No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
Capítulo 17 - Let it be


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo...

Eu sei.. Foi rápido, né?
É que eu fiquei tão ansiosa por escrever o último capítulo que acabei me empolgando. E me superando também. Acho que nunca atualizei tão rápido uma fic!

Bem... Sem mais delongas aqui vai o último capítulo da melhor fic que eu já escrevi.



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Estava tudo escuro.

Só dava para ouvir alguns barulhos vindos do navio, mas nada que fizesse algum sentido. As pessoas diziam coisa que deveriam ser palavras, mas eram só sons estranhos.

Pelo menos ao ouvido do House.

Ele tentou abrir os olhos devagar. Eles ardiam muito. Devia ser por causa da água do mar.

O que...? O que houve?” Pensou House fraco demais para falar. “Eu... Lembro de estar m afogando...”

“House?” Ouviu uma voz distante chamar seu nome. Ou ela estaria perto? Ele não conseguia dizer.

“House!” Chamou de novo a voz.

Ele tentou abrir os olhos mais uma vez. Ainda ardiam muito, e provavelmente estavam vermelhos, mas tinha que ver quem era.

Em meio de todos aqueles sons estranhos e incompreensíveis era consolador ouvir alguém falar algo que ele pudesse entender.

“Oi...” Falou ele debilmente. Aquilo parecia mais um sussurro, mas a pessoa que o estava chamando entendeu.

“Ah, House.” Falou a voz em um tom aliviado.

Ele não conseguia ver quem era, mas essa pessoa lhe deu um abraço. Ele ainda conseguia sentir o calor do Sol encima dele. Piscou algumas vezes, tentando não ficar cego com a claridade indo direto para os olhos dele.

“A ilha...” Ele lembrou. “Tem gente...”

“Estamos bem.” Falou a voz. “Está tudo bem agora.”

“O que...?” Ele não conseguia perguntar.

A pessoa apareceu diante de seu rosto. Era Cuddy.

“Sou eu, House. Você está bem. Todos estão.” Ela sorriu.

“Como?” Perguntou ele.

“Você conseguiu chegar ao navio.” Explicou ela com calma.

“Não.” Negou ele.

“O que fez foi completamente insano. Uma loucura completa!” Ela tentava parecer irritada, mas no fundo estava muito feliz de vê-lo bem. “Mas... Salvou a todos nós. Como sempre.”

O sorriso dela era lindo. Ela podia ficar parado ali olhando para ela o dia inteiro, mas ele lembrou-se melhor do que tinha acontecido.

“Eu caí.” Falou ele. “O barco virou por causa da rede e eu não consegui chegar ao navio. E aqueles tubarões...”

“Eram golfinhos.” Sorriu ela achado graça. “Dá para acreditar que eles puxaram você e o Wilson para cima?”

House parou para pensar naquilo.

“Não... ao dá mesmo.” Disse ele. “Mas... Como entrei no navio?”

“Os pescadores te viram. E viram o Wilson também.” Explicou ela. “Puxaram os dois para cima, mas...” Seu rosto foi tomado de preocupação e tristeza. “Mas você estava desacordado. Não dava sinal de vida... Wilson pensou que você fosse morrer.”

“E... O que aconteceu depois?” Quis saber ele.

“Ele sentiu seu pulso. Estava voltando ao normal, embora a respiração ainda estivesse fraca.” Contou Cuddy. “Nós... O Wilson não conseguiu falar com eles logo de primeira, aí...”

“Por quê?” Perguntou House franzindo o cenho.

 Cuddy olhou para os homens que andavam de um lado para o outro no navio, carregando redes de peixe, e falando uns com os outros.

“Esse é um navio de pesca japonês. Estamos em uma pequena ilha desabitada no extremo Sul do Japão.” Contou ela. “Nós perdemos o curso a muito tempo. O piloto estava desorientado, por isso acabou mudando a rota.”

“Nunca iríamos chegar á Sidney.” Concluiu ele.

“Não mesmo.” Sorriu Cuddy.

“Puxa... Eu...” House sentiu uma dor de cabeça, mas tentou falar assim mesmo. “Eu pensava que nós estávamos no triângulo das bermudas. Que decepção.”

Cuddy não pôde deixar de rir.

“Seu sarcasmo está intacto. Que droga...” Comentou ela ainda sorrindo.

“Pois é.” Concordou ele tentando sorrir.

“Depois de muito trabalho, Wilson conseguiu dizer onde nós estávamos. Ou pelo menos apontar... Aí eles nos salvaram.” Contou Cuddy. “Só que quando chegamos aqui, você ainda estava inconsciente.”

“Estou bem agora...” Afirmou House.

Cuddy controlou-se para não chorar.

“Quando o Wilson contou a loucura que os dois fizeram... Eu pensei que nunca mais ia ver você.” Algumas lágrimas escaparam do rosto dela. “Não sabe como estou feliz em saber que você está bem.”

Ela beijou delicadamente a testa dele, e House sorriu.

“Estou aqui. Não ia morrer.” Falou ele.

“Claro.” Falou ela. “Cretinos não morrem, não é mesmo?”

“Isso. É biologicamente impossível.” Brincou House.

“Que bom que está bem.” Repetiu ela.

Ele tentou se levantar. A sua cabeça latejava. Naquele momento ele pode entender porque não compreendia uma palavra que aquelas pessoas estavam dizendo.

Todos eles, sem exceção, eram japoneses.

Um deles se aproximou de House e Cuddy. Ele notou só aí que estava deitado no chão do convés. Provavelmente estava cheirando a peixe também, mas era o preço a pagar por estar vivo.

“Melhor?” Perguntou o cara como se estivesse falando a palavra mais difícil do dicionário.

“Sim.” Falou Cudy devagar.

“Bom.” Disse o cara de novo com dificuldade.

Ele queria dizer mais alguma coisa, mas resolveu que a linguajem dos sinais seria a melhor opção. Ele apontou para uma porta que tinha do outro lado do convés.     

House não tinha idéia do que ele queria dizer, mas Cuddy pareceu entender.

“Certo.” Falou Cuddy. “Arigatô.”

O cara sorriu, assentiu com a cabeça como os japoneses fazem, e voltou ao trabalho.

“Quanta inteligência...” Comentou House.

“Cala a boca. Eles salvaram a sua vida.” Falou Cuddy.

“O que ele queria dizer?” Perguntou ele.

“Os outros estão lá dentro descansando.” Explicou Cuddy. “Vamos, é melhor você se deitar lá.”

Ela ajudou o House a se levantar. Ele cambaleou um pouco quando ficou de pé, mas Cuddy serviu de muleta para ele.

“Eles estão deitados?” Perguntou House.

“Sim.” Respondeu Cuddy.

“Há quanto tempo?”

“Mais ou menos 1 hora.” Respondeu.

“E nenhum deles podia me por deitado em uma cama? Tinham que me deixar no chão de um convés?” Resmungou House.

“Pare de reclamar.” Riu Cuddy.

“Não me importo.” Falou House dando de ombros. “São vocês que vão ter que agüentar meu cheiro de peixe mesmo.”

Cuddy olhou para ele arrependida de não ter insistido mais para que eles o colocassem na cama. Agora teria que agüentar aquele cheiro, mas... Por ver o House vivo, ela achava que valia a pena.

Quando abriu a porta um ar frio soprou para fora do cômodo. Era um dormitório que os pescadores tinham emprestado para eles descansarem um pouco.

House reconheceu aquele ar gelado. Ar condicionado. O milagre dos Deuses.

“Tecnologia...” Suspirou House sentindo-se mais confortável.

“House!” Exclamaram todos quando o viram.

“Que bom que acordou.” Falou Wilson.

“Esteve dormindo por um bom tempo... Como se sente?” Perguntou Taub.

“Como se tivesse sido derrubado por uma rede de pesca, e tomado banho com um bando de peixes podres.” Falou House. “Resumindo... Estou bem.”

Eles sentiram o cheiro de peixe vindo de House. Foreman torceu o nariz, Treze desviou o olhar, e os outros tentaram não fazer caretas.

Depois de um tempo todos foram dormir. Por sorte eles tinham algumas camas extras, mas House teve que dormir na enfermaria.  

No meio da noite Cuddy abriu delicadamente a porta da enfermaria e olhou para dentro. Lá estava House deitado na maca. Seu sono era pesado e profundo, e ela imaginou com o que ele estaria sonhando.

“House?” Chamou ela em um sussurro.

Ela se sentiu ridícula. Ela podia até acordar o House, mas... O que diria em seguida? Não tinha idéia.

Por fim, ela pensou que ele não ia acordar, por isso virou as costas para sair do quarto, só que acabou sendo surpreendida pela voz do House.

“Eu amo você.” Falou ele.

Ela virou-se rapidamente. Provavelmente ele estava dormindo... Não devia ter falado aquilo para ela... Não é?

“House?” Disse ela baixinho.

Os olhos dele estavam abertos e a fitavam de um jeito taciturno.

“Eu disse que amo você.” Repetiu ele.

Cuddy não se moveu. Ficou parada lá por um tempo só olhando para o House. Estava estupefata demais para dizer ou fazer alguma coisa. Mas por fim ela conseguiu fechar a porta atrás dela.

“Você me ama?” Perguntou ela sem acreditar.

“Por que está tão admirada?” Perguntou House. “Eu remeu contra a corrente para um navio a milhares de quilômetros de distância, caí em um mar com peixes que eu achava que eram tubarões, só para poder salvar você de uma ilha deserta.”

Cuddy não conseguia acreditar naquilo.

“Achei... Que fosse um pouco mais evidente.” Falou ele.

“Você é completamente maluco.” Disse Cuddy com um sorriso torto no rosto.

“Você causa esse efeito em mim.” Falou ele.

Seu rosto estava sobre o travesseiro. House estava deitado de lado na maca enquanto observava Cuddy.

“Sabe... Eu achava que você ia morrer.” Falou ela.

“Eu sei.” Disse ele.

“É, mas nunca vai saber como foi que eu me senti ao pensar que nunca mais ia ver você fazendo uma loucura arriscada novamente.” Ela balançou a cabeça e deu um passo para frente. Ajoelhou-se para que seus olhos ficassem na mesma altura dos de House. “Toda vez que você faz uma loucura dessas, isso me irrita. Mas... Não posso deixar de... No fundo torcer para que dê certo.”

House piscou os olhos. Nunca imaginaria que Cuddy fizesse isso. Torcer para que seus planos loucos dessem certo? Uau!

“Eu não queria. Não mesmo... Mas...” Ela suspirou e beijou os lábios de House. “Eu te amo.”

House, ao sentir os lábios da Cuddy tocando os dele, sentiu sua cabeça girar. Quando ela se afastou ele tentou voltar a sua mente ao lugar onde estava antes.

“Então...” Falou House por fim. “Dizemos a verdade...”

“E como se sente com isso?” Perguntou Cuddy.

Seus olhos doces e carinhosos fitavam House com toda a delicadeza que podiam. Ela tinha acabado de revelar a sua queda secreta por ele, e ele... Ainda estava atordoado.

Mas ele sentia algo diferente. Não sentia aquilo há muito tempo mesmo. Um sentimento diferente e há muito esquecido por ele. Demorou algum tempo para ele identificar o que era, mas ele conseguiu e respondeu para a Cuddy.

“Feliz.” Disse ele.

Cuddy sorriu. Desde que conhecia House ele sempre fora infeliz. Sempre era rabugento e anti-social, mas isso nunca impediu que ela gostasse dele secretamente. Ouvir que ele agora estava feliz foi algo muito reconfortante.

“Esperei tanto tempo para ouvir isso.” Riu ela. “Fico feliz por você estar feliz.”

Ela o beijou novamente e ele correu seus dedos pelo cabelo dela. Quando pararam o beijo, House franziu o cenho.

“Estamos indo para casa... Pelo menos para o Japão. Depois vamos direto para New Jersey.” Falou ele.

“Sim.” Concordou ela sem entender.

“E depois? O que vai acontecer?” Perguntou ele.

Cuddy não sabia, mas se limitou a sorrir.

“Hoje você agiu por impulso.” Falou ela. “Será que... Pode parar de panser e programar tudo só um pouquinho e... Deixar as coisas acontecerem?”

House sorriu levemente.

“Por você sim.” Respondeu.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Eu dei o meu melhor nas cenas Huddys. Espero que tenha agradado.

Bem... Esse foi o capítulo final de "No meio do nada".
Eu não queria que a fic terminasse... Tentei enrolar ao máximo, mas... Fazer o que...

Eu estou escrevendo outras duas fics de House: "Love Sucks" e "I hate you". Se vocês quiserem ler, eu vou ter o maior prazer de ler o reviews que vocês mandarem!

Também tenho uma fic de Percy Jackson... Mas enfim...

Agradeço a todos vocês que leram e mandaram reviews! De todo o coração!
Por isso, se quiserem recomendar a fic, ou mandar mais reviews ainda... Sintam-se a vontade!

Beijo para todos vocês! E até a próxima fic!