No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 10
Capítulo 10 - Alone with you


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai um capítulo que aposto que vocês vão gostar!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/97169/chapter/10

Cuddy estava deitada na pedra.

Ela não tinha saído de lá desde que chegou ao tal Oasis, mas preferia ficar ali. Até porque, agora estava tão escuro que não enxergava nem mesmo a sua própria mão.

Não tinha idéia de que horas eram... Talvez Wilson soubesse dizer, mas... Não queria acordá-lo. Á alguns metros de onde ela estava, Wilson dormia um sono profundo.

“Tivemos um dia cansativo...” Pensou ela. “É melhor deixá-lo dormir...”

Ela virou-se para a direita.

Lá devia estar House. Em algum lugar em meio á escuridão.

“House...” Pensou ela. “Não consigo nem te enxergar.”

Ela virou suas costas para a pedra, de modo que pudesse encarar o céu. Estava tão lindo quanto á alguns minutos atrás. As estrelas brilhavam intensamente junto com a Lua. Mas, infelizmente, por causa das árvores, isso não era o suficiente para iluminar o local.

Enquanto olhava o céu, Cuddy viu uma estrela cadente passar rápido.

“Ah!” Disse Cuddy com uma voz um pouco rouca.

Ela olhou para o lado onde Wilson estava e esperou por algum sinal de que o tinha acordado, mas nada aconteceu. Ela continuava á ouvir seus roncos.

Ela olhou, então, para o lado de House. Esperou... Nada.

House não fazia nenhum barulho. Nem um mísero som.

“Bem... Tenho que fazer um desejo, não é?” Pensou Cuddy. “Eu... Eu quero... Quero que todos nós voltemos para casa. Sãs e salvos.

Ela continuou olhando para o céu.

Sabia que em algum lugar daquela ilha, ou o que quer que aquele lugar fosse, estavam Treze, Foreman, Chase, Cameron, Taub e Kutner. Não sabia se estavam dormindo, acordados como ela, ou fazendo qualquer outra coisa.

Lembrava-se que tinham se dividido em grupos para explorar a ilha em busca de algum sobrevivente. Mas isso já tinha passado muito tempo... Ou não? Já não tinha mais noção de tempo...

Treze, Foreman e Taub foram para o lado Oeste, enquanto Chase, Cameron e Kutner foram para o Leste.

Ela esperava que todos estivessem bem. Sabiam que os Walk-Talks continuariam funcionando mesmo com uma distância grande... O problema eram as baterias...

Ah... De nada vale eu pensar nisso agora. O que está feito está feito. Se não parar de pensar nisso, nunca vou conseguir dormir.” Pensava Cuddy.

Ela se virou para o lado de House. Ele parecia estar dormindo profundamente... Não fazia nenhum som.

“Nossa, House. Como você consegue dormir desse jeito?” Pensava ela. “Queria tanto dormir assim. Eu queria tanto... Ver você.”

Uma lágrima estava prestes á escapar-lhe, mas Cuddy limpou-a antes. Ela continuou encarando a escuridão ao seu lado.

É, parecia estranho, mas... Ela precisava saber que House estava lá. Ela estenderia a mão até tocar nele, e, se ele acordasse, ela poderia fingir estar dormindo.

Se desse errado, ia ser estranho, mas ela tinha que fazer isso.

Ela começou a estender a mão devagar em direção ao House. Cautelosamente ela foi chegando cada vez mais perto...

Cuddy, no fundo, se sentia um pouco idiota por fazer isso, mas precisava ver que ele estava ali em meio da escuridão. Para se sentir um pouco mais... Segura.

Ela continuou esticando a mão até que... Nada.

Ela tateou a pedra... Nada.

“Talvez... Mais para lá...” Pensou ela.

Ela se aproximou mais e mais, quando descobriu que não iria se sentir mais segura... Porque House não estava ali.

Ela levantou-se e chamou seu nome baixinho para não acordar Wilson.

“House!” Sussurrou ela.

Ninguém respondeu.

“House! Onde você foi?” Perguntou, ainda sem resposta.

Estava em pé na pedra chamando por ele, quando teve uma idéia.

“Acho que sei para onde você foi...” Murmurou ela. “Espero que eu esteja errada.”

Ela desceu cuidadosamente da pedra e começou a tatear seu caminho. Ela se lembrava do caminho com um pouco de clareza. Antes de dormir, pensou que talvez fosse importante saber como voltar para a praia.

“Aqui tem uma árvore larga. Logo ao lado... Tem três árvores finas juntas.” Ela foi tentando se lembrar a medida que avançava na escuridão.

House estava sentado na areia.

Mesmo estando de noite, provavelmente no meio da madrugada, ele conseguia enxergar normalmente. A Lua brilhava tanto perto do mar que era quase como se estivesse de dia.

“Droga...” Resmungou ele.

Ele estava de frente para o mar. As ondas molhavam seus pés à medida que iam e voltavam.

Seus olhos fitavam o horizonte, pensativos. Seu cérebro, no momento, estava funcionando á mil por hora.

“O que pode ser...?” Resmungava ele baixinho.

Ele deslizou sua mão direta pela a areia. Se tinha uma coisa que ele odiava era estar errado. Mas se tinha uma coisa que ele odiava mais do que estar errado, era não saber a resposta para alguém problema.

House estava pronto para levantar da areia, quando ouviu alguém falar atrás dele.

“Seu filho da mãe!” Exclamou a voz.

Ele virou-se e viu Cuddy.

“Não era para você estar dormindo?” Perguntou ele não ligando para o xingamento.

“Não era para você também estar dormindo?!” Reclamou ela. “Você nos deixou sozinhos... E para que?”

Ela perguntou, mas House sabia que ela já tinha a resposta.

“Eu tenho que saber o que...” Tentou explicar, mas Cuddy não quis ouvir.

“Claro!” Reclamou ela. “Você tem que ficar aí com o seu jogo idiota!”

“Sabe, teve um motivo para eu não acordar você.” Respondeu ele sem muita paciência.

“Claro. Preferiu deixar eu e Wilson para trás, do que enfrentar a situação de...” Falou Cuddy, mas House a interrompeu.

“Olha só quem fala!” Exclamou ele. “Enquanto você está aqui, Wilson está sozinho lá atrás!”

“Não mude de assunto, House! A culpa é toda sua!” Gritou ela.

“Ah, é minha?!” Repetiu ele. “E por acaso fui eu que estava dirigindo aquele avião?! Fui eu que quis cair em uma ilha deserta e perdida no mapa?!”

“Não, mas foi você que preferiu nos deixar para ficar á companhia de cadáveres!” Berrou Cuddy apontando para os corpos no chão. “Até que ponto você odeia as pessoas?!”

House revirou os olhos  e mancou até os corpos, dando as costas para Cuddy e ignorando-a.

“Até que ponto você me odeia...?” Perguntou ela, aogra com seu tom de voz baixinho.

House se sentiu mal ao ouvir isso. Eram raras as vezes que essa dor estranha no peito...

“Não seja idiota.” Falou House. “Eu não odeio você...!”

Quando ele se virou e olhou para Cuddy teve uma surpresa.

Seus olhos brilhavam á luz da Lua. Eles estavam cheios de água, e sua expressão refletia o quão magoada estava.

“Cuddy...” House deu um passo na direção dela. “Vai ficar tudo bem...”

“Bem?!” Falou ela enquanto algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. “Como você pode dizer que vai ficar tudo bem, quando a única coisa que você consegue se preocupar é pessoas mortas?!”

House não falou nada. Ele deu mais um passo na direção de Cuddy.

“Não está nada bem...” Murmurou ela triste. “E você não ajuda em nada!”

House parou em frente dela. Estavam tão perto um do outro que Cuddy podiam sentir a respiração de House. E House a dela.

“Eu...” Murmurou ele baixando os olhos para a areia. “Quero te ajudar.”

Cuddy estava prestes a responder alguma coisa grossa, mas não conseguiu e acabou por chorar e abraçar House. Ele, por sua vez, abraçou-a também.

Os dois ficaram parados daquele jeito por um tempo. O único som que podiam ouvir eram as ondas no mar, e o choro abafado de Cuddy contra o peito de House.

Depois de um tempo ela parou de chorar e foi se afastando aos poucos. Ela deixou-se cair sentada na areia e ficou olhando para o horizonte, e House sentou-se ao seu lado.

“Vamos dar um jeito.” Falou ele depois de mais alguns minutos de silêncio.

Cuddy olhou para ele. House fitava o mar.

Seus olhos azuis brilhavam. Pareciam tão perfeitos... E profundos... Mas ela se controlou para não se perder neles, por isso desviou a atenção para o mar.

“Não sei...” Murmurou ela desanimada. Sentia que já não tinha mais nenhuma energia ou motivação.

“Confie em mim.” Falou ele.

Cuddy olhou em seus olhos novamente. Dessa vez não pode desviar a atenção.

“House...” Murmurou ela.

“Sh...” Fez ele. “É melhor voltar e descansar.”

Cuddy soltou um suspiro de cansaço.

“Se quiser... Eu posso deitar do seu lado.” Brincou House.

“Vai sonhando...” Resmungou ela em respota.

Ela deitou sua cabeça no ombro dele, e acabou caindo no sono. House olhava para ela enquanto dormia.

“Cuddy...” Pensava ele.

Foi aí que ele pensou em uma coisa. Uma idéia terrível.

“Essa não...” Murmurou ele. “Meningite...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que vocês acham que vai acontecer?

Será que foi uma boa idéia eles se separarem?

Reviews!