No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 9
Capítulo 9 - Stand by me


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!



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     Cuddy deixou escapar um suspiro.

Ela pegou seu coco para beber mais um gole da água. Ela não gostava muito de água de coco, mas se fosse para curar sua desidratação, estava tudo bem. Quando ia começar a beber, viu que não tinha sobrado mais nada.

Deixou o coco cair no chão e abraçou seus joelhos.

House foi em direção dela.

“O que foi?” Perguntou ela.

“Trousse mais um coco.” Disse ele entregando-a.

“Obrigada.” Agradeceu ela tomando um gole. “Que engraçado... Esse coco está gelado.”

“Ficou bom?” Perguntou House.

“Sim... O que você fez?” Quis saber ela.

“Deixei ele na cachoeira por um tempo. A água está ficando mais gelada, por isso esfriou ele.” Explicou House.

“Bem pensado...” Murmurou ela.

Tomou mais um gole. House sentou-se ao seu lado na pedra, que tinha uma superfície lisa perfeita.

“O que?” Falou Cuddy olhando-o sentar ali. “Não vai se divertir com o resto deles?”

House e ela olharam para os outros. Todos estavam começando a abrir as garrafas de cervejas e beber. Willson tinha subido em uma pedra e estava dançando a “dança do robô”, enquanto os outros aplaudiam.

Até Cameron que tinha reclamdo da idéia de beber as cervejas no começo, estava acompanhando os outros também.

“Parece convidativo, mas... Não.” Falou House.

“Não? Você está se sentindo bem?” Perguntou Cuddy incrédula. “Você não adora curtir bebendo e...”

“É que eu tenho uma regra. Eu não bebo se não tiver várias companheiras femininas.” Interrompeu ele.

Cuddy tirou os olhos dele e olhou para o coco que estava segurando.

“Claro. Tinha esquecido isso.” Falou ela em um tom que fazia a suas palavras parecessem obvias.

“Mas também...” Completou ele. “Eu não bebo enquanto tenho assuntos a resolver.”

Cuddy levantou os olhos e viu que ele estava olhando para ela.

“Você está bem?” Perguntou ele com sua expressão típica expressão enigmática.

“Sim. Eu... Vou ficar melhor com uma boa noite de sono.” Respondeu ela um pouco surpresa.

Ela tomou mais um gole de água de coco e olhou para o céu. Ele estava completamente escuro. Já havia passado horas desde que eles encontraram o Oasis, mas resolveram guardar a bebida para a noite.

As estrelas iluminavam o céu de um jeito lindo.

Por morarem em um centro urbano, eles não conseguiam enxergar as estrelas com tanta nitidez, mas ali, no meio de um ilha deserta, parecia que estavam tão próximos delas que se estendessem as mãos poderiam tocá-las.

A Lua brilhava com uma luz também muito linda. Cuddy achava que nunca tinha visto algo tão maravilhoso.

Ela deitou-se na pedra para poder admirar o céu, e para sua surpresa House deitou-se ao seu lado.

“É lindo...” Falou ela sem querer. “Não é?”

“É sim...” Concordou ele também sem querer.

Os dois ficaram lá deitados, um do lado do outro por uns minutos, em completo silêncio. Só admirando o apaixonante céu. House foi o primeiro a quebrar o silêncio.

“Está vendo aquela estrela ali?” Perguntou ele apontando.

“Sim. O que tem ela?” Quis saber Cuddy.

“Faz parte da constelação das Três Marias.” Explicou ele.

“Impressionante.” Maravilhou-se Cuddy.

“E aquela ali é da constelação de Câncer.” Concordou ele.

“Jura?” Perguntou ela.

“Não. Só falei para quebrar o silêncio.” Admitiu ele.

Cuddy não pode deixar de rir. House sorriu ao ouvir sua risada, e voltou a olhar para as estrelas.

Esse era um dos típicos momentos em que os casais querem que dure para sempre. Que eles possam ficar deitados um do lado do outro vendo as estrelas para sempre. Felizes só por estar um perto do outro. Mas com eles foi um pouco diferente.

“Eu... Quero ir embora.” Falou Cuddy.

“O que?” Perguntou House sem entender.

“Não... Eu não quero ficar nessa ilha para o resto da minha vida. Quero voltar para casa.” Falou ela em um tom soturno. “Mas a cada momento que passa, parece que eu estou cada vez mais longe da civilização.”

“Nós vamos conseguir voltar.” Assegurou ele, mesmo não podendo ter certeza.

“Não pode jurar uma coisa dessas.” Falou Cuddy.

“Não.” Concordou ele. “Mas posso jurar que vou fazer de tudo para voltar.”

Ele levantou-se da pedra e Cuddy se pôs sentada.

“Aonde você vai?” Perguntou ela.

“Ver o Willson dançar como um robô.” Respondeu.

House foi mancando para perto do grupo que continuava bebendo e dançando, mesmo sem música.

“Ei!” Exclamou House. “A festa acabou.”

“Na verdade... Ela está só começando!” Gritou Willson.

“Uhul!!” Exclamaram todos.

“Willson, se você não descer daí agora, eu te empurro.” Alertou House.

“Eu não vou descer!” Protestou Willson. “Olha só isso! Eu sou um robô.”

Willson começou a dançar em movimentos duros e engraçados ao mesmo tempo, e House revirou os olhos. Treze estava beijando Foreman. Taub e Kutner tentavam imitar a dança do Willson. Cameron e Chase estavam dançando em câmera lenta um tipo estranho de valsa.

House não estava com muita paciência, por isso simplesmente empurrou Willson de cima da pedra fazendo-o cair na cachoeira, e tomando assim seu lugar.

De cima da pedra ele começou a falar.

“Prestem atenção! Temos que ir dormir agora mesmo.” Avisou ele.

“O que? Por quê?” Perguntou Chase.

“Ah... Fica frio, House.” Falou Foreman.

“Se vocês preferem... Mas saibam que temos que acordar cedo amanhã.”

“O que?!” Exclamou Taub. “Para que acordar cedo?!”

“Ah, puxa... Eu não sei. Talvez seja porque estamos presos em uma ilha isolada do mundo?!” Falou House.

Todos pararam o que estavam fazendo. Willson saiu da água e ficou parado ao lado do grupo, que parecia lembrar novamente que estavam perdidos.

“Acho que a cerveja fez com que vocês esquecessem isso, não é?” Continuou House. “Pois saibam que nós temos que encontrar um jeito de sair daqui e tem que...”

“Espera. Escuta aqui...” Interrompeu Willson.

“Escuta aqui você!” Exclamou House. “A cada segundo que ficamos aqui é mais um segundo longe de casa. Acham realmente que é só nós continuarmos bebendo e curtindo que uma hora alguém vai aparecer e nos salvar?!”

Todos ficaram em silêncio de novo.

“Não vão, não.” Continuou House. Sua voz agora era desanimadora, porém honesta. “Se não perceberam, vocês acharam esse engradado de cerveja no mar, não é?”

Foreman e Cameron se olharam e concordaram silenciosamente.

“E... Qual é o problema nisso?” Perguntou Kutner.

House olhou para Cuddy ainda sentada na pedra, um pouco distante do grupo, e depois deixou o seu olhar se perder nas árvores.

“Significa...” Explicou ele bem devagar com um tom soturno. “Que teve outro avião que caiu aqui.”

“E... Isso não é bom?!” Perguntou Chase quase comemorando.

“Não.” Suspirou House. De cima da pedra ele olhou para o engradado de cerveja que tinha um enorme carimbo de “Frágil” na lateral. “Olhem... Do lado do carimbo.”

Treze foi olhar.

“Ah... Não tem nada.” Falou ela.

“Olhe bem. Está em letras pequenas.” Insistiu ele.

Ela olhou melhor e achou o que House tinha dito que estaria lá.

“Você está falando disso?” Perguntou ela. “A data?”

“Sim.” Respondeu ele. “Que data está escrita aí, mesmo?”

“Novembro de 1990.” Leu Treze e todos ficaram paralisados.

“Outro avião caiu aqui há 11 anos.” Falou House. “Ele devia ser um avião de carga... Estava levando esse engradado e talvez mais coisas, quando caiu. 1990.”

“Isso não quer dizer que ele morreu aqui.” Falou Willson.

“Quer apostar?” Perguntou House. “Considerando que era um avião de carga, só tinha um piloto e o co-piloto. Dependendo do jeito como ele caiu... Pode ter sido comido por algum animal, ou até mesmo morrido afogado. Tem várias opções além dessas também, é claro.”

“Então digamos que eles realmente morreram aqui.” Falou Taub. “Aonde você quer chegar com isso?”

“Quero dizer que eles morreram aqui.” Repetiu House. “Eles não saíram daqui. E é exatamente o que vai acontecer se nós não fizermos alguma coisa.”

O rosto de todos foi preenchido de tristeza, desânimo, cansaço, e todas as outras emoções e sentimentos que eles tinham arrastado o dia inteiro consigo. House tinha acabado de falar que mais alguém tinha caído na ilha, e que não tinha saído de lá.

Aquilo acabava com grande parte das expectativas deles. Tinham que fazer alguma coisa. Não podiam simplesmente ficar presos ali para sempre, e... Esperar a morte.

“Vamos fazer alguma coisa.” Falou Kutner decidido.

“Agora?” Perguntou Treze e ele assentiu com a cabeça. “O que podemos fazer no meio da noite?”

“E-Eu não sei.” Admitiu ele incomodado e nervoso. “Mas temos que sair daqui. Eu não quero morrer aqui. Não mesmo!

“Ninguém quer. E isso não vai acontecer.” Falou House.

“E você tem um plano?” Perguntou Willson.

Isso foi suficiente para House mostrar aquele sorriso torto e maquiavélico que ele sempre mostrava quando tinha uma idéia maluca.


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Notas finais do capítulo

House e suas idéias loucas... O que ele fará para tirar todos daquele lugar?

E quanto a Cuddy? Será que ela vai concordar com suas idéias?

Agradeço a todos os reviews que estou recebendo! Continuem mandando, e até o próximo capítulo!