A Utopia do Perigo. escrita por Raissa Muniz


Capítulo 12
Mamãe


Notas iniciais do capítulo

Bem, devem ter percebido que a fic tava abandonada e literalmente parada no quinto cap., então pra pagar por todo esse tempo, escrevi seis capítulos (6º ao 12º) num dia e sei que estão horríveis, mas foi o máximo que pude fazer. Ah, obrigada pela leitura. ;)



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A vida continuava a mesma para qualquer um, menos para mim. Nos últimos dias minhas alegrias foram renovadas e eu finalmente via a verdade no caos.

Pois é, em uma das conversas descontraídas com tia Ellana, acabei perguntando por minha mãe e ela mais uma vez mudou o assunto de forma rápida e eficiente.

Eu comecei a escrever textos sobre isso sempre que as forças deixavam e pedia para Leka enviar à redação do jornal local, embora eu continuasse a assinar com o pseudônimo de Estrela Sanguinária.

Foi um desses textos que me fez receber meu maior presente, dias depois.

Recebi uma carta de alguém que se dizia ser minha mãe.

Não acredito que tenha sido simplesmente alguém brincando comigo, até porque ninguém além de mim e da Leka sabia sobre meu pseudônimo secreto. Não acho que Leka seria capaz de me enganar desse jeito, e só esse pensamento já me fez ter nojo de mim mesma.


O que aconteceu foi que recebi uma carta dela e até agora estou tentando identificar significados nas palavras que ela escreveu. Agora sim eu peço para viver com mais vontade, uma vez que a pessoa que eu mais precisei a vida toda finalmente se mostrou, depois de anos de busca.



Logo percebi que meu dom para escrever sobre sentimentos foi herdado dela e não pude deixar de me emocionar com suas palavras. Meus olhos já estavam marejados de lágrimas e meu rosto molhado de suor quando finalmente consegui chegar ao final da carta que por tanto tempo eu esperei, quando finalmente li as palavras que me fizeram apagar por dez minutos na minha própria consciência: eu te amo.


Não que ninguém nunca tenha dito isso antes, mas a pessoa em especial que lapidou aquelas palavras deixou a carta com um ar um tanto renovador.

E novamente, só de pensar, chorei por mais trinta minutos, até meu rosto ficar frio de tantas lágrimas. Não posso dizer que aquilo me ajudou da mesma forma que eu gostaria, pois foi com essas palavras que minha pressão caiu e tive que voltar para o hospital, onde fiquei internada até tudo voltar a ser como antes — pelo menos em partes.


Ninguém sabia da carta e eu também pretendia mantê-la em extremo sigilo. Minha mente vagava por todos os quatro cantos da minha vida, mas nenhum pensamento ou ação foi tão forte como aquele que encontrei como refúgio. Dormi abraçada a um urso de pelúcia marrom que eu tinha desde pequena, e tal como ele, prometi a mim mesma preservar minhas forças até o momento certo de reconhecer a realidade de um sorriso e a verdade de um abraço.


— Também te amo. — Foi a última coisa que eu disse naquela noite.



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Notas finais do capítulo

Alguém aí tem um palpite de quem seja a mãe da Ennie? Quem acertar ganha a dedicatória de um capítulo, hehe. Beijos. :*