Lovestory escrita por Liane


Capítulo 5
V


Notas iniciais do capítulo

Gente... O cap trás uma reviravolta muito grande e muito sofrimento... Não tem Ed aqui, mas ele logo vai aparecer... Em contrapartida, Jake tá ai...
rsrsrsrsrsrs



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A noite já ia alta quando Bella ouviu uma batida na porta. Sentia-se melhor e começava a se perguntar onde seus pais estariam que não haviam chegado ainda.

- Senhorita Isabella Swan? - O homem que estava na porta parecia ser um policial, pelo jeito duro de falar. Hoje, no entanto, o sujeito demonstrava uma ruga de pesar entre os olhos. Havia ainda um rapaz às suas costas, com um uniforme oficial e este, realmente, se mostrava enjoado.

- Sim, sou eu. - Bella respondeu intrigada. - Do que se trata?
- Podemos entrar senhorita? - O homem perguntou.
- Claro. Quem é o senhor mesmo? - Ela perguntou ao mesmo tempo em que saía da frente para deixá-los passar.
- Sou o capitão Curt, da guarda. E esse é o meu assistente, o senhor Black. - O homem apresentou.
- Ora, o que a polícia faz aqui? - Certamente ela não era uma criminosa.
- A senhorita sabe onde os seus pais se encontram? - O capitão Curt perguntou.
- Devem estar chegando do trabalho a qualquer minuto. Posso saber por quê? - Bella perguntou desconfiada quando os dois homens se entreolharam.
- Sinto muito lhe dizer isso Srta. Swan, mas seus pais foram vítimas de um assalto quando voltavam para casa. - O Sr. Black falou.
- E onde estão? - Bella perguntou alarmada.
- Sinto dizer que foram assassinados. - Dessa vez foi o capitão Curt quem falou, mas Bella não ouviu muito mais depois disso. Sua vista escureceu e, pouco antes de bater no chão, o Sr. Black a segurou.
Quando Bella abriu os olhos novamente estava deitada em sua cama. O homem moreno que acabara de conhecer estava encarando-a com pesar estampado nos olhos. E algo mais. Esse algo mais era pena. Bella levou alguns minutos para se lembrar do que se passara antes de perder a consciência.

“Oh, Deus, eles não podem estar mortos!” Ela pensou.

O que ela faria sem eles? Não, não podia ser verdade. Seus olhos transbordaram de lágrimas e seu peito ficou muito apertado. Sentia que poderia sufocar.
- Sente-se bem Srta. Swan? - O Sr. Black perguntou. - O capitão teve que resolver alguns assuntos sobre o caso, mas me deixou aqui para cuidar da senhorita.
Bella não respondeu, apenas sentou-se na cama, abraçando os joelhos, se forçando a respirar. Era uma dor tão profunda que ela achava que morreria ali mesmo. E tudo o que podia pensar era: Meus pais estão mortos!
- Fale comigo, por favor. - O Sr. Black pediu, apavorado, tocando o ombro da garota. Bella não resistiu e jogou-se nos braços do homem, precisando de consolo.
Ele alisou o topo de sua cabeça, constrangido, mas nada disse. Era uma pena uma garota tão jovem passar por um trauma horrível como esse, mas o Sr. Black estava acostumado com tragédias. Eram freqüentes em seu trabalho.
Depois de muito tempo Bella se afastou, percebendo como fora inconveniente.
- S-sinto mui-to. - Ela soluçou entre as lágrimas que caíam em cascata por seu rosto.

- Não se preocupe. Entendo que deve estar sofrendo muito. – Ele falou pesaroso.

- O q-que eu vou fa-zer sem eles? – Bella lamentou e mais uma onda de lágrimas lavou as anteriores. – E-eu estou sozinha.

- Realmente não sei o que dizer. – O Sr. Black falou. Olhou-a duvidosamente. – Eu preciso ir ajudar na investigação. Sente-se bem o suficiente para ficar sozinha?

- S-sim. Vá logo e pegue os bandidos que fizeram isso! – Bella falou determinada.

- Vou fazer o que puder. – O Sr. Black levantou-se e andou em direção à porta, mas depois se virou novamente. – Eu não sei se devo... Bom, os corpos... Eles vão ser liberados amanhã à tarde. Se a senhorita quiser o estado pode pagar um velório modesto, mas...

Bella não o deixou terminar. Sabia que tipo de velório o estado pagava para os pobres e ela não iria permitir que seus pais repousassem em uma vala cheia de corpos de estranhos.

- Eu vou dar um jeito. – Ela falou vigorosamente.

- Boa sorte. – Quando chegou à porta ele se virou novamente. – Se precisar de algo fique à vontade para me procurar na delegacia senhorita.

- Obrigada. – Quando ele saiu, Bella se jogou de volta na cama e deixou a dor vazar por seus olhos mais livremente. Tinha a esperança de acordar amanhã e perceber que tudo fora um terrível pesadelo.

 

Bella acordou com a cabeça doendo e muito confusa no dia seguinte. Levou alguns minutos para relembrar o que havia acontecido e quando conseguiu seus olhos se encheram de lágrimas de pesar. Olhou ao redor, tentando imaginar sua vida daqui para frente, mas simplesmente não conseguiu. Preferiu se concentrar em necessidades mais urgentes, para depois se focar no futuro. Como pagaria um enterro decente para seus pais?

Todo o dinheiro que tinha na casa era o que ela economizara para comprar um livro e o da caixinha que sua mãe guardava para emergências. Bem, isso parecia uma emergência e Bella achava que nenhum livro a interessaria agora. Ao passar a mão sob o travesseiro, no entanto, Bella encontrou o livro que Edward lhe emprestara e nunca tivera oportunidade de devolver.

 “Que bela idiota que eu fui!” Ela pensou desgostosa. Guardou o livro na cintura do vestido e andou pala casa, juntando cada centavo escondido pelos cantos e depois se dirigiu ao cemitério para contratar os coveiros.

 

Bella Swan podia ser vista ao lado dos buracos que dois coveiros abriam naquela manhã. Dois caixões humildes repousavam de cada lado das covas. Apenas Bella compareceria àquele enterro, não havia mais ninguém para chorar a perda das duas pessoas mais generosas do mundo.

Repentinamente Bella ouve passos. Ao olhar para trás percebe um belo homem moreno usando um terno formal que se aproxima daquelas covas simples. Levantou a mão para se proteger do sol e reconheceu o Sr. Black, que se aproximava.

- Meus pêsames Srta. Swan. – Ele desejou.

- Obrigada. Não está de serviço hoje Sr. Black? – Bella perguntou observando como ele ficava bem naquele terno.

- Na verdade estou, mas consegui algumas horas livres para vir aqui. – Ele falou quando se aproximou mais.

- E por que veio senhor? – Ela perguntou confusa.

- Ora, achei que precisaria de apoio nesse momento, já que não tem mais ninguém por você. – O Sr. Black falou. Bella ficou emocionada com a consideração que ele tivera por um momento.

- Obrigada. – Ela falou.

Os dois se viraram para os túmulos, de onde os coveiros agora saíam, tendo terminado de cavar os buracos.

- Precisa esperar mais alguém senhorita? – Um dos homens perguntou.

- Não senhor, somos apenas nós dois. – Ela disse e olhou para o Sr. Black. Ele olhou de volta e sorriu bondosamente para ela. Bella voltou a contemplar os caixões. Agora os homens amarravam cordas neles para poder baixá-los ao fundo das covas. Bella observou enquanto eles trabalhavam alheios ao seu sofrimento. Apenas mais dois cadáveres para eles, mas para Bella, era sua vida. Seus olhos tornaram a se encher de lágrimas, que escorreram silenciosamente pelo seu rosto. O Sr. Black lhe estendeu um lenço, que ela pegou agradecida e enxugou o rosto.

Agora os homens jogavam a terra, arrumada em montes instáveis ao lado dos buracos, de volta. O Sr. Black apenas lhe fez companhia em silencio. Era exatamente disso que Bella precisava, de apoio silencioso. Não se sentia muito inclinada a conversar neste momento.

Depois de jogarem toda a terra os homens se foram, deixando a dupla para trás. Bella ficou ainda um tempo observando o descanso eterno de seus queridos salvadores e então olhou para o Sr. Black, que a esperava fielmente. Ele lhe estendeu o braço e ela se apoiou ali para finalmente ir embora.

- Eu nem mesmo sei o seu nome. – Bella resmungou enquanto andavam para a saída do cemitério.

- É Jacob senhorita. Jacob Black. – Ele disse e sorriu.

- Muito obrigada por tudo o que fez hoje Sr. Jacob. É realmente um homem muito bondoso. – Ela falou agradecida.

- É um dever de honra. Um cavalheiro nunca permite que uma dama passe por dificuldades sozinha. – Ele falou modestamente.

Andaram em silencio até o fim da rua do cemitério e então tiveram que se separar.

- Saiba que a senhorita tem um amigo. – Jacob falou, beijando-lhe a mão.

- Um amigo é tudo do que eu preciso nesse momento senhor. – Bella falou sorrindo lacrimosamente para e ele.

- Até logo. – Ele se virou e foi embora. Bella observou-o se afastar por um tempo, ainda impressionada com a bondade daquele homem. Em seguida voltou para sua casa, seu luto.

 

Bella ficou todo o resto do dia deitada, vagamente consciente de que seu estomago reclamava de fome. Ela já estava acostumada com isso. Quantas vezes comera apenas o café da manhã e as sobras do jantar dos Hale? Tinha algo muito mais importante pelo que sofrer.

Já era noite quando Bella ouviu uma batida na porta. Levantou-se penosamente para atendê-la. Era a Sra. Marshall, a governanta dos Hale.

- Ah, querida. Que coisa horrível! – A mulher exclamou assim que a viu, puxando-a para um abraço inesperado. Quando foi solta, Bella convidou a senhora para entrar em casa. – A Sra. Hale me mandou para ver como você está.

- Foi muita bondade dela. Eu estou bem, na medida do possível. – Bella falou.

- Que bom. A Sra. Hale me mandou dizer para não se preocupar, o seu emprego estará esperando-a quando estiver pronta. – A Sra. Marshall falou com lágrimas nos olhos.

- Realmente uma bondade. Eu agradeço muito. – Ela não sabia o que dizer. Estava realmente agradecida, mas também não estava muito desejosa de uma conversa. Queria apenas ficar sozinha com a sua dor.

- Eu ainda tenho trabalho, então vou ter de deixá-la criança. Meus pêsames. – A mulher pareceu perceber o desejo da garota.

- Obrigada pela visita e pode também agradecer à Sra. Hale por mim. – Ela pediu.

- Claro, claro. – A Sra. Marshall foi embora logo em seguida. Era uma boa mulher.

Bella voltou para a cama, mas não dormiu. Mergulhou no estado de torpor em que estivera desde que voltara do cemitério esta manhã.

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ç.Ç