico que vira nos olhos de Marlene assim que ela acordara.

— É. É um bom sinal — James concordou.

— Eu espero que Marlene acorde logo — murmurou a pequena Emily. — Estou com saudade das canções que ela cantava e das histórias que sabia contar.

— Você se lembra daquela... — Belle começou, mas um gesto imperioso de tia Bessie a fez calar-se.

— Acredito que as crianças devam ser observadas e não ouvidas — a mulher explicou, severa. — Agora, tirem os cotovelos da mesa. Enquanto estiverem sob meu teto, vão se comportar como pequenas damas, ouviram?

As meninas arregalaram os olhos, mas obedeceram de imediato.

Tia Bessie lançou um olhar significativo a Robert, que rapidamente saiu em direção à cozinha, voltando segundos depois com a bandeja de comida, a qual levou ao redor da mesa, para que cada um pudesse se servir.

Lily não ousava olhar para James, embora as palavras dele sobre Marlene a houvessem reconfortado.  Apesar dos modos rudes dele, apesar daquele beijo que a despertara para emoções que nunca sentira antes, havia algo nele que lhe inspirava confiança.

Lily sorriu para as crianças, que se deliciavam com o molho preparado por Robert para acompanhar a carne de porco. Sabia que, se ficassem ali por um bom tempo, todos recuperariam suas forças. Viu que Emily enfiava um enorme pedaço de pão na boca, forçando-o para baixo com goles de limonada e perguntava-se se tia Bessie teria visto também. Parecia óbvio que sim, pois nada acontecia ali sem que os olhos vigilantes e austeros da velha senhora percebessem.

— Sinto que nossas refeições sejam tão frugais...— disse ela, voltando sua atenção para Lilye. — Houve um tempo em que preparávamos vários carneiros, um veado e um porco para apenas um jantar.

— Ela suspirou, lembrando-se da fartura de outrora.

— Bebíamos champanhe francês e usávamos roupas vindas diretamente de Paris e Londres. Agora, por causa da guerra... é como se tudo não houvesse passado de um sonho distante. Quem poderá dizer quando conseguiremos fazer de nossa ilha o paraíso de antigamente? Bem, mas parece que acabei de quebrar minha promessa mais uma vez. Eu jurei que, se meus queridos sobrinhos voltassem da guerra sãos e salvos, eu jamais voltaria a reclamar, fosse do que fosse. E aqui estamos nós, todos reunidos mais uma vez! E por isso eu serei eterna e humildemente grata.

— Vocês todos foram para a guerra? — Nathanael perguntou, após tomar um gole de seu suco. — Onde lutaram?

James voltou-se para o menino. Percebera uma certa angústia, uma ansiedade além do normal, era sua voz.

Durante alguns segundos, a pergunta permaneceu sem resposta. Até que James disse:

— Passei metade de meu tempo em Codric, depois me juntei ao próprio general Moody. Remus serviu na Irlanda, e James estava com o sétimo regimento sob ordens de Alvo Dumbledore, até que... até que ficou um longo tempo em Hogwarts.

James notou que Nathanael baixava os olhos para o prato. Fosse qual fosse o motivo de sua ansiedade, as palavras de Sirius não o tinham satisfeito.

Embora sem entender a importância dos locais citados por Sirius, os nomes eram significativos para Lily. Ela sentia-se triste e chocada por saber que aqueles três homens tinham passado por tão grandes perigos.

Tia Bessie passou o guardanapo com elegância sobre os lábios antes de ordenar a Robert:

— Vamos tomar nosso café e comer a sobremesa na sala.

— Sim, senhora.

Ela afastou sua cadeira da mesa e aguardou até que James se aproximasse, oferecendo-lhe o braço. Lily teve de despertar Emmeline do torpor em que aquela conversa sobre a guerra a colocara.

Na sala de estar, as velas já estavam acesas, dando ao ambiente uma atmosfera agradável, embora um tanto formal devido ao modo como tia Bessie conduzia aquele jantar. A sala estava extremamente limpa e bem cuidada, o que não escapou aos olhos de ninguém, embora apenas Sirius fizesse uma observação:

— O que aconteceu por aqui?!

— Nós limpamos tudo! — Nathanael respondeu, orgulhoso de seu trabalho. — Eu cuidei da lareira.

— Puxa, jamais vi isto tão limpo!

— E eu limpei as mesinhas e os bichinhos de vidro! — Emily explicou, sorrindo, querendo também um elogio.

— E posso lhe garantir que fez um trabalho excelente, mocinha! — Sirius a apoiou.

— Eu os contei — ela prosseguiu, animada. — Emmeline está me ensinando a contar. Eles são vinte e onze.

Remus voltou-se, de cenho franzido, mas Sirius sorriu e indagou, ignorando o erro:

— E você sabe o nome de todos eles?

— Sei! Coelhinho, tartaruga, elefante... Bom, mas eu gosto mesmo do coelhinho, apesar de não poder mexer nele.

— E por que não pode? — Sirius insistia.

— Porque o Sr. Robert disse que eles são da Srª. Bessie, e que eu não devo tocá-los jamais.

— É verdade — tia Bessie observou, cruzando a sala e sentando-se em uma poltrona.

Quando todos já estavam acomodados, Robert foi de um em um, servindo café para os adultos e leite para as crianças, além de doces para todos.

Ao ver que Nathanael estava prestes a repetir o doce, tia Bessie o repreendeu:

— Nathanael, o certo é comer apenas aquilo que se tem vontade.

— Eu sei, madame. Mas eu tenho vontade de comer dois.

Olhando para Lily, como a pedir seu consentimento, ele esperou até que ela negou de leve com a cabeça e depois devolveu o doce. Ao lado dele, Sirius pegou dois doces e, enfiando um inteiro na boca, colocou o outro na mão do menino, devolvendo-lhe o sorriso feliz.

Do outro lado da sala, James estava em pé, sozinho, com um copo na mão direita. O outro braço estava caído ao lado do corpo, como na maioria das vezes. Ao olhá-lo, um tanto furtivamente, Lily não pôde deixar de corar; os olhos penetrantes de James fixavam-na de novo, intensos. Um tremor tomou conta de seu corpo, fazendo-a desviar os olhos de imediato. No entanto, mesmo contra sua vontade, ela voltou a encará-lo. James moveu a cabeça muito de leve, então, e ergueu a taça, como em um brinde. Lily endireitou a espinha e desviou os olhos mais uma vez.

Do outro lado do cômodo, tia Bessie apenas observava, intrigada com o que via. Seu sobrinho, sempre tão austero e reservado e aquela moça trocavam olhares... E, no entanto, era como se mal pudessem aproximar-se um do outro, tamanha era a animosidade que reinava entre eles. Era melhor que tomassem cuidado, imaginava, porque muitas vezes, bastava apenas uma fagulha para atear fogo a uma floresta inteira...


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Notas finais do capítulo

Desculpe-me pelo atraso, tive um pequeno problema,
havia perdido meu pen-drive e nele estava toda a fic.
mas ja o recuperei e por isso cap novo pra vcs.
espero que gostem.
Bjos
Nany



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